OS SÃOS NÃO PRECISAM DE MÉDICO
“E aconteceu
que, estando Jesus assentado à mesa numa casa, eis que vindo muitos publicanos
e pecadores, se assentaram a comer com Ele e com os seus discípulos. E vendo
isto os fariseus, diziam aos seus discípulos: Por que come o Vosso Mestre com
os publicanos e pecadores? Mas, ouvindo-os, Jesus disse: Os sãos não têm necessidade
de médico, mas sim os enfermos.” (Mateus, IX: 10-12).
Jesus
dirigia-se, sobretudo aos pobres e aos deserdados, porque são eles os que mais
necessitam de consolação; e aos cegos humildes de boa-fé porque eles pedem que
lhes abram os olhos; e não os orgulhosos, que creem possuir toda a luz e de
nada precisar.
É evidente
que se trata de um ensinamento de relevante alcance, pois tem várias facetas.
Aplica-se também, aos adeptos do Espiritismo, que, muitas vezes admiram-se de
que pessoas indignas sejam portadoras de mediunidade, e por isso mesmo capazes
de a empregarem mal. Eles participam da opinião de que essa faculdade tão
preciosa deveria ser privilégio exclusivamente de pessoas de mérito. Se assim
fosse, a rigor a mediunidade jamais se manifestaria na face da Terra.
A
mediunidade decorre de uma condição orgânica e é inerente a todo ser humano,
como todas as demais faculdades, ver, ouvir, falar, etc.
Os homens
podem fazer mal uso de todas elas em consequência de seu livre-arbítrio. Deus
outorgou todas essas faculdades ao homem, dando-lhe a liberdade de utilizá-las
como quiser; entretanto, aquele que delas abusa adquire a responsabilidade
sobre seus atos. “A mediunidade é dada sem distinção, a fim de que os Espíritos
possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre
como ao rico; aos virtuosos, para fortalecê-los na prática do bem; aos
viciosos, para corrigi-los.”
Jesus, como
o grande médico das almas, durante a sua curta estada na Terra, preocupou-se
muito pouco com os orgulhosos, com aqueles que se julgavam os eleitos de Deus,
mas procurou, antes, os pobres, os desajustados, os humildes de coração.
Simboliza
assim que o Espírito equilibrado caminha por si mesmo, no pleno uso de seu
livre-arbítrio, independentemente de atenções especiais. Os que estão
desequilibrados, qualquer que seja a forma em que se apresentam as doenças
físicas ou morais, devem, entretanto, ser socorridos, aliviados e reconduzidos
ao caminho do bem, com a mesma alegria do pai que recebeu o retorno do filho
pródigo ao lar, ou do pastor que reencontrou a ovelha perdida.
A
mediunidade não implica necessariamente as relações habituais com os Espíritos
superiores. É simplesmente uma aptidão, para servir de instrumento, mais ou
menos dócil, aos Espíritos em geral. O bom médium não é, portanto, aquele que
tem facilidade de comunicação, mas o que é simpático aos Bons Espíritos e só
por eles é assistido. É neste sentido, unicamente, que a excelência das
qualidades morais é de importância absoluta para a mediunidade.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. XXIV itens 11 e 12
XAVIER
Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Livro da Esperança: Lição 79
RIGONATTI,
Eliseu. O Evangelho dos Humildes: Cap. IX
Questões
para reflexão:
1) Comente
as consequências do exercício da mediunidade, quando não há disciplina,
orientação e conhecimento.
2) Explique
sucintamente quando e porque a mediunidade de efeitos físicos pode levar o
médium à fadiga.
3) Analise o
ensinamento de Jesus: “Os sãos não precisam de médico”.
4) Comente a
finalidade da mediunidade no atual estágio em que se encontra o homem
terráqueo.
Fonte da imagem: Internet Google.
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