PSICOGRAFIA – PNEUMATOGRAFIA -
PNEUMATOFONIA
Psicografia
Psicografia,
do grego psuikê, borboleta, alma, e graphó, eu escrevo (Revista Espírita, 1859
agosto).
O primeiro
meio empregado para produzir o fenômeno da psicografia, foi o das pranchetas e
das cestas munidas de lápis, chamada de psicografia indireta. As cestas eram
movidas pela vontade dos Espíritos comunicantes, enquanto o médium mantinha a
mão na cesta, esta atuava sobre o lápis.
A
psicografia direta ou manual é realizada pelo próprio médium. Neste caso, o
Espírito comunicante age sobre o médium e este, por sua vez, transmite a
mensagem por meio da escrita, no papel.
São vários
os meios de comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual, e de todos
os meios de comunicação, a escrita manual é o mais completo.
É por
intermédio dela que os Espíritos revelam melhor a sua natureza e o grau de sua
evolução. Sendo um meio de comunicação permanente, pois demonstra uma potência
oculta no fenômeno mediúnico.
É graças à
psicografia, que possuímos todo um acervo literário a nosso dispor, de grande
valor moral para os nossos estudos.
Além disso,
para o médium, essa faculdade é a mais suscetível de se desenvolver pelo
exercício.
Em “Missionários
da Luz”, no capitulo I, podemos aprender com o Espírito André Luiz que, durante
uma reunião mediúnica, o médium é preparado, pelos auxiliares espirituais, para
a tarefa da psicografia, para que não se lhe perturbe a saúde física. A
transmissão da mensagem não será simplesmente ”tomar a Mão”. Há processos
intrincados, complexos. Todo centro glandular é uma potência elétrica
transformando-se em núcleos luminosos; os condutores medulares formam extenso
pavio, sustentando a luz mental, como chama generosa de uma vela de enormes
proporções. O cerebelo mostra fulgurações; as células corticais e as fibras nervosas
constituem-se em elementos delicadíssimos de condução de energias
imponderáveis; a epífise desempenha o papel mais importante, emitindo raios
azulados e intensos e é nela, que reside o sentido novo dos homens.
Ainda neste
capítulo, aprendemos que o médium não pode improvisar o estado receptivo, há
que ter uma preparação espiritual incessante.
As
variedades de médiuns escreventes seguem uma relação extensa, conforme mostra
Kardec, no capitulo XVI, itens 191 a 197, de “O Livro aos Médiuns”.
No exercício
do psicógrafo comum, pode ocorrer a mudança da caligrafia, segundo o Espírito
que se comunica, podendo, inclusive, reproduzir a letra que o Espírito
comunicante tinha durante sua existência. Este caso, o da identidade da letra,
é mais raro. São os chamados médiuns polígrafos.
Os médiuns
escreventes ou psicógrafos são os que têm a faculdade de escrever por si
mesmos, sob influência dos Espíritos, e podem ser mecânicos, intuitivos, semi-mecânicos,
inspirados, ou de pressentimentos.
Graças a um
impulso involuntário, os médiuns escreventes mecânicos recebem a comunicação, caracterizando-se
pela inconsciência absoluta do que escrevem. “O primeiro indicio da disposição
para escrever é uma espécie de frêmito no braço e na mão. Pouco a pouco, a mão se
arrastada por um impulso que não pode dominar. Quase sempre, de início, traça
apenas sinais sem significação. Depois, os caracteres se tornam mais precisos,
e, por fim, a escrita se processa com a rapidez da escrita normal. Mas é sempre
necessário abandonar a mão ao seu movimento natural, não a embaraçando, nem a
propelindo.” (L.M., Cap. XVII, item 210).
“Já os
médiuns intuitivos têm consciência do que escrevem por impulso voluntário da
própria mão, porém o pensamento escrito não é seu, mas do Espírito comunicante,
que age sobre a alma do médium, com a qual se identifica. São os mais comuns. O
papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo atua como o
faria um interprete” (L.M., Cap. XV, item 180). “Diferem dos médiuns inspirados
no particular de que estes últimos não tem necessidade de escrever, ao passo
que o médium intuitivo escreve o pensamento que lhe é sugerido instantaneamente
sobre um assunto determinado e provocado” (L.M., Cap. XVI, item 191).
Os médiuns
semi-mecânicos são aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas tem,
instantaneamente, consciência das palavras ou das frases, à medida que
escrevem.
Os médiuns
inspirados são os que no estado normal, de pensamento, recebem ideias estranhas
às suas ideias preconcebidas. Isto ocorre sem o saberem, no seu estado normal,
seja para as atividades ordinárias da vida ou para os grandes trabalhos
intelectuais. “Toda a pessoa que recebe, seja no estado normal, seja no estado
de êxtase, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas,
pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados; como se vê, é uma
variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma
potencia oculta é ainda bem menos sensível, porque, nos inspirados, é ainda
mais difícil distinguir o pensamento próprio do que e sugerido. O que
caracteriza este último, sobretudo, e a espontaneidade” (L.M., Cap. XVI, item
190). É a mediunidade dos cientistas, poetas, etc.
Os médiuns
de pressentimentos têm uma intuição vaga das coisas futuras.
Pneumatografia
Pneumatografia:
Do grego, pneuma: ar; sopro; fluido; grafia: escrita; modo de escrever.
Pneumatografia
ou escrita direta é a escrita produzida pelo Espírito, sem o auxilio do médium
nem do lápis.
Kardec, em
“O Livro dos Médiuns”, Cap. XII - item 146 a 149 nos explica que a escrita
direta é obtida, como a maioria das manifestações espíritas não espontâneas,
pelo recolhimento, a prece e a evocação. Podendo ser produzida nos lugares mais
comuns, desde que se esteja nas condições morais exigidas e se disponha da necessária
faculdade mediúnica.
A
possibilidade de escrever sem intermediário é um dos atributos dos Espíritos e
é produzida hoje, como o foi desde a Antiguidade. E é assim que se pode
explicar a aparição das três palavras no festim de Baltazar, escrita na parede
principal do palácio real: “Menê, Teqel, Parsin”. Estas palavras foram
interpretadas por Daniel, a pedido do rei Baltazar.
Kardec,
ainda, nos fala da importância do estudo, para não nos limitamos a ver os
efeitos sem procurar as causas. E também estabelecer uma linha divisória entre
a verdade e a superstição.
Para a
produção desse fenômeno o Espírito não se serve de substâncias e instrumentos
nossos. Ele mesmo os produz, tirando os seus materiais do elemento primitivo
universal, que submetido a sua vontade, sofre as modificações necessárias para
atingir o efeito desejado.
A
pneumatografia foi utilizada na comprovação da existência do Espírito e na sua
manifestação. Não tendo, nos dias de hoje maior extensão de sua utilidade. A
manifestação através da psicografia encontra uma agilidade mais adequada à
realidade atual.
Na Revista
Espírita de agosto de 1859 encontramos a seguinte narração de Kardec: “Um dos
nossos honoráveis colegas da Sociedade, o senhor Didier, obteve estes dias os
resultados seguintes, que nós mesmos constatamos, e dos quais podemos garantir
a perfeita autenticidade. Tendo ido, com a senhora Hüet, que há pouco teve
êxito em ensaios desse gênero, na igreja de Notre-Dame dês Victoires, tomou uma
folha de papel de carta trazendo o cabeçalho de sua casa de comercio, dobrou em
quatro e a depositou sobre os degraus de um altar, pedindo em nome de Deus a um
bom Espírito qualquer que quisesse escrever alguma coisa; ao cabo de dez
minutos de recolhimento, encontrou, no interior e sobre uma das folhas a
palavra fé, e sobre uma outra folha a palavra Deus. Tendo em seguida pedido ao
Espírito consentir dizer por quem isso fora escrito, ele recolocou o papel, e
depois de dez outros minutos, encontrou estas palavras: por Fénelon”.
Na Revista
Espírita de maio de 1860, encontramos mais um caso interessante, narrado também
por Kardec, de pneumatografia, onde a Sra. Hüet recebeu uma mensagem em Inglês,
sem ter conhecimento dessa língua.
Pneumatofonia
Pneumatofonia:
Do grego, pneuma: ar; sopro; fluido; fonia: som; voz.
A
pneumatofonia ou voz direta é o fenômeno em que os Espíritos podem produzir
gritos de toda espécie e sons vocais que imitam a voz humana, que podem,
igualmente, parecer que estão ao nosso lado ou nos ares.
São devidos
a uma causa inteligente e não acidental.
Kardec fala,
em “O Livro dos Médiuns”, item 151, que “os sons espíritas ou pneumatofônicos
manifestam-se por duas maneiras bem distintas: às vezes é uma voz interna que
ressoa em nosso foro intimo e, embora as palavras sejam claras e distintas,
nada têm de material; outras vezes, as palavras são exteriores e tão distintamente
articuladas como se proviessem de uma pessoa ao nosso lado”.
De um modo,
ou de outro, o fenômeno da pneumatofonia é quase sempre espontâneo e só muito
raramente pode ser provocado. Diante da natureza dos Espíritos, podemos supor
que, dentre eles, alguns, de ordem inferior, se iludem e julgam falar como
quando vivos. Na Revista Espírita, fevereiro de 1858, podemos conhecer a
história da aparição de Mlle. Clairon.
Não podemos
esperar que todo ruído, pancada ou zumbido provenha da manifestação de um
Espírito.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. Livro dos Espíritos: Introdução
KARDEC,
Allan. Livro dos Médiuns: Cap. XII, XIFI, XVI
XAVIER,
Francisco Cândido (André Luiz). Missionários da Luz: Cap. XVIII
XAVIER,
Francisco Cândido (André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade.
KARDEC,
Allan. Revista Espírita 1858 fevereiro; 1859 agosto; 1860 maio
Bíblia de
Jerusalém: Daniel, 5
Fonte da
imagem: Internet Google.
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