CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

23a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


MEDIUNIDADE DOS APÓSTOLOS

“Se alguém julga ser profeta ou inspirado pelo Espírito, reconheça um mandamento do Senhor nas coisas que estou escrevendo para vocês” (Paulo, aos Coríntios).

A mediunidade e Jesus

Quando Jesus recomenda a seus doze discípulos a divulgação de que o “reino do Céu esta próximo” fica evidenciado, aos que estudaram ou vivenciam esse fenômeno, que o Mestre se referia à era da faculdade mediúnica. Entretanto, por conta dos tradutores ou dos teólogos, essa realidade ficou comprometida no texto bíblico. Entretanto, como é impossível “tapar o sol com uma peneira”, podemos perfeitamente identificá-la, apesar de todo o esforço para escondê-la.

Abaixo, vários relatos do Novo Testamento, nos quais se observa a mediunidade dos apóstolos, como Jesus havia lhes falado.

O Evangelista Mateus narra o seguinte:

“Eis que eu vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, sedes prudentes como as serpentes e sem malicia como as pombas. Guardai-vos dos homens: eles vos entregarão ao Sinédrio e vos flagelarão em suas sinagogas. E, por causa de mim, sereis conduzido a presença de governadores e de reis, para dar testemunho perante eles e perante as nações. Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados em saber como ou o que haveis de falar. Naquele momento vos será indicado o que deveis falar, porque não sereis vós que estareis falando, mas o Espírito de vosso Pai é que falará em vós”. (Mt 10:16-20) Sobre a transfiguração de Jesus, em Marcos, cap. 9:2 a 8, encontramos:

“Seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e os levou, sozinhos, para um lugar retirado sobre uma alta montanha”. Ali foi transfigurado diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, de uma alvura tal como nenhum lavadeiro na terra as poderia alvejar. E lhes apareceram Elias com Moises, conversando com Jesus: Rabi, é bom estarmos aqui. Façamos, pois, três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Pois não sabia o que dizer, porque estavam atemorizados. E uma nuvem desceu, cobrindo-os com sua sombra. E da nuvem saiu uma Voz: “Este é o meu Filho amado; ouvi-o”

E de repente, olhando ao redor, não viram mais ninguém: “Jesus estava sozinho com eles”.

Referente ao dia de Pentecostes, afirma o livro dos Atos dos Apóstolos, que, estando os discípulos de Jesus reunidos num cenáculo, celebrando o Dia de Pentecostes, foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles, que passaram a falar varias línguas (mediunidade poliglota), de forma que ali se produzisse estrondosa manifestação espiritual, fazendo com que despontasse, de forma coletiva, a mediunidade dos apóstolos, o que, naquela época era um fato inusitado, e que passaram a se comunicarem facilmente com os forasteiros de todas as nações que naquela época estavam em Jerusalém. (Cap. 2:1-4).

Fato semelhante aconteceu, um pouco mais tarde, nomeado como o Pentecostes dos pagãos: “Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre os pagãos. De fato, eles os ouviam falar em línguas estranhas e louvar a grandeza de Deus...” (At. 10:44-46).

Xenoglossia, na definição do Dicionário Eletrônico Aurélio é: A fala espontânea em língua(s) que não fora(m) previamente aprendida(s).

A respeito da libertação de Pedro da cadeia: a libertação de Pedro da prisão é organizada por um Anjo do Senhor que nada mais é que um Espírito superior materializado. Ele o conduz pelos obstáculos e pelos guardas sem que haja qualquer dificuldade. Chega a liberá-lo das correntes que o prendiam. A clareza deste trecho é emocionante.

De repente, sobreveio o Anjo do Senhor e uma Luz brilhou no cubículo. Tocando a Parte de Pedro, o Anjo fê-lo erguer-se, dizendo: “Levanta-te depressa!” E caíram-lhe as correntes das mãos. (Ato dos Apóstolos 12:7).

Pedro cura um paralítico em Lida: “Aconteceu que Pedro, que se deslocava por toda parte, desceu também para junto dos santos que moravam em Lida. Encontrou ali um homem chamado Enéias, que havia 8 anos estava de cama: era paralítico. Pedro então lhe disse: “Enéias, Jesus Cristo te cura! Levante-se e arruma teu leito”. Ele imediatamente levantou-se. Viram-no todos os habitantes de Lida e da planície de Saron e se converteram ao Senhor”.

Conversão de Paulo: Saulo como Doutor da Lei, tinha plenos poderes de perseguir e efetuar prisões aos seguidores do Nazareno. Seguiu para cidade Damasco, à procura e prisão de Ananias.

Durante o percurso, uma espessa nuvem de poeira cobria a estrada. Já se avistava a cidade de Damasco quando Saulo, envolvido por um brilho estranho, jaz em terra, mergulhando na mais completa escuridão em pleno meio-dia. Estava cego. Seguiu-se outra luz que banhou seus olhos e nela surgiu um homem vestindo túnica com pontos luminosos e cabelos a nazareno, que lhe falou com Voz amorosa: “Saulo, por que me persegues”?

O Doutor da Lei não compreendia o que se passava. Como somente ele via aquela majestosa figura, perguntou: “Quem sois vós, Senhor”? Então o homem disse: “Eu sou Jesus, a quem persegues”.

Em prantos, Saulo perguntou: “Senhor, que queres que eu faça”? “Entre na cidade e saberás o que fazer”, foi à resposta.

Um homem objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um momento para outro, vê o próprio Cristo, as portas de Damasco, e lhe recolhe as instruções. E porque Saulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral, Jesus, condoído, recorre a Ananias, médium clarividente na aludida cidade, e pede lhe o socorro para o companheiro que encetava a nova tarefa.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XV itens 15, 43 e 44, 56 a 62
Bíblia de Jerusalém: Atos dos Apóstolos: 2:1-4; 4-6; 10:44-46; 12:7 - Mateus 10:16-20 - Paulo, I Coríntios
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Espírito de Verdade: item23
SCHUTEL, Cairbar. Vida e Atos dos Apóstolos

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

22a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


PODERES PSÍQUICOS

Segundo o evangelista Marcos (6:56), certa vez quando Jesus estava em Genesaré, ao sair de uma barca, logo o povo o reconheceu e o seguiu, em busca de auxilio. Relata o Evangelho: “E onde quer que Ele entrasse nas aldeias, nas cidades ou campos, punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste; e quantos o tocavam saiam curado”.

Jesus, o mais perfeito Espírito que veio a Terra, era possuidor de faculdades e virtudes muitíssimo superiores as da nossa humanidade terrestre, por isso, curava os enfermos por conhecer leis que ainda desconhecemos.

“Agia por si mesmo, em virtude de seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos, os encarnados na medida de suas forças segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus”.

Contudo, mesmo tendo poderes em sua maioria ocultos aos olhos de muitos encarnados, Jesus curava com o objetivo de ser útil, de minorar as dores e não para satisfazer a curiosidade dos detratores e indiferentes, cumprindo a missão que recebera de Deus “porém nunca se prevaleceu dos milagres para se apresentar como possuidor do poder divino”.

Até os 12 anos de idade a vida de Jesus é desconhecida, mas nada leva a crer que tenha vivido uma rotina diferente do esperado. Nas narrativas de Lucas (2:41-52), ele aparece com essa idade no conhecido episódio do Templo, quando manteve um diálogo inteligente com os Doutores da Lei, surpreendendo a todos. Depois de seus pais irem buscá-lo no Templo, conta ainda Lucas que Jesus continua sua vida normalmente: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens" (2:52).

Pela ausência de informações sobre a vida de Jesus dos 12 aos 30 anos, surgiram as narrativas dos Evangelhos Apócrifos e a especulação de que ele teria passado esse tempo “em atividades iniciáticas na Índia, Egito, China ou qualquer outro lugar. Em geral essas especulações são cultivadas por pessoas sedentas de fantasias. Elas preferem ilusões às realidades prosaicas da vida e formam o caldo de cultura ideal para escritores inescrupulosos, que lhes exploram a ânsia pelo fantástico com falsas revelações ocultas”.

Há ainda os que pretendem que Jesus tenha passado esse tempo com os essênios. Quanto a isso, diz Emmanuel, em “A Caminho da Luz”: “O Mestre não obstante a elevada cultura das escolas essênias, não necessitou da sua contribuição. Desde os seus primeiros dias na Terra, mostrou-se tal qual era, com a superioridade que o planeta lhe conheceu desde os tempos longínquos do principio”.

Se Jesus nunca quis que suas naturais faculdades prevalecessem entre os homens, se nunca se serviu delas para procurar privilégios, por que ainda muitos de nós buscamos a aquisição de poderes psíquicos como forma de destaque?

Sabemos que o Mestre sempre combateu tradições vazias e ritos exteriores, distante da vaidade e da presunção.

Como, então, procedermos no exercício da mediunidade e com a percepção aguçada que muitas vezes nos assinala a presente encarnação? “O anseio de melhorar-se, o desejo do equilíbrio, a intenção de manter a paz, constituem belos propósitos; no entanto, é recomendável que o aprendiz não se entregue as preocupações de notoriedade, devendo palmilhar o terreno dessas cogitações com a cautela possível’, aconselha-nos Emmanuel.

E Emmanuel complementa: “Ainda aqui, o Mestre Divino oferece a melhor exemplificação”.

A exemplificação do amor, da humildade, da mansuetude. Desde o começo de sua missão, em Cafarnaum, escolheu para seus discípulos, homens simples, destituídos de glorias e de saber superior. Sua doutrina é bastante clara: “dirigia-se a multidão, sobretudo aos deserdados e aos humildes. Tudo nela era feito para mover os corações, para arrebatar as almas até ao entusiasmo, iluminando, fortalecendo consciências”.

Daí a necessidade do nosso aprimoramento interior, o estudo constante, para que possamos nos enriquecer espiritualmente, que é o que verdadeiramente importa. A busca constante pelo destaque social é perigosa armadilha que acaba por nos comprometer cada dia mais.

Quando Jesus se despediu de seus discípulos nas suas ultimas instruções disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João, 13:35).

Emmanuel que nos aconselha: “Se já recolheste migalha de luz, diminui a sombra no outro. Vê-lo-ás, em toda parte, esperando-te auxílio. A árvore é julgada pelos frutos. A criatura é vista pelas próprias obras. Em todos os sucessos que partilhemos, alguém nos carrega a imagem. Aquilo, pois, que fizeste ao outro, a ti mesmo fizeste.” Trabalho em prol do semelhante e humildade, só assim conseguiremos que a figura luminosa do Cristo Redivivo habite no íntimo de nosso ser.

Bibliografia:

“Obras Póstumas” – 1ª Parte - Estudo sobre a natureza do Cristo - Item II
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Caminho, Verdade e Vida: Capitulo 70
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel) .Religião dos Espíritos: O outro
Bíblia de Jerusalém: Evangelho de Marcos. Capitulo 6, versículo 56
KARDEC, Allan. A Gênese: Capitulo XV - item 2
PUGLIA, Silvia C. S. C. – CDM
DENIS, Léon. Cristianismo e Espiritismo - cap. III

Questões para reflexão:

1) Comente sobre a superstição que acompanha o caso dos locais assombrados.

2) Explique que tipo de Espírito se liga aos chamados locais assombrados e o que fazer para afastá-lo.

3) Comente sobre as faculdades superiores de Jesus.

4) Comente a necessidade da busca de valores espirituais para auxiliar nosso semelhante.

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terça-feira, 23 de outubro de 2018

22a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


LOCAIS ASSOMBRADOS

A superstição e o desconhecimento das leis que regulam a vida espiritual originaram a crença em locais assombrados. Histórias muitas vezes fantasiosas e lendas são criadas sobre tais lugares, dando a eles um toque de mistério que, geralmente, impressiona os incautos e que assustam crianças. Como ocorre com fatos extraordinários que o senso comum desconhece, a ignorância viu sempre nos fenômenos espíritas uma causa sobrenatural e a fé cega complementaram o erro, juntando-lhes absurdas crendices.

A ocorrência pode ser real, quando não é provocada por fraudes, mas não maravilhosa ou sobrenatural.

Portanto, não existem lugares assombrados. Diz-nos Kardec em o “Livro dos Médiuns” que o fenômeno nada mais é do que “manifestações espontâneas verificadas em todos os tempos”, provocadas pela “insistência de alguns Espíritos em mostrarem a sua presença”. Na mesma obra, questão 85, Kardec explica que as manifestações Físicas têm por finalidade nos chamar a atenção para algo, além de nos convencer da presença de um poder que nos é superior.

Lembremo-nos de que foi por meio de uma manifestação espontânea desse tipo que a história do moderno Espiritualismo começou: as manifestações ocorridas em 1848 na casinha modesta da família Fox, em Hydesville, Estado de Nova Iorque (EUA), e que despertou o mundo para a realidade da vida espiritual. Ainda hoje aqueles que desconhecem as leis que regem o intercâmbio entre desencarnados e encarnados, ou seja, a afinidade e a sintonia, encaram a manifestação dos Espíritos como aparições demoníacas ou dos gênios do mal, quaisquer que sejam as manifestações e ainda mais no caso dos ditos locais assombrados.

Camille Flammarion na obra “As Casas Mal Assombradas” nos relata o caso da Rua das Nogueiras, em Paris, onde havia uma casa em que todos desistiam de morar, pelos inúmeros projéteis lançados em seu interior, vindos do nada e que chegavam a machucar quem lá estivesse. Um dos estudiosos do caso, o Marquês de Mirville, não chegando a nenhuma conclusão aceitável do que provocava o fenômeno, confessou, equivocado, que suas experiências só ajudaram-no a fortalecer sua crença na existência do demônio.

Segundo o Espiritismo, anjos e demônios não existem. Existem sim Espíritos puros, no caso dos denominados “anjos” ou ainda devotados ao mal, quando os rotulamos de “demônios”. Kardec elucida em “O Céu e Inferno” que “há Espíritos em todos os graus de adiantamento, moral e intelectual, na imensa escala do progresso. Em todos os graus existe, portanto, ignorância e saber, bondade e maldade”. Os Espíritos que se ocupam de manifestações físicas ou materiais são, comumente, os inferiores ou também designados por Espíritos batedores, pela mesma razão porque entre nós os torneios de força e agilidade são próprios dos saltimbancos e não de sábios.

Geralmente assim procedem por serem levianos e brincalhões, quando se comprazem em fazer travessuras (ver questão 530 de “O Livro dos Espíritos”), ou que não gostam de fazer coisas úteis, ou são demasiadamente apegados a matéria e por outras razões. E o que levaria ainda um Espírito a produzir tais fenômenos? “Sua simpatia por algumas das pessoas que frequentam os lugares ou o desejo de se comunicarem com elas. Entretanto, suas intenções nem sempre são louváveis. Quando se trata de maus Espíritos, podem querer vingar-se de certas pessoas das quais tem queixas”.

Contudo, qualquer seja a causa da manifestação, sempre é necessário que haja um médium por perto, pois o Espírito sozinho não consegue produzir o fenômeno. É preciso o médium que lhe forneça o fluido animalizado (ver questões 92 e 93 de “O Livro dos Médiuns”).

O Espírito também pode ser forçado a permanecer num local como lição. É o caso de algumas localidades onde aconteceram crimes, como é relatado na “Revista Espírita” de fevereiro de 1860, em “História de um condenado”. Em todos esses casos de manifestações, elas não se prendem a dias e horários específicos porque para os Espíritos o tempo é vivido de maneira diversa da nossa. A escuridão, o silêncio, o aspecto lúgubre do local, uma ruína, não favorecerão a realização do fenômeno, mas somente excitarão a imaginação da mentalidade pueril, embalada ainda pelos contos fantásticos que ouviu na infância.
Para afastar esses Espíritos é preciso que os habitantes do local se melhorem, pois são os pensamentos e as intenções que ligam os desencarnados aos encarnados. Sessões de exorcismo de nada valem, ao contrário, divertem esse tipo de Espírito. O melhor meio de expulsar um mau Espírito é atrair os bons, o que acontece quando fazemos o bem no limite das nossas forças. Dessa maneira, “os maus fugirão, pois o bem e o mal são incompatíveis. Sede sempre bons e só tereis bons Espíritos a vosso lado”.
Quando se trata de um Espírito sofredor que permanece no local, o melhor remédio é a prece para aliviar-lhe as dores. Kardec conclui que muitos Espíritos que se apegam a locais podem não se manifestar e mesmo sendo inferiores, não são necessariamente maus. “São mesmo, algumas vezes, companheiros mais úteis que prejudiciais, pois caso se interessem pelas pessoas podem protegê-las”.

Fatos antiquíssimos, que nos acompanham desde sempre, certamente ainda perdurarão por um longo tempo, até que aprendamos a nos desapegar de tudo o que é material.

Bibliografia:

CAMARGO, Cid. O Casarão do General
DENIS, Leon. No Invisível. – 2ª Parte - Cap. XVI
FLAMMARION, Camille. As Casas Mal Assombradas
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno: Cap. X e XI
KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: 2a Parte - Cap. V e IX e 1ª Parte - Cap. X, item 13
KARDEC, Allan. Revista Espírita: fevereiro/1860
PUGLIA, Silvia C. S. C. – CDM

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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

21a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


COMUNICAÇÕES PREMATURAS

É vasto e amplo o conhecimento, a necessidade e a importância das comunicações entre o mundo invisível e o mundo material.

A existência desse intercâmbio é ponto pacifico; não se trata mais de segredo ou mistério.

Abramos aqui uns parênteses para o estudo das comunicações Prematuras, ou seja, o intercâmbio antes do perfeito ajuste e organização perispiritual do recém-desencarnado.

Quantas pessoas acorrem às casas espíritas na esperança de sufocar a saudade, a tristeza, aliviar o coração sofrido dilacerado face ao desencarne de entes queridos, através de comunicações escritas ou faladas.

Muitas vezes uma palavra, uma lembrança, um pedido, traz um bálsamo incomensurável àquelas pessoas que não se conformam com a “perda”, com a “morte”.

Saber onde está, como está, que de fato não há perda ou morte, mas apenas uma separação temporária, chega muitas vezes a tirar certas pessoas de graves doenças, crises de depressão profunda, da inconformidade. Esse intercâmbio traz consolo, conforto.

Mas, muitas vezes, essa comunicação não é possível, tendo em vista a prematuridade do desencarne, pois sabemos da fase de transição que o Espírito passa ao desencarnar.

Lembremo-nos do exemplo de André Luiz, o qual após ser acolhido, tratado e esclarecido na Colônia de “Nosso Lar”, em visita, na Terra, a sua família, ficou perturbado com as novas diretrizes que seus familiares assumiram.

Como tudo esta sob a égide da Previdência Divina, os benfeitores espirituais desaconselham as comunicações prematuras, retardando-as até que possam ser realizadas.

No livro “Mediunidade e Evolução”, Cap. 20, Comunicações Prematuras, Martins Peralva ressalta quanto é importante esse aspecto: “A intranquilidade dos familiares, vergastados pela saudade cruciante, projeta dardos mentais de angústia e desespero que atingem, em consecutivo bombardeio, a organização perispiritual do recém-desencarnado, ferindo-lhe as fibras sensíveis do coração”.

Salvo exceções, em que haja necessidade de determinadas comunicações com urgência, para determinadas finalidades previstas pela Espiritualidade Superior. Por isso a cautela, o esclarecimento aos familiares é indispensável.

O médium educado, estudioso e harmonizado mentalmente, no momento do intercâmbio, auxiliará o Plano Superior de uma forma muito mais eficaz, sendo realmente um bom instrumento na comunicação.

Como nos diz Emmanuel em “Pão Nosso”, lição 66: “O Espírito de serviço alcança a compreensão. A compreensão ganha humildade. A humildade conquista o amor. O amor gera a renúncia. A renúncia atinge a luz...”

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Nosso Lar
PERALVA, Martins - Mediunidade e Evolução – nºs 20, 25 e 43
Novo Testamento - Epístola de Paulo aos Efésios – Cap. 5:11 e 15
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Pão Nosso: Lição n° 66
PUGLIA, Silvia C. S. C. – CDM

Questões para reflexão:

1) Faça um breve relato sobre a psicografia.

2) Descreva sucintamente como se processa a pneumatografia e a pneumatofonia.

3) Explique porque os Benfeitores Espirituais desaconselham às comunicações prematuras.

4) Explique o que pode ocorrer no perispírito do desencarnado, em consequência da intranquilidade dos familiares.

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terça-feira, 16 de outubro de 2018

21a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


PSICOGRAFIA – PNEUMATOGRAFIA - PNEUMATOFONIA

Psicografia

Psicografia, do grego psuikê, borboleta, alma, e graphó, eu escrevo (Revista Espírita, 1859 agosto).

O primeiro meio empregado para produzir o fenômeno da psicografia, foi o das pranchetas e das cestas munidas de lápis, chamada de psicografia indireta. As cestas eram movidas pela vontade dos Espíritos comunicantes, enquanto o médium mantinha a mão na cesta, esta atuava sobre o lápis.

A psicografia direta ou manual é realizada pelo próprio médium. Neste caso, o Espírito comunicante age sobre o médium e este, por sua vez, transmite a mensagem por meio da escrita, no papel.

São vários os meios de comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual, e de todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais completo.

É por intermédio dela que os Espíritos revelam melhor a sua natureza e o grau de sua evolução. Sendo um meio de comunicação permanente, pois demonstra uma potência oculta no fenômeno mediúnico.

É graças à psicografia, que possuímos todo um acervo literário a nosso dispor, de grande valor moral para os nossos estudos.

Além disso, para o médium, essa faculdade é a mais suscetível de se desenvolver pelo exercício.

Em “Missionários da Luz”, no capitulo I, podemos aprender com o Espírito André Luiz que, durante uma reunião mediúnica, o médium é preparado, pelos auxiliares espirituais, para a tarefa da psicografia, para que não se lhe perturbe a saúde física. A transmissão da mensagem não será simplesmente ”tomar a Mão”. Há processos intrincados, complexos. Todo centro glandular é uma potência elétrica transformando-se em núcleos luminosos; os condutores medulares formam extenso pavio, sustentando a luz mental, como chama generosa de uma vela de enormes proporções. O cerebelo mostra fulgurações; as células corticais e as fibras nervosas constituem-se em elementos delicadíssimos de condução de energias imponderáveis; a epífise desempenha o papel mais importante, emitindo raios azulados e intensos e é nela, que reside o sentido novo dos homens.

Ainda neste capítulo, aprendemos que o médium não pode improvisar o estado receptivo, há que ter uma preparação espiritual incessante.

As variedades de médiuns escreventes seguem uma relação extensa, conforme mostra Kardec, no capitulo XVI, itens 191 a 197, de “O Livro aos Médiuns”.

No exercício do psicógrafo comum, pode ocorrer a mudança da caligrafia, segundo o Espírito que se comunica, podendo, inclusive, reproduzir a letra que o Espírito comunicante tinha durante sua existência. Este caso, o da identidade da letra, é mais raro. São os chamados médiuns polígrafos.

Os médiuns escreventes ou psicógrafos são os que têm a faculdade de escrever por si mesmos, sob influência dos Espíritos, e podem ser mecânicos, intuitivos, semi-mecânicos, inspirados, ou de pressentimentos.

Graças a um impulso involuntário, os médiuns escreventes mecânicos recebem a comunicação, caracterizando-se pela inconsciência absoluta do que escrevem. “O primeiro indicio da disposição para escrever é uma espécie de frêmito no braço e na mão. Pouco a pouco, a mão se arrastada por um impulso que não pode dominar. Quase sempre, de início, traça apenas sinais sem significação. Depois, os caracteres se tornam mais precisos, e, por fim, a escrita se processa com a rapidez da escrita normal. Mas é sempre necessário abandonar a mão ao seu movimento natural, não a embaraçando, nem a propelindo.” (L.M., Cap. XVII, item 210).

“Já os médiuns intuitivos têm consciência do que escrevem por impulso voluntário da própria mão, porém o pensamento escrito não é seu, mas do Espírito comunicante, que age sobre a alma do médium, com a qual se identifica. São os mais comuns. O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo atua como o faria um interprete” (L.M., Cap. XV, item 180). “Diferem dos médiuns inspirados no particular de que estes últimos não tem necessidade de escrever, ao passo que o médium intuitivo escreve o pensamento que lhe é sugerido instantaneamente sobre um assunto determinado e provocado” (L.M., Cap. XVI, item 191).

Os médiuns semi-mecânicos são aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas tem, instantaneamente, consciência das palavras ou das frases, à medida que escrevem.

Os médiuns inspirados são os que no estado normal, de pensamento, recebem ideias estranhas às suas ideias preconcebidas. Isto ocorre sem o saberem, no seu estado normal, seja para as atividades ordinárias da vida ou para os grandes trabalhos intelectuais. “Toda a pessoa que recebe, seja no estado normal, seja no estado de êxtase, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados; como se vê, é uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma potencia oculta é ainda bem menos sensível, porque, nos inspirados, é ainda mais difícil distinguir o pensamento próprio do que e sugerido. O que caracteriza este último, sobretudo, e a espontaneidade” (L.M., Cap. XVI, item 190). É a mediunidade dos cientistas, poetas, etc.

Os médiuns de pressentimentos têm uma intuição vaga das coisas futuras.

Pneumatografia

Pneumatografia: Do grego, pneuma: ar; sopro; fluido; grafia: escrita; modo de escrever.

Pneumatografia ou escrita direta é a escrita produzida pelo Espírito, sem o auxilio do médium nem do lápis.

Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, Cap. XII - item 146 a 149 nos explica que a escrita direta é obtida, como a maioria das manifestações espíritas não espontâneas, pelo recolhimento, a prece e a evocação. Podendo ser produzida nos lugares mais comuns, desde que se esteja nas condições morais exigidas e se disponha da necessária faculdade mediúnica.

A possibilidade de escrever sem intermediário é um dos atributos dos Espíritos e é produzida hoje, como o foi desde a Antiguidade. E é assim que se pode explicar a aparição das três palavras no festim de Baltazar, escrita na parede principal do palácio real: “Menê, Teqel, Parsin”. Estas palavras foram interpretadas por Daniel, a pedido do rei Baltazar.

Kardec, ainda, nos fala da importância do estudo, para não nos limitamos a ver os efeitos sem procurar as causas. E também estabelecer uma linha divisória entre a verdade e a superstição.

Para a produção desse fenômeno o Espírito não se serve de substâncias e instrumentos nossos. Ele mesmo os produz, tirando os seus materiais do elemento primitivo universal, que submetido a sua vontade, sofre as modificações necessárias para atingir o efeito desejado.

A pneumatografia foi utilizada na comprovação da existência do Espírito e na sua manifestação. Não tendo, nos dias de hoje maior extensão de sua utilidade. A manifestação através da psicografia encontra uma agilidade mais adequada à realidade atual.

Na Revista Espírita de agosto de 1859 encontramos a seguinte narração de Kardec: “Um dos nossos honoráveis colegas da Sociedade, o senhor Didier, obteve estes dias os resultados seguintes, que nós mesmos constatamos, e dos quais podemos garantir a perfeita autenticidade. Tendo ido, com a senhora Hüet, que há pouco teve êxito em ensaios desse gênero, na igreja de Notre-Dame dês Victoires, tomou uma folha de papel de carta trazendo o cabeçalho de sua casa de comercio, dobrou em quatro e a depositou sobre os degraus de um altar, pedindo em nome de Deus a um bom Espírito qualquer que quisesse escrever alguma coisa; ao cabo de dez minutos de recolhimento, encontrou, no interior e sobre uma das folhas a palavra fé, e sobre uma outra folha a palavra Deus. Tendo em seguida pedido ao Espírito consentir dizer por quem isso fora escrito, ele recolocou o papel, e depois de dez outros minutos, encontrou estas palavras: por Fénelon”.

Na Revista Espírita de maio de 1860, encontramos mais um caso interessante, narrado também por Kardec, de pneumatografia, onde a Sra. Hüet recebeu uma mensagem em Inglês, sem ter conhecimento dessa língua.

Pneumatofonia

Pneumatofonia: Do grego, pneuma: ar; sopro; fluido; fonia: som; voz.

A pneumatofonia ou voz direta é o fenômeno em que os Espíritos podem produzir gritos de toda espécie e sons vocais que imitam a voz humana, que podem, igualmente, parecer que estão ao nosso lado ou nos ares.

São devidos a uma causa inteligente e não acidental.

Kardec fala, em “O Livro dos Médiuns”, item 151, que “os sons espíritas ou pneumatofônicos manifestam-se por duas maneiras bem distintas: às vezes é uma voz interna que ressoa em nosso foro intimo e, embora as palavras sejam claras e distintas, nada têm de material; outras vezes, as palavras são exteriores e tão distintamente articuladas como se proviessem de uma pessoa ao nosso lado”.

De um modo, ou de outro, o fenômeno da pneumatofonia é quase sempre espontâneo e só muito raramente pode ser provocado. Diante da natureza dos Espíritos, podemos supor que, dentre eles, alguns, de ordem inferior, se iludem e julgam falar como quando vivos. Na Revista Espírita, fevereiro de 1858, podemos conhecer a história da aparição de Mlle. Clairon.

Não podemos esperar que todo ruído, pancada ou zumbido provenha da manifestação de um Espírito.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos: Introdução
KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: Cap. XII, XIFI, XVI
XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Missionários da Luz: Cap. XVIII
XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade.
KARDEC, Allan. Revista Espírita 1858 fevereiro; 1859 agosto; 1860 maio
Bíblia de Jerusalém: Daniel, 5

Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

20a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


ESPIRITISMO E VOCÊ

Ultrapassada está a fase inicial da divulgação do Espiritismo, quando se associavam à doutrina crendices populares ou a ideia de seita milagreira. Hoje é possível visualizá-la, amplamente, nos seus três aspectos: como ciência, quando pesquisa os chamados fenômenos paranormais com métodos próprios; como filosofia, quando interpreta a natureza dos fenômenos e reformula a concepção do mundo e de toda a realidade segundo as novas descobertas científicas; como religião, em decorrência das conclusões filosóficas, baseadas na sobrevivência após a morte e nas ligações com o Cristianismo, desvinculada de aparatos formais, cultos e dogmas de fé.

No entanto, é preciso considerar que o Espiritismo se tomará uma crença comum e marcará uma nova era na historia da humanidade, porque é inerente à Natureza e chegou o tempo em que deve tomar lugar nos conhecimentos humanos.

Kardec esclarece que as ideias só se transformam com o tempo e não subitamente; elas se enfraquecem de geração em geração e acabam por desaparecer com os que as professavam e que são substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos princípios.

Ao se deparar com a atitude preconceituosa diante de fenômenos espíritas, constata-se a referência aos poderes misteriosos da natureza, levando-os a toda espécie de superstições e crendices presas ao aspecto mágico, ao sobrenatural, diante de fenômenos que ainda não compreendem.

Com o Espiritismo, a humanidade deve entrar numa fase nova, a do progresso moral, que lhe é consequência inevitável, promovendo o desenvolvimento de ideias reformadoras, em etapas naturais caracterizadas por três períodos distintos. O primeiro é o da curiosidade provocada pela estranheza dos fenômenos; o segundo é o do raciocínio e da filosofia; o terceiro, o da aplicação e das consequências.

É oportuno transcrever as palavras conclusivas de Pedro: “Por isto mesmo, aplicai toda a diligência, acrescentai a vossa fé a virtude, a virtude o conhecimento...” (Segunda Epístola de Pedro, cap. 1, vers. 5), e, de Emmanuel:

“Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: eu creio, mas afirmar eu sei, com todos os Valores da razão tocados pela luz do sentimento” (O Consolador, questão 354).

Bibliografia:

KARDEC, Allan - Livro dos Espíritos
A Bíblia de Jerusalém
PIRES, José Herculano - Curso Dinâmico de Espiritismo
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). O Consolador

Questões para reflexão:

1) Faça um comentário referente ao vestuário dos Espíritos.

2) Descreva os cuidados dos Espíritos Superiores para o fenômeno da materialização.

3) Explique porque o Espiritismo marcar é uma nova era.

4) Fale sobre superstições e crendices e as Suas consequências na evolução do Espírito.

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

20a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


LABORATÓRIO DO MUNDO INVISÍVEL

Como os Espíritos atuam sobre os Fluidos espirituais?

Os fluidos mais conhecidos são:

Fluido Cósmico ou Fluido Cósmico Universal: que se constitui da matéria elementar primitiva da qual derivam os vários corpos da natureza.

Fluido Vital: que tem por função vitalizar e energizar os corpos Físicos.

Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais empregando o pensamento e a vontade, diferente dos homens que ao manipular os gases utilizam meios materiais.

Para os Espíritos o pensamento e a vontade são o que as mãos são para os encarnados. Pelo pensamento eles imprimem a determinados fluidos na direção que desejam; os aglomeram, combinam ou dispersam; organizam com eles conjuntos que têm uma aparência, uma forma e uma coloração determinada.

Vestuário dos Espíritos

As pessoas dotadas de visão psíquica (vidência) descrevem sempre os Espíritos vestidos com túnicas, com roupas de outras épocas ou como sempre estiveram.

Um Espírito pode se fazer visível a um encarnado sob a aparência que tinha quando vivo, na época em que essa pessoa o conheceu, mesmo que o Espírito tenha encarnado outras vezes depois disso. Pode apresentar-se com o vestuário e até sinais exteriores, tais como, deformidades, cicatrizes, membros amputados, que tinha nessa mesma época. Isso não quer dizer que tenha conservado essa aparência no espaço, apenas utilizou-se desse recurso para se fazer reconhecer.

Quando um Espírito quer utilizar a aparência que tinha em determinada encarnação, retrocede o pensamento a essa existência e seu perispírito retoma então, instantaneamente, o aspecto que apresentava na época.

Essa aparência deixa de existir assim que o seu pensamento pare de agir nesse sentido.

E quanto à formação de objetos? Como é que bengalas, cachimbos, lanternas, livros e armas, entre outras coisas, são observados com os Espíritos? Os Espíritos são vistos algumas vezes (vidência) com os objetos que ainda permanecem aqui na Terra. Tomemos como exemplo um Espírito que se apresenta usando um anel e que este mesmo anel está sendo usado hoje por um descendente seu que está encarnado. Se o anel esta aqui na Terra, de onde o Espírito tirou aquele que esta usando no plano espiritual?

Para os Espíritos que possuem poder sobre os elementos materiais (fluidos) que se encontram no espaço e que nós nem podemos imaginar, sabem como utilizá-los em criações fluídicas.

Eles tiram do Fluido Cósmico, que é matéria, os elementos necessários para formar objetos que terão a aparência que quiserem (materialização).

Citamos como exemplo um militar que terá as suas armas e seu uniforme; um fumante o seu cigarro e assim por diante.

Em “Nosso Lar”, o pai de André Luiz, no umbral, tomava conta de uma porção de barro, acreditando tratar-se de um tesouro.

A matéria elementar (o fluido cósmico) dá origem aos corpos da natureza e suas transformações. Essas transformações (da matéria elementar) confere a mesma, certas propriedades especiais diferenciadas.

Por exemplo, se pegarmos dois átomos de hidrogênio (H) e um átomo de oxigênio (O) formamos uma molécula de água. Todavia, se juntarmos a esses átomos mais um de oxigênio (O), obteremos um liquido corrosivo, ou seja, “água oxigenada” (transformação).

Os Espíritos possuem essa capacidade que é inerente a eles e muitos a utilizam sem dar-se conta do que eles fazem.

Os objetos criados pelos Espíritos têm existência temporária e estão submetidos a sua vontade ou necessidade; podem fazê-los ou desfazê-los livremente.

Existe formação e não criação. Os Espíritos formam e transformam, porém, quem cria é somente Deus.

Algumas vezes esses objetos podem, além de visíveis ser também tangíveis, com o aspecto real (materializações).

Materialização

O fator moral esta sempre presente em qualquer realização espírita, inclusive nas de efeitos físicos, onde os Espíritos concordam em materializar-se desde que o motivo seja elevado.

Sendo um trabalho altamente responsável exige muito tanto do médium, como também dos presentes.

São raros os encarnados que possuem condições espirituais que esses trabalhos exigem, impondo grande preparação nas sessões de materialização.

Os superiores espirituais tomam inicialmente três providências:

Isolamento do local através de fronteiras vibratórias.

O isolamento do local se faz por meio de extenso cordão de obreiros esclarecidos a fim de evitar o acesso de entidades inferiores, que perturbariam os trabalhos, afetariam a saúde dos médiuns e a pureza do ectoplasma.

Ionização da atmosfera

A ionização (formação de íons) é uma espécie de eletrificação do ambiente, facilitando a manipulação de efeitos elétricos e magnéticos, tais como: focos de luz, lampejos, etc. Eletrizar é carregar de eletricidade.

Ionização do ambiente

A destruição de bactérias se dá através de aparelhos elétricos invisíveis (espirituais) para que o ectoplasma não seja contaminado.

Sendo assim, é fácil entender porque só por motivos elevados os Espíritos se materializam:

- Atender aos sofredores encarnados nos serviços de cura;

- Facilitar investigações científicas em benefício da humanidade, previamente planejadas no Plano Superior.

Com tanto preparo espiritual é natural que os encarnados também se preparem. Nessa preparação são ajudados por trabalhadores desencarnados, principalmente o médium de efeitos físicos que é preparado física e psicologicamente, adequando-o ao trabalho.

Devolução do Ectoplasma.

Como o médium fornece ectoplasma do seu próprio corpo, é importante preservar a pureza da doação.

Os componentes de um grupo de materialização devem tomar precauções necessárias para o bom andamento dos trabalhos e para tanto devem abster-se do consumo de álcool, fumo, alimentação pesada e pensamentos inadequados, os que não correspondem devem ser isolados.

Elementos essenciais

Nos fenômenos de materialização, os Espíritos precisam contar com três elementos essenciais para que possam ter êxito no trabalho.

O Assistente Aulus (“Nos Domínios da Mediunidade”) classifica os fluidos:

- Fluidos mais puros representando as forcas superiores e sutis de nossa esfera.

- Fluidos do médium e demais presentes;

- Recursos e energias tomadas da Natureza terrestre, nas águas, nas plantas, etc. são fluidos dóceis e facilitam a execução do trabalho.

De modo geral, no processo de materialização, enquanto o médium, é assistido pelo plano espiritual, permanece em recinto separado (cabine) o Espírito materializado anda, conversa, distribui gentilezas e faz curativos entre os encarnados.

Há manifestações que chamaríamos de sublimes que podem dispensar o concurso ostensivo de um médium, isto é, o médium em transe. Essas manifestações podem ocorrer em qualquer lugar fora das reuniões espíritas.

Embora o ectoplasma não apareça aos olhos daqueles que presenciam essas manifestações, ele existe e se associa aos dois outros elementos: a energia dos planos superiores e os recursos tomados da natureza.

Alguém esta fornecendo de forma sutil e que transcende à nossa capacidade de percepção.

Ectoplasma

Todas as pessoas da Terra possuem essa energia? No livro “Nos Domínios da Mediunidade”, encontramos:

“O ectoplasma se situa entre o corpo e o perispírito”.

É recurso peculiar não só ao homem, mas a todas as formas da Natureza. Em certas pessoas existem em maiores proporções e possibilidade de exteriorização.

É um elemento amorfo (que não apresenta organização interna), ou seja, é de aparência tal que uma pasta flexível, como uma geleia viscosa e semilíquida.

Porém, apresenta grande potência e vitalidade; esta subordinada ao pensamento e vontade do médium; infinitamente plástico dá forma as entidades que se fazem visíveis e a todos os elementos necessários a levitação ou formação de imagens criadas pelos presentes. Portanto, nas materializações se exige muito cuidado para não sofrer o domínio de inteligências sombrias.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: Cap. VIII
KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XIV; item 14
PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. XLII, XLIII (Materialização)
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. XXVIII
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Missionários da Luz: Cap. X

Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

19a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


ATIVIDADE ESPIRITUAL - AQUI E ALÉM

O Espírito esta sempre em atividade. Considerando a atividade espiritual como atividade do Espírito, esta ocorre durante o estado de vigília (desperto), como durante o repouso do corpo físico (durante o sono).

Durante a vigília, a alma ou Espírito encarnado, realiza suas atividades em seu dia a dia, pautando-as de acordo com seus Valores e crenças.

Todo aquele que se considera cristão deve orientar sua conduta no trabalho, na rua, no recinto doméstico, na comunidade, na pratica das máximas morais de Jesus. Desenvolver pensamentos positivos voltar à atenção a pratica do bem e reforma íntima, ou seja, substituir defeitos por virtudes. Mantendo esta conduta no cotidiano, teremos maior facilidade para entrar em sintonia com os bons Espíritos.

Durante o repouso para refazimento do corpo Físico, a alma ou Espírito encarnado, pode se emancipar, ou seja, retomar as suas atividades em outros planos. Neste momento, o corpo está inativo e não necessita de sua parceria, embora permaneçam ligados pelo cordão fluídico. Desta forma, pode entrar em contato com outros Espíritos. O sonho será a recordação de uma Parte dessa atividade, a qual o Espírito desenvolvera durante sua emancipação através do sono.

O Espírito será atraído para regiões e companhias harmonizadas e sintonizadas com ele, através das suas ações, pensamentos, desejos, intenções... Os iguais se atraem, dai a importância da conduta diária voltada para a moral Cristã, enquanto em estado de vigília.

O libertino buscara o erotismo, o avarento tratará astutamente de negócios lucrativos, o cônjuge costumeiramente queixoso encontrara quem incentive ainda mais seus reclamos, bem como amigos se encontrarão para conversas, inimigos continuarão suas disputas, aprendizes farão cursos, comparsas planejarão crimes... Assim, durante o sono, tanto podem se realizar encontros com Espíritos bons e amigos ou com desafetos ou parceiros para planejar atos menos dignos.

Quem planta espinhos não colherá rosas, aquele que não sabe viver em paz com seus semelhantes, que semeia a discórdia, a inveja, a maledicência, a ociosidade e tantos outros comportamentos desequilibrados, vai atrair Espíritos afins. Desta forma, durante o sono podem se estabelecer relações maléficas, que culminam em obsessões, vampirismos, perseguições, simbioses e tantos outros desequilíbrios.

O Espírito André Luiz, na obra Missionários da Luz, cita o exemplo de uma escola no plano espiritual onde se encontravam matriculados em tomo de 300 alunos encarnados. No momento do repouso físico, muitos se desviavam do Curso devido às paixões terrenas, buscando outros interesses, comparecendo assiduamente às aulas apenas em tomo de 10% dos 300 alunos matriculados.

A oportunidade de retorno diário a vida espiritual, durante o sono, é uma bênção de Deus e não deve ser desperdiçada ou mal utilizada.

O homem deve preparar-se para o sono, a fim de não ter pesadelos: realizar leituras edificantes, conversas salutares, meditação, oração, manter bons pensamentos, fazer refeições leves, mas o mais importante será sempre a conduta moral evangelizada.

O Espírito André Luiz apresenta orientações preciosas em sua obra “Os Mensageiros”, advertindo que o homem precisa aprender a “dormir para o bem”: viver de forma cristã durante o dia, para durante o sono atrair os bons Espíritos e junto a eles aproveitar sua estadia no plano espiritual para sua evolução. Estes podem levá-lo a participar de atividades produtivas na esfera espiritual: estudar, trabalhar em favor do próximo, receber tratamento e/ou orientações para ajudar a sanar problemas do cotidiano, encontros com entes queridos desencarnados, entre outros. Reuniões maravilhosas ocorrem na Pátria Espiritual com objetivos elevados, para instrução e trabalho em favor do próximo, a fim de dar seguimento ao lema do Espiritismo: “Fora da caridade não há salvação!”

Bibliografia:

PERALVA, Martins. Pensamento de Emmanuel: Capítulos 21 e 22
PERALVA, Martins. Mediunidade e Evolução; Cap. 34
KARDEC, Allan - Livro dos Espíritos: Livro 2, Cap. VIII, questão 401, 403, 407, 410, 410, 412, 413 a 418
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Os Mensageiros: Cap. 38
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Missionário da Luz: Cap. 08

Questões para reflexão:

1) Descreva as características mais comuns entre os sonâmbulos.

2) Faca um breve relato da visão espírita sobre o sonambulismo, bem como, a participação do perispírito no seu desenvolvimento.

3) Descreva algumas atividades da alma (Espírito encarnado) durante o estado de emancipação.

4) Explique o que é necessário ao homem para evitar pesadelos.

Fonte da imagem: Internet Google.