CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

24ª Aula Parte ÚNICA - CURSO O QUE É O ESPIRITISMO FEESP


VIDA E OBRA DE ALLAN KARDEC

Hippolyte Leon Denizard Rivail nasceu em Lyon, França, às 19 horas do dia 3 de outubro de 1804 de família católica; mãe, prendada e afável e o pai juiz.

Realizou seus primeiros estudos em Lyon e, aos dez anos é enviado a Yverdun na Suíça para uma escola modelo na Europa: o Instituto de Educação Pestalozzi fundado em 1805 pelo grande educador Johan Heinrich Pestalozzi (1746-1827)

A dimensão da grandeza de Pestalozzi fora estabelecida em seu epitáfio: “O Educador da Humanidade”. Pelo seu educandário passaram inúmeras personalidades que aprendiam e ensinavam que “o amor é o eterno fundamento da educação”.

As portas do Castelo de Yverdun onde funcionava o Instituto, eram totalmente abertas durante o dia. Ele tinha por princípio ser “a intuição a fonte de todos os conhecimentos”. E, convivendo com professores calvinistas e luteranos, Rivail aprendia que a verdadeira religião não é outra coisa senão “a moralidade”. Assim, Rivail iniciava a concepção da firme idealização de uma reforma religiosa com o propósito de unificar crenças e sanar as dissidências.

Denizard Rivail retoma a Paris, em 1822. Em 1823, inicia seus conhecimentos nas teorias de Franz Anton Mesmer, doutor da Universidade de Viena. Em 6 de fevereiro de 1832 casa-se com Amelie Gablielle Boudet, grande companheira de vida.

Aos cinquenta anos de idade Rivail já era escritor de livros didáticos (22 obras), membro de instituições científicas, da Academia de Ciências de Arras, professor de cursos técnicos. Poliglota, conhecia bem o alemão, inglês, holandês, tinha sólidos conhecimentos do latim, grego, gaulês e algumas línguas neolatinas.

Em 1854 encontra-se com o amigo magnetista Foitier, que o convida a verificar o fenômeno das “mesas girantes”. Como homem de ciências foi disposto a observar e analisar tais acontecimentos. Escreveu em suas anotações tratar-se de uma realidade e não havia possibilidade de anulá-lo e nem de descrer dos fatos. Havia ali uma força desconhecida e inteligente, que movia aquelas mesas. Entreviu nas “mesas girantes” as leis que regem as relações entre o mundo visível e o mundo invisível.

Em maio de 1855 conheceu as filhas do Sr. Baudin, Julie e Caroline, médiuns que tinham 14 e 16 anos respectivamente, desprovidas de preconceitos e vaidades. O professor Rivail, então, teve contato com os Espíritos que se comunicavam; de início, com Zéfiro, Espírito familiar dos Baudin.

Certo dia, constatou a presença do Espírito da Verdade, dirigente de uma falange de Espíritos que vinham cumprir a promessa de Jesus: a vinda do Consolador Prometido, e que o guiaram na construção das obras da codificação.

As comunicações recebidas foram escritas, analisadas e codificadas por Rivail. Em 18 de abril de 1857, sob o pseudônimo de Allan Kardec (nome que teve em uma encarnação como sacerdote druida), publica a primeira e fundamental obra da Doutrina Espírita, O Livro dos Espíritos.

Inicia, em 1° de janeiro de 1858, a publicação da Revista Espírita e outras obras logo vieram em seguida.

Em janeiro de 1861, publica “O Livro dos Médiuns”; em abril de 1864, surge “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; em 1° de agosto de 1865, é publicado “O Céu e o Inferno” ou “A Justiça Divina Segundo o Espiritismo”. Em 6 de janeiro 1868, “A Gênese”

A revelação espírita mostra o destino do homem após a morte; esclarece aos homens questões como a utilização do livre-arbítrio e suas consequências. Daí a autoridade da doutrina espírita pelo seu conjunto de princípios fundamentados na tríade ciência, filosofia e religião.

Sofrendo há alguns anos de uma enfermidade no coração, Allan Kardec desencarnou repentinamente em 31 de março de 1869, vítima do rompimento de um aneurisma. Estava na iminência de uma mudança de endereço, imposta pela extensão de suas múltiplas ocupações, e para finalizar diversas obras espíritas. Kardec desencarnou conforme vivera: trabalhando.

Camille Flammarion, em discurso pronunciado por ocasião do seu funeral, no Cemitério de Montmartre, traça um esboço de sua carreira literária, sua atuação na Revista Espírita e perpetuou: “Kardec era o que eu denominarei simplesmente de o bom senso encarnado”.

No ano seguinte, seu corpo foi transferido para o Cemitério de Pére Lachaise, Paris, onde se encontra até hoje.

No seu dólmen está escrito: “Nascer, morrer; renascer sempre, e progredir sem cessar, tal é a lei”.

FIXAÇÃO DO APRENDIZADO:

1) Onde e quando nasceu Hippolyte Léon Denizard Rivail? Qual a contribuição de Pestalozzi para a formação de seu caráter?

2) Sintetize a atuação de Rivail na área educacional.

3) Como Allan Kardec codificou a doutrina espírita?

BIBLIOGRAFIA
- Kardec, Allan - Obras Póstumas - Ed. Lake.

Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

23ª Aula Parte ÚNICA - CURSO O QUE É O ESPIRITISMO FEESP


VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu no atual município de Jaguaretama, Ceará, antiga Freguesia de Riacho de Sangue, em 29 de agosto de 1831. Era filho de Antônio Bezerra Cavalcanti, tenente-coronel da Guarda Nacional e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.

Em 1838, frequentou por dez meses a Escola Pública da Vila do Frade, onde aprendeu a ler e escrever.

Em 1842, quando sua família transferiu-se para o Rio Grande do Norte, foi matriculado na Escola Pública da Serra dos Martins, na Vila da Maioridade (hoje cidade de Imperatriz). Dois anos depois, já substituía o professor de Latim, quando esse estava impedido de comparecer.

Em 1846, quando a família retomou ao Ceara, passou a frequentar o Liceu da localidade, sob a direção de seu irmão Manoel Soares da Silva Bezerra, completando os estudos preparatórios para a faculdade.

Seu pai, nessa época, atravessava dificuldades financeiras por haver dado aceite em duplicatas de terceiros. Por isso, perdeu suas propriedades, mas cumprindo sua palavra, passou a ser o administrador de seus antigos bens.

Assim, ao seguir uma vida honrada, serviu de exemplo ao então adolescente Bezerra de Menezes.

Desejando ser médico, Bezerra decide mudar-se para o Rio de Janeiro, onde ficaria mais tarde conhecido como o Médico dos Pobres.

Em 5 de fevereiro partiu para o Rio, com 400 mil réis que seus parentes lhe haviam dado para custear a viagem, chegando com 18 mil réis no bolso e sonhos no coração.

Ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, em novembro de 1852. Estudava nas bibliotecas públicas e dava aulas para manter-se.

Doutorou-se em Medicina aos 25 anos de idade, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi eleito membro da Academia Imperial de Medicina e nomeado cirurgião-tenente do Corpo de Saúde do Exército em 1858, quando passou a assinar o seu nome sem o Cavalcanti. Na Academia Nacional de Medicina foi, durante quatro anos, o redator dos Anais da Entidade.

Casou-se, pela primeira vez, em 6 de novembro de 1861, com Maria Cândida de Lacerda, com quem teve um casal de filhos. Dois anos depois do desencarne de sua esposa, com 34 anos de idade, casou-se com Cândida Augusta de Lacerda, irmã materna de sua mulher. Tiveram cinco filhos.

Indicado por moradores da Freguesia de São Cristóvão a vereador da Câmara Municipal, elegeu-se em 1861 pelo Partido Liberal e exonerou-se do cargo de assistente de cirurgião do Exército. Reeleito vereador em 1864, foi eleito deputado federal em 1867 e membro da Comissão de Obras Públicas, figurando em lista tríplice para uma cadeira no Senado.

Dissolvida a Câmara dos Deputados em 1868, assumiu a criação da Companhia Estrada de Ferro Macaé a Campos, concluída em 1873. Foi diretor da Companhia Arquitetônica em 1872, a mesma que abriu o Boulevard 28 de setembro na Vila Isabel. Em 1875, foi presidente da Companhia Carril de São Cristóvão e membro de diversas entidades e sociedades beneficentes.

De novo vereador da cidade do Rio de Janeiro (período de 1879 a 1880), foi presidente da Câmara Municipal, cargo equivalente ao de prefeito e deputado federal.

Trabalhos Publicados:

O escritor J. F. Velho Sobrinho, no seu Dicionário Biobibliográfico Brasileiro, relata a existência de mais de quarenta livros e outras publicações do Dr. Bezerra de Menezes.

Foi autor de bibliografia extensa, que inclui desde biografias de homens célebres a trabalhos sobre a escravidão no Brasil e a seca no nordeste brasileiro. Na lista também há romances como A Pérola Negra, História de um Sonho, Lázaro o Leproso, O Bandido, Viagem Através dos Séculos, A Casa Assombrada, Os Carneiros de Panúrgio, Casamento e Mortalha (inacabado), além da importante obra A Loucura Sob Novo Prisma.

Ao desencarnar, continua sua obra, por intermédio do médium Francisco Candido Xavier, com os livros Apelos Cristãos e Bezerra, Chico e Você.

Com Yvonne do Amaral Pereira, compõe os romances Tragédia de Santa Maria e Nas Telas do Infinito. Pela médium Ayesha Spitzer, é de sua autoria Os Comentários Evangélicos, publicados por Edgard Armond em 1968.

Consolidador:

Em sua época, os espíritas brasileiros encontravam-se dispersos.

Quando ainda católico, recebeu um dia O Livro dos Espíritos como presente do amigo, e também médico, Dr. Joaquim Carlos Travassos, que havia traduzido a obra para o português.

Dez anos depois deste episódio, proclamava sua adesão solene ao Espiritismo, perante 2.000 pessoas, no Solar da Guarda Velha, em 16 de agosto de 1886.

No início de 1895, Bezerra de Menezes dirigia o Grupo Ismael e, numa noite de junho do mesmo ano, é convidado a presidir a Federação Espírita Brasileira de 1895 a 1900 e sempre lutou pela união dos espíritas brasileiros.

Foi profundo conhecedor do Evangelho de Jesus que leu, interpretou e praticou. Antigo redator de A Reforma, de Sentinelas da Liberdade, escreveu também, sob o pseudônimo de Max, uma coluna no jornal O Paiz, entre 1886 e 1890, colunas essas que foram organizadas e originaram o livro Estudos Filosóficos.

Servir era o seu lema. Médico, amou a profissão. Doou até o anel de formatura a uma paciente, além de dinheiro aos que não tinham condições de comprar remédio e seguirem suas indicações. Em seu consultório médico, nos altos da Farmácia Homeopática Cordeiro, receitava para os pobres. A ninguém recusava atendimento, que era, na grande maioria das vezes, gratuito, pois só cobrava daqueles que podiam pagar.

Lindos são os casos a respeito de sua conduta como médico, como os relatados por Ramiro Gama, em uma bela obra literária.

Não esquecia de tratar os pobres do corpo e do Espírito nas reuniões de desobsessão, na Federação Espírita Brasileira.

Desencarna em 11 de abril de 1900, às 11 horas e 30 minutos, depois de período em que passou imobilizado na cama.

Minutos antes, elevava seu pensamento a Maria de Nazaré, pedindo por aqueles que ficavam e que, incansavelmente, iam visitá-lo todos os dias, quando já estava doente.

Fica-nos o exemplo desse grande discípulo de Jesus que, como diz o seu necrológio publicado no jornal cearense A Republica, de 13 de abril de 1900: “O amor; não possuía ele platonicamente, nem o ensinava apenas pelos lábios: subia-lhe do coração e o praticava indistintamente, no exercício constante dessa caridade ativa e diligente que não raciocina, não reflete, porque é instintiva e se multiplica sob milhares formas - na tolerância, na indulgência com que antes dissimula do que repara nas alheias fraquezas".

FIXAÇÃO DO APRENDIZADO

1) Descreva resumidamente as atividades do Dr. Bezerra antes de tomar-se espírita

2) Descreva a atividade do Dr. Bezerra como espírita

3) Por que ficou conhecido como “Médico dos Pobres”?

BIBLIOGRAFIA
- ABREU, Canuto - Bezerra de Menezes – Ed. FEESP
- GAMA, Ramiro - Lindos Casos de Bezerra de Menezes – Ed. Lake
- SOARES, Sylvio Brito - Vida e Obra de Bezerra de Menezes – Ed. FEB
KLEIN Filho, L. Bezerra de Menezes Fatos e Documentos. 2.ed., Niterói: Publicações Lachâtre Ed.,2001, Cap. X, p.203.

Fonte da imagem: Internet Google.