CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

6ª AULA PARTE A - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

ORIGEM E NATUREZA DOS ESPÍRITOS

ORIGEM: Da mesma forma que o corpo é a individualização do princípio material, o Espírito é a individualização do princípio inteligente; e é por isso que Allan Kardec emprega a palavra Espírito para designar as individualidades extracorpóreas e não mais espírito - o elemento inteligente do Universo.

Os Espíritos são criados todos iguais, simples e ignorantes, com as mesmas possibilidades de evolução, porque sendo Deus Justo e Misericordioso jamais poderia criar seus filhos em desigualdade de condições. Tiveram, pois, princípio, uma vez que foram criados, não podendo, assim, ter existido como Deus, de toda a eternidade. Mas como e quando foram criados não há como saber. Importa sim saber que sendo Deus eterno, tem criado sempre: o trabalho da criação não cessa nunca.

Assim, há Espíritos em infinitos graus evolutivos na sua longa jornada espiritual: - desde os mais simples, ora passando pelos estágios inferiores da escala evolutiva dos seres viventes, ora adentrando o nível dos seres conscientes e responsáveis, ora atingindo níveis espirituais mais elevados para, finalmente, atingir o objetivo pelo qual foram criados: a perfectibilidade.

NATUREZA: Os Espíritos são definidos na Codificação como sendo "os seres inteligentes da criação que povoam o Universo, fora do mundo material" (LE, perg. 76), entendendo-se por Espíritos os seres extracorpóreos que se encontram no plano espiritual adequado ao seu estado evolutivo. São obras de Deus, assim como um quadro é obra do pintor que o executou.

"Quando o homem faz uma coisa bela e útil chamamos a sua filha, sua criação" (LE, perg. 77); consequentemente, os homens também são filhos de Deus, pois são a Sua criação.

Falta ao homem termos de comparação para definir a natureza dos Espíritos. Não se pode dizer que são imateriais. O mais certo será dizer que são incorpóreos (LE, perg. 82). Portanto, o homem é incapaz de compreender a essência dos seres espirituais e somente por um grande esforço pode defini-los. Uma vez criado, o Espírito tem diante de si a eternidade. 

Este fato contraria a corrente materialista, segundo a qual o corpo e a alma desaparecem com a morte e isto porque lhe é difícil conceber como uma coisa que teve começo não tenha fim.

QUESTIONÁRIO:

A - ORIGEM E NATUREZA DOS ESPIRÍTOS

1 - Qual a diferença entre Espírito e espírito?

2 - Os Espíritos são criados todos iguais: simples e ignorantes. Explique.

3 - Qual a natureza dos Espíritos?

Fonte da imagem: Internet Google.
 

terça-feira, 26 de abril de 2022

5ª AULA PARTE C - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

CONDIÇÕES E EFICÁCIA DA PRECE

"O que quer que seja que pedirdes na prece, crede que obtereis, e vos será concedido" (Marcos, cap. XI, v. 24).

A prece é uma invocação; é o mais elevado veículo de ligação através do qual o homem coloca-se em relação mental com a espiritualidade. 

É uma projeção do pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente fluídica cuja intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto reside o seu poder e o seu alcance, pois nesta relação fluídica o homem atrai para si ajuda dos Espíritos Superiores a lhe inspirar bons pensamentos.

CONDIÇÕES DA PRECE: Jesus Cristo fez entender claramente que, quando alguém ora, não é preciso colocar-se em evidência. A prece deve ser feita em segredo, no recôndito da consciência e em profunda meditação. Não é necessário que ela seja proferida repetidamente.

Preces prolongadas ou repetidas e mesmo proferidas em idioma estranho, tornam-se fastidiosas e, muitas vezes, delas não participam o pensamento e o coração. Assim, a condição da prece está no pensamento reto, podendo-se orar em qualquer lugar, a qualquer hora, a sós ou em conjunto, desde que haja o recolhimento íntimo necessário para se estabelecer a sintonia harmoniosa no ato sublime de louvar, agradecer e rogar a Deus o auxílio necessário. Por isto a importância do sentimento amoroso, humilde, piedoso, livre de qualquer ressentimento ou mágoa, pois só assim o homem irá absorver a força moral necessária para vencer as dificuldades com seus próprios méritos.

EFICÁCIA DA PRECE: Existem aqueles que contestam a eficácia da prece, alegando que pelo fato de Deus conhecer as necessidades humanas, torna-se dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo regido por leis sábias e eternas, as súplicas jamais poderão alterar os desígnios do Criador. No entanto, o ensinamento de Jesus vem esclarecer que a justiça divina não é inflexível ao ponto de não atender os que lhe fazem súplicas. Ocorre que existem determinadas leis naturais e imutáveis que não se alteram segundo os caprichos de cada um.
Porém, isso não deve levar à crença de que tudo esteja submetido à fatalidade. O homem desfruta do livre-arbítrio para compor a trajetória de sua encarnação, pois Deus não lhe concedeu a inteligência e o entendimento para que não os utilizasse.

Existem acontecimentos na vida atual aos quais o homem não pode furtar-se; são consequências de falhas e deslizes cometidos em vidas passadas que necessitam de reajustes; é a aplicação da Lei de Causa e Efeito e isto explica porque alguns alegam que pedem benefícios a Deus, mas que nunca são concedidos, o que parece, a princípio, contrariar o ensinamento de Jesus: "Aquilo que pedirdes pela prece vos será dado" (Marcos, cap. XI, v. 24). Muitas coisas que na vida presente parecem úteis e essenciais para a felicidade do homem, poderão ser-lhe prejudiciais e esta é a razão por que elas não lhe são concedidas.

Contudo, o egoísmo e o imediatismo não permitem que ele perceba com exatidão a eficácia da prece. Porém, seus efeitos ocorrem segundo os desígnios divinos, a curto prazo na medida em que consola, alivia os sofrimentos, reanima e encoraja; a médio e longo prazo porque pelo pensamento edificante dá-se a aproximação das forças do bem a restaurar as energias de quem ora.

Àquele que pede, Deus está sempre pronto a conceder-lhe a coragem, a paciência, a resignação para enfrentar as dificuldades e os dissabores inerentes à natureza humana, com ideias que lhes são sugeridas pelos Espíritos benfeitores, deixando-lhe, contudo o mérito da ação, e isto porque não se deve ficar ocioso à espera de um milagre, pois a Providência Divina sempre ampara os que se ajudam a si mesmos: "Ajuda-te e o céu te ajudará" (ESE, cap. XXVII, item 7).

Jesus ensinou que um fariseu e um publicano foram ao templo para orar. O primeiro era tido como um homem virtuoso, respeitável sob todos os aspectos, embora ocultasse costumes dissolutos. O segundo era considerado homem corrupto e eivado de maus pendores. O fariseu, tomado de orgulho e olhando para o Alto, orava: "Ó Deus, graças te dou, porque não sou igual aos demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem como este publicano. Jejuo duas vezes na semana e dou o dizimo de tudo o que possuo" (Lucas, cap. XVIII, v. 9 a 14). 

O publicano por sua vez, sem ousar levantar os olhos, assim orava: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador!" Afirmou então o Mestre que este último saiu do Templo justificado, porque Deus ouviu a sua prece, ao contrário do fariseu, pois "quem se humilha será exaltado e quem se exalta será humilhado" (Lucas, cap. XVIII, v. 9 a 14).

Assim, deve-se notar o fato de o publicano ter pronunciado reduzido número de palavras e, no entanto, sua prece foi acolhida, porque nela havia humildade e devotamento, ao contrário do fariseu, cujo coração estava repleto de maldade, de egoísmo e de orgulho. Portanto, a eficácia da prece está na dependência da renovação íntima do homem, em que deve prevalecer a linguagem do amor, do perdão e da humildade para que ele possa assim, de coração liberto de sentimentos negativos, agradecer a Deus a dádiva da vida.

BIBLIOGRAFIA: ESE - Cap. XVII - itens 1 a 8.

QUESTIONÁRIO:

C - CONDIÇÕES E EFICÁCIA DA PRECE

1 - O que é a prece?

2 - Quais as condições da prece eficaz?

3 - O que nos ensina a passagem evangélica do fariseu e do publicano, em relação à prece?

Fonte da imagem: Internet Google.
 

terça-feira, 19 de abril de 2022

5ª AULA PARTE B - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

INSTINTO E INTELIGÊNCIA

Ao classificar os seres, segundo o grau de evolução, podemos fazer a seguinte distinção:

1 - os seres inanimados, formados somente de matéria, sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos;

2 - os seres animados não-pensantes, formados de matéria e dotados de vitalidade, mas desprovidos de inteligência;

3 - os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade, e tendo ainda um princípio inteligente que os leva a pensar (LE, perg. 71).

INSTINTO: No primeiro caso, os corpos brutos não possuem nenhuma manifestação de vitalidade ou de inteligência. 

Caracterizam-se pela inércia. No segundo, os seres vivos, embora não considerados seres inteligentes, já manifestaram um início de inteligência ainda rudimentar, que seria o instinto. Pode-se afirmar, com efeito, que o instinto é uma inteligência não racional; é por ele que todos os seres provêm às suas necessidades (LE, perg. 73).

É difícil assinalar onde acaba um e começa o outro, porque eles frequentemente se confundem; mas podemos muito bem distinguir os atos que pertencem ao instinto dos que pertencem à inteligência (LE, perg. 74). 

O instinto compreende um conjunto de atos involuntários e inconscientes. Todo ato maquinal é instintivo, enquanto inteligência revela-se por atos voluntários, refletidos e premeditados, segundo as circunstâncias. Já os atos instintivos não são refletidos nem premeditados. Quando o homem anda, o faz instintivamente sem refletir nos seus próprios passos, mas desvia ao precisar transpor um obstáculo quando precisa diminuir ou acelerar seu passo, etc... O impulso involuntário do movimento é o ato instintivo, enquanto que a direção calculada do movimento vem a ser o ato inteligente.

O instinto predomina no ser humano com exclusividade no início de sua vida; é a própria expressão infantil que faz dar os primeiros passos em direção à sua maturidade. A tendência é as manifestações instintivas enfraquecerem-se pela predominância da inteligência, mas ele estará sempre presente. O instinto varia em suas manifestações segundo as espécies e suas necessidades. Nos seres dotados de consciência e de percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, o que quer dizer, à vontade e à liberdade (LE, perg. 75a).

INTELIGÊNCIA: Não se pode tomar a inteligência como sendo um atributo do princípio vital, pois as plantas vivem e não pensam, não tendo mais do que vida orgânica (LE, perg. 71). 

É assim que existem seres animados não pensantes, e seres animados pensantes, sendo que esses últimos possuem de forma manifesta o princípio inteligente que lhes dá a faculdade de pensar.

A inteligência é uma faculdade especial, própria de certas classes de seres orgânicos, aos quais dá, com o pensamento, a vontade de agir, a consciência de sua existência e de sua individualidade, assim como os meios de estabelecer relações com o mundo exterior e de prover suas necessidades (LE, perg. 71). 

Efetivamente, somente os Espíritos enquanto individualizações podem ser considerados seres inteligentes na criação, pois podem conhecer e refletir sobre o mundo exterior em que vivem, e possuem, sobretudo, consciência de si mesmos, de sua existência e de sua individualidade. É assim que a Biologia denomina o homem como "sapiens sapiens", ou seja, o ser que sabe que sabe, que reflexiona a inteligência sobre si mesma. Com efeito, a consciência lhe confere o atributo da vontade e da liberdade, o que o difere especificamente dos outros seres naturais do mesmo gênero.

BIBLIOGRAFIA: LE - CAP. IV - ÍTEM III - PERG. 71 A 75ª

QUESTIONÁRIO:

B - INSTINTO E INTELIGÊNCIA

1 - Qual a classificação dos seres, segundo o seu grau de evolução?

2 - O instinto é uma inteligência rudimentar? Comente.

3 - Como definir a inteligência?

Fonte da imagem: Internet Google.
 

quinta-feira, 14 de abril de 2022

5ª AULA PARTE A - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

Princípio Vital

A) Seres Orgânicos e Inorgânicos - Princípio Vital

Todos os corpos, minerais, vegetais, animados ou inanimados, sólidos, líquidos ou gasosos, por mais infinita que seja a sua variedade, podem ser classificados em dois grandes grupos: seres inorgânicos e seres orgânicos.

Seres Inorgânicos: Seres inorgânicos são todos aqueles que não possuem vitalidade, nem movimentos próprios, sendo formados apenas pela agregação da matéria: os minerais, a água, o ar, etc... (LE - 1º. Cap. IV - item - intr.). 

A partir das transformações do Fluido Universal surgem os elementos materiais que, sob determinadas condições e circunstâncias, vão propiciar a formação dos corpos no mundo material. Eles compõem os elementos encontrados na Natureza e classificados pela Química na Tabela Periódica dos Elementos.

Os corpos inorgânicos são compostos por uma força de atração, subordinada qualitativa e quantitativamente a leis estabelecidas pela Química e pela Física, as quais governam a estabilidade da agregação de seus elementos.

Seres Orgânicos: Os seres orgânicos são os que trazem em si mesmos uma fonte de atividade íntima que lhes dá a vida: nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. São providos de órgãos especiais para a realização dos diferentes atos da vida e apropriados às necessidades da própria conservação. Compreendem os homens, os animais e as plantas. (LE - Livro 1º. - Cap. IV - item i - Intr.), cuja escala ascendente inicia-se nos micro-organismos, vírus, bactérias e gérmens.

Na sua formação não entra nenhum corpo ou elemento especial que não seja encontrado nos seres inorgânicos, e isto porque há uma cadeia evolutiva envolvendo a criação divina. Todos os elos dessa cadeia têm um ponto em comum com o elo precedente. A diferença primordial e essencial entre os seres inorgânicos e os orgânicos, é que nos seres orgânicos constata-se a presença do princípio vital que se une à matéria inorgânica, animalizando-a.

Princípio Vital: O princípio vital é a força motriz dos corpos orgânicos (LE, perg. 67a). É um dos elementos necessários à constituição do universo, mas tem a sua fonte nas modificações da matéria universal (LE, perg.64).

Tomando como exemplo a fórmula: CARBONO + HIDROGÊNIO + NITROGÊNIO, tem-se como resultado uma substância inorgânica qualquer. Mas se essa fórmula tiver condições adequadas para assimilar o princípio vital, haverá uma modificação na sua estrutura molecular resultando, ao invés de uma molécula mineral, o surgimento de uma célula orgânica.

O Princípio Vital é o mesmo para todos os seres orgânicos, porém, sensivelmente modificado segundo as espécies (LE, perg. 66). São sutis ajustes da mesma natureza dos que ocorrem no Fluido Universal, que se estendem também ao princípio vital, de modo a tipificar cada elemento ou cada célula dos seres orgânicos.

Para se ter uma ideia de como o Fluido Universal pode apresentar formas diferenciadas, basta compará-lo aos sons emitidos por um piano. Ao se dedilhar as teclas, todos os sons da escala não passam de vibrações emitidas pelas cordas. Contudo, eles se diferenciam sensivelmente uns dos outros, sem se confundirem. E mais: esses mesmos sons, emitidos por outro instrumento, podem até serem uníssonos, apresentando as mesmas frequências. Novamente, porém, mantém-se uma sutil assintonia, um timbre que permite identificar uma e outra fonte emissora. E ainda aqui, tais sons não se confundem continuam diferenciados.

A Vida e a Morte: A Vida: Qual a causa da animalização da matéria?

 - Sua união com o Princípio Vital (LE, perg. 62). Ao mesmo tempo que o princípio vital atua sobre a matéria e por ela se deixa viabilizar, a matéria, por sua vez, também assimila e reage sobre este; ambos repercutem magneticamente um sobre o outro, em igualdade de sintonia e intensidade. Vale dizer que, se de um lado ele impulsiona os órgãos deste corpo, ao mesmo tempo se desenvolve por força dessa ação.

A Morte: A causa da morte nos seres orgânicos é a exaustão dos órgãos (LE, perg. 68). Isto ocorre quando a relação biunívoca entre o princípio vital e a matéria se quebra, cessando a harmonia. A Química consegue fazer a análise (decomposição) e a síntese (recomposição) da grande maioria dos corpos inorgânicos e orgânicos. Contudo, ela jamais conseguiu nem conseguirá reconstruir um ser vivente, porque o princípio vital se esvai do ser orgânico fenecido. No organismo morto, seja vegetal, seja animal, está extinto o principio vital; a centelha divina criadora da vida, nele não mais existe.

É por isso que a Química não consegue reconstituir os elementos formativos dos corpos orgânicos porque, não existindo a causa, não lhe é possível reproduzir o efeito. Sobrevém então a morte e a matéria inerte se decompõe, retornando à suas origens, no aguardo de uma nova oportunidade para formar outros organismos.

BIBLIOGRAFIA: LE - CAP. IV - ÍTENS I E II - PERG. 60 A 70.

QUESTIONÁRIO:

A: SERES ORGÂNICOS E INORGÂNICOS - PRINCÍPIO VITAL

1 - Defina o que são seres inorgânicos e seres orgânicos?

2 - Qual o mecanismo de interação entre o princípio vital e a matéria?

3 - Qual é a causa da morte: a exaustão do corpo ou a partida do Espírito?
 

terça-feira, 12 de abril de 2022

4ª AULA PARTE C - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DO PAI

Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na Casa de meu Pai; se assim não fora, eu vo-lo teria dito (João 14:12).

Na obra de Deus reina a perfeição. Nela tudo é útil e harmonioso. O Universo infinito é algo sublimado e transcendental, que jamais poderá ser descrito pela linguagem humana. Já se eclipsou na voragem do tempo, a época em que se supunha ser a Terra o centro do Universo. A teoria geocêntrica foi suplantada pela heliocêntrica e, após Galileu, as teologias terrenas tiveram que rever seus dogmas e seus conceitos. Jesus Cristo definiu esses mundos como sendo outras tantas moradas para o Espírito em sua escalada evolutiva rumo à perfeição. A casa do Pai é o Universo todo, e as diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo aos Espíritos estações apropriadas ao cumprimento de um prolongado processo evolutivo.

Os diversos mundos possuem condições muito diferentes uns dos outros, no tocante ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes, pois nem todos desfrutam do mesmo grau de progresso. Existem mundos inferiores à Terra, tanto física como moralmente, outros estão no mesmo nível e outros lhe são mais, ou menos, superiores em todos os aspectos. Os Espíritos, ao longo do seu processo evolutivo, habitam as diferentes moradas da Casa do Pai, tendo como ponto inicial o estado de simplicidade e ignorância; caminham através de uma escala bastante prolongada, possuindo como meta a angelitude. Nos mundos que já atingiram um grau superior de evolução, as condições da vida moral são muito diferentes daquelas que se verificam na Terra.

O corpo nada tem da materialidade terrena e não está; por isso mesmo, sujeito às necessidades, às enfermidades e às deteriorações oriundas da prevalência da matéria. A menor densidade específica torna mais fácil a locomoção. A Doutrina Espírita propicia aos homens uma visão bem mais clara e ampla do Universo, fazendo com que eles descortinem novos horizontes, animando-os da certeza da imortalidade da alma e do futuro radiante e grandioso que os aguarda. Embora seja tarefa sumamente difícil fazer uma classificação absoluta dos mundos, os Espíritos estabeleceram uma escala com cinco categorias distintas:

1 - Mundo primitivo: onde se verificam as primeiras encarnações da alma humana.

2 - Mundo de expiação e prova: onde o mal predomina.

3 - Mundo de regeneração: onde as almas que ainda têm algo a expiar adquirem novas forças, repousando das fadigas da luta.

4 - Mundos felizes: onde o bem predomina sobre o mal.

5 - Mundos divinos ou celestes: onde moram os Espíritos purificados e o bem reina plenamente.

A Terra está situada na faixa dos mundos de expiações e de provas, nela ainda predominam o mal; entretanto, afirmam os Espíritos Benfeitores que, futuramente, ela ascenderá à categoria de mundo de regeneração. Espíritos que habitam os mundos mais adiantados podem reencarnar na Terra para o desempenho de determinadas missões. Os apóstolos de Jesus, sem sombra de dúvida, eram Espíritos de elevada hierarquia, que aqui vieram com a missão grandiosa de acompanhar o Mestre no seu sublime messiado. 

Espíritos elevados que eram, encarnaram num mundo denso, onde predominava a maldade; eles sentiram-se deslocados e por isso, Jesus lhes disse: - Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim, acrescentando logo a seguir: - Há muitas moradas na Casa de meu Pai, se assim não fosse eu vos teria dito (João, 14: 1-2)

Como que pressentindo que aqueles homens se sentiriam desprotegidos e desemparados após a sua partida para as regiões celestiais, o Mestre lhes acenou com a afirmativa de que -"Ele iria na frente para lhes preparar o lugar". Isso, naturalmente, para lhes mostrar que, dada a elevação de seus Espíritos, eles não eram deste mundo e a eles estavam reservadas moradas nas regiões mais sublimes. Este ensinamento de Jesus não era exclusivamente destinado aos apóstolos, mas extensível a todas as criaturas humanas.

Bibliografia: 

GE - Cap. VI = LE - Cap. III = ESE - Cap. III ítens 1 a 5; 8 a 19.

QUESTIONÁRIO:

C - HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DO PAI:

1 - A que Jesus se referia quando afirmou: "Há muitas moradas na casa de meu Pai"?

2 - Como a Doutrina Espírita classifica os mundos, quanto às suas categorias evolutivas?

3 - Em que estágio encontra-se nosso Planeta, e por que Espíritos mais adiantados aqui reencarnam?
 

quinta-feira, 7 de abril de 2022

4ª AULA PARTE B - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

PLURALIDADE DOS MUNDOS

Há na Terra homens que ainda imaginam que somente este pequenino planeta tem o privilégio de ser habitado por seres racionais. Muitos até pensam que os astros brilham no céu para alegrar seus olhos. Não se pode pôr em dúvida a sabedoria de Deus, que não concebe inutilidades e, certamente criou - e povoou com seres vivos - uma pluralidade de mundos com uma destinação bem mais séria do que a recreação dos homens.

Para se ter uma ideia da imensidão e infinitude do Universo, basta dizer que entre tantos bilhões de galáxias, a mais próxima da nossa, considerada irmã gêmea, a galáxia de Andrômeda, dista cerca de 2,2 milhões de anos-luz. Seria então absurdo supor-se que, entre tantos bilhões de galáxias, cada uma delas contendo bilhões de estrelas, em torno das quais hão de girar outros tantos planetas, somente a Terra gozasse o privilégio da vida.

O Livro dos Espíritos, questões 55 a 58, resume bem as características dos diversos mundos:

a) eles absolutamente não se assemelham; variam não só entre os diferentes tipos de corpos celestes, como também variam a sua constituição física. Entre os próprios planetas do Sistema Solar existem diferenças: uns são mais densos (Mercúrio, Vênus, Terra) e outros menos densos e até mesmo fluídicos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno);

b) não sendo uma só para todos a constituição física dos Mundos, segue-se terem organizações diferentes os seres que os habitam, apropriadas ao meio onde vivem, do mesmo modo que os peixes são feitos para viver na água e os pássaros, no ar.

c) os mundos mais distantes do Sol possuem fontes diferentes de luz e calor.

Os Espíritos afirmam e a razão endossa a ideia de que os diferentes mundos que circulam no espaço endossa a ideia de que os diferentes mundos que circulam no espaço são habitados, a exemplo do que ocorre na Terra. 

As condições de existência dos seres nos diferentes mundos devem ser apropriadas ao meio em que têm de viver. 

Se nunca tivéssemos visto peixes, não compreenderíamos como alguns seres pudessem viver na água. O mesmo acontece com outros mundos, que sem dúvida contém elementos para nós desconhecidos. Esses mundos podem conter em si mesmos as fontes de luz e calor necessários aos seus habitantes (LE, perg.58).

Bibliografia:

LE- Cap. III - perg. 55 a 58

QUESTIONÁRIO:

B - PLURALIDADE DOS MUNDOS:

1 - Só a Terra tem o privilégio de ser habitada por seres racionais? Fundamente.

2 - Quais as características dos diversos mundos? Resuma.

3 - Pode-se conceber a vida em outros planetas? Comente.
 

terça-feira, 5 de abril de 2022

4ª AULA PARTE A - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

CRIAÇÃO DOS MUNDOS E DOS SERES VIVOS

FORMAÇÃO DOS MUNDOS

Entende-se por Universo os astros e os mundos visíveis ou não, que se movem no espaço e tudo o que eles contêm: seres animados e inanimados, assim como os espaços e os fluidos que os cercam. 

Conceber-se que o Universo tenha sido obra do acaso, é o mesmo que aceitar o relógio sem o relojoeiro.

Obviamente o Universo não pode ter gerado a si mesmo. Se assim fosse, confundir-se-ia com o próprio Deus. Por outro lado, se existisse por toda a eternidade sem ter sido criado, não poderia ser obra de Deus e também confundir-se-ia com Ele. Não resta outra opção de bom senso, senão a de que o Universo é obra de Deus. 

Ninho gerador de toda massa incomensurável, o Fluido Universal era energia a princípio difusa, que após concentrar-se, foi-se fragmentando aos poucos em miríades de núcleos menores a agigantar-se e expandir-se em nuvens de partículas, que através dos milênios foram se transformando progressivamente em matéria, processo esse que se mantém até nossos dias a revelar a grandeza de Deus. A condensação dessa matéria espalhada no espaço infinito é que pontilhou-o de sóis, mundos, estrelas, astros, asteroides e cometas, com infinita variedade de massas, luminosidade e propriedades.

As forças de atração entre os corpos celestes mantém o equilíbrio de modo à posição de cada um deles permanecer estável em relação aos demais. Os cometas em suas órbitas aparentemente conflitantes com a clássica disciplina cósmica são um começo de condensação da matéria, mundos em via de formação. Cada corpo celeste tem a sua parte de influência, mas ela é restrita a certos aspectos físicos de equilíbrio de forças, como a Lua, por exemplo, que funciona como âncora da Terra. Mundos já completamente formados desaparecem, desintegram-se e sua matéria espalha-se novamente no espaço: Deus renova os mundos como renova os seres vivos (LE, perg. 41)

FORMAÇÃO DOS SERES VIVOS

No começo tudo era o caos; temperatura elevadíssima mantinha fundidos os elementos de sua constituição. As substâncias que hoje são líquidas eram gasosas enquanto que os sólidos eram líquidos. Só pouco a pouco tudo foi se acomodando até organizar-se o clima adequado ao aparecimento dos seres vivos.

Os gérmens responsáveis pela formação dos seres vivos estavam contidos na Terra em estado latente, aguardando o momento favorável para seu desenvolvimento. Os elementos orgânicos, antes da formação da Terra, estavam no espaço em estado fluídico, entre os Espíritos ou em outros planetas, aguardando a maturação do novo mundo para iniciarem uma nova existência em um novo mundo. Nos momentos propícios à eclosão, foram surgindo sucessivamente cada uma das espécies. Os seres de cada linhagem, por sua vez, foram se reunindo pela lei de afinidade e se multiplicaram.

Os homens já não se enquadram mais entre as espécies que se formaram espontaneamente como na sua origem, mas pode-se dizer que uma vez dispersos sobre a Terra, absorveram em si mesmos os elementos necessários à sua formação, para transmiti-los segundo as leis da reprodução. O mesmo aconteceu com as demais espécies de seres vivos ( LE, perg, 49)

Bibliografia:

LE- Cap.III - perg. 37 a 49

QUESTIONÁRIO:

A - FORMAÇÃO DOS MUNDOS E DOS SERES VIVOS:

1 - O que se pode entender por universo?

2 - Como se formam os mundos, segundo a Doutrina Espírita?

3 - Como surgiram os seres vivos na Terra?