INCONVENIENTES E PERIGOS DA MEDIUNIDADE
Perante as
leis soberanas que nos regem, a possibilidade de entrar em contato
conscientemente com os desencarnados deve servir ao nosso progresso, evidenciando
a realidade do mundo espiritual que nos envolve, do qual todos retornaremos,
com as consequências morais daí decorrentes. Tudo o que dispomos, desde que bem
empregados, podem contribuir para a nossa saúde integral, assim também com a
mediunidade, cuja utilização criteriosa é fator de equilíbrio, ou pode criar
dificuldades quando utilizada sem critérios.
Encontramos
no “O Livro dos Médiuns” (2ª Parte, cap. XVIII, itens 221 e 222), importantes
esclarecimentos: “a faculdade mediúnica é por vezes um estado anômalo, mas não
patológico. Ha médiuns de saúde vigorosa; os doentes o são por outros motivos”.
O exercício da faculdade mediúnica, como outro qualquer, quando não disciplinado
ou bem orientado pode ocasionar perigos e inconvenientes; sendo que em certos
casos é prudente, e necessário mesmo, a abstenção, ou, pelo menos, o exercício
moderado, tudo dependendo do estado físico e moral do médium”.
O
desconhecimento da Doutrina Espirita leva algumas pessoas a julgar que a
prática da mediunidade pode conduzir o médium a loucura. No entanto, isto não
acontecerá se não houver uma predisposição para isso.
Quando este
fato acontece o que facilmente se identifica pelas condições psíquicas e
mentais da pessoa, deve-se procurar ter os cuidados necessários, para evitar
qualquer abalo que seria prejudicial. Muitas vezes, essa predisposição
existente tem como causa a fraqueza moral, que torna a criatura sem forças para
suportar o desespero, a mágoa, o medo, etc.
Como toda
criatura possui mediunidade, as crianças também estão nestas condições. Porém
os Espíritos orientam (LM 2ª Parte cap. XVIII, perg. 221, §6o) “que é muito
perigoso” o desenvolvimento da mediunidade na infância, porque esses organismos
frágeis e delicados seriam muito abalados e sua imaginação infantil ficaria superexcitada”.
Existem
casos em que a vidência, os fenômenos de efeitos físicos, e mesmo a escrita são
espontâneos, são naturais nas crianças; isto não é inconveniente, é natural.
Porém elas não devem ser estimuladas. A prudência dos pais deverá afastá-las
dessas ideias; no entanto, os pais orientarão quanto à moral trazida pelos ensinamentos
dos Espíritos preparando-as para a vida adulta, dentro do conhecimento
doutrinário.
Não há idade
precisa para a prática da mediunidade, que depende inteiramente do
desenvolvimento físico, moral e, particularmente o psíquico. O exercício da
mediunidade na criança requer cuidados e conhecimentos, para que não haja
influenciação por parte de Espíritos mistificadores. Se os adultos são muitas
vezes enganados por esses espíritos, a infância e a juventude, pelas suas
inexperiências, estarão mais sujeitas a eles.
O
recolhimento e a seriedade são condições essenciais para se tratar com
Espíritos. Como uma criança ainda não possuiu esses discernimentos é imperioso
que a vigilância seja exercida sobre ela, para que não tome o fenômeno por um
brinquedo.
Importante
ressaltar que a mediunidade deve ser evitada, por todos os meios possíveis, em
criaturas que tiverem dado as menores demonstrações de excentricidade nas ideias
ou o enfraquecimento das faculdades mentais, preservando-se, assim, o
Espiritismo dessa responsabilidade, como também a saúde mental da criatura.
Em
importante obra de Leon Denis, o livro No Invisível, Cap. XXII, encontramos
que: “é necessário adotar precauções na prática da mediunidade. As vias de
comunicação que o Espiritismo facilita entre o nosso mundo e o mundo oculto,
podem servir de veículos de invasão das almas perversas que flutuam em nossa
atmosfera, se lhes não soubermos opor resistência vigilante e firme. Muitas
almas sensíveis e delicadas, encarnadas na Terra, tem sofrido em consequência
de seu comércio com esses Espíritos maléficos, cujos desejos, apetites e remorsos
os atraem constantemente para perto de nós”.
Ainda nesse mesmo
capítulo vamos encontrar: “as almas elevadas sabem mediante seus conselhos,
preservar-nos dos abusos, dos perigos, e nos guiar pelo caminho da sabedoria,
mas sua proteção será ineficaz, se por nossa parte não fizermos esforços para
nos melhorarmos. É destino do homem, desenvolver suas forças, edificar ele
próprio, sua inteligência e sua consciência. É preciso que saibamos atingir um
estado moral que nos ponha ao abrigo de toda agressão das individualidades
inferiores. Sem isso, a presença de nossos guias será impotente para nos
salvaguardar”.
Para que
possamos ficar bastante alertas buscamos no livro “Mediunidade”, de Edgard
Armond cap. 20, importantes considerações: “Moléstias de toda ordem, que
resistem aos mais acurados tratamentos; alterações físicas incompreensíveis de
causas impalpáveis que desafiam a competência e a argúcia da Medicina;
complicações as mais variadas, com reflexos na vida subjetiva”... E, ainda
“angústias, depressões, ou alterações, já do mundo mental, como temores,
misantropia, alheamento a vida, manias, amnésias etc.”
Enfim, todas
estas perturbações, numa ampla proporção, existe sempre esse fator mediunidade,
como causa determinante e, portanto, passível de regularização”. “Muita gente
toma, assim, o efeito pela causa”. Não é o exercício da mediunidade que traz
inconvenientes ou perigos a saúde das pessoas, mas a sua abstenção é que gera
os desequilíbrios. Cabe a cada um descobrir as causas de suas aflições, tornando-se
médico de si mesmo, para tornar-se o arquiteto de seu próprio destino,
porquanto o estudo constante, o trabalho, o devotamento ao bem e a vigilância
auxiliam o homem e o previnem contra os desequilíbrios no exercício da
mediunidade.
Diz Emmanuel
(no livro “Roteiro”, cap. 36) que “não há bom médium, sem homem bom. Não há
manifestação de grandeza do Céu no mundo, sem grandes almas encarnadas na
Terra. Em razão disso, acreditamos que só existe verdadeiro e proveitoso
desenvolvimento psíquico, se estamos aprendendo a estudar e servir”.
A gestante
poderá participar das Reuniões apenas para receber energias positivas. Todos os
fluídos magnéticos serão direcionados ao feto que irá renascer. Os analfabetos:
poderão trabalhar na mediunidade normalmente. Não sabem ler, mas o importante é
a pureza de coração e sentimentos de amor e fraternidade; e a boa vontade e
alegria de servirem aos Mentores espirituais.
No caso de
não mais funcionar a faculdade mediúnica, isto jamais se deve ao fato de o
médium ter encerrado sua tarefa, como se costuma dizer, porque toda a tarefa
encerrada com sucesso é prenúncio de nova tarefa que logo se lhe segue, e assim
sucessivamente. O que ocorre nestes casos é a perda por abuso da mediunidade ou
por doença grave.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª Parte - Cap. XVIII
ARMOND, Edgard.
Mediunidade: Cap. 20
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Roteiro: Cap. 36
KARDEC,
Allan. O Livro dos Espíritos: Introdução: XV A Loucura e suas Causas
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. 15
DENIS, Leon.
No invisível: Cap. XXII
Fonte da imagem: Internet Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário