MEDIUNIDADE DOS APÓSTOLOS
“Se alguém
julga ser profeta ou inspirado pelo Espírito, reconheça um mandamento do Senhor
nas coisas que estou escrevendo para vocês” (Paulo, aos Coríntios).
A mediunidade e Jesus
Quando Jesus
recomenda a seus doze discípulos a divulgação de que o “reino do Céu esta
próximo” fica evidenciado, aos que estudaram ou vivenciam esse fenômeno, que o
Mestre se referia à era da faculdade mediúnica. Entretanto, por conta dos
tradutores ou dos teólogos, essa realidade ficou comprometida no texto bíblico.
Entretanto, como é impossível “tapar o sol com uma peneira”, podemos
perfeitamente identificá-la, apesar de todo o esforço para escondê-la.
Abaixo,
vários relatos do Novo Testamento, nos quais se observa a mediunidade dos
apóstolos, como Jesus havia lhes falado.
O
Evangelista Mateus narra o seguinte:
“Eis que eu
vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, sedes prudentes como as serpentes
e sem malicia como as pombas. Guardai-vos dos homens: eles vos entregarão ao
Sinédrio e vos flagelarão em suas sinagogas. E, por causa de mim, sereis
conduzido a presença de governadores e de reis, para dar testemunho perante
eles e perante as nações. Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados em
saber como ou o que haveis de falar. Naquele momento vos será indicado o que
deveis falar, porque não sereis vós que estareis falando, mas o Espírito de
vosso Pai é que falará em vós”. (Mt 10:16-20) Sobre a transfiguração de Jesus,
em Marcos, cap. 9:2 a 8, encontramos:
“Seis dias
depois, Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e os levou, sozinhos, para
um lugar retirado sobre uma alta montanha”. Ali foi transfigurado diante deles.
Suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, de uma alvura
tal como nenhum lavadeiro na terra as poderia alvejar. E lhes apareceram Elias
com Moises, conversando com Jesus: Rabi, é bom estarmos aqui. Façamos, pois,
três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Pois não sabia o
que dizer, porque estavam atemorizados. E uma nuvem desceu, cobrindo-os com sua
sombra. E da nuvem saiu uma Voz: “Este é o meu Filho amado; ouvi-o”
E de
repente, olhando ao redor, não viram mais ninguém: “Jesus estava sozinho com
eles”.
Referente ao
dia de Pentecostes, afirma o livro dos Atos dos Apóstolos, que, estando os
discípulos de Jesus reunidos num cenáculo, celebrando o Dia de Pentecostes,
foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram
sobre cada um deles, que passaram a falar varias línguas (mediunidade
poliglota), de forma que ali se produzisse estrondosa manifestação espiritual,
fazendo com que despontasse, de forma coletiva, a mediunidade dos apóstolos, o
que, naquela época era um fato inusitado, e que passaram a se comunicarem
facilmente com os forasteiros de todas as nações que naquela época estavam em
Jerusalém. (Cap. 2:1-4).
Fato
semelhante aconteceu, um pouco mais tarde, nomeado como o Pentecostes dos
pagãos: “Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos
os que ouviam a Palavra. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro,
ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre
os pagãos. De fato, eles os ouviam falar em línguas estranhas e louvar a grandeza
de Deus...” (At. 10:44-46).
Xenoglossia,
na definição do Dicionário Eletrônico Aurélio é: A fala espontânea em língua(s)
que não fora(m) previamente aprendida(s).
A respeito
da libertação de Pedro da cadeia: a libertação de Pedro da prisão é organizada
por um Anjo do Senhor que nada mais é que um Espírito superior materializado.
Ele o conduz pelos obstáculos e pelos guardas sem que haja qualquer
dificuldade. Chega a liberá-lo das correntes que o prendiam. A clareza deste
trecho é emocionante.
De repente,
sobreveio o Anjo do Senhor e uma Luz brilhou no cubículo. Tocando a Parte de
Pedro, o Anjo fê-lo erguer-se, dizendo: “Levanta-te depressa!” E caíram-lhe as
correntes das mãos. (Ato dos Apóstolos 12:7).
Pedro cura
um paralítico em Lida: “Aconteceu que Pedro, que se deslocava por toda parte,
desceu também para junto dos santos que moravam em Lida. Encontrou ali um homem
chamado Enéias, que havia 8 anos estava de cama: era paralítico. Pedro então
lhe disse: “Enéias, Jesus Cristo te cura! Levante-se e arruma teu leito”. Ele
imediatamente levantou-se. Viram-no todos os habitantes de Lida e da planície
de Saron e se converteram ao Senhor”.
Conversão de
Paulo: Saulo como Doutor da Lei, tinha plenos poderes de perseguir e efetuar
prisões aos seguidores do Nazareno. Seguiu para cidade Damasco, à procura e
prisão de Ananias.
Durante o
percurso, uma espessa nuvem de poeira cobria a estrada. Já se avistava a cidade
de Damasco quando Saulo, envolvido por um brilho estranho, jaz em terra,
mergulhando na mais completa escuridão em pleno meio-dia. Estava cego.
Seguiu-se outra luz que banhou seus olhos e nela surgiu um homem vestindo túnica
com pontos luminosos e cabelos a nazareno, que lhe falou com Voz amorosa:
“Saulo, por que me persegues”?
O Doutor da
Lei não compreendia o que se passava. Como somente ele via aquela majestosa
figura, perguntou: “Quem sois vós, Senhor”? Então o homem disse: “Eu sou Jesus,
a quem persegues”.
Em prantos,
Saulo perguntou: “Senhor, que queres que eu faça”? “Entre na cidade e saberás o
que fazer”, foi à resposta.
Um homem
objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um
momento para outro, vê o próprio Cristo, as portas de Damasco, e lhe recolhe as
instruções. E porque Saulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral,
Jesus, condoído, recorre a Ananias, médium clarividente na aludida cidade, e
pede lhe o socorro para o companheiro que encetava a nova tarefa.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. A Gênese: Cap. XV itens 15, 43 e 44, 56 a 62
Bíblia de
Jerusalém: Atos dos Apóstolos: 2:1-4; 4-6; 10:44-46; 12:7 - Mateus 10:16-20 -
Paulo, I Coríntios
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Espírito de Verdade: item23
SCHUTEL,
Cairbar. Vida e Atos dos Apóstolos
Fonte da
imagem: Internet Google.