CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

18ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Epístolas Paulinas

Epístola Aos Romanos

INTRODUÇÃO

A Epístola aos Romanos foi escrita em Corinto por volta de 58 d.C. Esta carta irá exercer incalculável influência na estrutura da teologia das igrejas católica e protestante. Muitos artigos de fé destas religiões cristãs encontram sua fundamentação na interpretação do pensamento de Paulo exposto nesta epístola.

Notícias da Espiritualidade

Relata-nos Emmanuel em Paulo e Estevão cap. VII 2ª parte que Paulo em Corinto não falava em outra coisa senão do projeto de visitar Roma no intuito de auxiliar os cristãos ali existentes a estabelecerem instituições semelhantes às de Jerusalém, de Antioquia, de Corinto. Pensou então em preparar a sua chegada fazendo-a preceder de uma carta recapitulando a doutrina consoladora do Evangelho e nomeando com saudações afetuosas todos os irmãos do seu conhecimento.

CONTEÚDO

Paulo inicia a carta apresentando-se como apóstolo de Jesus, chamado para pregar o Evangelho a todos os gentios. Enaltecendo a fé dos romanos, destaca o seu vivo desejo de levar-lhes o Evangelho, pois ele se sente devedor “a gregos e a bárbaros, a sábios e a ignorantes”.

Tese central - A redenção de todos se dá pela fé em Jesus

Antes da revelação da Boa Nova, todos, judeus e gentios, caminhavam de forma contrária as Leis de Deus. Os gentios por não terem se interessado em conhecer as Leis Divinas, deixavam-se levar pelos valores do mundo, sem discernirem entre o bem e o mal.

Os judeus tinham o conhecimento das Leis de Deus, orgulhavam-se deste conhecimento, sentiam-se aptos a julgarem e a condenarem os outros; porém, fazendo as mesmas coisas que condenavam nos outros, acabavam por condenar a si mesmos.

Paulo, no capitulo 2, estabeleceu uma distinção entre a Lei Divina, o Decálogo, e a Lei Mosaica. As “obras da lei” decorriam da observância às prescrições exteriores dadas por Moises, prescrições estas que Paulo, em suas epístolas, constantemente se refere, como: a circuncisão, as regras de alimentação, a observância do sábado, os rituais de purificação.

Neste sentido, para os judeus, a circuncisão significava (e ainda significa) o selo da aliança com Deus. Mas, dirá Paulo, as obras da lei são apenas formalidades, que não conduzem ninguém a Deus. Há uma circuncisão na carne e ha uma circuncisão do coração. Os verdadeiros circuncidados são os do coração, os que vivem a prática do Bem. Portanto, tanto há verdadeiros circuncidados entre os judeus, como entre os gentios. Há transgressores tanto entre os judeus, como entre os gentios.

Papel da fé

Paulo conclui seu pensamento, afirmando: “Porquanto nos sustentamos que o homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei.” (Rm 3:28). A partir deste enunciado, traz o exemplo de Abraão, aquele com quem Deus estabeleceu o Pacto da Aliança, através da circuncisão, para afirmar que a fé em Deus precedeu todas as obras de Abraão. “Abraão creu em Deus, e isto lhe foi levado em conta de justiça.” (Rm 4:3).

Assim, acontece o mesmo com aqueles que creem em Jesus. A fé em Jesus precede as obras do cristão. Paulo não se referia exclusivamente ao ato de crer, mas a fé ativa, aquela que impulsiona o Homem a viver conforme os ensinamentos de Jesus, em quem deposita a sua fé.

Qual é o papel da fé? Encontramos em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XIX, item 11, pelo Espírito protetor José: “A fé, para ser proveitosa, deve ser ativa; não pode adormecer. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus deve velar atentamente pelo desenvolvimento das suas próprias filhas. A esperança e a caridade são uma consequência da fé. (...) Pois, se não tiverdes fé, que reconhecimento tereis e, por conseguinte, que amor?”

A reconciliação com Deus

A transgressão gera a desarmonia com as Leis de Deus. Mas, através de Jesus, a Misericórdia Divina derramou-se profusamente sobre os Homens, pois Jesus, ao introduzir no mundo o exemplo do verdadeiro Amor, traçou o caminho que reconcilia o homem com Deus: “o amor que cobre uma multidão de pecados”.

Libertação

“Assim também vós, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus.” (Rm 6:11).

Paulo considera que quando transgredimos as Leis de Deus, ficamos escravos do “pecado”, ou seja, iludidos no erro e, então, ficamos submetidos às consequências dos atos contrários as Leis de Deus. O cristão é chamado a ser uma nova criatura, a se libertar do Mal pela prática do Bem: “... e, assim, livres do pecado, vos tornastes servos da justiça.” (Rm 6:18 ).

A luta interior

“Sabemos que a Lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido como escravo ao pecado. Realmente não consigo entender o que faço; pois não pratico o que quero, mas faço o que detesto.” (Rm 7:14-15).

“Verifico, pois, esta lei: quando eu quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta.” (Rm 7:21).

A mais expressiva descrição sobre todos os sentimentos e lutas, que visitam os nossos corações quando sinceramente abraçamos o projeto de nossa renovação interior, está condensada nestes versículos de Paulo.

Nosso agir decorre de hábitos cristalizados que, na maioria das vezes, são inconscientes. Simplesmente reagimos às situações, conforme nossos condicionamentos. São as sombras de nossa inferioridade que nos impelem a agir desta ou daquela maneira (impulsos).

Como agir de conformidade com o que queremos? Agindo conscientemente, ou seja, sendo senhor de nossas ações, governando emoções, sentimentos e os impulsos que deles decorrem. Para tanto é necessário o autoconhecimento e exercitarmos o “Orai e vigiai”. Neste esforço, paulatinamente, vamos adquirindo novos hábitos, até que o Bem esteja definitivamente instalado em nós.

Os ensinamentos revelados por Jesus despertam-nos para a busca dos valores espirituais. A cerca disto, assevera Paulo: “Com efeito, os que vivem segundo a carne desejam as coisas da carne, e os que vivem segundo o espírito, as coisas que são do espírito.” (Rm 8:5).

Viver segundo a carne é deixar-se conduzir pelo fascínio que a matéria exerce, ser governado pelos desejos e impulsos inferiores, é viver somente a vida material, concentrar suas aspirações nos bens da Terra.

No entanto, aquele que vive segundo as leis sublimes do espírito, assinala Emmanuel, em ‘Pão Nosso’, lição 82: “... respira em esfera diferente do próprio campo material em que ainda pousa os pés. Avançada compreensão assinala-lhe a posição íntima. Vale-se do dia qual aprendiz aplicado que estima na permanência sobre a Terra valioso tempo de aprendizado que não deve menosprezar.”

Contudo, todos, tanto os que já despertaram espiritualmente, como aqueles, que ainda permanecem adormecidos, todos alcançaremos, em nossa trajetória evolutiva, a condição da perfeição relativa. Paulo destaca: “E se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo...” (Rm 8:17).

A visão de Paulo sobre Israel

Do capitulo 9° ao 11°, o apóstolo aborda a questão da posição dos judeus face ao Evangelho e enfatiza a Misericórdia de Deus para com todos.

Os judeus mantinham-se obstinados em não aceitar Jesus como enviado de Deus, não obstante o patrimônio de fé, as profecias, a promessa, o exemplo de fé dos patriarcas.

“Desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a própria, não se sujeitaram a justiça de Deus. Porque a finalidade da Lei é Cristo para a justificação de todo aquele que crê.” (Rm 10:3-4).

A posição dos judeus em relação a Jesus entristecia profundamente o coração de Paulo e ele assim se expressa: “Irmãos, o desejo de meu coração e a prece que faço a Deus em favor deles é que sejam salvos. Porque, eu lhes rendo testemunho de que têm zelo por Deus, mas não é zelo esclarecido.” (Rm 10:1-2).

Eles ouviram os ensinamentos de Jesus, mas não os acolheram porque seus corações estavam endurecidos; a fé que eles tinham era uma fé caracterizada pela intransigência, pela rigidez, que os impedia de ouvir novos ensinamentos.
O que acontecera com aqueles que não acolheram Jesus? Todos despertarão, todos compreenderão no exercício do Amor o caminho traçado por Jesus, pois a Misericórdia de Deus abrange todos os seus filhos e o Pai a todos destinou para o Amor.

As lições de Jesus na prática: renovação, libertação e progresso espiritual

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito.”

“(...) eu peço a cada um de vós que não tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que convém, mas uma justa estima, ditada pela sabedoria, de acordo com a medida da fé que Deus dispensou a cada um.” (Rm 12:2-3).

Eis um convite à vivência da humildade. Em geral, ou superestimamos as nossas supostas qualidades e nos inflamos de orgulho e vaidade, ou nos sentimos inferiorizados, concentrando-nos nas nossas dificuldades e imperfeições. Em ambos os casos, o autoconceito não traduz a realidade, pois que todos nós temos qualidades já adquiridas e virtudes por adquirir.

A humildade auxilia-nos a colocarmos as qualidades já adquiridas a serviço do Bem, e a não vermos nelas motivo de nos vangloriarmos ou motivo para pleitearmos posições de destaque na Seara de Jesus. É ainda a humildade que nos ajuda a reconhecer o quanto temos a vencer.

Que cada um assuma o posto de serviço para o qual foi chamado por Jesus e realize a sua tarefa com amor, cooperando com todos.

“Que vosso amor seja sem hipocrisia, detestando o mal e apegados ao bem; com amor fraterno, tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro como mais digno de estima.” (Rm 12:9-10).

No final do 12° capitulo, Paulo aborda uma lição fundamental: Como agir perante o mal que nos alcança?

“Abençoai os que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis. (...) A ninguém pagueis o mal com o mal! (...) Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” (Rm 12: 14,17 e 21).

Em geral, o Homem reage pelos mesmos padrões. No entanto, o cristão recebeu de Jesus lições diferentes neste sentido: não retribuir o mal com o mal. E isto porque enfrentar o mal com armas semelhantes é intensificar o mal, acarretando consequências imprevisíveis e dolorosas.

A indulgência auxilia-nos a compreender que todos nós, pelas sombras que há em nossos corações, estamos suscetíveis de ferir os nossos semelhantes de múltiplas formas.

Se formos indulgentes, passaremos a considerar qualquer ofensor como um irmão, temporariamente em desequilíbrio, atravessando a chamada nuvem do momento infeliz; passaremos a exercer a compaixão diante daquele que conscientemente pratica o mal, eis que aquele que semeia o mal terá que recolher os espinhos.

No entanto, a recomendação de Jesus, reiterada por Paulo, vai além: fazer o bem a quem nos faz o mal. Assim, o esquecimento do mal é o primeiro passo. O segundo passo consiste em fazer o bem a quem nos faz o mal.

O primeiro liberta-nos das consequências negativas do mal que abrigamos em nós pelo rancor, pela mágoa, pelo ressentimento. O segundo ilumina o coração e faz germinar a semente do amor incondicional.

“A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é a plenitude da Lei.” (Rm 13:10).

Cuidado com os falsos ensinamentos

Nos capítulos 14 e 15, Paulo faz uma reflexão sobre a alimentação, que era um traço distintivo do povo judeu e um dos preceitos da lei. Isto acarretava conflitos nas comunidades cristãs formadas por judeus e gentios, pois os judeus queriam impor aos gentios a observância dessa lei. Vejamos as suas considerações a respeito do assunto:

“Eu sei e estou convencido no Senhor Jesus que nada é impuro em si. (...) o Reino de Deus não consiste em comida e bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo. (...) não destruas a obra de Deus por uma questão de comida”. (Rm 14:14, 17 e 20).

Faz então um apelo, a exemplo de todas as outras epístolas, em relação aos que ensinavam uma falsa doutrina. “Rogo-vos, entretanto, irmãos, que estejais alerta contra os provocadores de dissensões e escândalos contrários aos ensinamentos que recebestes. Evitai-os”. (Rm 16:17).

Epílogo

Paulo reafirma sua condição de apostolo dos gentios, fala de seu projeto de ir a Roma e a Espanha e saúda a todos. Paulo irá a Roma, com certeza, mas como prisioneiro por amor ao Cristo.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Comente: “A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é a plenitude da Lei”.


Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

17ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

2ª Epístola Aos Coríntios

CONTEXTO HISTÓRICO

Quando escreveu a 1ª carta aos Coríntios de Éfeso, Paulo pretendia voltar a Corinto e depois visitar a Macedônia. Neste meio tempo, enviou Timóteo para visitá-los (1º Cor 16:10-11; At 19:22). Timóteo descobriu que a igreja sofria forte influência de pessoas que se opunham a Paulo, semeando confusão entre eles.

Parece então ter ocorrido um incidente em que Paulo ou um de seus representantes foi ofendido por um membro da igreja. Paulo decide não fazer uma visita “na tristeza” e envia seu colaborador Tito, com uma “Carta escrita entre lágrimas”, contendo censuras e advertências. Essa carta também foi perdida, embora alguns estudiosos a identifiquem com os capítulos 10, 11, 12, 13 da 2ª carta aos Coríntios.

Após encontrar Tito na Macedônia e receber a noticia dos efeitos benéficos que a carta “escrita entre lágrimas” havia produzido no coração da maioria dos coríntios, Paulo escreve, então, a epístola que conhecemos como sendo a 2ª, antecedendo a sua ida a Corinto.

Esta carta é escrita da Macedônia, por volta de 58 d.C., e contém a apologia mais contundente de sua autoridade apostólica. Paulo expressa todos os seus sentimentos em relação a eles: a indignação, a tristeza, o amor, a ternura, o devotamento.

CONTEÚDO

Introdução da carta

Paulo inicia destacando a Misericórdia de Deus: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação” (2 Cor 1:3).

A Misericórdia de Deus está sempre presente, e a fé nesta Misericórdia mostra-se sobremaneira quando o momento é de tribulação, propiciando consolação. Refere-se então aos sofrimentos que atravessou em Éfeso, tão intensos que ele havia perdido a esperança de sobreviver. Só em Deus, ele podia guardar qualquer esperança e a Providência Divina libertou-o da morte.

A mudança de planos

Paulo explica porque modificou seus planos de viagem: “... foi para vos poupar que eu não voltei a Corinto. Não tencionamos dominar a vossa fé, mas colaboramos para que tenhais alegria...” (2 Cor 1:23).

Refere-se ao episódio no qual ele havia sido ofendido, convidando os coríntios a perdoarem tal como ele perdoara.

Quanto à carta, levada por Tito, não foi escrita para lhes causar tristeza, mas “... para que conheçais o amor transbordante que tenho para convosco”. (2 Cor 2:4).

Ofensas não perdoadas, bem o sabemos, propiciam o assédio dos Espíritos inferiores, cujo intuito é promover a desunião, a animosidade e a discórdia.

Paulo afirma a sua condição missionária

“Graças sejam dadas a Deus, que por Cristo nos carrega sempre em seu triunfo e, por nós, expande em toda parte o perfume de seu conhecimento.” (2 Cor 2:14).

Paulo não era como muitos que falsificavam a palavra de Deus. E declara que os coríntios eram testemunhas de que ele era um enviado de Deus. Precisaria ele de uma Carta de recomendação?

“Nossa carta sois vós, carta escrita em vossos corações, reconhecida e lida por todos os homens. Evidentemente, sóis uma Carta de Cristo, entregue ao nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações.” (2 Cor 3:2-3).

Que bela declaração! Sim, pois ele havia sido o portador da Boa Nova aos coríntios. As sementes que ele plantara nos corações dos coríntios germinaram, dando flores de amor e caridade, que atestavam a excelência das sementes (que provém de Deus) e os cuidados do semeador em plantá-las, tal qual as recebeu de Jesus.

Paulo era o exemplo Vivo do Bem, constituído semeador por Jesus, e por esta investidura haveria de aceitar todos os sacrifícios e sofrimentos inerentes à tarefa de semear a luz num mundo onde as sombras dominavam. Colocava-se na condição de instrumento, pois não atribuía a si mesmo a capacidade para desenvolver a sua tarefa: “Mas é de Deus que vem a nossa capacidade.” (2 Cor 3:3).

Tudo provém de Deus: a força, a esperança, a coragem, a fé, o amor.

A nova aliança

Paulo fora constituído instrumento de uma aliança nova. A antiga era passageira. A nova é para sempre e foi instituída entre Deus e os homens, através de Jesus. Os judeus convertidos ao Cristianismo, mas que prosseguiam de visão obscurecida arraigados ao Antigo Testamento, eram prisioneiros da letra: “... a letra mata, mas o Espírito comunica a vida.” (2 Cor 3:6).

O apego à letra conduz a falsas interpretações, ao passo que a interpretação racional, com uso do bom senso, traduz a essência espiritual da mensagem.

Aqueles que tinham a visão obscurecida colocavam-se contra Paulo, ensinando segundo uma interpretação que acomodava e justificava velhas crenças, concepções, como se fossem essenciais à salvação das criaturas.

“Não proclamamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, Senhor.” (2 Cor 4:5).

“Trazemos, porém, este tesouro em vasos de argila, para que este incomparável poder seja de Deus e não de nós. Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados.” (2 Cor 4:7- 9).

Poderiam os adversários impor-lhe múltiplos sofrimentos e dificuldades, mas não poderiam aniquilar a coragem, o ideal de servir, a fé e o amor a Jesus.

“Por isso não nos deixamos abater. Pelo contrário, embora em nós o homem exterior vá caminhando para a sua ruína, o homem interior se renova dia a dia.” (2 Cor 4:16).

Quando encarnados, dia após dia, o corpo material vai se desgastando. Contudo, a cada dia renovam-se as oportunidades de modificar sentimentos, valores, pensamentos, atitudes. O que nos está reservado para além da morte? A vida espiritual, que será tanto mais plena, quanto mais valores espirituais tivermos conquistado.

“Pois nossas tribulações momentâneas são leves em relação ao peso eterno de glória que elas nos preparam até o excesso.” (2 Cor 4:17).

A edificação do homem novo

“Se alguém está em Cristo, é nova criatura.” (2 Cor 5:17).

“... reconciliai-vos com Deus.” (2 Cor 5:20).

“... não recebais à graça de Deus em vão.” (2 Cor 6:1).

Se aceitarmos os ensinamentos do Evangelho, devemos esforçarmo-nos para vivenciá-los, pois não é possível o exercício da caridade se não lutarmos contra a indiferença ante a dor dos semelhantes, não é possível seguir Jesus com os pés chumbados ao solo do nosso egoísmo. “Que afinidade pode haver entre a justiça e a impiedade? Que comunhão pode haver entre a luz e as trevas? (2 Cor 6:14).

Assinala Emmanuel em “Caminho, Verdade e Vida”, lição 7: “É contrassenso valer-se do nome de Jesus para tentar a continuação de antigos erros”. Reconciliarmo-nos com Deus implica em viver em harmonia com as suas Leis. Que o nosso conhecimento não seja infrutífero, pois muito será pedido a quem muito foi dado.

Paulo recomenda-nos a não adiarmos a tarefa de nossa renovação “Eis agora o tempo favorável por excelência. Eis agora o dia da salvação.” (2 Cor 6:2).

Sem dúvida, o caminho é longo, mas é preciso dar o primeiro passo. Hoje é a oportunidade, o presente de Deus. Amanhã, a oportunidade de hoje, não aproveitada, é passado. Hoje é tempo de semear. Amanha é tempo de colher.

A coleta em favor da Casa do Caminho

No capitulo 8, Paulo faz um apelo à participação dos coríntios, em favor de Jerusalém. Destacamos as seguintes considerações:

“Quando existe a boa vontade, somos bem aceitos com os recursos que temos; pouco importa o que não temos. Não desejamos que o alívio dos outros seja para vós causa de aflição, mas que haja igualdade. No presente momento, o que para vós sobeja suprirá a carência deles, afim de que o supérfluo deles venha um dia a suprir a vossa carência.” (2 Cor 8:12-14).

Que sábias considerações sobre a generosidade - a faculdade de dar a quem necessita! Para ser generoso não é necessário ter haveres em abundancia. A generosidade é o ato de dar com boa vontade, de acordo com os recursos que se tem.

Hoje, aquele que tem mais, pode auxiliar aquele que tem menos, de forma que ambos possam ter o necessário. O que importa não é se dispomos de muito ou pouco para dar, mas como nos dispomos a dar o que temos.

Paulo fala de sua condição de Apóstolo (a apologia de Paulo)

Nos capítulos 10, 11, 12, 13, Paulo faz apologia de si mesmo, agindo, como ele mesmo diz, como insensato, para rebater as críticas que os seus opositores em Corinto faziam-lhe, reafirmando sua condição de apóstolo. Seus opositores diziam que ele era severo e enérgico por cartas, mas era fraco e sua linguagem desprezível quando estava presente. Contestavam sua autoridade apostólica, sua condição, o seu saber, a sua pregação.

“Todavia, julgo não ser inferior em coisa alguma, a esses “eminentes apóstolos”. Ainda que eu seja imperito no falar não o sou no saber.” (2 Cor 11:5-6).

“São ministros de Cristo? Também eu. Como insensato, digo: muito mais eu.” (2 Cor 11:23).

E Paulo passa a falar dos inúmeros sofrimentos que vivera por amor ao Cristo: prisões, açoites, vigílias, fadigas, fome, perigos de toda sorte, apedrejamento, perseguições...

“É preciso gloriar-se? Por certo, não convém. Todavia mencionarei as visões e revelações do Senhor.” (2 Cor 12: 1).

Paulo afirma que foi arrebatado ao “3º céu” e ouviu palavras inefáveis. Em “Paulo e Estevão”, cap. III, 2ª parte, Emmanuel narra que Paulo, após o encontro doloroso que tivera com o pai em Tarso, orou pedindo a Jesus que o socorresse. Sentiu-se transportado a uma região de indizível beleza, quando vê Estevão e Abigail indo ao seu encontro. Era o socorro que Jesus lhe enviava. Abigail traça um programa para o desempenho de sua missão no mundo, que consistia em: amar, trabalhar, perdoar, esperar.

Em nota de rodapé, Emmanuel afirma: “Dessa gloriosa experiência, o Apóstolo dos gentios extraiu novas conclusões sobre suas ideias notáveis, referentemente ao corpo espiritual”.

Paulo termina o 12º capítulo reafirmando que falou como insensato, constrangido a declarar sua condição, ainda que convicto de que nada significava. Pois o verdadeiro título que o cristão deve aspirar é o de servo de Jesus.

Exortação final

“Examinai-vos a vós mesmos e vede se estais na fé provai-vos”. (2 Cor 13:5)

Esta exortação é endereçada a todos os cristãos, pois é preciso efetuar um rigoroso exame de nossos atos, sentimentos e pensamentos para verificarmos se estamos vivendo de acordo com os princípios que abraçamos, qual o papel que a fé desempenha em nossas vidas e se somos meros ouvintes ou se já praticamos o Evangelho.

QUESTÃO REFLEXIVA

Comente: “Assim é que, se alguém está em Cristo, nova criatura é”.

Bibliografia

A Bíblia de Jerusalém.
Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed FEESP.
Miranda ,Hermínio – Cristianismo: a mensagem esquecida.
Xavier, Francisco C /Emmanuel - Paulo e Estevão.
Xavier, Francisco C /Emmanuel - Fonte Viva.
Xavier, Francisco C /Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida.


Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

17ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Epístolas Paulinas

1ª Epístola Aos Coríntios

A IGREJA DE CORINTO

Notícias da Espiritualidade

De acordo com a narrativa de Emmanuel, em “Paulo e Estevão”, cap. VII, 2ª parte, Paulo encontrava-se em Atenas, profundamente abatido em função da aridez intelectual que encontrara nos atenienses ante a exposição do Evangelho. Timóteo foi ao seu encontro, carregado de boas notícias, e lhe falou sobre o desenvolvimento da Doutrina Crista em Corinto, bem como da presença de Áquila e Prisca.

Paulo, então, partiu com Timóteo, imediatamente, não só porque Corinto falava-lhe ao coração pelas recordações de Jeziel e Abigail, como porque queria abraçar o casal de amigos, que lhe eram tão queridos.

Paulo permaneceu por quase dois anos em Corinto e fundou a sua amada igreja, com o auxilio de muitos cristãos. A comunidade floresceu, produzindo os mais belos frutos de espiritualidade.

Informações sobre a epístola

A relação de Paulo com esta igreja era a de um pai para com seus filhos. Este amor e dedicação a sua igreja ficaram refletidas em cada exortação, em cada linha de suas epístolas.

Esta primeira epístola foi escrita em Éfeso, no período de 54 a 57 d.C., dirigida a judeus, gregos, escravos e homens livres.

Paulo recebe um grupo vindo de Corinto, entre os quais estavam os familiares de Cloé, e de Apolo, que lhe trazem informações sobre a igreja além de solicitações de esclarecimentos e orientações as várias questões.

O contexto cultural em Corinto ajuda-nos a entender o teor da carta. Corinto era um centro abastado de comércio e viagens marítimas. Tomou-se a 3ª cidade do Império, depois de Roma e Alexandria. Era um lugar de mistura pluralista de culturas, filosofias, estilos de vida e religiões.

Nesta carta, é interessante observar; Paulo faz alusão a uma carta anterior a esta (1 Cor 5:9) de data incerta. Esta carta, contudo, perdeu-se.

Objetivos da 1ª Carta aos Coríntios

Em geral, os estudiosos dividem a Carta em três partes:

- 1ª parte fala das divisões e dos escândalos;

- 2ª parte aborda soluções para problemas diversos;

- 3ª parte aborda o tema da ressurreição dos mortos.

A carta foi escrita em função dos seguintes objetivos:

- Advertir a comunidade sobre condutas e conflitos;

- Esclarecer pontos da Carta anterior;

- Responder questões a cerca de: casamento, celibato, consumo de alimentos sacrificados aos ídolos, comportamento nas reuniões evangélicas;

- Abordar alguns temas fundamentais do Cristianismo: a “ressurreição” e o modo da “ressurreição”, a comunicação com os Espíritos e o amor como o Divino Mandamento.

CONTEUDO

1ª parte - Paulo os exorta a reflexão e à mudança de atitude

“Eu vos exorto, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo: guardai a concórdia uns com os outros, de sorte que não haja divisões entre vós; sede estreitamente unidos no mesmo espírito e no mesmo modo de pensar.” (1 Cor 1:10).

Paulo aborda a questão da existência de conflitos na igreja, que se encontrava dividida em partidos que se diziam aliados a Apolo, a Pedro, a ele ou ao Cristo. Cada um pretendia ser superior aos demais.

Paulo destaca que isto era fruto de um orgulho e de uma vaidade Injustificáveis, pois ele, Apolo e Pedro eram todos apenas servos de Jesus, assim como todos os membros da comunidade deveriam ser considerados.

Paulo opõe a sabedoria do mundo à sabedoria de Deus. Ao criarem divisões na comunidade, eles estavam agindo consoante os valores do mundo. Ele, Apolo e Pedro eram servidores, cada qual agindo conforme suas potencialidades: um planta, o outro rega, mas é “Deus quem faz crescer”.

A obra de cada um revelara de fato quem é de Deus: “Por conseguinte, ninguém procure nos homens motivo de orgulho...” (1 Cor 3:21).

Diante da soberba de parte dos coríntios, Paulo, esclarece quão diferente é a realidade vivida pelo servo de Cristo, contrapondo a sorte dele, na qualidade de apóstolo, a situação dos coríntios: “Julgo que Deus nos expôs, a nós, apóstolos, em último lugar; como condenados à morte: fomos dados em espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens. Somos loucos por causa de Cristo, vós, porém sois prudentes em Cristo; somos fracos, vós, porém, sois fortes; vós sois bem considerados, nós, porém, somos desprezados. Até o momento presente ainda sofremos fome, sede e nudez; somos maltratados, não temos morada certa e fatigamo-nos trabalhando com nossas mãos. Somos amaldiçoados e bendizemos; somos perseguidos, e suportamos; somos caluniados, e consolamos. Até o presente somos considerados como o lixo do mundo, a escória do universo. (1 Cor 4:9-13).

O apóstolo, na condição de educador de almas, torna-se um exemplo de abnegação para refletir em si mesmo a grandeza das Leis de Deus, num mundo onde a imperfeição moral o expõe a tantos sofrimentos.

Os capítulos 5 e 6 contém advertências e censuras a alguns membros da igreja, sobre certas atitudes como o litígio entre irmãos e a promiscuidade.

Sobre o litígio, Paulo indaga: “Por que não vos deixais antes, defraudar? Entretanto, ao contrário, sois vós que cometeis injustiça e defraudais - e isto contra vossos irmãos!” (1 Cor 6:7-8).

No tocante a prostituição, interroga: “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que está em vós e que recebestes de Deus?’(1 Cor 6;19).

Como templo do Espírito, o corpo possibilita ao Ser atuar no mundo. Entretanto, o corpo, como instrumento, é governado pelo Espírito.

Logo, todas as paixões, os excessos, os vícios, os desejos procedem do Espírito, revelando a predominância da matéria sobre ele.

Lucidamente, Paulo afirma: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma.” (1 Cor 6:12).

É necessário adquirirmos discernimento para realizarmos as nossas escolhas, de forma a nos propiciar maior equilíbrio e paz. Se nos deixamos envolver pelas sugestões de ordem inferior, se não opomos resistência aos desejos de ordem material, tomamo-nos escravos do mal, ou seja, ficamos compromissados com as consequências de nossas escolhas.

Somos livres na semeadura, mas a colheita é obrigatória. Toda ação gera consequências equivalentes. Assim, quando sugestões inferiores alcançam-nos, vale à pena, em favor de nós mesmos, perguntar: Isto me convém?

2ª Parte - Orientações e respostas as questões levantadas pelos coríntios

Do 7° capitulo ao 11°, Paulo responde as perguntas da comunidade, que versam sobre:

• Casamento - deve ser pautado pelo respeito mútuo;

• Celibato - é uma condição que permite ao cristão dedicar-se com mais amplitude as tarefas na Seara de Jesus, mas Paulo recomenda, fortemente, que aquele que sente anseio da comunhão afetiva, que se case;

• Separação - recomenda a reconciliação. Caso a reconciliação não seja possível, que não tomem a se casar. Esta orientação, observemos, está de acordo com o que Jesus disse acerca do divórcio. (Mt 19:1-9).

• Alimentação - é permitido alimentar-se das carnes que foram sacrificadas aos ídolos? Paulo afirma: “Não é um alimento que nos fará comparecer para julgamento diante de Deus: se deixamos de carne; nada perdemos; e, se comemos, nada lucramos.” (1 Cor 8:8). No entanto, adverte que nem todos são esclarecidos. Perante os frágeis, não capazes ainda de compreender o acima exposto, há que lhes respeitar a fragilidade, abstendo-se de fazer algo que possa induzi-los a vacilar na fé.

• A conduta nas reuniões evangélicas - os primeiros cristãos realizavam, após o estudo do Evangelho, uma ceia em comum, em memória de Jesus. Paulo repreende-os pela forma como eles estavam comportando-se na “Ceia do Senhor”, pois cada um se apressava a comer a própria ceia. Como a igreja era composta de pessoas simples e de pessoas mais abastadas, havia quem ficasse embriagado e havia quem passasse fome.

O que significava realizar a ceia em nome do Senhor? Honrar lhe os ensinamentos. No caso, comer o pão e beber o vinho, em nome de Jesus, era uma conclamação a compartilhar, a não fazer distinção entre os pobres e os ricos.

3ª Parte - Os temas fundamentais do Cristianismo

Do 12° capitulo ao 15°, Paulo aborda alguns dos temas fundamentais do Cristianismo, quais sejam: a imortalidade da alma, o corpo da ressurreição (o corpo espiritual), a comunicação com os Espíritos, o amor e a caridade.

O intercâmbio mediúnico era amplamente vivenciado nas igrejas primitivas. Desde o fenômeno ocorrido com os apóstolos, no Pentecostes, Jesus determinara que as vozes do Alto fizessem-se ouvir mais amplamente na Terra, a fim de que a obra de evangelização do mundo, a ser realizada pelos colaboradores encarnados, recebesse a luz da inspiração, do esclarecimento, do consolo, das advertências dos Mensageiros Espirituais.

O capitulo 12 inicia-se com uma advertência contra os falsos profetas da erraticidade, destacando o imperativo do discernimento ante as manifestações dos Espíritos, dizendo:

“Por isso, eu vos declaro que ninguém, falando com o Espírito de Deus, diz: “Anátema seja Jesus”, e ninguém pode dizer: “Jesus é o Senhor”, a não ser no Espírito Santo”. (I Cor 12:3).

Após enfatizar a necessidade de análise e discernimento do conteúdo das comunicações dos Espíritos, Paulo passa a discorrer sobre as diferentes faculdades mediúnicas. Há várias formas de expressar a manifestação dos Espíritos, mas qual deve ser o objetivo das manifestações?

“Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. A um, o Espírito dá a mensagem de sabedoria, a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé, a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas, a outro ainda, o dom de as interpretar.” (1 Cor 12:7-10).

Há diversidade, porém, não existe nenhuma faculdade superior às outras. Esta colocação de Paulo decorre do fato de haver na igreja de Corinto uma discussão e uma certa inquietação, no sentido de saber qual era o dom mais importante. Então, Paulo utiliza a imagem do corpo, como metáfora, para apoiar a sua argumentação. O corpo é constituído de vários membros, que executam funções diferentes, porém, estão todos interligados, formam um todo, em que um membro não pode prescindir da colaboração dos outros:

“Se o corpo fosse todo olho, onde estaria a audição? (...) Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo. não pode dizer o olho à mão: ‘Não preciso de ti’; nem tampouco pode a cabeça dizer aos pés: ‘Não preciso de vós’.” (1 Cor 12:17 e 21).

Ademais, Paulo assinala que todos são membros do corpo de Cristo, e, como tal, todos devem procurar cooperar uns com os outros, em harmonia, segundo as orientações do Mestre.

Cada um é chamado a atuar na Seara do Senhor, segundo aquilo que pode produzir. Nem todos têm as mesmas faculdades, nem todos são doutores. Mas, seja qual for o campo de trabalho que compete ao servidor de Jesus, que o exerça com amor.

As aspirações humanas no tocante a aquisição desta ou daquela faculdade são legitimas, no entanto, todos devem aspirar acima de tudo o desenvolvimento da potencialidade de amar e servir, sem o que qualquer faculdade de que a alma é portadora, manifesta-se de forma imperfeita e incompleta.

No capitulo 13, Paulo exorta os cristãos a colocar como aspiração máxima, o desenvolvimento do amor, que se expressa na caridade legitima, pois que o amor verdadeiro conduz o Homem a compaixão, e a compaixão conduz ao desejo de aliviar, socorrer, compreender, perdoar, servir, sem quaisquer interesses pessoais. O amor eleva o Homem a Deus.

“Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como bronze que soa ou como um címbalo que tine;
Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, nada seria.
Ainda que distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade isso nada me adiantaria;
A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará”. (1 Cor 13:1-8).

O que conduz o Homem a Deus? O que torna o Homem melhor? Não é a mediunidade, seja ela qual for, não é o conhecimento da ciência, não é exclusivamente a fé. É o Amor que direciona a ciência para o bem de todos, é o Amor que habilita o médium a ser instrumento do Bem, é o Amor que alimenta a fé para que esta produza frutos, é o Amor que conduz à abnegação, a compaixão que nutre a esperança ante o porvir. Tudo passará, menos o Amor, que é Lei de Deus e o fundamento de nossa evolução espiritual. Nosso conhecimento é limitado, nossas faculdades são incipientes, nossas potencialidades são ainda esperança.

Após reiterar seus esclarecimentos sobre a mediunidade, Paulo aborda a faculdade mediúnica da xenoglossia, que é a faculdade que permite que o médium fale em línguas estranhas a ele. Ela só é útil se puder ser traduzida por alguém, pois a palavra deve falar a inteligência e ao coração, para edificar a todos.

Enfatiza a importância do discernimento, da harmonia, da ordem, da disciplina nas reuniões, atribuindo ao medianeiro a responsabilidade de governar a sua faculdade mediúnica e impor controle e disciplina aos Espíritos comunicantes: “Os espíritos dos profetas estão submissos aos profetas. Pois Deus não é um Deus de desordem, mas de paz”. (1 Cor 14:32-33).

A imortalidade da alma e o corpo da ressurreição

É no capitulo 15, que Paulo declara, categoricamente, a realidade da “ressurreição”, pois que havia entre eles quem apregoasse que não havia ressurreição dos mortos. Explana aos coríntios sobre o “corpo da ressurreição”.

Aqui, convém lembrar que como diz Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capitulo IV item 4, os judeus: “designavam pela palavra ressurreição o que o Espiritismo chama, mais justamente, de reencarnação”.

Retomando a análise deste capítulo da epístola, vemos que, primeiramente, Paulo concita os irmãos a permanecerem firmes no Evangelho que ele havia anunciado.

Mas que Evangelho? Em suas pregações, Paulo partia da proclamação da imortalidade da alma, convicção que fora proporcionada pela experiência da estrada de Damasco, onde ele viu o Cristo em seu corpo glorioso, o que lhe permitira aceitar a veracidade dos testemunhos acerca das aparições de Jesus após a morte. E a partir destas aparições, que ele relembra aos coríntios, que a imortalidade da alma é o ponto central da fé e da pregação dos apóstolos.

Reafirma que tanto quanto Jesus “ressuscitou”, todos “ressuscitaremos”. A alma é imortal. Aconselha os coríntios a terem cautela com aqueles que utilizam o verbo para semear falsos ensinamentos, pois o verbo é força que exerce influência sobre as criaturas e o verbo desgovernado espalha destruição por onde se manifeste.

“Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? (1 Cor 15:35).

“... semeado corpo corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força, semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual.” (1 Cor 15:42-43).

Que interessante metáfora esta em que Paulo refere-se ao corpo material; sujeito a tantas vicissitudes e desgastes, como o corpo corruptível que, ao morrer, é semeado na terra, propiciando a partida do Espírito que ressurge com seu corpo espiritual.

Como pode a matéria que está submetida a morte (corruptibilidade) adquirir a propriedade da imortalidade (a incorruptibilidade) inerente ao Espírito? O Espírito é imortal. Submetido a Lei da Evolução, haverá um dia em que o Espírito estará liberto da Lei da reencarnação, porque terá adquirido a angelitude, para a qual Deus o criou.

Epílogo

Paulo orienta quanto à coleta realizada em favor da Casa do Caminho, fala de seus planos de ir a Corinto e lá permanecer por um tempo, “se o Senhor o permitir”; convida-os a vigiarem, a serem corajosos firmes na fé e caridosos; envia as saudações de todos os que estavam com ele em Éfeso e se despede dizendo:

“Com todos vós está o meu amor em Cristo Jesus”.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Comente: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém.”


Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

16ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Epístola De Paulo Aos Filipenses

INTRODUÇÃO

Em Filipos, situada na Macedônia, encontrava-se uma igreja muito amada por Paulo. Foi a primeira igreja fundada por ele na Europa, durante a 2ª viagem missionária. Desde então os laços mais puros e fraternos estabeleceram-se entre Paulo e esta comunidade.

Os corações que ali ele havia conquistado para Jesus testemunharam-lhe verdadeira afeição, enviando-lhe socorro quando ele estava em Tessalônica, e depois, em Corinto. E Paulo escreve justamente para agradecer os novos recursos que lhe foram enviados por Epafrodito.

Sabemos que Paulo estava preso quando escreveu esta carta, mas há duvidas se ele estava em Roma, em Éfeso ou em Cesaréia e, portanto, o ano também é incerto.

É a mais pessoal de todas as suas epístolas. Nela, Paulo discorre sobre a conduta que os cristãos devem ter neste mundo, como “luz a brilhar no meio das trevas”.

CONTEÚDO

Paulo inicia a carta, agradecendo a Deus pela fé frutífera que havia entre eles, pela solidariedade que eles manifestaram para com ele em suas prisões. Expressa o seu imenso afeto, dizendo: “Deus me é testemunha de que vos amo a todos com a ternura de Cristo Jesus.” (Fl 1:8), e coloca que em suas orações a Deus, ele pedia: “... que vosso amor cresça cada vez mais, em conhecimento e em sensibilidade, a fim de poderdes discernir o que é importante, para que sejais puros e irreprováveis no dia de Cristo...” (Fl 1:9-10).

Benefícios proporcionados pelo seu cativeiro, Paulo comenta que as suas prisões e a forma como ele as vivenciava redundaram em beneficio do Evangelho, pois muitos se fortaleceram na fé e passaram a divulgar a Boa Nova com mais coragem. Embora entre estes houvesse quem pregasse Evangelho motivado por inveja, rivalidade, que importava, no entanto, era que o Cristo era anunciado e isto o alegrava sobremaneira.

Interessante notar que hoje, como ontem, nem todos os que falam no Evangelho fazem imbuídos do sincero propósito de levar esclarecimento e consolo aos outros. Muitos o fazem por interesses pessoais: orgulho, vaidade, competitividade, ambição, personalismo. No entanto, a mensagem é divulgada e pode produzir frutos nos corações alheios, ainda que não tenham produzido frutos naqueles que ministram os ensinamentos.

O devotamento incondicional de Paulo a Jesus

“Minha expectativa e esperança é de que em nada serei confundido, mas com toda a ousadia, agora como sempre, Cristo será engrandecido no meu corpo, pela vida ou pela morte. Pois para mim viver é Cristo e morrer é lucro. Mas, se viver na carne me dá ocasião de trabalho frutífero, não sei bem que escolher. Sinto-me num dilema: meu desejo é partir e ir estar com Cristo, pois isso me é muito melhor, mas o permanecer na carne é mais necessário por vossa causa.” (Fl 1:20-24).

De todas as formas, em quaisquer situações, Paulo haveria de engrandecer a Jesus. O “viver é Cristo”, aqui ou no mundo espiritual, é o vivenciar os ensinamentos do Mestre em todos os instantes. O “morrer é lucro”, pois ao partir deste mundo transitório, Paulo iria ao encontro do Mestre. Então se sente num dilema: partir ou permanecer no mundo? O desejo era partir, porém o ficar era mais necessário pela oportunidade de servir a todos. Eis a perfeita compreensão quanto ao aproveitamento das oportunidades que a vida na Terra proporciona-nos a cada dia.

A Terra é escola bendita que enseja múltiplas lições e possibilidades de servir. Feliz daquele que aproveita a benção de cada dia para produzir frutos de amor e paz, pois a colheita será farta!

A humildade de Jesus - modelo para os cristãos

“Tende em vós mesmo sentimento de Cristo Jesus: (...) Tornando-se semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um homem e abaixou-se, tornando-se obediente até a morte... Por isso Deus soberanamente o elevou e lhe conferiu o nome que está acima de todo nome...” (Fl 2:5-9).

Esta declaração resume o pensamento de Paulo sobre a condição de Jesus. Não obstante a sua condição de Espírito Puro, Jesus veio até nós e se fez servo de todos. Em tudo agia conforme a vontade de Deus; humilhou-se e se apagou para que o Homem se elevasse da “terra para o céu”.

Jesus é modelo. Em sua grandeza jamais fez distinção entre as pessoas, compartilhou conosco a condição de humanidade, amou-nos incondicionalmente. E, para nós, se porventura desejarmos ser superiores aos outros, lembremos a exortação de Jesus: “No Reino do Céu, o maior é aquele que se fizer menor de todos.” Da humildade brota a fraternidade, a união e a concórdia.

Eis o apelo de Paulo: “... pondo-vos acordes no mesmo sentimento, no mesmo amor numa só alma, num só pensamento, nada fazendo por competição e vanglória, mas com humildade, julgando cada um os outros superiores a si mesmo, nem cuidando cada um só do que é Seu, mas também do que é dos outros.” (Fl 2:2-4).

O convite à ação no bem com alegria

“Fazei tudo sem murmurações nem reclamações. ”(Fl 2: l4).

O que é murmurar? É falar, em voz baixa, consigo mesmo ou com alguém, em geral, tecendo comentários negativos, criticas, queixumes.

E o que é reclamar? Falar em alto e bom som contra tudo aquilo que nos desagrada ou nos contraria.

Ambos são verbos que expressam estados de alma negativos, pois implica que estamos realizando algo a contragosto. Ambos conduzem à maledicência, a rebeldia, a inquietação, e podem influenciar outros corações.

Muitas vezes, mesmo entre os tarefeiros, surgem murmúrios e reclamações. Ora, como procedermos assim quando estamos no desempenho de nossas tarefas perante Jesus? Não estaríamos sendo ingratos para com aquele que nos permite trabalhar em prol de nossa melhoria?

Jesus não impõe a ninguém a condição de servidor. Ele faz-nos um convite, deixando ao nosso livre-arbítrio a decisão de aceitarmos ou não. Caso digamos: “Sim, Jesus, eu irei”, que o façamos com alegria e amor, renovando a cada dia o nosso sim, para que o amor de servir presida-nos as ações.

Seríamos chamados para semear desanimo ou para semear otimismo, alegria e esperança?

Portanto: “Fazei tudo sem murmurações nem reclamações, para vos tornardes irreprováveis e puros, filhos de Deus, sem defeito, no meio de uma geração má e pervertida, no seio da qual brilhais como astros no mundo, mensageiros da Palavra de Vida.” (Fl 2:14-16).

Ser mensageiro da palavra da vida é irradiar a luz do amor, falando através dos exemplos do coração.

O caminho da redenção

No capitulo 3, a exemplo de outras cartas, Paulo faz advertências contra os falsos “circuncidados” e salienta a necessidade de se manter firme no esforço de caminhar na luz do Evangelho, em direção a Jesus. “Cuidado com os cães, cuidado com os maus operários, cuidado com os falsos circuncidados.” (Fl 3:2).

Paulo referia-se mais uma vez aos ‘judaizantes’, chamados por ele de maus operários, pois espalhavam perturbação e confusão entre os cristãos.

Em todos os tempos, encontramos os adversários do Bem. Ontem, Paulo lutava contra os ‘judaizantes’. Hoje, os maus obreiros continuam a agir em todas as religiões, constituindo-se em instrumentos das sombras: aqui é alguém que incita os outros a revolta, ali é aquele que tudo critica, mais além é aquele que desencoraja tarefas e tarefeiros, que espalha maledicência... São muitos, assim, que descuidam de si mesmos e através de suas ações revelam quão distantes encontram-se da prática do Evangelho.

Prosseguindo na defesa do Evangelho, Paulo esclarece que a verdadeira circuncisão é a do coração e não a da carne, pois é através do coração que o Homem presta culto a Deus e não através de preceitos exteriores. Aliás, diz ele, se fosse para confiar nas exterioridades, ele, pelos títulos conquistados, pela origem, pelo zelo que demonstrara com a Lei, teria muito mais motivos para se considerar justo pelas obras da lei. Mas tudo isto ele deixara para trás por amor a Jesus Cristo.

Qual era o objetivo de sua vida, qual o alvo para o qual ele marchava dia após dia?

Viver em Cristo, para Cristo, em direção ao Cristo!

“Não que eu já tenha alcançado ou que já seja perfeito, mas prossigo para ver se o alcanço, pois que também já fui alcançado por Cristo Jesus.” (Fl 3:12).

Desde o momento em que Jesus chamou-o, ele traçou um alvo, o de servi-lo: “Irmãos, não julgo que eu mesmo tenha alcançado, mas uma coisa digo: esquecendo-me do que fica para trás e avançando para que está diante, prossigo para o alvo...” (Fl 3:13-14).

Embora ele chorasse muitas Vezes ante as lembranças amargas que o assaltavam, ou se defrontasse com as consequências de seus feitos antes da estrada de Damasco, ele não ficou prisioneiro do passado, paralisado pelo remorso. Convicto do quanto lhe cabia construir na seara do Mestre, ele assumiu o compromisso de servir a causa do Bem, com toda a força de sua alma. Em cada dia, em cada minuto estava a postos para semear onde Jesus o convocasse. Não havia obstáculos. Não havia a ocasião certa, pois todo minuto era minuto de fazer o bem. O tempo chamado “hoje” era o tempo por excelência.

Que exemplo expressivo a ser seguido! Sim, porque todos nós temos um passado de sombras. Erros, equívocos fazem parte de nossa caminhada. Quando nos aproximamos de Jesus, compreendendo suas lições, olhamos o que fomos até então e sentimo-nos arrependidos de tantas coisas! O que fazer?

A resposta de Paulo é clara: valorizar o tempo da construção, o hoje, e caminhar na construção do futuro. Quanto ao passado, que possamos consultá-lo para que as experiências propiciem-nos discernimento no uso do livre arbítrio. Mas compreendamos, no presente, não só a oportunidade de darmos um passo em direção ao alvo, mas também de reparar o ontem.

Como assinala Emmanuel, na lição 50, em “Fonte Viva”: “Na estrada cristã, somos defrontados sempre por grande numero de irmãos, que se aquietaram à sombra da improdutividade, declarando-se acidentados por desastres espirituais”.

‘Esqueçamos todas as expressões inferiores do dia de ontem e avancemos para os dias iluminados que nos esperam’- eis a essência de seu aviso fraternal a comunidade de Filipos. Centralizemos nossas energias em Jesus e caminhemos para diante.

“Ninguém progride sem renovar-se”.

Conselhos e agradecimentos

“... ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honroso, virtuoso ou que de qualquer modo mereça louvor. O que aprendestes e herdastes, o que ouvistes e observastes em mim, isso praticai. Então o Deus da paz estará convosco”. (Fl 4:8-9).

Paulo termina a carta, agradecendo as dádivas enviadas pelos Filipenses para socorrê-lo em suas aflições.

Em relação aos bens materiais, Paulo faz afirmações que nos traçam um programa excelente para todos que aqui nos encontramos, na condição de usufrutuários dos bens da Terra, destacando a importância do equilíbrio: “... sei viver modestamente, e sei como haver-me na abundância; estou acostumado com toda e qualquer situação: viver saciado e passar fome; ter abundância e sofrer necessidade”. (Fl 4:12).

Assinala Emmanuel, no livro “Caminho, Verdade e Vida”, lição 29, que: “Raras pessoas se contentam com material recebido para a solução de suas necessidades, raríssimas pedem apenas o Pão de cada dia, como símbolo das aquisições indispensáveis. Geralmente, permanece absorvido pelos interesses perecíveis, insaciado, inquieto, sob o tormento angustioso da desmedida ambição”.

De fato, se os recursos são escassos para a solução de suas necessidades, o Homem, em geral, revolta-se contra Deus. Se os recursos são abundantes, em geral, o Homem caminha distraído quanto às finalidades da vida. No entanto, a penúria e a abundancia são condições passageiras que oferecem excelente material educativo com vistas à aquisição de valores imperecíveis.

Quando o pensamento de Paulo expressar a nossa própria convicção, a fé que depositarmos em Jesus tornar-se-á mais importante que a nossa fragilidade. Identificaremos a nossa fraqueza, mas avançaremos porque confiaremos em Jesus.

“Tudo posso naquele que me fortalece.” (Fl 4:13).

QUESTÃO REFLEXIVA:

Comentar: “nada faças por contenda ou por vanglória, mas por humildade”.

Bibliografia
- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Xavier, Francisco C.\Emmanuel - Paulo e Estevão.
- Xavier, Francisco C.\Emmanuel - Caminho, Verdade e Vida.
- Xavier, Francisco C.\Emmanuel - Fonte Viva.
- Xavier, Francisco C.\Emmanuel - Pão Nosso.


Fonte da imagem: Internet Google.