CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

14ª Aula Parte B - CURSO O QUE É O ESPIRITISMO FEESP


JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES

“Bem aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem aventurados os que tem fome e sede de justiça porque serão fartos. Bem aventurados os que padecem por perseguidos por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus." (Mateus, V:5 6 e 10)

Toda a felicidade prometida por Jesus aos aflitos e necessitados do planeta Terra certamente virá na vida futura; mas é tremendamente difícil aceitar hoje o sofrimento, para desfrutarmos os dias venturosos no que para nós ainda é um futuro incerto e desconhecido.

Comumente o que acontece são os questionamentos: porque uns sofrem mais que outros; porque uns nascem na miséria e outros na opulência, sem que fizessem coisa alguma para justificar esse posicionamento; porque uns nascem perfeitos fisicamente e outros não?

Destacamos, sobretudo, a falta de compreensão no aspecto da visão global do bem e do mal, tão desigualmente distribuídos entre o vício e a virtude; enxergar homens de bem entre maus e viciosos que prosperam, em detrimento dos bons.

A fé no futuro pode consolar e propiciar a paciência necessária, mas não elucida estas aparentes irregularidades, que podem sugerir um abandono por parte de Deus e a inexistência da Justiça Divina.

Entretanto, a partir do momento que aceitamos a existência de Deus e que é “soberanamente justo e bom” (L.E, questão 13), que ama em igualdade a todos os seus filhos, sem nenhuma preferência e que, portanto, trata seus filhos da mesma maneira, não dando a uns privilégios e a outros recusando esses benefícios.

Deus é a suprema perfeição, é Todo Poderoso, Todo Justiça e Bondade, pois, sem isso não seria Deus. Desse modo não poderia agir com capricho ou parcimônia diante de Seus amantíssimos filhos. “As vicissitudes da vida tem, pois, uma causa, e como Deus é justo, essa causa deve ser justa.”

Aí está, a luz da razão, a justificativa para efetivamente termos a compreensão da justiça das aflições de acordo com os ensinamentos de Jesus; o que, atualmente, vem a ser devidamente corroborado e justificado pelo Espiritismo, o Consolador Prometido, o que nos dá a possibilidade de compreendermos a causa de nossas dores.

Com a fé raciocinada teremos a paciência consubstanciada e fortalecida abraçando os ideais da Justiça Divina, sempre trabalhando no momento atual para obtermos um amanhã mais venturoso, com humildade e caridade.

FIXAÇÃO DO APRENDIZADO

1) Qual a causa maior das nossas aflições e sofrimentos na nossa atual encarnação?

2) Por que Deus ama a todos de maneira igual?

3) Como devemos trabalhar para a melhora efetiva de nossa existência?

BIBLIOGRAFIA
- Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – Ed. FEESP.

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

14ª Aula Parte A - CURSO O QUE É O ESPIRITISMO FEESP


ESQUECIMENTO DO PASSADO

O início de uma encarnação para o homem é sempre cercado de expectativas e dúvidas. É uma nova experiência que se inicia; o ser apresenta-se como “um livro em branco”, em que deverá escrever a história de sua existência.

Espírito imortal, tendo vivido muitas outras encarnações, o homem é uma obra em andamento, um livro que se encontra preenchido em boa parte de suas páginas. Por que não conseguimos lê-lo? Porque faz parte do processo reencarnatório o esquecimento do passado. Em razão dele, somos mais autênticos.

De fato, se hoje somos imperfeitos, no passado o fomos ainda mais; se hoje cometemos tantos erros e enganos, se ainda nos envolvemos com as ilusões do mundo, se revelamos constantemente traços de animalidade (violência, ódio, indiferença, personalismo, egocentrismo), podemos imaginar como teremos sido no pretérito mais distante.

Se o passado estivesse vivo em nossa consciência, tornar-se-ia, certamente, um empecilho para novas experiências. Se nos lembrássemos dos erros cometidos (ou dos que contra nós foram cometidos), viveríamos torturados pela culpa, pelo remorso, pelo desejo de vingança etc. Se tivéssemos tido existências venturosas e confortáveis no poder, no luxo e na riqueza, o orgulho, o egoísmo e a vaidade seriam um entrave para o nosso livre arbítrio. De qualquer forma, as perturbações às nossas relações sociais seriam inevitáveis pelas lembranças do que fizemos ou sofremos de nosso próximo, muitas vezes daquele que convive, dia a dia, conosco.

Por esse motivo, a misericórdia Divina concedeu-nos o que é necessário e suficiente para o sucesso da nova existência a cumprir, isto é, a voz da consciência e as tendências instintivas, que nos permitem identificar aquilo que precisamos fazer para nos corrigir e progredir no presente. Devemos superar as montanhas dos nossos erros e imperfeições, prosseguir no processo evolutivo com maior liberdade e a certeza de que se Deus lançou um véu sobre o nosso passado, isso será mais conveniente e adequado, pois Deus é a Sabedoria Universal.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec assim escreveu sobre o esquecimento do passado: “O Espírito renasce frequentemente no mesmo meio em que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Se nelas reconhecesse as mesmas que havia odiado, talvez o ódio reaparecesse. De qualquer modo, ficaria humilhado perante aquelas pessoas que tivesse ofendido”.

“O homem traz, ao nascer aquilo que adquiriu. Ele nasce exatamente como se fez. Cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi: se está sendo punido, é porque fez o mal, e suas más tendências atuais indicam o que lhe resta corrigir em si mesmo. É sobre isso que ele deve concentrar toda a sua atenção, pois, naquilo que foi completamente corrigido já não restam sinais. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, que o adverte do bem e do mal e lhe dá a força de resistir às más tentações.”

Ora, a lembrança do passado jamais se perde. Muitas vezes, os sinais do passado transparecem sutilmente em nossos gestos, atos e palavras. Em nossos relacionamentos, as lembranças ficam apagadas, veladas; todavia, elas continuam vivas nos registros profundos da consciência.

As questões que ficaram em aberto, os problemas não resolvidos no passado, mantém-se presentes na consciência, embora latentes, aguardando novas resoluções. O que já foi superado funde-se a personalidade, permitindo um caminhar mais liberto e sereno. O esquecimento do passado jamais será um obstáculo à melhoria do Espírito; antes, é um benefício inestimável concedido à criatura humana.

E, após o desencarne, o Espírito recobra a lembrança do passado, para que possa tomar boas resoluções em relação as suas próximas e promissoras encarnações.

FIXAÇÃO DO APRENDIZADO:

1) O que é necessário ao Espírito para iniciar uma nova existência em relação as lembranças do passado?

2) O que o homem traz, ao nascer, para a nova existência?

3) As lembranças do passado ficam perdidas completamente para o homem encarnado? Como elas se manifestam?

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

13ª Aula Parte ÚNICA - CURSO O QUE É O ESPIRITISMO FEESP


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

“Esse livro de doutrina terá considerável influência, pois que explana questões capitais, e não só o mundo religioso encontrara nele as máximas que lhe são necessárias, como também a vida pratica das nações haurirá dele instruções excelentes. Fizeste bem enfrentando as questões de alta moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos”.

“A dúvida tem que ser destruída; a terra e suas populações civilizadas estão prontas. Já de há muito os teus amigos de além-túmulo as arrotearam; lança, pois, a semente que te confiamos, porque é tempo de que a Terra gravite na ordem irradiante das esferas e que saia, afinal, da penumbra e dos nevoeiros intelectuais”.

Essa explicação, em comunicação de um dos Espíritos que orientavam Kardec, responde a sua pergunta: “Que pensas da nova obra que trabalho neste momento?” (Obras Póstumas, 2ª parte, 9 de agosto de 1863).

Surge o Evangelho Segundo o Espiritismo, inicialmente publicado com o nome de Imitação do Evangelho, em abril de 1864. Logo em sua Introdução são explicitados os objetivos e planos de elaboração.

“Podemos dividir as matérias contidas nos Evangelhos em Cinco partes: 1) Os atos comuns da vida do Cristo, 2) Os milagres, 3) As profecias; 4) As palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja, 5) O ensino moral. Se as quatro primeiras partes tem sido objeto de discussões, a última permanece inatacável.

Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É o terreno em que todos os cultos podem encontrar-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por mais diferentes que sejam as suas crenças.

Porque nunca foi objeto de disputas religiosas, sempre e por toda a parte provocada pelos dogmas”.

E Kardec prossegue: “reunimos nesta obra os trechos que podem constituir propriamente falando, um código de moral universal, sem distinção de cultos. Nas citações, conservamos tudo o que era de utilidade ao desenvolvimento do pensamento, suprimindo apenas as coisas estranhas ao assunto”.

“As máximas foram agrupadas e distribuídas metodicamente segundo a sua natureza, de maneira a que umas se deduzem das outras, tanto quanto possível”.

O Evangelho Segundo o Espiritismo constituiu-se de um prefácio, vinte e oito capítulos, sendo o último o de uma coletânea de preces. Tem sete conexões com o Antigo Testamento e cento e trinta e quatro com o Novo Testamento.

Segundo a natureza dos assuntos, os três primeiros se encadeiam: “Não vim destruir a lei”; “Meu reino não é deste mundo”; “Há muitas moradas na casa se meu Pai”.

A obra está disposta numa ordem lógica, aborda aspectos filosóficos e científicos e trata dos ensinamentos de Jesus, em seu aspecto moral.

Podem ser citados os ensinamentos:

“O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material.”

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações.” (Cap. XVII, item 4)

“Fé inabalável é só a que pode enfrentar a razão face a face em todas as épocas da humanidade” (Cap. XIX, item 7)

“Fora da caridade não há salvação” (Cap. XV, item 10)

Edgard Armond, em seu livro o Redentor, escreve no Prólogo: “O Espiritismo arrancou o evangelho das sombras místicas das concepções dogmáticas e o apresentou ao povo, indistintamente, aberto e refulgente, expressivo e edificante, como a força que mais poderosamente realiza transformações morais, no mais íntimo das almas e impulsiona os homens para a luz da redenção”.

FIXAÇÃO DO APRENDIZADO:

1) O que é O Evangelho Segundo o Espiritismo?

2) Por que Kardec priorizou os ensinamentos morais de Jesus neste livro?

3) Na sua opinião, qual a importância de O Evangelho Segundo o Espiritismo?

BIBLIOGRAFIA
- Armond, Edgard - O Redentor - Ed. Aliança.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo -Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - Obras Póstumas - Ed. FEB.

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

12ª Aula Parte B - CURSO O QUE É O ESPIRITISMO FEESP


FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS

“Quando voltou para onde estava o povo, chegou-se a ele um homem que, ajoelhando-se a seus pés, disse-lhe: Senhor tem piedade de meu filho, que é lunático e sofre cruelmente; muitas vezes cai, ora no fogo, ora na água.
Já o apresentei aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar Jesus respondeu: Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei entre vós? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino. E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino que ficou no mesmo instante curado. Então os discípulos vieram ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós expulsar esse demônio? Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé; pois, em verdade vos digo que, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis aquela montanha: Passa daqui para ali, e ela passaria; nada vos seria impossível. Não se expulsam os demônios desta espécie senão por meio da prece e do jejum”. (Mateus, 17:14-21)

Com pequenas variantes, essa passagem também é narrada por outros dois evangelistas: Marcos, no capítulo 9, versículos 14 a 28, e Lucas, no capitulo 9, versículos 37 a 42. Da narrativa de Marcos consta o diálogo entre Jesus e o pai do menino: “Há quanto tempo isso lhe sucede? O pai respondeu: desde a infância; e o Espírito o tem muitas vezes lançado (ora a água, ora ao fogo) para fazê-lo perecer. Se puderdes alguma coisa, tem piedade de nós e socorre-nos. Jesus lhe disse: Se puderes crer tudo é possível àquele que crê. Logo o pai do menino exclamou, banhado de lágrimas: ‘Senhor eu creio, ajuda a minha pouca fé”.

Muitas vezes, podemos encontrar nos Evangelhos referências claras e precisas de Jesus ao poder da fé, sendo comum depararmos com expressões semelhantes a essa: “A tua fé te curou”.

Parece-nos que o Mestre ensina, dessa maneira, lições que deveriam ficar gravadas na memória de todos os que presenciavam os fatos, além de séria advertência aos seus futuros seguidores. Recordemos ainda que Jesus afirmou aos apóstolos: “Quem crer em mim, fará o que eu faço e ainda fará mais” (João, 14:12). Da mesma forma, guardemos a observação feita por Jesus aos 70 discípulos que, regressando de uma missão, diziam: “Senhor; até os demônios se nos submetiam em teu nome”; recomendou-lhe então o Mestre que “não se regozijassem por lhes estarem os Espíritos submetidos, mas antes por estarem os seus nomes escritos nos céus.” (Lucas, 10:20).

De tudo se depreende o amoroso cuidado do Mestre para com os seus seguidores, alertando-os sempre contra as tentações do orgulho, para que não se envaidecessem diante dos resultados obtidos no desempenho de suas missões, na cura e alivio dos sofrimentos.

Invariavelmente, todas as vezes que realizava as curas, Jesus salientava a fé e a confiança daquele que recebia o benefício e, a respeito das poucas curas levadas a efeito em sua terra, onde “apenas curou alguns poucos doentes”, Jesus admirou-se da incredulidade deles. (Marcos, 6:5-6)

Assim, para ser obtida a cura, torna-se evidente a necessidade da colaboração do doente, o seu desejo sincero de ser curado, conjugado com a fé, confiança e vontade potente de quem vai operar em nome do Senhor, tudo isso aliado ainda à possibilidade da lei de ação e reação. Todas as doenças podem ser aliviadas, mas nem todas podem ser curadas.

A confiança nas próprias forças nos torna capazes de executarmos grandes coisas, mesmo materiais, que não obteríamos se não confiássemos em nós mesmos. As montanhas a serem removidas pela fé referidas no Evangelho devem ser, antes de mais nada, as montanhas de nossas imperfeições e inferioridade, constituídas de má vontade, resistência, preconceitos, interesses materiais, egoísmo, fanatismo, paixões orgulhosas, etc.

A fé sincera e verdadeira é sempre calma, paciente e humilde. Deve ser cultivada pela moralização de nossos costumes, pela pureza de pensamentos, palavras e atos; pela crescente confiança na ilimitada bondade Divina, para desenvolver dentro de nós a força magnética que nos possibilitará agir sobre o fluido universal. A fé que, usada convenientemente pela nossa vontade, é capaz de operar prodígios sempre que for utilizada em benefício do nosso próximo.

Jesus disse aos discípulos que aquele Espírito obsessor só seria afastado através da oração e do jejum. Devemos entender, então, que somente através de uma fé fervorosa, traduzida em sentida prece, poderemos afastá-lo; e isso desde que estejamos em jejum, isto é, em condições morais satisfatórias de abstinência de pensamentos culposos, de sobriedade na satisfação de nossas necessidades e austeridade no proceder.

Nas palavras repassadas de sentimento daquele pai, que banhado em lagrimas, diz: “Eu creio, Senhor; ajuda a minha pouca fé”, podemos sentir a expressão de simplicidade e de humildade, pois certo do poder de Jesus para lhe atender a suplica, não se sentia ele próprio bastante forte na sua fé para merecer tal graça.

FIXAÇÃO DO APRENDIZADO:

1) Qual o poder da fé?

2) Qual o sentido da palavra “montanha” no ensinamento de Jesus?

3) Como desenvolvermos a verdadeira fé?

BIBLIOGRAFIA
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- XAVIER, F.C. Ação e Reação. 14.ed., Brasília: FEB. 1991, Cap. 19

Fonte da imagem: Internet Google.