PODERES PSÍQUICOS
Segundo o
evangelista Marcos (6:56), certa vez quando Jesus estava em Genesaré, ao sair
de uma barca, logo o povo o reconheceu e o seguiu, em busca de auxilio. Relata
o Evangelho: “E onde quer que Ele entrasse nas aldeias, nas cidades ou campos,
punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na
orla da sua veste; e quantos o tocavam saiam curado”.
Jesus, o
mais perfeito Espírito que veio a Terra, era possuidor de faculdades e virtudes
muitíssimo superiores as da nossa humanidade terrestre, por isso, curava os
enfermos por conhecer leis que ainda desconhecemos.
“Agia por si
mesmo, em virtude de seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos, os
encarnados na medida de suas forças segundo definição dada por um Espírito, ele
era médium de Deus”.
Contudo,
mesmo tendo poderes em sua maioria ocultos aos olhos de muitos encarnados, Jesus
curava com o objetivo de ser útil, de minorar as dores e não para satisfazer a
curiosidade dos detratores e indiferentes, cumprindo a missão que recebera de
Deus “porém nunca se prevaleceu dos milagres para se apresentar como possuidor
do poder divino”.
Até os 12
anos de idade a vida de Jesus é desconhecida, mas nada leva a crer que tenha
vivido uma rotina diferente do esperado. Nas narrativas de Lucas (2:41-52), ele
aparece com essa idade no conhecido episódio do Templo, quando manteve um
diálogo inteligente com os Doutores da Lei, surpreendendo a todos. Depois de
seus pais irem buscá-lo no Templo, conta ainda Lucas que Jesus continua sua
vida normalmente: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de
Deus e dos homens" (2:52).
Pela ausência
de informações sobre a vida de Jesus dos 12 aos 30 anos, surgiram as narrativas
dos Evangelhos Apócrifos e a especulação de que ele teria passado esse tempo
“em atividades iniciáticas na Índia, Egito, China ou qualquer outro lugar. Em
geral essas especulações são cultivadas por pessoas sedentas de fantasias. Elas
preferem ilusões às realidades prosaicas da vida e formam o caldo de cultura
ideal para escritores inescrupulosos, que lhes exploram a ânsia pelo fantástico
com falsas revelações ocultas”.
Há ainda os
que pretendem que Jesus tenha passado esse tempo com os essênios. Quanto a
isso, diz Emmanuel, em “A Caminho da Luz”: “O Mestre não obstante a elevada
cultura das escolas essênias, não necessitou da sua contribuição. Desde os seus
primeiros dias na Terra, mostrou-se tal qual era, com a superioridade que o
planeta lhe conheceu desde os tempos longínquos do principio”.
Se Jesus
nunca quis que suas naturais faculdades prevalecessem entre os homens, se nunca
se serviu delas para procurar privilégios, por que ainda muitos de nós buscamos
a aquisição de poderes psíquicos como forma de destaque?
Sabemos que
o Mestre sempre combateu tradições vazias e ritos exteriores, distante da
vaidade e da presunção.
Como, então,
procedermos no exercício da mediunidade e com a percepção aguçada que muitas
vezes nos assinala a presente encarnação? “O anseio de melhorar-se, o desejo do
equilíbrio, a intenção de manter a paz, constituem belos propósitos; no
entanto, é recomendável que o aprendiz não se entregue as preocupações de notoriedade,
devendo palmilhar o terreno dessas cogitações com a cautela possível’,
aconselha-nos Emmanuel.
E Emmanuel
complementa: “Ainda aqui, o Mestre Divino oferece a melhor exemplificação”.
A
exemplificação do amor, da humildade, da mansuetude. Desde o começo de sua
missão, em Cafarnaum, escolheu para seus discípulos, homens simples,
destituídos de glorias e de saber superior. Sua doutrina é bastante clara:
“dirigia-se a multidão, sobretudo aos deserdados e aos humildes. Tudo nela era
feito para mover os corações, para arrebatar as almas até ao entusiasmo, iluminando,
fortalecendo consciências”.
Daí a
necessidade do nosso aprimoramento interior, o estudo constante, para que
possamos nos enriquecer espiritualmente, que é o que verdadeiramente importa. A
busca constante pelo destaque social é perigosa armadilha que acaba por nos
comprometer cada dia mais.
Quando Jesus
se despediu de seus discípulos nas suas ultimas instruções disse: “Nisto todos
conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João,
13:35).
Emmanuel que
nos aconselha: “Se já recolheste migalha de luz, diminui a sombra no outro.
Vê-lo-ás, em toda parte, esperando-te auxílio. A árvore é julgada pelos frutos.
A criatura é vista pelas próprias obras. Em todos os sucessos que partilhemos,
alguém nos carrega a imagem. Aquilo, pois, que fizeste ao outro, a ti mesmo
fizeste.” Trabalho em prol do semelhante e humildade, só assim conseguiremos
que a figura luminosa do Cristo Redivivo habite no íntimo de nosso ser.
Bibliografia:
“Obras
Póstumas” – 1ª Parte - Estudo sobre a natureza do Cristo - Item II
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Caminho, Verdade e Vida: Capitulo 70
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito Emmanuel) .Religião dos Espíritos: O outro
Bíblia de
Jerusalém: Evangelho de Marcos. Capitulo 6, versículo 56
KARDEC,
Allan. A Gênese: Capitulo XV - item 2
PUGLIA,
Silvia C. S. C. – CDM
DENIS, Léon.
Cristianismo e Espiritismo - cap. III
Questões
para reflexão:
1) Comente
sobre a superstição que acompanha o caso dos locais assombrados.
2) Explique
que tipo de Espírito se liga aos chamados locais assombrados e o que fazer para
afastá-lo.
3) Comente
sobre as faculdades superiores de Jesus.
4) Comente a
necessidade da busca de valores espirituais para auxiliar nosso semelhante.
Fonte da
imagem: Internet Google.
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