CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

16a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


MEDIUNIDADE E PSICOTERAPIA

“O homem através de suas realizações, construções mentais e atitudes, instala nos centros da vida pensante os distúrbios que produzem alienações das mais diversas que terminam por se manifestar através de psicoses e psicopatias.” (Joana de Angelis) Muitos problemas atuais tem sua origem no caminho percorrido em outras encarnações, outros são consequência de ideias e emoções cultivadas na vida presente. A psicoterapia é procurada para tratamento de tais distúrbios através de métodos como a persuasão, sugestão, hipnose, psicanálise e os processos que dela derivam, e sua finalidade é restabelecer o equilíbrio emocional perturbado.

As Casas Espíritas igualmente são procuradas por criaturas perturbadas e infelizes que buscam acolhimento junto a medianeiros benévolos, equilibrados, que as orientam nos princípios doutrinários do Espiritismo, verdadeira terapia da alma. Para que esse auxílio seja mais eficaz é importante que o médium ou atendente, ao realizar o atendimento, conheça alguns princípios de psicoterapia, de relacionamento interpessoal, bem como necessidades individuais que devem ser respeitadas tais como:

 Necessidade da criatura ser tratada como pessoa que tem valor absoluto, com dignidade inata e não ser classificada como um tipo ou categoria.

 Necessidade de exprimir os próprios sentimentos, que podem ser positivos, negativos, de medo, de insegurança. A discrição do médium é condição fundamental.

 Necessidade de compreensão, simpatia, bondade, para que a criatura sinta segurança quanto ao interesse afetivo na solução dos problemas apresentados.

 Necessidade de não ser julgado por causa de suas dificuldades: o orientador não deve mostrar estranheza ou perplexidade e tampouco levantar hipóteses precipitadas sobre os problemas, sem análise mais cuidadosa.

 Necessidade de ser tratado como pessoa livre, com direito as próprias escolhas. Não se deve forçar soluções e sim apontar caminhos, deixando as opções a cargo do arbítrio de cada um.

Podemos apontar ainda algumas atitudes que favorecem o auxílio aos necessitados:

 Argumentação sob o crivo do discernimento espírita, exaltando a responsabilidade pessoal de cada um diante dos obstáculos. Lembremo-nos de Jesus: “Tudo depende de ti e da tua fé”, convidando o entrevistado para uma vida autêntica, oferecendo apoio e incentivo para a construção da “casa sobre a pedra”. (Abandono das fantasias).

 Auxílio para que cada um evite a transferência psicológica que atribui aos outros os danos que foram causados por negligência própria. Estimular a criatura a mergulhar nos íntimos painéis de si mesmo, combatendo os inimigos “de dentro”.

 Ressaltar que o encorajamento e ajuda não exime a necessidade de reparação dos danos.

 No atendimento manter o equilíbrio: nem desmedido envolvimento, nem excesso de indiferença.

 O orientador espírita deve também considerar que “os sintomas resultantes das influências mediúnicas não são diferentes daqueles apresentados pelos processos psicológicos naturais. A definição exige conhecimento e observação, já que ambos os campos, via de regra, se interpenetram” (Adenauer Novaes).

“São inimagináveis as possibilidades de socorro de um encarnado confiante no Alto” (Emmanuel), mas é preciso que os orientadores se instruam constantemente para melhorar seus processos de análise das almas, suas técnicas de expor soluções estimulando a confiança necessária à renovação mental e moral do homem, reconduzindo-o ao equilíbrio, livrando-o das fixações e auxiliando a terapêutica convencional; tanto quanto é imperioso o esforço honesto e constante para melhoria por parte da criatura necessitada.

Bibliografia:

FRANCO, Divaldo Pereira (Espírito Joana de Angelis). Após a Tempestade: Lição 17

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Estude e Viva: Lição 31

NOYAES, Adenauer. Psicologia e Mediunidade: Pag. 37 a 41 e 87 a 90

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz: Cap. 4 (Vampirismo)

PIRES, José Herculano. Vampirismo

Questões para Reflexão:

1) Explique o processo da simbiose espiritual e quais as suas causas.

2) Explique a ação dos Espíritos vampirescos e como a criatura pode libertar-se dessas influências negativas.

3) Explique o porquê da Doutrina Espírita ser considerada como “terapia da alma”.

4) Relacione algumas atitudes que colaboram no auxílio a criatura necessitada.

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terça-feira, 27 de agosto de 2019

16a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


SIMBIOSE E VAMPIRISMO

SIMBIOSE: é o processo pelo qual dois seres vivos se associam. Essa associação se faz também entre encarnados e desencarnados, onde os últimos “se aglutinam aos hábitos dos vivos, partilhando-lhes a existência e absorvendo-lhes parcialmente a vitalidade, de que se sustentam” (André Luiz). A essa influência damos o nome de simbiose espiritual. São diversas as causas que provocam esse fenômeno. Muitas vezes a criatura, ao reencarnar, já traz a companhia invisível da entidade com a qual está ligada por tarefas e dívidas de outras existências: harmonizadas na mesma onda mental, integram-se como hipnotizador e hipnotizado; ou o desencarnado se aproxima do indivíduo aproveitando-se de emanações fluídicas que são peculiares a ambos (afinidade); ainda outras vezes aparece quando a mente desencarnada se aproveita da receptividade dos que lhe choram a perda, influenciando-os com emanações de seu próprio corpo espiritual, utilizando-os como instrumentos de seus próprios pensamentos. Qualquer que seja a origem do fenômeno, facilmente observável nas reuniões de desobsessão, essa “união psíquica” perdura enquanto a criatura encarnada, subjugada por fluidos que lhe são estranhos e deletérios, não buscar a própria renovação através do estudo, da oração, da aquisição de virtudes. Todo ser encarnado permanece responsável perante as sintonias que estabelece e será beneficiado com influências positivas sempre que empreenda com disciplina e boa vontade a tarefa de reajustamento próprio.

VAMPIRISMO: Vampiro é toda entidade ociosa que se vale das possibilidades alheias. O vampirismo é a ação pela qual os Espíritos imperfeitos, presos as paixões inferiores, “se imantam à organização psicofísica de encarnados e desencarnados, sugando-lhes a substancia vital...” (Martins Peralva). Herculano Pires ressalta que essa classe de Espíritos atua desde sempre na Terra, influenciando suas vítimas que direcionam seus recalques e frustrações para a pornografia e a criminalidade. As raízes do vampirismo se encontram no próprio homem encarnado, face aos desajustes:

a) de ordem fisiológica, já que os excessos a que subordinamos o vaso físico como o abuso do álcool e drogas, atrai entidades ignorantes, distantes da renovação, que buscarão e encontrarão em nossos órgãos aquilo de que se nutrem;

b) de ordem psicológica: a persistência no mal, o egoísmo, a cólera, a desesperação, o comprazimento em atitudes, conversas e companhias menos edificantes, criam “larvas mentais”, qual nuvem de bactérias, que passam a se exteriorizar de cada individualidade através de emanação mental de teor inferior, estabelecendo correntes invisíveis, que fazem com que a criatura se coloque, de imediato, sob influência de encarnados e desencarnados que alimentam tais agentes enfermiços, acompanhando-lhe os passos como sombras que ameaçam o equilíbrio mental. André Luiz (“Evolução em Dois Mundos”) relata a ação de tais entidades sob dois aspectos:

1) infecções fluídicas - através da absorção de emanações vitais dos encarnados, dominando e controlando suas vítimas de modo a comprometer seriamente tanto o psiquismo como o corpo físico.

2) Parasitas ovoides – Desencarnados com o perispírito modificado, autohipnotizados pela ideia de vingança ou apego excessivo, ligados as vítimas que os alimentam através de sentimentos de remorso ou arrependimento. Essa situação pode perdurar além da morte física da vítima, até que, “na disposição firme para o bem, algoz e vítima possam reajustar-se”. Para preservar o equilíbrio biopsíquico da própria vida é fundamental a conduta digna, a luta pela erradicação dos hábitos nocivos, o cultivo dos bons pensamentos e a prece. Os médiuns devem ser instrumentos conscientes na batalha contra o vampirismo de todas as tendências, doutrinando o obsedado, fortalecendo sua disposição para a renovação, orientando-o e auxiliando-o tanto quanto possível na reintegração de seu arbítrio. “Para a doença da alma, a cura real pertence ao homem-Espírito”. (André Luiz - “Os Mensageiros”)

Bibliografia:

KARDEC, Allan. A Gênese - Cap. XVI

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Religião dos Espíritos: Lição: Mediunidade e Dever

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Justiça Divina: Lição: Exames.

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Evolução em Dois Mundos: Caps. XIV e XV

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Cap. XVII

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Os Mensageiros: Cap. 40

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz: Caps. 3 e 4

PIRES, Herculano. Mediunidade: Cap. VIII

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. XIII

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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

15a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


A MORAL MEDIÚNICA

Manifesta a disposição mediúnica, o consequente natural será a mudança no comportamento do médium. Isso engendra a Moral Mediúnica. A Moral, do latim mos, ris, costume, é o conjunto de regras de conduta que inclinam a vontade à prática do bem. E por assim dizer, a disciplina dos bons costumes. Ou como definida no Livro dos Espíritos: “... a regra da boa conduta e, portanto, de distinção entre o bem e o mal”.

Ora, se “O bem é a decidida cooperação com a Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa” ...“E o mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós mesmos, a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a permanência nas linhas inferiores do espírito”, tem-se que ao médium incumbe proceder a cirurgia íntima dos tecidos da sua natureza. A natureza ou substância do homem ainda é nesta fase de evolução da humanidade, moralmente deficitária. Os vícios milenares lhes são uma enormidade. Dentre tais, a mágoa, o ciúme, a inveja, a cobiça, são de difícil combate a neutralização, precisamente por força de sua estratificação milenar.

E o médium é homem, entenda-se: ser humano, como qualquer outro. Então, conquanto lhe cumpra operar a renovação moral, para melhor ou ideal desempenho do seu mediunato, é por outro lado necessário socorrê-lo com as ferramentas da oração, da compreensão de que o assédio sufocante, o elogio destemperado, são estímulos que o embaraçam no percurso da íntima tarefa renovadora.

Por sua vez, a Moral Mediúnica não é distinta da moral gênero. A que disciplina e ordena a boa conduta.

Aquela que recomenda a prática do bem, quer fisiológico, quer sobretudo psíquico, encarregando se “de expor os múltiplos deveres, que constituem os princípios práticos, basilares da vida”.

Bibliografia:

PIRES, José Herculano. Mediunidade: Cap. IX

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Indulgência: Lição 18 (Hoje é o Dia)

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Perg. n° 629

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Ação e Reação: Cap. 7 (Conversação Preciosa)

FRANCO, Divaldo Pereira (Espírito Joana de Angelis). Estudos Espíritas: Cap. 22

Questões para reflexão:

1) Com base no conteúdo desta aula analise se o mediunato é efeito ou causa da relação mediúnica.

2) Considerando o médium como mediador entre os dois planos, diga qual a sua circunstância em seu mediunato.

3) Analise se há uma relação entre o bem, o mal e a mediunidade.

4) Faça o seu comentário sobre o seguinte questionamento: Do ponto de vista moral, o que é a mediunidade?

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terça-feira, 20 de agosto de 2019

15a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


RELAÇÕES MEDIÚNICAS

O fenômeno mediúnico não é consequência de um instante solitário do médium. É ato bilateral, de conjugação de duas inteligências que se envolvem em fusão fluídica, simultaneamente alterando o psiquismo do médium encarnado e do ente comunicante. Que se opera pela ligação dos centros de força, experimentando o Espírito as sensações da vida na carne, enquanto a alma-médium, a leveza do comunicante, se desenvolvido, ou a sua bruteza, se perturbado. É a “síntese afetiva em que os dois planos da vida revelam o segredo da morte”, di-lo Herculano Pires. Não se há esquecer a seu turno, que o mesmo ocorre nas comunicações de Espíritos de diferentes esferas, no âmbito espiritual, ressalvadas circunstâncias não reveladas.

Por sua vez, lembrem-se, os médiuns não estão sós no mundo. O mundo é tudo quanto lhes cerque, lhes circunde. É a sua circunstância. Quer física, visível, material, quer extrafísica, invisível, espiritual. Não sem razão a isso alude o Apóstolo Paulo. Como as demais pessoas, hão-de comunicar-se com as outras que estão no mundo e vivem a vida de relação. Assim, o médium, por necessidade orgânica e social deverá estar em relação constante com os outros, para não frustrar, ou arrefecer o seu mediunato. Pois insulado se permite o desgosto de não se acostumar com os embates que a existência proporciona, de radical importância para o seu próprio desenvolvimento.

Do acervo de relações do homem-médium com o seu mundo existencial, sobressaem as relações:


1) com as instituições espíritas;

2) com os médiuns; e,

3) com o público em geral.

Não raro o trato do médium com os centros espíritas, engendra decepções resultantes, ora da má formação cultural dos dirigentes, dos seus despreparos doutrinais, ora do seu envolvimento num clima de infalibilidade e de poder absoluto.

Uma e outros inspiram a desconfiança e o ciúme, chagas que molestam a serenidade e o equilíbrio individual bem como da comunidade. Quando deveria conduzi-lo a confiança em si próprio, ampliando lhe o cabedal de serviço em proveito da obra.

As de médium-a-médium importam ao desenvolvimento educacional recíproco, por força da troca de experiências, de informações sobre a leitura de livros da literatura espírita e da literatura em geral. Que reforçam o conhecimento, enriquece e burila o estilo e sedimenta a cultura. Que por sua vez cerceia os riscos da desconfiança, auxiliando no combate íntimo de eventuais dúvidas.

Já as relações do médium com o público exigem daquele um comportamento culto, equilibrado e paciente, pelo que neste existe de incultura espírita-mediúnica. Em geral, o público encara a mediunidade como um dom sobrenatural e o médium um privilegiado. Em contrapartida, esse não compreende que tais tratamentos são fatores prejudiciais à relação em si, e a irradiação correta da doutrina espírita. Daí ser necessário que o médium, por inação, não estimule o engano em que incorram, a respeito do que seja o Médium e a Mediunidade.

Para isso, e de fundamental importância faça compreender que o “Médium é o ser, ou indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens, Espíritos encarnados”. Tão só e exclusivamente. O médium é simplesmente o agente do mediunato, “a missão providencial dos médiuns”. É o portador desse ministério, ou o do dom de dizer por outro não visível, na esfera em que a mediunidade se manifeste, quer em “comunicações tangíveis, mentais, escritas, físicas” quer de qualquer outra espécie.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: - Cap. XXII n° 236, XXXL XII e Cap. XXXII - Vocabulário Espírita.

FRANCO, Divaldo Pereira (Espírito Joana de Angelis). Estudos Espíritas: Cap. XVIII

PIRES, José Herculano. Mediunidade: Caps. V e X

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Obreiros da Vida Eterna: Cap. III e IX

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. 3

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. 25

BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Hebreus 12:1

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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

14a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


DEUS, JUSTIÇA E EVOLUÇÃO

A justiça de Deus tem por finalidade a evolução da criatura. É a expressão de sua misericórdia. Aquilo que vemos não começou a ser tal como se nos apresenta na atualidade. A ideia surge no cérebro de um e a obra perfeita é a resultante do concurso e da cooperação de muitos, através das gerações. A imprensa moderna, em nada se parece com a de Gutenberg. As ciências; as artes, em suas várias modalidades; a política; a religião e todas as demais manifestações da atividade do pensamento humano tem sofrido através de todos os tempos a influência benfazeja da evolução.

Se a imprensa de Gutenberg, em sua forma primitiva passou como passam as sombras e hoje vive em moldes mais aperfeiçoados, da mesma forma, o homem de outrora vive no homem de hoje; e como Espírito imortal atingira através da evolução a condição de Espírito Puro. Para frente e para o alto, tal é o dístico inscrito em cada átomo do Universo. O resultado de melhoramentos acumulados de geração em geração, como também o princípio imortal, que anima a matéria, transmigra, levando consigo, numa ascensão continua e plena pela senda da eternidade, os aperfeiçoamentos e progressos conquistados.

A evolução é um fato que se impõem, e em tudo se verifica. Os homens e os animais de hoje são bastante diferentes dos homens e animais de outrora. Muitas espécies de animais da antiguidade desapareceram do cenário terreno, existindo apenas alguns exemplares nos museus ou através de vestígios fósseis.

No passado longínquo, o Politeísmo grassava em quase todas as nações do mundo. Os deuses constituíam o centro de adoração de todos. Hoje, o Monoteísmo é consagrado em quase todas as nações da Terra. Deus é a imagem central de todas as religiões. Nas épocas imemoriais, faziam-se sacrifícios aos deuses, de crianças e animais.

Atualmente, essa prática é considerada abominável, horripilante. No passado ainda recente, o povo e até a religião majoritária acreditavam, através do sistema geocêntrico, que o mundo era imensa planície, e o Sol girava em torno da Terra. Após a descoberta de Galileu, foi universalmente aceito o sistema heliocêntrico, concebendo-se que a Terra e outros Planetas são imensos globos, girando em tomo do sol. Há alguns séculos, os chamados hereges eram queimados em praças públicas, e as religiões acreditavam que assim procedendo, prestavam um serviço a Deus. Na atualidade, a simples lembrança desses episódios é considerada aterrorizante, aos olhos de todos os homens, e um ultraje às sábias leis do Criador.

A criação é uma cadeia infinita, cujos elos se entrelaçam num perene movimento ascensional. Desde o átomo até ao Arcanjo tudo se encadeia. Não é dado ao homem ter uma visão mais ampla e palpável desse entrelaçamento gradual e progressivo dos Espíritos, porque o minúsculo Planeta onde habitamos não representa mais do que uma diminuta fração do Universo incomensurável. Para onde quer que voltemos nossos olhos, verificamos que tudo evoluiu e continua a evoluir na Terra; por isso, acreditando na evolução, acreditamos na justiça divina, e, acreditando na justiça divina, forçosamente acreditamos em Deus, Criador do Universo e da Vida, fonte geratriz de todas as coisas.

Sendo Deus a causa primaria de todas as coisas, a origem de tudo o que existe, é a base sobre a qual repousa o edifício da Criação. Essa é a questão crucial que o homem deve considerar antes de tudo, principalmente quando pretende analisar as coisas pertinentes a constante evolução de tudo o que é criado por Deus. Seria um grande erro e um atentado contra a Justiça Divina, se os Espíritos criados por Deus tivessem que permanecer eternamente jungidos ao estado e as condições em que conhecemos no momento atual. Que significado teria a evolução, se os Espíritos inferiores não evoluíssem para as etapas superiores?

A escada que o patriarca Jacó viu em sonho, quando a caminho da Mesopotâmia, é a mais insofismável e fiel imagem da evolução. Por essa escada, cujas extremidades se apoiavam, respectivamente, uma na terra e outra no Céu, subiam e desciam os Espíritos. A escada, com seus numerosos, incontáveis degraus, representa a alegoria perfeita das várias etapas do progresso que os Espíritos vão galgando, a fim de atingirem os planos superiores.

Por isso, dois postulados refulgem na constelação da fé espírita: evolução e reencarnação. A Doutrina das existências sucessivas é um fato que se impõe. Sem ela, como explicar os fenômenos da evolução? A reencarnação, postulado espírita, é a palingenesia de Pitágoras: negá-la é negar a evolução, é negar o senso da vida.

Emmanuel, através da psicografia de Francisco Candido Xavier, esclarece-nos que em nome da Eterna Sabedoria, o homem é o Senhor da evolução na Terra. Todos os reinos do planeta rendem-lhe vassalagem.

Claramente, nós, os Espíritos em aperfeiçoamento, no aperfeiçoamento terrestre, conseguimos alterar ou manobrar as energias e os seres inferiores do orbe a que transitoriamente, nos ajustamos, e do qual nos é possível catalogar os impérios da luz infinita, estudantes no Universo. A face disso, não obstante sustentados pelo Apoio Divino, nas lides educativas que nos são necessárias, o aprimoramento moral corre por nossa conta. O professor ensina, mas o aluno deve realizar-se. Os Espíritos superiores nos amparam e esclarecem, no entanto, é disposição da Lei que cada consciência responda pelo próprio destino. Meditemos nisso, valorizando as oportunidade em nossas mãos. Por muito alta seja a quota de trabalho corretivo que trazemos dos compromissos assumidos em outras reencarnações, possuímos determinadas sobras de tempo e, com o tempo de que dispomos, basta que usemos sabiamente a vontade, que tantas vezes manejamos para agravar nossas dores, a fim de consagrarmos ao serviço do bem e ao estudo iluminativo.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Pergs. - 667 a 673 e 776 a 802

VINICIUS. Em Torno do Mestre: Lição (Deus, Justiça e Evolução)

VINICIUS. Nas Pegadas do Mestre: Lição (Evolucionismo)

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel) - Livro da Esperança. item 06

Questões para reflexão:

1) Faça a diferença entre perda e suspensão da mediunidade e explique o porquê desses acontecimentos.

2) Explique os procedimentos que devem ser formados para com o médium que sofre a perda ou a suspensão da mediunidade.

3) Faça um breve relato sobre a diferença dos homens e animais de hoje com os homens e animais de outrora a Luz do Espiritismo.

4) De acordo com o conteúdo da Lição: Deus, Justiça e evolução, explique o significado da afirmação: Desde o átomo até o Arcanjo tudo se encadeia.

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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

14a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


PERDA E SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE - MÉDIUNS IMPERFEITOS

A experiência demonstra que os médiuns podem perder a faculdade que possuem, o que, no entanto, não é tão frequente. O mais comum é apenas uma suspensão, uma interrupção passageira da mediunidade, quer nas manifestações físicas ou intelectuais, qualquer que seja o gênero da faculdade. A causa da perda da mediunidade não está no esgotamento do fluido, mas, porque os Espíritos se afastam do médium porque não querem mais servir-se dele. Os Espíritos disseram a Kardec que o dom da mediunidade, não é concedido ao médium para o seu deleite e, ainda menos, para a satisfação de suas ambições, mas com a finalidade da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade. Se o Espírito verifica que o médium já não corresponde as suas visitas e já não aproveita das instruções nem dos conselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de um médium mais digno.

As principais causas que podem causar o abandono de um médium, por parte dos Espíritos são as seguintes:

1- Quando se usa para coisas frívolas, ou com propósitos ambiciosos;

2- Quando se nega a transmitir as comunicações ou os fatos transmitidos pelos Espíritos;

3- Outras vezes, a suspensão ocorre para proporcionar repouso material ao médium que dele necessite caso em que não é permitido a outros Espíritos substituir o Protetor;

4- Noutras ocasiões, serve para lhe pôr a paciência a prova e para lhe experimentar a perseverança, dando-lhe tempo de meditar sobre as instruções recebidas.

A suspensão da mediunidade funciona mais como uma advertência ao médium. A suspensão da faculdade não implica o afastamento dos Espíritos que habitualmente se comunicam. O médium se encontra então na situação de uma pessoa que perde temporariamente a vista, a qual, por isso, não deixaria de estar rodeada de seus amigos, embora na impossibilidade de os ver. Por isso a interrupção da faculdade mediúnica nem sempre traduz uma censura por parte do Espírito, pois que pode ser uma prova de benevolência. Para saber se se trata de uma censura, aconselham os Espíritos, deve o médium interrogar a sua própria consciência e inquirir a si mesmo qual o uso que tem feito da sua faculdade, qual o bem que dela tem recusado para os outros, que proveito há tirado dos conselhos que se lhe tem dado e assim terá a resposta na própria consciência. Não se recomenda ao médium que ficou impossibilitado da faculdade mediúnica recorrer a outro médium, muitas das vezes nada de satisfatório se consegue, pois depende da vontade do Espírito, cumpre então abster-se de insistir e de impacientar-se, se não quiser ser vítima de Espíritos enganadores, que responderão, no caso de procurar-se uma resposta forçada. Os Bons Espíritos permitem que isso aconteça para punirem aqueles que insistem.

O meio de abreviar a prova da suspensão da mediunidade, segundo os ensinamentos dos Espíritos, consiste na resignação e na prece.

Devem os médiuns lembrar-se sempre de que o dom da mediunidade é uma missão e como tal deve-se usá-lo santamente, religiosamente. O desempenho eficaz das faculdades mediúnicas tornam os médiuns mais felizes, porque a mediunidade bem conduzida é um caminho para a felicidade. Porém, aqueles médiuns que rejeitam o dom concedido por Deus, ou ainda, desviam as suas faculdades para coisas inferiores, são médiuns imperfeitos; desconhecem o valor da graça que lhes é concedida. A faculdade lhes foi outorgada porque precisam dela para se melhorarem, para ficarem em condições de receber bons ensinamentos. Se não aproveitam da concessão, sofrerão as consequências. Jesus ensinou que os sãos não precisam de médicos e sim os doentes. Os médiuns imperfeitos são os doentes da alma, que por negligência ou outros interesses rejeitam o remédio divino. O doente que não aceita o remédio, é o primeiro a trabalhar contra sua própria segurança.

Aquele que não possua o dom da mediunidade, poderá aperfeiçoar-se recorrendo aos livros, ao estudo, ao Evangelho, porquanto para praticar a moral de Jesus, não é preciso que o cristão tenha ouvido as palavras ao lhe saírem da boca.

O Apóstolo Paulo, em I Coríntios: 12:4 diz que “há diversidades de dons, mas um mesmo é o Espírito; há diversidades de ministérios, e um mesmo é o Senhor.” Joanna D’Angelis através de Divaldo P. Franco, comenta que há médiuns e mediunidades. Mediunidades todos nós possuímos. Aprimorá-las ou descurá-las, relegando-as a plano secundário, é responsabilidade que cada um exerce mediante o próprio livre arbítrio. Todos estamos interligados, em ministério mediúnico ativo, incessante, graças aos múltiplos dons de que nos achamos investidos. Vinculados Espírito a Espírito pelo impositivo da evolução, desde que constituímos famílias que formam a grande família universal, sintonizamo-nos reciprocamente pelas afinidades e aptidões, ideais e desejos num intercâmbio imenso de que somente o amor consegue os objetivos elevados, libertadores. Assim sendo, é preciso refletir nas possibilidades mediúnicas que se possui e elevar-se pelo exercício das ações nobilitantes, de modo a desenvolver os recursos positivos na realização do bem a que o Senhor a todos convoca. Necessário assim, acender a lâmpada do auxílio fraterno no coração, a fim de que a caridade possa inspirar os médiuns da esperança entre os que aspiram a um Mundo renovado e feliz para o futuro.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: Cap. XVI n° 196 e Cap. XVII - n°220

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. 14 e 27

FRANCO, Divaldo Pereira (Espírito Joana de Angelis). Livro: Convites da Vida: item 30

Fonte da imagem: Internet Google.