CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

20ª AULA PARTE B - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

INFLUÊNCIA OCULTA DOS ESPÍRITOS SOBRE NOSSOS PENSAMENTOS E NOSSAS AÇÕES

A influência dos Espíritos sobre os pensamentos interferem nas decisões de muitas criaturas, tanto no sentido negativo como no positivo. A alma do encarnado é também um Espírito que pensa. 

Cumpre atentar para os pensamentos contraditórios que ocorrem sobre um mesmo assunto. Porém, grande é a dificuldade de diferenciar os pensamentos próprios dos que são sugeridos.

Os pensamentos próprios são, em geral, os que ocorrem no primeiro impulso (LE, perg. 461).

Se forem na direção do bem, ideias boas virão somar-se e fortalecê-los. Se ao contrário, forem na direção do mal, sugestões das sombras é que prevalecerão, avolumando-se lhes as consequências negativas; nisto consiste o "ORAI E VIGIAI" a que se referiu Jesus.

Periodicamente, Espíritos dotados de maior discernimento e inteligência encarnam com ideias próprias, trazendo descobertas científicas e mensagens evangélicas em benefício da humanidade. No entanto, quando eles não as encontram em si mesmos, apelam para a inspiração, o que em última análise é uma evocação que fazem sem o suspeitar (LE, perg.462).

Não é seguro afirmar que o primeiro impulso é sempre bom. Ele é bom ou mau, segundo a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom para aquele que ouve as boas inspirações (LE, perg.463). Já no caso de Espíritos cuja influência é repelida pela vontade do encarnado, renunciam às suas tentativas, pois que nada mais têm a fazer ali.

O recurso infalível para se neutralizar a influência dos maus Espíritos é fazer o bem, colocar toda confiança em Deus, guardar-se de ouvir sugestões que possam dar guarida a maus pensamentos, que insuflam a discórdia e que excitam as paixões. É preciso desconfiar sempre de todos aqueles que exaltem o orgulho, porque as forças do mal se prevalecem das fraquezas humanas para exercer o seu domínio.

Quando alguém se sente atribulado por um estado de angústia ou de ansiedade indefinível, ou mesmo de uma insatisfação interior sem causa conhecida, quer no estado de vigília, quer durante o sono, frequentemente essa situação é consequência de contatos involuntários ou mesmo inconscientes com Espíritos imperfeitos, devido as circunstâncias criadas pelo próprio indivíduo.

A recomendação, portanto, é de ser criar quotidianamente hábitos sadios para que eles inspirem permanentemente reações de paz, tranquilidade, ponderação, segurança e amor. Eis por que, em todas as circunstâncias, é imprescindível reconhecer o valor da prece e da conversação edificante, para se ter a influência de bons Espíritos.

QUESTIONÁRIO:

B - INFLUÊNCIA OCULTA DOS ESPÍRITOS SOBRE NOSSOS PENSAMENTOS E NOSSAS AÇÕES:

1 - Os Espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a experimentar a fé e a constância dos homens no Bem?

2 - Quais os recursos para se neutralizar a influência dos maus Espíritos?

3 - O que significa o "orai e vigiai"?

Fonte da imagem: Internet Google.
 

terça-feira, 25 de outubro de 2022

20ª AULA PARTE A - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

PENETRAÇÃO DO NOSSO PENSAMENTO PELOS ESPÍRITOS

Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo

Um pensador famoso já alertava que "uma falta jamais seria cometida, se o faltoso soubesse estar sendo observado pela pessoa que mais respeitasse". Ninguém melhor que o espírita consciente para conhecer esta profunda verdade, já que os Espíritos a tudo observam por estarem permanentemente em todo derredor. E não se trata de um só ou dois. São inúmeros os Espíritos que acompanham o quotidiano dos homens; uma quantidade que se assemelha à multidão das mais movimentadas ruas de uma cidade.

Qual acontece com o indivíduo quando percorre uma via pública, eles, os Espíritos, só se sentem atraídos por aquilo que lhes interessa. 

Quando o homem transita na multidão, tem sua atenção voltada somente para certos aspectos, como por exemplo, as instruções do guarda de trânsito, os vendedores ambulantes, um rosto preocupado, uma pessoa bem vestida, outra maltrapilha, os sinais do semáforo, os luminosos ou as vitrines.

O mesmo ocorre com os Espíritos: apesar das centenas que se agrupam, não vê cada um senão aquelas coisas a que dirige sua atenção, porque eles não se ocupam das que não lhes interessam (LE, perg. 456). 

Há, porém, uma diferença entre o homem na via pública, e os Espíritos no quotidiano: é que o homem, como encarnado, só observa o que está ao seu alcance da vista; não consegue penetrar no íntimo das criaturas; os Espíritos, entretanto, podem penetrar fundo nos pensamentos, por mais secretos que sejam.

Conhecem, muitas vezes, aquilo que o homem deseja ocultar a si mesmo. Nem atos, nem pensamentos podem ser dissimulados para eles (LE, perg. 457), não adianta tentar mentir ou dissimular fraquezas e intenções. A linguagem dos Espíritos é o pensamento: basta que se emita um pensamento para que ele alcance um Espírito afim ao pensamento emitido.

Os Espíritos levianos juntam-se às ilusões dos encarnados e preparam-lhes verdadeiras armadilhas; isso os leva a divertirem-se às custas dos menos avisados. Já Espíritos sérios, tais como os protetores e amigos, preocupam-se com a segurança dos que lhes são caros lamentam suas trapalhadas e o mau uso do livre-arbítrio, e por isso procuram sempre auxiliá-los.

QUESTIONÁRIO:

A - PENETRAÇÃO DO NOSSO PENSAMENTO PELOS ESPÍRITOS:

1 - Os Espíritos veem tudo o que fazemos?

2 - Qual a influência dos Espíritos levianos e dos Espíritos sérios sobre nossos pensamentos?

3 - Os Espíritos conhecem muitas vezes aquilo que o homem deseja ocultar a si mesmo? Comente.

Fonte da imagem: Internet Google.
 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

19ª AULA PARTE C - CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

OS INIMIGOS DESENCARNADOS

Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso (Lucas, 6:36). Em épocas imemoriais, ofereciam-se sacrifícios aos deuses a fim de apaziguá-los. Tais deuses, contudo, nada mais eram que Espíritos infelizes, ainda extremamente ligados a interesses materiais. Doutrinas mais evoluídas, posteriormente, deram-lhes outros nomes, porém, na essência, tudo continuou a mesma coisa. O bom senso que caracteriza o Espiritismo não aprova a existência de entidades voltadas inexoravelmente para o mal, porquanto isto seria a negação peremptória da infinita misericórdia de Deus.

Esses seres nada mais são do que as almas dos homens que por ainda não se terem despojado das tendências malévolas, persistem na prática do mal. Ao invés de sacrifícios materiais para apaziguar essas entidades, o que se deve fazer é renunciar à intransigência humana que teima em considerá-los irreversíveis gênios das sombras e, indulgentemente, aplicar-lhes a lei da caridade e do perdão, porque, só assim, pelo exemplo, é que os homens podem enternecer essas almas rebeldes com sucesso, predispondo-as à prática do bem e redirecionando-as à senda que leva à reforma íntima.

Com este procedimento, o preceito cristão "amai os vossos inimigos", passa a ter um sentido mais amplo, traduzido em efetivos sentimentos de solidariedade e de fraternidade, extrapolando o âmbito acanhado em que tem sido compreendido e aplicado o refrão evangélico segundo o qual "o amor cobre a multidão de pecados". A maldade não é um estado permanente do homem, mas ocorre devido a uma imperfeição passageira, que será corrigida em tempo oportuno, quando então o homem mau se transmudará no homem bom.

Como tudo o que existe no Universo foi criado por Deus, o mesmo acontece com esses Espíritos que alimentam tendências maléficas. Eles também são filhos de Deus, os quais estão desviados do caminho reto; mas não podem permanecer indefinidamente no estado de maldade, pois a lei da evolução, que se manifesta sob a forma de dor e expiação, levá-los-á infalivelmente à redenção espiritual, quando então serão transformados em criaturas propensas à prática do bem.

Pode-se, pois, ter inimigos entre os encarnados e entre os desencarnados; os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas obsessões e pelas subjugações, das quais tantas pessoas são alvo, e que são uma variedade das provas da vida; essas provas, como as outras, ajudam ao adiantamento e devem ser aceitas com resignação, e como consequência da natureza inferior do globo terrestre; se não houvesse homens maus na Terra, não haverá Espíritos maus ao redor dela. Se, pois, deve-se ter indulgência e benevolência para com os inimigos encarnados, devemos tê-los igualmente para com aqueles que estão desencarnados.

Não havendo perdão irrestrito, o Espírito daquele que é o inimigo do encarnado, ao passar para o mundo espiritual, continuará a ter sentimentos de rancor e de vingança, atuando sobre a vida do encarnado e mesmo causando-lhe sérias perturbações. Igualmente, no caso de o homem desencarnar sem que tenha havido reconciliação, ele continuará também a manter essa animosidade no plano espiritual.

Foi por este motivo que Jesus recomendou a reconciliação com o adversário, enquanto "estiver a caminho com ele", isto é, enquanto estiverem juntos encarnados, pois sem isso, muito mais problemática será a reconciliação futura, quando os desafetos estiverem em planos diferentes.

Nos textos evangélicos são encontrados múltiplos exemplos de vinganças espirituais, a se manifestarem sob a forma de obsessão, como no caso do possesso gadareno em Marcos 5:1-20, o do jovem lunático (Lucas 9:37-43), o da filha da mulher cananéia (Marcos, 7:24-30), do possesso de Cafarnaum (Lucas, 4:33-36) o assédio dos setes Espíritos endemoniados sobre Maria Madalena (Lucas, 8:2), e ainda o da mulher que vivia curvada há dezoito anos por influência de Espíritos maus (Lucas, 13:10-17).

Os inimigos desencarnados têm agido no decorrer de todos os tempos, sob as mais variadas formas. Algumas vezes agem por vingança, outras, pelo simples prazer de praticar o mal; entretanto, todos aqueles que no plano físico trabalham em favor do esclarecimento da Humanidade encontram também inimigos desencarnados gratuitos, entre os que têm interesse em manter o gênero humano retardado nas trevas da ignorância. Os mensageiros que Deus que são enviados ao mundo material com a missão de iluminar o roteiro dos homens, têm sofrido o impacto direto da ação desses infelizes Espíritos das sombras.

Nem o próprio Mestre escapou à tentação: certa vez, o apóstolo Pedro tentava persuadi-lo a não ir a Jerusalém, porque Jesus começou a manifestar a seus discípulos que devia ir a Jerusalém padecer muitas coisas dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Pedro tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Deus tal não permita, Senhor; não te sucederá isto. Jesus voltando-se para Pedro disse-lhe: "Afasta-te de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens" (Mateus, 16:21-23).

Igualmente Paulo de Tarso, o grande baluarte da fé, na II Epístola aos Coríntios também afirma que um mensageiro de Satanás foi posto a seu lado, como um espinho em sua carne, tendo ele orado a Jesus três vezes, para que dele fosse afastado aquele Espírito trevoso (II cor. 12:7-8). Aqui cumpre elucidar que Satanás é uma figura simbólica, porquanto não pode sobre-existir qualquer força perene que se contraponha à vontade de Deus. Trata-se de um vocábulo a que à falta de outro mais autêntico, antigas doutrinas recorriam apenas para facilitar e generalizar a personificação das forças do mal.

QUESTIONÁRIO:

C - OS INIMIGOS DESENCARNADOS

1 - O Espiritismo não aceita a teoria de entidades eternamente para a prática do mal. Desenvolva.

2 - Como apaziguar as entidades voltadas para o mal.?

3 - Jesus recomendou a reconciliação com os inimigos, enquanto estivermos com eles a caminho. Por quê?

Fonte da imagem: Internet Google.
 

terça-feira, 18 de outubro de 2022

19ª AULA PARTE B - CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

VISITAS ESPÍRITAS ENTRE VIVOS - TRANSMISSÃO OCULTA DO PENSAMENTO

VISITAS ESPÍRITAS ENTRE VIVOS: O Espírito, durante o sono, recobra em parte a sua liberdade, ou seja, ele se afasta do corpo. A faculdade que a alma possui de emancipar-se e de desprender-se do corpo durante a vida física, pode dar lugar a fenômenos análogos aos que os Espíritos desencarnados produzem. Enquanto o corpo acha-se mergulhado em sono, ou mesmo em estado de vigília, o Espírito, transportando-se a diversos lugares, pode tornar-se visível e aparecer a outras pessoas.

Do princípio de emancipação da alma durante o sono parece resultar que temos, simultaneamente, duas existências: a do corpo, que nos dá a vida de relação exterior, e a da alma, que nos dá a vida de relação oculta. (LE, perg. 413). No entanto, no estado de emancipação, a vida do corpo cede lugar à da alma, mas não existem, propriamente falando, duas existências; são antes duas fases da mesma existência, porque o homem não vive de maneira dupla (LE, perg. 413).

O perispírito, tanto do encarnado quando do desencarnado, é sempre um envoltório semimaterial, o qual, se visível, tem uma aparência tão idêntica à real, que se torna possível a muitas pessoas estar com a verdade quando dizem ter visto o encarnado, ao mesmo tempo, em dois pontos diversos. 

Através dos sonhos, o homem tem a oportunidade de encontrar-se com amigos e parentes. Os laços de amizade, antigos ou novos, reúnem assim, frequentemente, diversos Espíritos que se sentem felizes em se encontrar (LE, perg. 417).

Essas visitas são significativas, na medida em que fica, ao despertar, uma vaga intuição, que é origem de certas ideias que surgem espontaneamente.

TRANSMISSÃO OCULTA DO PENSAMENTO: Todo pensamento irradia as características do estado mental que o envolve - felizes ou menos felizes. Emitindo uma ideia, o homem passa a refletir as que se assemelham, mantendo-o em comunicação com todas as mentes que tenham o mesmo modo de pensar. Da mesma forma que os indivíduos influenciam, são também influenciados. Pelos desejos, pela fixação de seus interesses, emitem e captam certa ordem de ideias em regime de influência recíprocas. É nesse regime que, durante o sono, os Espíritos comunicam entre si suas ideias. Portanto, mesmo que a "mente" do homem não queira, o Espírito revela a outros o objeto das suas preocupações.

O Espírito não está encerrado no corpo como numa caixa: ele irradia em todo o seu redor; eis por que poderá comunicar-se com outros Espíritos, mesmo no estado de vigília, embora o faça mais dificilmente (LE, perg. 420).

Cada Espírito, segundo a Codificação, é uma unidade indivisível, que pode irradiar seus pensamentos para diversos pontos, sem que se fracione para tal efeito. É nessa transmissão oculta de pensamentos que alguns Espíritos têm, muitas vezes, as mesmas ideias, sem necessidade da exteriorização da linguagem falada; é assim que expressam-se na linguagem dos Espíritos.

QUESTIONÁRIO:

B - VISITAS ESPÍRITAS ENTRE OS VIVOS - TRANSMISSÃO OCULTA DO PENSAMENTO

1 - O que permite ao Espírito tornar-se visível durante o sono do corpo?

2 - Pode-se dizer que durante o sono a alma possui duas existências?

3 - Como se explica a origem de certas ideias que surgem espontaneamente?

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quinta-feira, 13 de outubro de 2022

19ª AULA PARTE A - CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

SONO E OS SONHOS

EMANCIPAÇÃO DA ALMA

O SONO: O sono, para o corpo físico, é comparável à morte, aparente e incompleta; e por isso diz-se comumente que o homem morre todos os dias. Não obstante estar ligado ao corpo durante toda a vida, o Espírito não está tão aprisionado a ponto de não poder desfrutar de uma liberdade relativa; quando o corpo dorme, surgem os sonhos, frestas amplas, através das quais se tem a visão de cenas da Espiritualidade.

O sono é uma função normal de defesa do organismo físico, pois é através dele que se recuperam as energias despendidas na vigília. O sono é, portanto, um fenômeno físico que, libertando parcialmente a alma do corpo, propicia o sonho. Na realidade, um terço de sua vida o homem passa dormindo. Durante o sono, o Espírito não fica em repouso; os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita do Espírito. Então ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos (LE, perg. 401).

Por efeito do sono, os seres encarnados e desencarnados podem, portanto, manter um contato; a isto pode-se chamar de emancipação da alma. Ficando o corpo inativo, o Espírito se desprende e passa a viver a vida espiritual, havendo, portanto, grande similitude com o estado em que estará de maneira permanente após a morte (LE, perg. 402).

No momento em que o Espírito se desprende do corpo, o laço fluídico que o prende à vida carnal alonga-se, acompanhando-o para onde for, pois esse laço somente se rompe definitivamente quando da extinção absoluta da atividade do corpo; ao passo que enquanto o corpo vive, o Espírito, a qualquer distância que esteja, retorna instantaneamente, sempre que a sua presença se fizer necessária. O sono é, portanto, o prelúdio do sonho, quando o Espírito emancipado vai procurar os que lhe são afins, tudo dependendo da sua superioridade ou inferioridade.

OS SONHOS: Deste modo, o sonho é a lembrança do que o Espírito vive durante o sono.

Nessas horas de libertação, o Espírito adquire mais consciência, podendo ter visões do passado e previsão de coisas que acontecerão no futuro, sendo-lhe viável um contato mais estreito com os Espíritos de ordem mais elevada, desde que ele tenha uma vida equilibrada e moralizada, como também com Espíritos menos puros, se se tratar de um indivíduo de maus instintos ou que vive mergulhado nas coisas deprimentes do mundo.

No entanto, não recordamos sempre dos sonhos, porque o corpo é de matéria pesada e grosseira e dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito, mesmo porque o Espirito não as percebeu pelos órgãos do corpo (Le, perg. 403). Pode-se classificar os sonhos em duas categorias distintas: sonhos do subconsciente e sonhos reais ou inteligentes.

SONHOS DO SUBCONSCIENTE: São reproduções de ideias e pensamentos, impressões que afetam a mente na vigília, fatos comuns da vida normal. Entram nessas espécies de sonho o temperamento imaginativo e seus recalques. O que caracteriza esses sonhos são os aspectos confusos e nebulosos, a falta de coerência e de nitidez. O Espírito vê aquilo que deseja, porque vai procurá-lo. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está mais ou menos sob a influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas ideias terrenas, donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se deseja, ou do que se teme. (LE, perg. 405).

Portanto, este tipo de sonho tem origem no estado psicológico do homem, ao transpor para as imagens oníricas seus desejos reprimidos, suas preocupações e seus temores.

SONHOS REAIS OU INTELIGENTES: São reproduções daquilo que se vê, ouve e sente; o contato que se faz com pessoa ou coisa desses lugares; consiste em visões perfeitas, diretas e objetivas. Isto, naturalmente, para os Espíritos encarnados mais elevados. Para a grande maioria dos Espíritos que ainda não se desprendeu completamente das coisas materiais, prevalece a lei que rege o planeta, mantendo-se o véu da obscuridade.

É por isto que nem sempre o homem se lembra desses sonhos, pois que ainda tem a alma em desalinho e não lhe resta mais do que a lembrança da perturbação que acompanha e não lhe resta mais do que a lembrança do que o preocupa em estado de vigília. No entanto, quando esses sonhos são lembrados, revelam nitidez, clareza, lógica e colorido, características dos sonhos reais. Este fato pode acontecer com relação aos Espíritos encarnados mais elevados, que podem ter uma clarividência mais definida porque guardam na memória, ao voltarem, os acontecimentos verificados, quer digam respeito à existência presente ou às vidas passadas, ou ao que lhes vai suceder no futuro.

Para ilustração desses sonhos lúcidos, pode-se mencionar o sonho de Joana D'Arc, de Jacó e dos antigos profetas judeus; são lembranças da vida espiritual que a alma vê, inteiramente desprendida do corpo físico. Eles são verdadeiros no sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito, mas que, frequentemente, não têm relação com o que se passa na vida corpórea. Muitas vezes, ainda, como já dissemos, são uma recordação. Podem ser, enfim, algumas vezes, um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa no momento em outro lugar, a que a alma se transporta (LE, perg. 404).

QUESTIONÁRIO:

A - O SONO E OS SONHOS

1 - O que acontece com o Espírito durante o sono do corpo?

2 - Por que nem sempre nos lembramos claramente dos sonhos?

3 - Estabeleça a distinção entre os sonhos do subconsciente e os sonhos reais?

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terça-feira, 11 de outubro de 2022

18ª AULA PARTE C - CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS

Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse; mas os discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e disse-lhes: "Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele." E abraçando-os, e pondo-os as mãos sobre eles, os abençoava (Marcos, 10:13-16)

Jesus tomou a infância como símbolo da pureza e da simplicidade; portanto, não havia em suas palavras a intenção de dizer que o Reino de Deus é apenas para as crianças, mas sim para todos aqueles que se lhes assemelham. Não poderia ser de outro modo, pois que o Espírito ao reencarnar traz consigo não só as qualidades conquistadas em vidas passadas, como também as imperfeições e as más tendências. A criança, no entanto, é sempre um exemplo vivo de pureza, e não foi outro o objetivo de Jesus ao tomá-la como paradigma para deixar à humanidade mais um ensinamento: somente os simples e humildes terão aceso aos planos mais sublimados da Espiritualidade, ou seja, o Reino de Deus.

A criança necessita de cuidados especiais, de carinho e desvelo maternos, cuja ternura aumenta ainda mais diante da fragilidade na infância. A criança deixaria de ter essa atenção e abnegação, se nela se revelassem nítidas manifestações do que foi em vida anterior. Tal quadro se agravaria ainda mais, se a mãe conhecesse seus antecedentes, pois, em muitos casos, pais e filhos são Espíritos antagônicos de vidas passadas.

O Espírito quando reencarna, entra num estado de perturbação e, paulatinamente, perde a consciência de si mesmo, esquecendo suas vidas passadas. Durante algum tempo ele permanece numa espécie de sono, conservando, no entanto, todas as suas faculdades em estado latente. Esse estágio transitório é necessário para que o Espírito tenha um novo ponto de partida, esquecendo tudo aquilo que possa representar obstáculo na nova existência corporal. Mas não deixa de sofrer uma reação do pretérito, conservando uma vaga intuição de toda a experiência adquirida. Após o nascimento, suas ideias retomam gradativamente o seu desenvolvimento, acompanhando o crescimento do corpo.

No período inicial da nova encarnação, o Espírito age realmente como criança, pois as ideias que marcarão seu caráter estão adormecidas. Por isto a criança é mais dócil nesta fase, tornando-se mais acessível às impressões que podem modificar sua condição evolutiva. Jesus tomou como exemplo de pureza e simplicidade a condição infantil, ao dizer venha a mim os pequeninos, não apenas nesta passagem evangélica, mas em muitas outras, conforme o relato do Evangelho de Mateus:

-Graças te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos (Mateus, 11:25).

-Assim também não é da vontade do Pai que estás nos Céus, que um destes pequeninos se perca (Mateus, 18:14).

-Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos não o fizestes, não o fizestes a mim (Mateus, 25:45).

Jesus cercou-se sempre de criaturas simples e humildes, pois sabia que somente estes estavam aptos a assimilar suas palavras e seguir seus ensinamentos. A sua mensagem imorredoura era essencialmente endereçada aos brandos, aos pacíficos, aos humildes, aos sofredores de todos os matizes, aos pequeninos entre os homens; por isso ele exultou-se quando viu que os pequeninos e não os sábios e entendidos assimilaram a revelação do Reino de Deus.

Desse modo, Jesus usou esta imagem da criança para ilustrar a bem-aventurança dos puros de coração. A simplicidade e a humildade são inerentes à pureza de espírito, excluindo qualquer laivo de egoísmo e de orgulho.

QUESTIONÁRIO:

C - DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS

1 - Qual a mensagem de Jesus ao referir-se aos "pequeninos"?

2 - Como age o Espírito, no período inicial de sua encarnação? Desenvolva

3 - Graças te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, que ocultastes estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos (Mateus, 11:25) comente esta afirmação.

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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

18ª AULA PARTE B - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

SIMPATIAS E ANTIPATIAS TERRENAS - ESQUECIMENTO DO PASSADO

Frequentemente durante a romagem terrena, dois seres sentem-se naturalmente atraídos um pelo outro, em circunstâncias aparentemente fortuitas; ou inversamente, a sensação que surge é de antipatia e rejeição. Estes personagens não se reconhecem, porém, esta primeira impressão é resultante de encarnações anteriores, cujas experiências felizes ou desagradáveis emergem da memória espiritual de cada um.

Nem sempre é recomendável que eles se reconheçam; a recordação das existências passadas teria inconvenientes maiores do que pensais. Após a morte eles se reconhecerão e saberão em que tempo estiveram juntos (LE, perg. 386a). Afora estas circunstâncias, dois Espíritos que tenham afinidades se procuram sem que necessariamente se hajam conhecido em épocas remotas; fazem-no por identidade de objetivos e metas.

Além de os encontros que se dão entre certas pessoas não serem obra do acaso, mas sim o efeito de relações simpáticas, há, entre os seres pensantes, ligações que ainda não conheceis.

O magnetismo é a bússola desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor (LE, perg. 388). Assim como a atração de um ser para outro resulta da simpatia, Espíritos antipáticos se reconhecem sem se falarem.

Dois Espíritos não são necessariamente maus pela ausência de simpatia, mas também pela falta de similitude do modo de pensar. Tal acontece por não serem afins. À medida em que eles se elevam, as diferenças se anulam e a antipatia desaparece. Um Espírito mau sente antipatia por aquele que possa julgá-lo e desmascará-lo. Ao sentir sua aproximação, já pela primeira vez percebe iminente desaprovação; reage então sob a forma de uma repulsa que se transforma facilmente em rancor, inveja e uma inspiração de fazer o mal.

O bom Espírito, por sua vez, pode afastar-se do mau porque sabe que não será por ele entendido; porém, consciente de sua superioridade não alimenta rancor nem inveja; limita-se a evitá-lo.

ESQUECIMENTO DO PASSADO: O Espírito quando reencarna, esquece totalmente o seu passado; porém, muitas pessoas acreditam que a lembrança de vidas anteriores, no decorrer da vida presente, seria de grande benefício. Mas, em cada reencarnação manifestam-se as tendências decorrentes da natureza do Espírito, a orientar seu comportamento mais correto; as boas inclinações indicam o progresso já realizado e as más, as paixões a serem superadas.

Inúmeras vezes, Espíritos que foram acerbos inimigos numa determinada vida, renascem no seio de uma mesma família, a fim de removerem as arestas e aprenderem a se amar; se relembrassem do passado, em muitos casos essa reconciliação se tornaria extremamente difícil. O homem nem pode nem deve saber tudo; Deus assim o quer, na sua sabedoria. Sem o véu que lhe encobre certas coisas, o homem ficaria ofuscado, como aquele que passa sem transição da obscuridade para a luz. Pelo esquecimento do passado, ele é mais ele mesmo (LE, perg. 392).

Em cada nova existência, o Espírito usufrui do conhecimento conquistado nas vidas passadas, estando em melhores condições de distinguir o bem do mal; ao retornar ao plano espiritual, descortina-se diante dele sua vida pregressa. Vê as faltas que cometeu e que deram origem aos seus sofrimentos, assim como o modo como as teria evitado; isto lhe servirá de orientação, caso tenha o mérito de escolher por si próprio uma nova encarnação, a fim de evitar e reparar os erros cometidos. Ele então escolhe provas semelhantes às que não soube aproveitar, ou os embates que melhor possam contribuir pra o seu adiantamento.

Mas, se não temos, durante a vida corpórea, uma lembrança precisa daquilo que fomos e do que fizemos de bem ou de mal em nossas existências anteriores, temos, entretanto, a sua intuição. E as nossas tendências instintivas são uma reminiscência do nosso passado, às quais a nossa consciência, - que representa o desejo por nós concebido de não mais cometer as mesmas faltas, - adverte que devemos resistir (LE, perg. 393). Se o homem não tem, portanto, lembranças precisas do passado, tem sempre a voz da consciência e suas tendências instintivas, que lhe permite o conhecimento de si mesmo.

Existem mundos mais evoluídos, onde seus habitantes guardam lembranças claras de suas existências passadas; mas isto é resultado da condição superior por eles conquistada, e que os leva a uma melhor compreensão e melhor aproveitamento da liberdade que Deus lhes permite desfrutar. Nesses mundos, onde não reina senão o bem, a lembrança do passado nada tem de penosa; é por isso que neles se recorda com frequência a existência precedente, como nos lembramos do que fizemos na véspera.

Quanto à passagem que se possa ter tido por mundo inferiores, a sua lembrança nada mais é, como dissemos, do que um sonho mau (LE, perg. 394). Mesmo em mundos como a Terra, e em casos muito especiais, existem pessoas que sabem o que foram e o que faziam; contudo, abstêm-se de dizê-lo abertamente, pois, do contrário, fariam extraordinárias revelações sobre o passado.

Assim, cabe ao homem suportar resignadamente as provas e expiações que lhe são pertinentes, sem a preocupação desnecessária de desvendar suas vidas passadas, a cada nova existência a justiça divina dar-lhe-á a oportunidade de retomar o curso do aprendizado interrompido, propiciando-lhe os recursos necessários para os devidos reajustes. Observando seu próprio caráter, ele sentirá, cada vez mais, a necessidade de superar suas imperfeições, pois basta que estude a si mesmo, e poderá julgar o que foi, não pelo que é, mas pelas suas tendências (LE, perg. 399).

QUESTIONÁRIO:

B - SIMPATIAS E ANTIPATIAS TERRENAS - ESQUECIMENTO DO PASSADO

1 - Como se explica a simpatia e antipatia à luz da Doutrina Espírita?

2 - Porque o esquecimento do passado representa valioso benefício para a evolução do Espírito?

3 - Sob que aspecto a análise de nossas tendências instintivas é importante para a reforma íntima?

Fonte da imagem: Internet Google.
 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

18ª AULA PARTE A - CURSO BASICO DE ESPIRITISMO 1º ANO - FEESP

DA INFÂNCIA

RETORNO À VIDA CORPORAL

Frequentemente ocorre ser o Espírito que anima o corpo de uma criança, tão desenvolvido, ou mais ainda, do que o de um adulto, conforme o seu progresso anterior. Enquanto criança, os órgãos da inteligência estando ainda em desenvolvimento, não lhe põem à disposição todas as faculdades de um adulto. A sua inteligência permanecerá limitada, até que a idade amadureça e ele domine totalmente o novo organismo.

A perturbação que acompanha a encarnação não cessa de súbito com o nascimento e só se dissipa com o desenvolvimento dos órgãos. (LE, perg. 380). Segundo Emmanuel no livro "O Consolador", o Espírito no período infantil, até os sete anos, ainda se encontra em fase de adaptação à nova existência. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.

Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem e por que tão profunda é a missão dos pais perante as leis divinas, pois é aí que a criança deve receber as bases do sentimento e do caráter. O estado infantil é uma necessidade do Espírito e corresponde aos desígnios da Providência, pois é um tempo de repouso para o Espírito (LE, perg. 382).

O objetivo da encarnação é o aperfeiçoamento do Espírito e o estado de infância torna-o acessível às impressões que recebe; sua nova fase de vida vai fundamentar-se nos novos registros inseridos a partir de então.

Daí os novos rumos limitados e dependentes deles e o aumento da probabilidade de sucesso na nova vida. As sábias leis divinas colocam-no em um meio onde ele só haure o que é útil, o que convém junto daqueles que estão incumbidos de educá-lo e talvez capacitados a lhe auxiliar o adiantamento. Aos pais e professores cumpre ponderar seriamente sobre este aspecto, pois o Espiritismo abre um novo capítulo na Psicologia Infantil e na Pedagogia, mostrando a importância da educação da criança, não apenas para a vida em curso, mas também para a sua perene e definitiva evolução espiritual.

Os estabelecimentos de ensino propiciam instruções, mas somente a família consegue educar; a universidade forma o cidadão, mas somente o lar edifica o Espírito. O primeiro sinal de vida da criança é expresso pelo choro para excitar o interesse da mãe e provocar os cuidados necessários (LE, perg. 348). 

Se a sua manifestação fosse em hosanas de alegria, as reações seriam tão diferentes que poucos se inquietariam com as suas necessidades. Em tudo erige-se a sabedoria divina.

A mudança que se opera no caráter das criaturas ao atingirem certa idade, particularmente a partir da adolescência, deve-se ao fato de o Espírito retomar paulatinamente a sua natureza e mostrar-se qual era em encarnação anterior. O que o Espírito foi, é ou será, permanece oculto na inocência da criança. Isso permite que, no caso de Espíritos antagônicos, receba todas as manifestações de carinho e amor essenciais para que se lhe conceda a oportunidade adicional de redimir-se. Assim não procederiam os pais, se ao invés da criança cheia de graça e ingenuidade, se encontrassem sob os traços infantis um Espírito adulto, mostrando o seu verdadeiro caráter e instinto.

A infância tem ainda outra utilidade: os Espíritos não ingressam na vida corpórea senão para se aperfeiçoarem, para se melhorarem; a debilidade dos primeiros anos os torna flexíveis; acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles que devem fazê-los progredir. É então que se pode reformar o seu caráter e reprimir as suas más tendências.

Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão que responder. É assim que a infância não é somente útil, necessária, indispensável, mas ainda a consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo (LE, perg. 385).

QUESTIONÁRIO:

A - DA INFÂNCIA

1 - O Espírito de uma criança pode ser mais evoluído que o de seus pais?

2 - Por que o período de 1 a 7 anos é decisivo na formação do caráter e da personalidade do Espírito reencarnante?

3 - O estado infantil é um tempo de repouso para o Espírito. Explique.

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