CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Prezados amigos, amigas e seguidores deste blog

Com esta aula: Desobsessões e Curas, concluímos o CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO.

 

Com as bênçãos de Jesus eu voltarei em março de 2025 com o CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO - FEESP.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

24ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Desobsessões e Curas

O Espiritismo nos ensina que as obsessões são muito frequentes e se apresentam sob aspectos variados, trazendo como consequência distúrbios de ordem física, desarticuladores da estrutura perispiritual do obsedado, proporcionais a gravidade do comprometimento.

Martins Peralva, na obra “Estudando a Mediunidade”, auxilia-nos a compreender o processo, comentando que o encarnado faculta o acesso do Espírito ao seu psiquismo. A infiltração se dá lentamente, realizando um trabalho subterrâneo de hipnose mental. Sem se dar conta, a penetração vai se fazendo tão profunda que o afastamento se torna muito difícil. “No princípio são simplesmente atitudes excêntricas, o fanatismo e a singularidade. Depois a ação magnética se estenderá até os centros nervosos, e o domínio psíquico e corporal se acentua de tal modo que a pessoa não dispõe mais da vontade para comandar a própria vida.” Não são poucos os casos de se chegar a um completo comprometimento do estado físico do encarnado.

Obsessão e loucura

Neste mesmo sentido, vemos no capitulo XIV de A Gênese que “... a obsessão é sempre o resultado de uma imperfeição moral que dá ocasião a preponderância de um mau Espírito. A uma causa física opõe-se uma força física; a uma causa moral, é necessário opor uma força moral. Para se preservar das doenças, fortifica-se o corpo; para garantir-se contra a obsessão, é necessário fortificar a alma. (...)

Nos casos de obsessão grave, o obsedado está como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É desse fluido que é necessário desembaraçá-lo... É necessário expulsar o fluido mau com a ajuda de um fluido melhor.

Isto é a ação mecânica, mas que nem sempre basta; é necessário também e, sobretudo, agir sobre o ser inteligente ao qual é necessário possuir o direito de falar com autoridade, e essa autoridade, não é dada senão à superioridade moral; “quanto maior esta for tanto maior aquela será”.

Há casos mais graves onde a subjugação num grau mais elevado pode ter como consequência a loucura. É o que vemos disposto em “O Livro dos Médiuns”, no item 254, questão 6: “Sim, há uma espécie de loucura cuja causa é desconhecida do mundo, mas que não tem relação com a loucura ordinária. Entre os que são tratados como loucos ha muitos que são apenas subjugados. Necessitariam de um tratamento moral, enquanto os tornam loucos verdadeiros com os tratamentos corporais. Quando os médicos conhecerem bem o Espiritismo, saberão fazer essa distinção e curarão maior número de doentes do que o fazem com as duchas.”

Em “A Gênese”, capitulo XV item 33, vemos que: “As libertações de possessos figuram, com as curas, entre os atos mais numerosos de Jesus (...) É provável que naquela época, como acontece ainda em nossos dias, atribuísse à influência dos demônios todas as doenças cuja causa era desconhecida, principalmente o mutismo, a epilepsia e a catalepsia. Mas outros fatos há em que a ação dos maus Espíritos não é duvidosa...” Kardec cita ainda que a prova da participação de uma inteligência oculta são as numerosas curas obtidas em alguns Centros Espíritas, unicamente pela evocação e moralização dos Espíritos obsessores.

Os processos obsessivos, assim como as doenças e outros males que afligem a humanidade, fazem parte das aflições e das misérias inerentes aos mundos de provas e expiações, onde nossas imperfeições impelem-nos a viver. Espíritos que, quando encamados, eram vingativos, muitas vezes, quando desencarnados, tomam-se obsessores ainda mais perigosos, eis que agem sem ser vistos. Não há como afastá-los pela força. O único meio é a moralização do obsedado e o esclarecimento dos Espíritos inferiores, fazendo-os renunciar voluntariamente ao mal.

Em síntese, o tratamento da obsessão consiste numa tríplice ação: “a ação fluídica, que liberta o perispírito do doente da pressão do Espírito malévolo; o ascendente exercido sobre este último pela autoridade que sobre ele se dá a superioridade moral e a influência moralizadora dos conselhos que se lhes dá”.
 
A primeira é acessória das outras duas, pois se momentaneamente se afasta o obsessor nada o impede de voltar. É fazendo-o renunciar, voluntariamente, a seus maus propósitos, moralizando-o, que se obterá êxito.

Para que este processo de convencimento seja alcançado, requer-se tato, paciência, devotamento e, acima de tudo, fé sincera. É nesse sentido que a superioridade moral é indispensável à obtenção do respeito do Espírito malévolo.

No capitulo XV de “A Gênese”, item 33, Kardec comenta que “A imensa superioridade do Cristo Lhe dava tal autoridade sobre os Espíritos imperfeitos, então chamados demônios, que bastava recomendar-lhes se retirarem, para que eles não pudessem resistir a essa exigência”. A passagem de Mateus 17:14-21 - O jovem lunático, ilustra bem esse fato, conforme transcrito a seguir.

O jovem lunático

“Ao chegarem junto da multidão, aproximou-se dele um homem que, de joelhos, lhe pedia: ‘Senhor tem compaixão de meu filho, porque é lunático e sofre muito com isso. Muitas vezes cai no fogo e outras muitas na água. Eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não foram capazes de curá-lo’. Ao que Jesus replicou ‘O geração incrédula e perversa, até quando estarei convosco’? Até quando vos suportarei? Trazei-o aqui. ’Jesus o conjurou severamente e o demônio saiu dele. E o menino ficou são a partir desse momento’. Então os discípulos, procurando Jesus a sós, disseram: ‘Por que razão não pudemos expulsa-lo?’ Jesus respondeu-lhes: ‘Por causa da fraqueza da vossa fé,. pois em verdade vos digo: se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela se transportará, e nada vos será impossível’.”

O Mestre, certamente, não podia interferir nas Leis que determinam a cada Ser que faça a sua colheita, conforme tenha sido sua própria semeadura, ou que a cada criatura será dado receber o que ela própria semeou. Ações como a exercida no caso da Mulher Curvada (Lc 13: 10-17), transcrita a seguir foram muitas.

A mulher curvada

“Ora, ele estava ensinando numa das sinagogas aos sábados. E eis que se encontrava lá, uma mulher possuída havia dezoito anos por um espírito que a tornava enferma; estava inteiramente recurva, e não podia de modo algum endireitar-se. Vendo-a, Jesus chamou-a e disse.' 'Mulher estás livre de tua doença’, e lhe impôs as mão. No mesmo instante, ela se endireitou e glorificava Deus.” “O chefe da sinagoga, porém, ficou indignado por Jesus ter feito uma cura no sábado e, tomando a palavra, disse a multidão: ‘Ha seis dias nos quais se deve trabalhar; portando, vinde nesses dias para serdes curados, e não no dia de sábado! O Senhor; porém, replicou: ‘Hipócritas’! Cada um de vos, no sábado, não solta seu boi ou seu asno do estábulo para levá-lo a beber? E esta filha de Abraão que Satanás prendeu há dezoito anos, não convinha soltá-la no dia de sábado? Ao falar assim, todos os adversários ficaram envergonhados, enquanto a multidão inteira se alegrava com todas as maravilhas que ele realizava.”

Eliminada a causa o efeito desaparece. Por isso Jesus sempre recomendava após suas curas: “A tua fé te curou; vai e não peques mais”. Daí a necessidade de se trabalhar para a própria melhoria. 

Conforme citado na resposta a questão 479 do Livro dos Espíritos: “A prece é um poderoso socorro para todos os casos, mas, sabei que não é suficiente murmurar algumas palavras para obter o que se deseja. Deus assiste aos que agem, e não aos que se limitam a pedir. Cumpre, portanto, que o obsedado faça, de seu lado, o que for necessário para destruir em si mesmo a causa que atrai os maus Espíritos.”

Seguir os ensinamentos de Jesus em plenitude! Esta é a única maneira de se evitar a obsessão. Vivenciando os preceitos contidos nos Evangelhos, verdadeiro manual de normas de conduta, colocando- os em prática no dia-a-dia, conquista-se assim a tão almejada reforma interior.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Reflita e comente: O Evangelho é o maior medicamento para os processos de obsessão.

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan – A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan – Obras Póstumas.
- Kardec, Allan – Obsessão – Origens, Sintomas e Curas
- Peralva, Martins – Estudando a Mediunidade.

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

24ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Desobsessões Realizadas por Jesus

Obsessão na Visão Espírita

Para compreendermos os processos da desobsessão, antes de mais nada, é necessário entendermos o que Kardec considera como sendo um dos piores flagelos da Humanidade: a obsessão. Precisamos considerar também que o objetivo desse estudo sumário, mais profundamente analisado no Curso de Educação Mediúnica, faz-se importante nesse momento para que possamos compreender a ação de Jesus junto aos obsedados apresentados nos Evangelhos.

Em “O Livro dos Médiuns”, segunda parte, cap. XXIII, define-se obsessão como sendo o “domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas. São sempre os Espíritos inferiores que procuram dominam, pois os bons não exercem nenhum constrangimento.” Não somente os médiuns são sujeitos a ela, mas todo aquele que imprudentemente se deixa influenciar por sentimentos, emoções, paixões, pensamentos e atitudes negativas ou inferiores.

No mesmo capitulo, no item 245, encontramos que: “Os motivos da obsessão variam segundo o caráter do Espírito. Às vezes, é a prática de uma vingança contra a pessoa que o magoou na sua vida ou numa existência anterior. Frequentemente é apenas o desejo de fazer o mal, pois como sofre, deseja fazer os outros sofrerem, sentindo uma espécie de prazer em atormentá-los e humilhá-los (...) agem, às vezes, pelo ódio que lhes desperta a inveja do bem...”.

“Há Espíritos obsessores sem maldade, que são até mesmo bons, mas dominados pelo orgulho do falso saber...”.

Prosseguindo no cap. XXIII, encontramos que a palavra obsessão é um termo genérico pelo qual se designa o conjunto desses fenômenos cujas modalidades são classificadas por Kardec em:

- Obsessão simples

- Fascinação

- Subjugação

- Possessão

Obsessão simples

A obsessão simples verifica-se quando um Espírito inferior em moral “se impõe a um médium, intromete-se contra a sua vontade nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros Espíritos e substitui os que são evocados”.(cap. XXIII, item 238).

Fascinação

No caso da fascinação, as consequências são mais graves. Caracteriza-se como uma ilusão projetada diretamente no psiquismo do médium, paralisando sua capacidade de discernimento, pois “o médium fascinado não se considera enganado”. O Espírito obsessor atua de forma sutil, inspirando confiança e agindo sobre o obsedado hipnoticamente, condicionando-o a aceitar teorias e posturas de forma irrefletida e cega.

Mesmo os homens mais instruídos não escapam a este tipo de influência, levando-os a considerar as mais absurdas das afirmações como verídicas. (cap. XXIII, item 239).

Subjugação

A terceira variedade, a subjugação, é caracterizada por Kardec como o envolvimento psíquico que traz como consequência a total paralisação da vontade da vitima fazendo-a agir malgrado seu livre-arbítrio. Ele aponta-nos ainda que a subjugação pode ser moral ou corpórea. “No primeiro caso, o subjugado é levado a tomar decisões frequentemente absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, considera sensatas: é uma espécie de fascinação. No segundo caso, o Espírito age sobre os órgãos materiais, provocando movimentos involuntários.” (cap. XXIII, item 240).

Possessão

Por uma questão de nomenclatura, melhor explicada em “O Livro dos Médiuns”, item 241, Kardec prefere inicialmente não utilizar o termo possessão. Na questão 474 de “O Livro dos Espíritos” esclarece que “A palavra possessão, na sua acepção vulgar supõe a existência de demônios, ou seja, de uma categoria de seres de natureza má, e a coabitação de um desses seres com a alma, no corpo de um individuo. Mas, como não há demônios nesse sentido, e como dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, também não há possessos, Segundo as ideias ligadas a essa palavra. Pela expressão possessão não se deve entender senão a dependência absoluta da alma em relação a Espíritos imperfeitos que a subjuguem”.

Anos mais tarde, Kardec se aprofunda no tema e faz uma distinção, conforme citado no livro “A Gênese”, capitulo XIV item 47, que:

 “Na obsessão, o Espírito age exteriormente com a ajuda de seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado; este último se encontra então enlaçado como numa teia e constrangido a agir contra sua vontade”.

Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito livre toma o lugar por assim dizer do Espírito encarnado.

Ele faz domicilio em seu corpo, sem que, todavia, este o deixe definitivamente, o que pode ocorrer apenas na morte. “A possessão é, portanto, sempre temporária...”.

Vai nesse mesmo sentido ao comentar em “A Obsessão - Origens, Sintomas e Curas” - capitulo “Um caso de possessão, Senhorita Julie” - que pode haver a possessão, isto é, substituição de um Espírito errante a um encarnado, porém, de forma parcial. Não significa que ele passou a aceitar, integralmente, esse termo. A possessão da forma que é considerada por várias religiões, onde o corpo seria “possuído pelo demônio”, seres de natureza perversa e eternamente voltados ao mal, de fato não existe. O Espírito sempre permanecerá ligado ao seu corpo mesmo nas mais acirradas investidas. São casos de subjugação em seu mais alto grau. As diversas citações nos Evangelhos sobre possessão devem ser compreendidas a luz dessa explicação.

Expulsão de demônios, existe?

Uma outra questão importante a ser esclarecida refere-se à expulsão de demônios citada nos Evangelhos.

Vemos na questão 480 do Livro dos Espíritos que “Isso depende da interpretação. Se chamais demônio a um mau Espírito que subjuga um indivíduo, quando a sua influência for destruída ele será verdadeiramente expulso. Se atribuis uma doença ao demônio, quando a tiverdes curado direis também que expulsastes o demônio. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa, Segundo o sentido que se der as palavras. As maiores verdades podem parecer absurdas, quando não se olha sendo para a forma e quando se toma a alegoria pela realidade. Compreendei bem isto e procurai retê-lo, que é de aplicação geral”.

Complementando a explicação, em “obras P6stumas”, Kardec defende que “O exorcismo consiste em cerimônias e fórmulas de que zombam os maus Espíritos que, entretanto, cedem à autoridade moral que se lhes impõe. Eles veem que os querem dominar por meios impotentes, que pensam intimidá-los por um vão aparato e, então, se empenham em mostrarem-se mais fortes e para isso redobram de esforços. São quais cavalos espantadiços que dão em terra com o cavaleiro inábil e que obedecem quando topam com um que os governa. Ora, aqui, quem realmente manda é o homem de coração mais puro, porque é a ele que os bons Espíritos de preferência atendem”.

O Remédio ou meios de combatê-la

Vemos assim que em qualquer caso de obsessão o remédio não reside em fórmulas milagrosas. Como estamos falando de um problema de mente a mente, a obsessão é uma questão de atitudes mutuamente assumidas, tanto do obsessor como do obsedado. Dai o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal e acabemos por abrir as portas a essa terrível doença moral tão presente na Humanidade.

Assim, cabe a cada um procurar substituir os vícios por virtudes num programa intenso e constante de reforma interior. Práticas como o Evangelho no Lar, preces ao deitar e ao acordar, procurar manter-se sempre ligado com o Alto e encarando a todos como irmãos queridos, são pequenos exemplos que nos mantém sintonizados com as esferas superiores e longe do assédio de obsessores.

O Possesso de Cafarnaum

Na Judéia, o numero de obsedados era muito grande e Jesus teve oportunidade de curar a muitos. Há vários casos relatados nos Evangelhos. Não se tratavam de milagres, mas sim do resultado da grande ascendência moral que Ele tinha sobre qualquer criatura. Vemos isto exemplificado na passagem de Lucas 4:31-37 – O possesso de Cafarnaum, transcrita abaixo.

“Desceu então a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ensinava-os aos sábados. Eles ficavam pasmados com seu ensinamento, porque falava com autoridade. Encontrava-se na sinagoga um homem possesso de um Espírito de demônio impuro, que se pôs a gritar fortemente: ‘Ah! Que queres de nós, Jesus Nazareno? Viestes para arruinar-nos? Sei quem tu és: o Santo de Deus.’ Mas Jesus o conjurou severamente: ‘Cala-te, e sai dele!’ E o demônio, lançando-o no meio de todos, saiu sem lhe fazer mal algum. O espanto apossou-se de todos, e falavam entre si: ‘Que significa isso? Ele dá ordens com autoridade e poder aos espíritos impuros, e eles saem!’ E sua fama se propagava por todo lugar da redondeza.”

Naquele tempo, os fariseus entendiam que os obsedados eram possuídos pelo demônio e como também não aceitavam o poder moral superior de Jesus, argumentavam que “É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios” (Mt 9:34 e 12:24). Vemos ainda este mesmo raciocínio de muitos teólogos e religiosos de outras religiões contra a Doutrina Espírita. Em resposta àquele argumento, Jesus questionava: “Ora, se Satanás expulsa a Satanás, esta dividido contra si mesmo. Como, então, poderá subsistir seu reinado?"

Os Possessos Gadarenos

Outro exemplo é o famoso caso dos Possessos Gadarenos (refere-se à Gadara, uma das cidades da Decápole) também atiça a imaginação, e a falta de conhecimento categoriza nas galerias do “milagre”.

“Ao chegar ao outro lado, ao país dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois endemoniados, saindo dos túmulos. Eram tão ferozes que ninguém podia passar por aquele caminho. E eis que puseram-se a gritar: ‘Que queres de nos, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?’ Ora, a certa distância deles, havia uma manada de porcos que pastavam. Os demônios lhe imploram, dizendo: ‘Se nos expulsa, manda-nos para a manada de porcos’. Jesus lhes disse: Ide'. Eles, saindo, foram para os porcos e logo toda a manada se precipitou no mal; do alto de um precipício, e pereceu nas águas.”

Em “A Gênese”, capitulo XV, item 34, Kardec aponta que: “O fato de maus Espíritos enviados aos corpos de porcos é contrário a toda probabilidade.” Contesta inclusive a presença de um rebanho tão numeroso num país em que tinham horror a esse animal e não o utilizavam para alimentação. Kardec esclarece que um Espírito mal não deixa de ser um Espírito humano mesmo que continue a praticar o mal após a sua morte, mas é contra a lei da natureza que ele possa animar o corpo de um animal. “Portanto, é preciso ver nisso uma destas amplificações comuns aos tempos de ignorâncias e de superstições, ou talvez uma alegoria para caracterizar as inclinações imundas de certos Espíritos”.

Certamente sempre poderemos contar com a assistência espiritual. A intercessão do Plano Espiritual é sempre dada a todos que os chamarem ao auxilio com pureza de coração e fé verdadeira. No entanto, cabe a nos o principal papel. Quanto mais elevados moralmente estivermos, mais condições teremos de lidar com as adversidades que nos surgem no caminho. Não há Dúvidas que os processos obsessivos estão presentes ao nosso redor. Entretanto, conforme cita Kardec A Obsessão - Origem, Sintomas e Curas - capitulo V - “Os Estudos sobre os Possessos de Morzine”, “Os maus Espíritos só se dirigem a aqueles a quem sabem poder dominar e não a aqueles a quem a superioridade moral - não dizemos intelectual - encouraça contra os ataques.” Por tudo isso, Jesus propõe tão seriamente o “orai e vigiai” constantemente.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Os Espíritos interferem no mundo corpóreo a todo momento. Já dizia Kardec que a obsessão é um dos piores flagelos da humanidade. Como combatê-la.

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

23ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Curas: O homem da Mão Ressequida, O Paralítico da Piscina, Cego de Nascença, O Servo do Centurião, Outras Curas Operadas por Jesus

O homem da mão ressequida

“E entrou de novo na sinagoga, e estava ali um homem com uma das mãos atrofiadas. E o observavam para ver se o curaria no sábado, para o acusarem. Ele disse ao homem da mão atrofiada: ‘Levanta-te e vem aqui para o meio ’. E perguntou-lhes: ‘É permitido, no sábado, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matar? ’Eles, porém, se calavam. Repassando então sobre eles um olhar de indignação, e entristecido pela dureza do coração deles, disse ao homem: ‘Estende a mão ’. Ele a estendeu, e sua mão estava curada. Ao se retirarem, os fariseus com o herodianos imediatamente conspiraram contra ele sobre como o destruiriam.” (Mc 3:1-6).

O amor não tem dia nem hora para ser praticado e o magnetismo de Jesus agiu serenamente sobre a atrofia nervosa da mão daquele homem. Jesus já dizia: “Meu Pai não cessa de agir e eu também ajo sem cessar” (Jo 5:17). Como o sábado é que foi feito para o homem e pelo homem, a verdadeira caridade esta nos sentimentos nobres, na doação de si mesmo e não têm dia, nem lugar para acontecer.

O paralítico da piscina

“...Existe em Jerusalém, junto a Porta das Ovelhas, uma piscina que, em hebraico, se chama Betesda, com cinco pórticos. Sob esses pórticos, deitados pelo chão, numerosos doentes, cegos, cochos e paralíticos, ficavam esperando o borbulhar da água. Porque o anjo do Senhor descia, de vez em quando, à piscina e agitava a água; o primeiro, então, que ai entrasse, depois que a água fora agitada, ficava curado, qualquer que fosse a doença. Encontrava-se ai um homem, doente havia trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado, e sabendo que já estava assim havia muito tempo. Perguntou: ‘Queres ficar curado? ’ Respondeu-lhe o enfermo: ‘Senhor não tenho quem me jogue na piscina quando a água é agitada; ao chegar outro já desceu antes de mim. ’Disse-lhe Jesus: levanta-te, toma o teu leito e anda! ’ Imediatamente o homem ficou curado. Tomou seu leito e se pôs a andar.. Eis que estás curado; não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior! (Jo 5:2-14).

Por essas palavras, ele lhe faz entender que seu mal era uma decorrente dos compromissos assumidos em vidas anteriores e que, se não melhorasse, poderia ser de novo punido ainda mais rigorosamente. Essa doutrina esta inteiramente conforme aquela que o Espiritismo ensina (GE, cap. XV item 22).

Esta cura também se operou no sábado. Era uma forma de protestar contra o rigor dos fariseus no tocante a observância desse dia. Ele queria mostrar-lhes que a verdadeira piedade não consiste na observância de praticas exteriores e de coisas formais, mas que ela esta nos sentimentos do coração.

Encarando a narração do Evangelho pelo lado moral, Cairbar Schutel em “Parábolas e Ensino de Jesus”, cap. “O paralitico da piscina” convida-nos a questionar por que só um enfermo mereceu a graça da cura sem a agitação das águas, enquanto os outros permanecem esperando o momento certo para entrar no tanque.

É o próprio Cairbar que infere alertando que a maioria dos enfermos buscava a cura do corpo, a cura dos males físicos, enquanto que o paralitico provavelmente não só desejava a liberdade do corpo, como também a do Espírito. Somente ele, pela sua crença, estava apto a receber a cura. O comentário é de significativo ensinamento para nossos dias, onde nos preocuparmos muito mais com a questão da saúde do corpo do que a do Espírito.

Cego de nascença

“Ao passar ele viu um homem, cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: ‘Rabi, quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego?’ Jesus respondeu: ‘Nem ele, nem seus pais pecaram, mas é para que nele seja manifestadas as obras de Deus...’ Tendo dito isso, cuspiu na terra, fez lama com a saliva, aplicou-a sobre os olhos do cego e lhe disse: ‘Vai lavar-te na piscina de Siloé - que quer dizer ‘Enviado ’ - . o cego foi, lavou-se e voltou vendo. Os vizinhos, então, e os que estavam acostumados a vê-lo antes, porque era mendigo, diziam: ‘Não é esse que ficava sentado a mendigar?’. Perguntaram-lhe então: ‘Como se abriram os seus olhos?’ Respondeu: ‘O homem chamado Jesus fez lama, aplicou-a nos meus olhos e disse: ‘Vai a Siloé e lava-te’. Fui, lavei e recobrei as vistas.’ Os fariseus perguntaram-lhe novamente como havia recobrado a vista. Respondeu-lhes: ‘Ele aplicou-me lama nos olhos, lavei-me e vejo... Se esse homem não veio de Deus, nada poderia fazer’. ” (Jo 9:1-34).

A situação constrangedora a que foi submetido o cego de nascença, colocado frente aos fariseus que procuravam, a todo custo, distorcer a verdade personificada em Jesus e patenteada em suas curas, serve como exemplo de simplicidade ante as dificuldades e impedimentos colocados por aqueles que queriam, a todo custo, comprometer Jesus e sua obra.

A pergunta dos discípulos sobre quem pecara, o cego ou os seus pais, indica a intuição de uma existência anterior, pois de outra maneira ela não teria sentido, pois o pecado que seria a causa de uma enfermidade de nascença deveria ter sido cometido antes do nascimento, logo, em uma existência anterior. Jesus lhes revelou que o homem era cego não porque tinha pecado. Se não era uma expiação do passado, era uma provação que serviria ao seu progresso, porque Deus é justo, não poderia lhe impor um sofrimento sem compensação.

Quanto ao meio empregado para curá-lo, é evidente que a fórmula saliva-terra fora um veiculo de energia curativa empregada por Jesus, porque a lama feita não podia ter virtude alguma senão pela ação do fluido curador do qual ela estava impregnada (GE, cap. XV item 25).

O servo do centurião de Cafarnaum

“Ao entrar em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião que lhe implorava e dizia: ‘Senhor o meu criado esta deitado em casa paralítico, sofrendo dores atrozes. Jesus lhes disse: ‘Eu irei curá-lo.” Mas o centurião respondeu-lhe: ‘Senhor: não sou digno de receber-te sob o meu teto, basta que digas uma palavra e o meu criado ficara são.’ Com efeito, também estou debaixo de ordens, tenho soldado sob meu comando, e quando digo a um ‘Vai’, ele vai e a outro ‘vem’, ele vem. E quando digo ao meu servo ‘Faze isso!’ ele faz. Ouvindo isso, Jesus ficou admirado e disse aos que o seguiam: ‘Em verdade vos digo, que em Israel não achei ninguém que tivesse tal fé.’ Em seguida, disse ao centurião: ‘Vai! Como creste, assim te seja feito’! “Naquela mesma hora o criado ficou são.” (Mt8:5-13).

Vemos aqui um grande exemplo da potência curadora de Jesus que mesmo a distancia pode exercê-la em função da fé sincera demonstrada pelo centurião. É de se admirar também a frase: “Eu irei curá-lo”. Qual é o médico que, sem ver o doente, sem perscrutar, sem examinar, pode dizer categoricamente a qualquer que o chama para socorrer um sofredor: “Eu irei curá-lo”? “Eis porque sempre afirmamos que Jesus foi o maior de todos os médicos e que ninguém foi, nem é tão sábio quanto ele. A sua ação no mundo foi verdadeiramente estupenda, extraordinária, maravilhosa. Só ele era capaz de fazer o que fez; só ele é capaz ainda hoje de fazer o que de fato nós precisamos; e o fará se, como o centurião, soubermos implorar-lhe assistência.” (Parábolas e Ensinos de Jesus, cap. “Jesus e o centurião”).

Outras curas operadas por Jesus

Na obra “A Gênese”, cap. XV item 26, Kardec cita que Jesus ia por toda Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todas as fraquezas e todas as moléstias entre o povo. Traziam-lhe os doentes e afligidos por males diversos, os possessos, lunáticos, paralíticos..., e acompanhava-o grande multidão.

Diz Kardec que de todos os fatos que atestam o poder de Jesus, os mais numerosos são as curas. “...Ele queria provar por esse meio que o verdadeiro poder é o que faz o bem...” (GE, cap. XV, item 27), que aliviando sofrimento, fazia prosélitos pelo coração, fazendo-se entendido e amado.

Façamos a nossa parte

A doença é uma terapêutica da alma, dentro do mecanismo da evolução humana. É a filtragem, no corpo, dos efeitos prejudiciais dos desequilíbrios espirituais. Funciona, também, como processo que induz a reflexão e disciplina das atitudes. Enquanto não produziu seus efeitos benéficos, não deve ser suprimida.

De todos os enfermos que o procuravam, Jesus curou somente aqueles em quem os efeitos purificadores da enfermidade já haviam atingido seu objetivo reequilibrante, ou aqueles que já apresentavam condições para receberem esse auxilio no corpo físico.

“Curai os enfermos”, mandou ele aos seus discípulos, mas completou: “anunciai-lhes: o Reino de Deus está próximo de vós.” (Lc 10:9). Não queria que apenas curassem corpos, mas que orientassem os enfermos para o entendimento e cumprimento das leis de Deus, porque a verdadeira cura é a do espírito e esta não se da apenas pela supressão dos sintomas da doença física, a qual é tão somente uma consequência.

Para evitar as enfermidades, cuidemos não só do corpo, mas do espírito, cultivando bons pensamentos e sentimentos, praticando o bem e não o mal. Ao sermos curados, agradeçamos. “Mas, se apesar de nossos esforços, não pudermos fazê-lo, o Espiritismo nos ensina a suportar com resignação os nossos males passageiros.” (ESE, cap. XXVIII, V item 77).

Emmanuel, na obra “Seara dos Médiuns”, cap. “Oração e Cura”, orienta que: “lesões e chagas, frustrações e defeitos em nossa forma externa são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus”.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como podemos evitar as enfermidades?

Bibliografia
- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan – A Gênese - Ed. FEESP.
- Armond, Edgard – O Redentor
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan – A Gênese - Ed. FEESP.
- Schutel, Cairbar – Parábolas e Ensinos de Jesus
- Xavier, Francisco C./ Emmanuel – Seara dos Médiuns

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.