CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

8ª AULA PARTE B - CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

Parentesco Corporal e Espiritual

“Os laços de sangue não estabelecem necessariamente os laços espirituais”. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porque este existia antes da formação do corpo. O pai não gera o Espírito do filho: fornece-lhe apenas o envoltório corporal. Mas, deve ajudar seu desenvolvimento intelectual e moral, para o fazer progredir.

“Os espíritos que se encarnam numa mesma família, sobretudo como parentes próximos, são os mais frequentemente Espíritos simpáticos, ligados por relações anteriores, que se traduzem pela afeição durante a vida terrena”. 

Mas, pode ainda acontecer que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns para os outros, separados por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem também por seu antagonismo na terra, a fim de lhes servir de prova.

Os verdadeiros laços de família não são, portanto, os da consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos, que unem os Espíritos, antes, durante e após a encarnação.

Donde se segue que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem, pois, atrair-se procurar-se, tornarem-se amigos, enquanto dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, como vemos todos os dias.

Problema moral, que só o Espiritismo podia resolver, pela pluralidade das existências.

Há, portanto, duas espécies de famílias: as famílias por laços espirituais e as famílias por laços corporais. 

As primeiras duradouras fortificam-se pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das diversas migrações da alma. 

As segundas, frágeis como a própria matéria, extinguem-se com o tempo, e quase sempre se dissolvem moralmente desde a vida atual. 

Foi o que Jesus quis fazer compreender, dizendo aos discípulos; “Eis minha mãe e meus irmãos”, ou seja, a minha família pelos laços espirituais, pois “quem quer que faça a vontade de meu Pai, que está nos céus, é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

A hostilidade de seus irmãos está claramente expressa no relato de São Marcos, desde que, segundo este, eles se propunham a apoderar-se d’Ele, sob o pretexto de que perdera o juízo.

Avisado de que haviam chegado, e conhecendo o sentimento deles a seu respeito, era natural que dissesse, referindo-se aos discípulos, em sentido espiritual: “Eis os meus verdadeiros irmãos”. Sua mãe os acompanhava, e Jesus generalizou o ensinamento, o que absolutamente não implica que ele pretendesse que sua mãe segundo o sangue nada lhe fosse segundo o Espírito, só merecendo a sua indiferença. “Sua conduta, em outras circunstâncias, provou suficientemente o contrário”. (E.S.E., cap. XIV, item 8).

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo

QUESTIONÁRIO:

1 - Quais são os verdadeiros laços de família?

2 - Quais são as duas espécies de famílias existentes?

3 - O que Jesus quis dizer com a expressão "eis minha mãe e meus irmãos"?
 

terça-feira, 22 de junho de 2021

8ª AULA PARTE A - CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

CASAMENTO, DIVÓRCIO

Casamento: Conceito:

O casamento é uma instituição divina, inserida na Lei de Reprodução e fundada na união conjugal, para que se opere a renovação e a espiritualização dos seres. Ele implica no “regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua”, como bem define Emmanuel.

Segundo Kardec, “o casamento é um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas porque estabelece a solidariedade fraterna e se encontra entre todos os povos, embora nas mais diversas condições”.

A despeito da chamada “crise do casamento” moderna, abolir o casamento, de fato, significaria um retorno à infância da Humanidade, colocando o homem abaixo de alguns animais que lhe dão o exemplo das uniões constantes. A união livre e fortuita dos sexos, realmente, reflete o estado de natureza, colocando o homem na condição de barbárie.

As leis

A união pelo casamento reflete as Leis Divinas, leis imutáveis e perfeitas, que estabelecem a perpetuação da espécie pela reprodução e evolução dos seres. Aí predomina a Lei do Amor, exclusivamente de caráter moral, que paira acima das condições eminentemente físicas do casamento.

Em relação à lei civil (lei humana que traz em si o caráter da falibilidade), “não há em todo o mundo, e mesmo na cristandade, dois países em que elas sejam absolutamente iguais, e não há mesmo um só em que elas não tenham sofrido modificações através dos tempos”. 

“Resulta desse fato que, perante a lei civil, o que é legítimo num país e em certa época, torna-se adultério noutro país e noutro tempo”.

Todavia, Deus quis que as criaturas se unissem não apenas pelos laços carnais, mas também pelos da alma, “a fim de que a mútua afeição dos esposos se estenda aos filhos, e para que sejam dois, em vez de um, a amá-los, tratá-los e fazê-los progredir”. “Imperioso, porém”, diz Emmanuel, “que a ligação se baseie na responsabilidade recíproca, de vez que na comunhão sexual um ser humano se entrega a outro ser humano e, por isso mesmo, não deve haver qualquer desconsideração entre si”.

Formas e aspectos do casamento: 

Os casamentos podem ser classificados em função dos interesses de cada criatura e muitas vezes até de interesses de ordem familiar, por força das fortunas envolvidas; das afinidades, sejam elas de natureza espiritual, intelectual ou meramente cultural; dos resgates e oportunidades de evolução, casamentos estes precedidos de cuidadosa programação para que seja bem sucedida a união, seja em relação aos cônjuges, seja em relação aos filhos, seja em relação à parentela.

Entre os aspectos fundamentais do casamento, há que se considerar: 

a) a família, em que cada individualidade deverá exercitar com esmero a paternidade e a maternidade; 

b) o namoro, quando surge aquele “suave encantamento”, a que se refere Emmanuel, em que tudo se tolera;

c) o ambiente doméstico, escola viva da alma, onde as criaturas se matriculam para o aprendizado em comum, para os reajustes e o crescimento; 

d) a energia sexual, que se apresenta como recurso da lei de atração, para unir os Espíritos em torno da oportunidade de autodescobrimento e de reajuste; 

e) o compromisso cármico, que nos mostra a necessidade do reencontro para o acerto perante a lei de causa e efeito, devido às nossas responsabilidades esposadas em comum.

Por tudo isso, observa-se que os cultos religiosos não são senão exterioridades, elementos transitórios da equação da vida em comum, compreensíveis em épocas mais recuadas, porém sem nenhuma utilidade prática no contexto da vida eterna.

Na Doutrina Espírita não se realizam casamentos, da mesma forma que não se ministram batismos ou quaisquer sacramentos, pois no Espiritismo não há ritual de nenhuma espécie. 

O verdadeiro batismo é o de fogo e do espírito, como ensinava Jesus. 

O verdadeiro casamento é aquele que se procura compreender sob a ótica das leis naturais ou divinas, em sua essência, liberto dos convencionalismos humanos, propriamente ditos, sabidamente transitórios.

Divórcio:

Quando Kardec perguntou aos Espíritos acerca da indissolubilidade absoluta do casamento, estes lhe responderam que “é uma lei humana, muito contrária à lei natural”. (L.E., 697). 

Numa outra questão, complementando esse entendimento, sentenciaram: “em primeiro lugar, as vossas leis são erradas, pois acreditais que Deus vos obriga a viver com aquele que vos desagradam?” (L.E.940).

Jesus também não condenava objetivamente o divórcio, mas enfatizava que muitas coisas ocorriam devidas à dureza dos nossos corações. Embora não sendo contrário à lei de Deus, o divórcio interrompe o processo de harmonização entre as criaturas, transferindo o compromisso e a solução dos problemas comuns para as existências posteriores. Trata-se de uma dolorosa cirurgia psíquica, somente admissível em casos extremos, quando ele se constituir no mal menor.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos
Xavier, F.C. - Vida e Sexo

QUESTIONÁRIO:

1 - O que é o casamento, na visão espírita?

2 - Cite dois aspectos fundamentais do casamento?

3 - Como entender o divórcio?

quinta-feira, 17 de junho de 2021

7ª. AULA PARTE B - CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

O Evangelho no Lar

Lar, a nossa primeira escola, quando o Espírito tem a oportunidade de vestir a roupagem da inocência e da candura, passando pela fase do aquecimento e chega às mãos dos pais, na graça e na ternura de uma criança.

A terra está preparada; depende da nossa boa vontade semear o bem.

O Lar é o coração do organismo social (Espírito: Sheila).

Organizemos nosso agrupamento doméstico à Luz do Evangelho.

Diz Jesus: “A paz do mundo começa entre quatro paredes”.

Seremos lá fora, no grande campo de experiência pública, aquilo que aprendemos no Lar.

Portanto, os pais não podem falhar para com seus filhos, do contrário, eles falharão com a sociedade, com o próximo e com eles mesmos; serão como a casa edificada na areia movediça: vindo os rios do progresso, os ventos da renovação, haverá grande ruína.

Devemos conservar entre nossos familiares a chama da esperança, estudando em casa a Revelação Divina, a Boa Nova de Jesus, praticando a fraternidade e crescendo em sabedoria, pedindo a Deus o desenvolvimento da humanidade e amor em nossos corações.

Disse Jesus: “Onde estiverem duas ou mais criaturas reunidas em meu nome, eu entre elas estarei.” (Mateus, l8:20).

Conscientes da grande responsabilidade, devemos assumir a postura de Espíritos imortais, criados com amor e para o amor; vamos convidar nossos familiares para o estudo da Boa Nova, marcando dia e hora apropriados para todos.

O dia passa a ser especial; o horário é nobre, pois vamos receber a visita de Jesus, através de seus mensageiros.

Nós sabemos: o Evangelho é Luz e quando chega em nossa casa, as trevas batem em retirada.

Preparação para o Evangelho no Lar: Chegou o dia; desde a manhã, pensamentos elevados, conversação edificante e trabalho normal.

Aproximando-se a hora do Evangelho, colocar música clássica ou música à luz da oração (é opcional); a água para ser fluidificada, também; porém, se houver alguém doente, pode-se colocar um copo com água em nome dessa pessoa, lembrando-se: “Eu sou o Médico das almas e vim para os doentes”. (Jesus)

Se o telefone tocar, atenderemos cordialmente e diremos que estamos fazendo o Evangelho e, após este, tornaremos a ligar.

Se a campainha, a mesma coisa: iremos à porta e faremos o convite para entrar e explicaremos com rápidas palavras sobre a reunião, permitindo à visita assistir ao nosso Culto Cristão no Lar.

Na hora das vibrações, envolver os visitantes em muita paz, saúde, agradecer-lhes a presença.

ROTEIRO PARA REALIZAÇÃO

1-Início da Reunião. 

Iniciar com uma prece simples e espontânea, recepcionando carinhosamente o Mentor Espiritual e todos os irmãos dos dois planos que ali se fazem presentes. Buscamos o silêncio íntimo, assim podendo sentir a presença de Jesus, e pedimos:

Senhor, dá-nos tua inspiração na leitura evangélica de hoje; sustenta-nos com o teu amor através de teus mensageiros, para que possamos assimilar os ensinamentos e colocá-los em prática em nosso dia a dia.

2-Leitura do Evangelho. 

Fazer leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo, começando da
“Introdução”, lendo um pequeno trecho em cada reunião, com voz audível, calmamente, para que todos possam entender; a leitura deve ser metódica e sequente, dando o caráter de aula.

É a escola de Jesus em nosso lar, onde os alunos carentes somos nós, a matéria a ser estudada é o Evangelho e o Mestre é Jesus.

3-Comentários sobre o texto lido. 

Os comentários são breves, feitos por todos, e cada um expõe o que entendeu da leitura; se tivermos dificuldade, leiamos de novo e, então, comenta-se cada parágrafo. Certamente, os Mentores Espirituais estarão nos ajudando, a compreender a lição, a fim de a assimilarmos com facilidade. 

É exatamente nesta hora que recebemos a aula e passamos o ensinamento evangélico; não é comunicação mediúnica, mas sim as bênçãos do Alto chegando até nós pela inspiração divina de Amigos abnegados, que trazem amorosamente as orientações necessárias, não só da leitura, como também sobre os problemas atuais que podem e devem ser comentados à luz do Evangelho, em especial as questões familiares.

4-Vibrações. 

Este é o momento de muita importância da reunião. Lembremos das palavras de Jesus: “Vós sois Luz (...) podeis fazer o que eu faço e muito mais”. Jesus estava se referindo à potencialidade do Espírito, ao poder da mente quando canalizada para o bem, quando passamos para a condição de doadores. É um exercício de doação com o seu mecanismo na horizontal, usando nossa energia acionada pela vontade. Todos nós temos algo de bom a dar em favor do próximo, em benefício da humanidade. 
Deve-se destacar um membro da reunião para dirigir estas vibrações, com tonalidade de voz moderada, e os demais acompanharão com o pensamento, procurando doar paz, amor, saúde, e equilíbrio. O valor da vibração está no impulso mental que é dado, na vontade firme e sincera de querer ajudar, na dedicação e amor aos semelhantes, acreditando no poder da fé, na fé racionada. Pensando, criamos através do pensamento d’Aquele que nos criou (Deus).

5-Prece de encerramento. 

No final, proferir a prece também simples e espontânea de agradecimento ao Senhor da vida e ao Plano Espiritual, que deram sustentação a nós neste “Evangelho no Lar”.

A Reunião tem duração de vinte a trinta minutos.

A Conversação no Lar, após o Evangelho, deve ser edificante, iluminada pelo amor e pela prática de compreensão mútua, sem o que o objetivo da reunião não será alcançado. Procurar permanecer nesta calma e vivenciar na medida do possível as lições aprendidas durante a reunião.

A prática das orientações recebidas é imprescindível; a nossa fala comportamento, olhar, pensar e agir, tudo deve ser guarnecido de vibrações radiantes do Evangelho, para que nossos irmãos nos possam ver como verdadeiro Evangelho Vivo. Sim, porque a fé sem obras é morta.

BIBLIOGRAFIA:

Compri, Maria Tonietti - Experiências à Luz do Evangelho no Lar.

QUESTIONÁRIO

1 - Qual a finalidade do "Evangelho no Lar"?

2 - Quais os itens que compõem o roteiro do "Evangelho no Lar"?

3 - Na sua opinião, qual a maior motivação para a prática de "Evangelho no Lar"?
 

terça-feira, 15 de junho de 2021

7ª. AULA PARTE A - CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

JESUS NO LAR

A lição de Jesus, a respeito do Culto Cristão no lar, foi transmitida por Néio Lúcio, da seguinte forma:

Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversa que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade.

- Simão, que faz o pescador, quando se dirige ao mercado com os frutos de cada dia?

O apóstolo pensou por alguns momentos e respondeu-lhe hesitante:

- Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra os resíduos de pesca.

- E o oleiro? Que faz para atender à tarefa que se propõe?

- Certamente Senhor, redarguiu o pescador intrigado, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.

O amigo celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:

- E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende?

O interlocutor, muito simples informou sem vacilar:

- Lavrará a madeira, usará a enxó e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta.

Calou-se Jesus por alguns instantes, a aduziu:

- Assim, também, é o lar diante do mundo. 

O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. 

A casa do homem é a legitima exportadora de caracteres para a vida comum.

Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe?

A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. 

Se não aprendermos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? 

Se não nos habituarmos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?

Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:

- Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procurem a assistência fraterna, uma claridade nova.
 
A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebe o Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento?

O pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do Céu.
 
Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. 

Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e dos animais.

Simão Pedro fitou no mestre os olhos humildes e lúcidos e como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou tímido:

- Mestre seja feito como desejas.

Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão no lar.

BIBLIOGRAFIA:

Xavier, F.C. - Jesus no Lar (Pelo Espírito Néio Lúcio)

QUESTIONÁRIO:

1 - Quais as palavras de Jesus para caracterizar o lar, segundo a narrativa de Néio Lúcio?

2 - Como e onde Jesus instituiu o primeiro culto (cultivo) do Evangelho no Lar?

3 - Na sua opinião, qual a importância desta lição?
 

quinta-feira, 10 de junho de 2021

6ª. AULA PARTE B - CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Esse livro de doutrina terá considerável influência, pois que explana questões capitais, e não só o mundo religioso encontrará nele as máximas que lhe são necessárias, como também a vida prática das nações haurirá dele instruções excelentes. Fizeste bem enfrentando as questões de alta moral prática, do ponto de vista interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos.

A dúvida tem que ser destruída; a terra e suas populações civilizadas estão prontas; já de há muito os teus amigos de além-túmulo as arrotearam; lança, pois, a semente que te confiamos, porque é tempo de que a terra gravite na ordem irradiante das esferas e que saia, afinal da penumbra e dos nevoeiros intelectuais.

Estas reflexões, em comunicação do Espírito que orientava Kardec, respondem à sua pergunta: ”Que pensas da nova obra que trabalho neste momento?”. (Obras Póstumas, 2ª parte, 9 de agosto de 1863).

Surge O Evangelho Segundo o Espiritismo e, em sua “Introdução” são explicitados os objetivos e plano de elaboração.

Podemos dividir as matérias contidas nos Evangelhos em cinco partes:

1) Os atos comuns da vida do Cristo;

2) Os milagres;

3) As profecias;

4) As palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja;

5) O ensino moral.

Se as quatro primeiras partes têm sido objeto de discussões, a última permanece inatacável.

Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É o terreno em que todos os cultos podem encontrar-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por mais diferentes que sejam as suas crenças. Porque nunca foi objeto de disputas religiosas, sempre e por toda a parte provocada pelos dogmas.

E prossegue: Reunimos nesta obra os trechos que podem constituir, propriamente falando, um código de moral universal, sem distinção de cultos. Nas citações conservamos tudo o que era de utilidade ao desenvolvimento do pensamento, suprimindo apenas as coisas estranhas ao assunto.

As máximas foram agrupadas e distribuídas metodicamente segundo a sua natureza, de maneira a que umas se deduzissem das outras, tanto quanto possível.

O Evangelho Segundo o Espiritismo constitui-se de um prefácio, vinte e sete capítulos e uma coletânea de prece. Tem sete conexões com o Antigo Testamento e cento e trinta e quatro com o Novo Testamento.

Segundo a natureza dos assuntos, os três primeiros se encadeiam: “Não vim destruir a lei”; “Meu reino não é deste mundo”; “Há muitas moradas na casa de meu Pai”.

Deduzem-se dos outros, tanto quanto possível. Esta obra é disposta numa ordem lógica, aborda aspectos filosóficos e científicos e trata dos ensinamentos de Jesus, em seu aspecto moral.

Perpetuando-se ao longo dos séculos, citamos os ensinamentos:
- O Espiritismo é a Ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material.

- Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. (Cap. XVII, item 4).

- Fé inabalável é só a que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade. (Cap. XIX, item 7).

- Fora da caridade não há salvação. (Cap. XV, item 10). 

Edgard Armond, em seu livro O Redentor, escreve no Prólogo: “O Espiritismo arrancou o Evangelho das sombras místicas das concepções dogmáticas e o apresentou ao povo, indistintamente, aberto e refulgente, expressivo e edificante, como a força que mais poderosamente realiza transformações morais, no mais íntimo das almas, e impulsiona os homens para as luzes da redenção”.

BIBLIOGRAFIA:

Armond, Edgard - O Redentor
Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo
Kardec, Allan - Obras Póstumas.

QUESTIONÁRIO:

1 - O que é O Evangelho Segundo o Espiritismo?

2 - Por que Kardec priorizou os ensinamentos morais de Jesus neste livro?

3 - Na sua opinião, qual a importância de O Evangelho Segundo o Espiritismo?
 

terça-feira, 1 de junho de 2021

6ª. AULA PARTE A - CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

A PARÁBOLA DO SEMEADOR

Introdução – Conceito de Parábola:

Há dois mil anos, Jesus esteve conosco, trazendo lições para as multidões que o seguiam.

Falou a seus discípulos, em certa ocasião: “Muitas das coisas que vos digo ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não compreenderíeis, por isso é que vos falo por parábolas. Mais tarde, porém, enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito da Verdade, que
restabelecerá todas as coisas e vo-los explicará todas”. (Jô, 14 e 16).

Que é uma Parábola? – É uma narração alegórica na qual o conjunto de elementos evoca, por comparação, outras realidades de ordem superior. Pode ser considerada uma narração alegórica que encerra doutrina moral. Sendo que, alegoria é a exposição de um pensamento sob a forma figurada.

A Doutrina espírita vem trazer novos ensinamentos necessários ao nosso melhor entendimento sobre as lições em forma de parábolas, que Jesus nos trouxe.

Jesus, sobre muitos os pontos se limitou a lançar o gérmen de verdades que ele mesmo declarou não poderem ser então compreendidas. 

Falou de tudo, mas em termos mais ou menos claros, de maneira que, para entender o sentido oculto de certas palavras, era preciso
que novas ideias e novos conhecimentos viessem dar-nos a chave. 

Essas ideias não poderiam surgir antes de um certo grau de amadurecimento do espírito humano. A Ciência devia contribuir poderosamente para o aparecimento e desenvolvimento dessas ideias. Era preciso, pois, dar tempo à Ciência para progredir. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. I, item 4).

 “Naquele dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à borda do mar”. 
E vieram para ele muitas gentes, de tal sorte que, entrando em uma barca, se assentou; e toda a gente estava em pé na ribeira.
E lhes falou muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis aí que saiu o que semeia a semear. 
E quando semeava, uma parte das sementes caiu junto da estrada, e vieram as aves do céu, e comeram-na. Outra, porém, caiu em pedregulho, onde não tinha muita terra, e logo nasceu porque não tinha altura da terra. Mas saindo o sol a queimou, e porque não tinha raiz, se secou. 
Outra igualmente caiu sobre os espinhos, e cresceram os espinhos, e estes a sufocaram. 
Outra enfim caiu em boa terra, e dava fruto, havendo grãos que rendiam a cento por um, outros a sessenta, outros a trinta. O que tem ouvidos de ouvir, ouça. (Mateus, 13:1-9).
 
“Ouvi, pois, vós outros, a parábola do semeador”. Todo aquele que ouve apalavra do Reino e não a entende, vem o mau e arrebata o que se semeou no seu coração; este é o que recebeu a semente junto da estrada. 
E o recebeu a semente no pedregulho, é o que ouve a palavra, e a recebe com alegria, mas como não tem raiz em si mesmo, chegando as angústias e perseguições, ofende-se. 
E o que foi semeado entre espinhos, este é o ouve a palavra, porém os cuidados deste mundo e o engano das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutuosa. 
E o que recebeu a semente em boa terra, este é o que ouve a palavra e a entende, e dá fruto; e assim um dá cento, e outro sessenta, e outro trinta por um” (Mateus, 13:18-23).

A parábola da semente representa perfeitamente as diversas maneiras pelas quais podemos aproveitar os ensinamentos do Evangelho. 

Quantas pessoas há, na verdade, para as quais eles não passam de letra morta, que, à semelhança das sementes caídas nas pedras, não produzem nenhum fruto!

Outra aplicação, não menos justa, é a que se pode fazer às diferentes categorias de espíritas.

Não nos oferece o símbolo dos que se apegam apenas aos fenômenos materiais, não tirando dos mesmos nenhuma consequência, pois que neles só veem um objeto de curiosidade? 

Dos que só procuram o brilho das comunicações espíritas, interessando-se apenas enquanto satisfazem-lhes a imaginação, mas que após ouvi-las, continuam frios e indiferentes como antes. 

Que acham muito bons os conselhos e os admiram, mas para aplicá-los aos outros e não a si mesmos. 

Desses, finalmente, para os quais essas instruções são como as sementes que caíram na boa terra e produzem frutos. (O Evangelho Segundo o Espiritismo).

BIBLIOGRAFIA: Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo. 

QUESTIONÁRIO

1 - O que é uma parábola?

2 - Por que Jesus muitas vezes falou por parábolas?

3 - Como se pode comparar as sementes da parábola às diferentes categorias de espíritas?