CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

20a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


CARIDADE SEGUNDO O APÓSTOLO PAULO

Paulo de Tarso escreveu aos Coríntios “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria”.

Dar esmolas, doar um agasalho, distribuir comida aos necessitados, colaborar com uma quantia na comunidade, são características de caridade.

Estaria nossa consciência tranquila diante de nossos deveres cristãos, segundo a caridade do Apostolo Paulo?

Paulo mostra nesta passagem de sua Carta que a caridade é algo muito mais profundo e mais importante do que ajudar com um agasalho, com o pão que nos sobra, aos necessitados. Embora isso seja um ato de caridade, não resume a grandiosidade desta virtude.

Ações caridosas devem fazer parte da vida daqueles que dedicam a divulgar a mensagem cristã. Caso contrário a palavra sem ação será como o sino que tine e como o metal que soa, como disse Paulo, ou seja, fará barulho chamando a atenção, mas não modificará os corações e inteligências a que é direcionada, e não auxiliara ninguém. “... cada arvore é conhecida pelo seu fruto” Jesus (Lc, VI:43-45).

A fé e o conhecimento espiritual também não são sinônimos de caridade, não fazem do indivíduo um ser caridoso. Mas sim, a prática desse conhecimento aliado a fé, “Assim também a fé, sem obras é morta” ,Tiago (2:17).

E Emmanuel disserta ainda para melhor esclarecimento que, “Reverenciamos a Providência Divina, depositamos em Cristo a nossa esperança, admiramos a virtude e acreditamos na força do bem; contudo, se nada realizamos, na esfera das boas obras, a nossa fé pode ser vigorosa e resplandecente, mas não adianta” (P.V.E. Lição 106). Qual seria então a vantagem da fé e do conhecimento, se o homem não ajudar a ele mesmo, com a prática e o bom exemplo daquilo que acredita?

Toda obra de caridade deve ser realizada de acordo com os princípios das Leis Divinas. Uma doação material, por exemplo, que é a mais fácil de fazer, deve ser desinteressada, para que o doador sinta-se irmão daquele que está sendo ajudado. Tendo como único objetivo, o amparo e alívio do necessitado.

Paulo nos ensina que, por mais fé que tenhamos em Deus e em nossas próprias forças nada seremos se não tivermos a caridade.

“A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; não trata com leviandade; não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal.

Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior destas é a caridade.” (Paulo, I Coríntios 1- 13).

O Apóstolo Paulo mostra que a verdadeira caridade desenvolve a resignação.

O homem resignado encontra forças para enxergar as dificuldades e os obstáculos da vida, como meios de progresso espiritual e não como uma punição, fazendo o possível para supera-los.

Ele amplia sua visão além da vida material, vê um novo horizonte. Encontra nos ensinamentos de Jesus a sabedoria que esclarece e a fé que garante a esperança no porvir. Surge então a mudança interior; desenvolvendo a humildade, a beneficência, a paciência e o amor ao próximo. Não espera mais por recursos que ainda não lhes pertencem, para fazer a caridade, doa de si mesmo.

Paulo coloca a caridade acima da própria fé, porque a caridade está ao alcance de todos, do ignorante e do sábio, do rico e do pobre e independe de qualquer crença. Define-a como um conjunto de todas as qualidades do coração tanto na bondade como na benevolência para com o próximo.

E o Espiritismo tem por máxima “Fora da caridade não há salvação”, que resume todos os deveres do homem para com as criaturas. Com essa regra o homem jamais se transviará, pois nela está inserido o princípio de igualdade perante Deus, cujo ensinamento nos foi dado por Jesus como maior mandamento “Amarás a Deus de toda tua alma, e ao teu próximo como a ti mesmo”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. XI, item 13; XV itens 6, 7 e 10.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Novo Testamento: (Mt, XXII: 37-39); Paulo, I Coríntios (XIII: 1-7 e 13)

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Palavras de Vida Eterna: Lições 85/93/94 e 106

Questões para Reflexão:

1) Escreva com suas palavras o que ocorre num trabalho de doutrinação.

2) Explique como deve ser a conduta do doutrinador espírita perante o Espírito comunicante.

3) Faça uma pequena dissertação sobre o tema “Fora da caridade não há salvação”.

4) Explique o que Paulo queria dizer com a expressão: “seja como um metal que soa”.

Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

20a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


DOUTRINAÇÃO E DOUTRINADOR

É chamado de Doutrinação, a forma de dialogar com os Espíritos desencarnados necessitados de auxílio.

Doutrinação é a técnica usada pela Doutrina Espírita para conduzir os Espíritos desencarnados a luz através do esclarecimento e socorrer as pessoas envolvidas que precisam de ajuda para sair do processo obsessivo que por vezes vem de longa data (outras encarnações), para que possam modificar-se.

Doutrinar, Segundo o dicionário significa instruir em uma doutrina, ou ensinamento de uma doutrina.

Não é o caso aqui. Não estamos doutrinando o necessitado que ali comparece, a nossa intenção é dialogar com esse Espírito que se manifesta e muitas vezes expõe os seus problemas, suas aflições, necessitando de amparo, de socorro, e porque não dizer: de conscientização da sua real situação.

Essa técnica foi criada e desenvolvida por Allan Kardec para substituir as práticas arbitrárias do exorcismo. O conceito de doente mental como possessão demoníaca criou a ideia de espancar o doente para retirar o demônio do seu corpo.

A doutrinação espírita humanizou o tratamento das doenças mentais e psíquicas, inclusive perante a medicina.

As pesquisas espíritas, do século passado, levaram Kardec a instituir e praticar intensivamente a doutrinação como forma persuasiva de esclarecimento do obsessor e do obsedado, através de sessões de desobsessão, pois ambos necessitam de esclarecimento evangélico para superarem os conflitos do passado.

Objetivo essencial da doutrinação espírita é o esclarecimento da entidade comunicante quanto ao seu estado transitório de perturbação, as causas de seus sofrimentos e a forma pelo qual poderá encontrar solução para seus problemas.

O trabalho de doutrinação só é possível quando existe total integração do grupo, dirigente, médiuns, doutrinador e equipe Espiritual Superior.

Nesse trabalho há uma equipe de Espíritos Benfeitores responsáveis para ajudar e orientar a doutrinação.

Nessa reunião mediúnica são trazidos pelos Benfeitores, Espíritos obsessores, sofredores, ignorantes e viciosos na prática do mal, e todos aqueles que buscam respostas para sua nova forma de viver.

Todos os Espíritos que comparecem aos trabalhos, seja qual for sua condição, interagem com as forças geradas no ambiente do grupo e recebem altos benefícios seja pelas doutrinações ouvidas, pelos fluidos reparadores da corrente magnética ou ainda pelo efeito vibratório das concentrações e das preces.

E é assim que em uma reunião de doutrinação os Espíritos são esclarecidos pelo doutrinador sob orientações espirituais dos Benfeitores, revitalizados por energias sãs e estimulados para o bem, passando a viver então uma vida espiritual melhor.

O grupo de médiuns precisa ser firme, solidário, pontual, esquecer seus problemas e dedicar-se ao próximo.

O Evangelho de Jesus deve ser a base de todos os procedimentos.

Doutrinador em um grupo mediúnico é um médium encarregado de dialogar com os companheiros desencarnados, necessitados de ajuda e esclarecimento.

Quando se forma um grupo para a cura do semelhante, não podemos esquecer que as forças inferiores farão tudo para dissolvê-lo.

“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele.” - Paulo (Colossenses, 2:6)

Numa reunião mediúnica, o doutrinador é apenas um trabalhador na Seara de Jesus. Não dita ordens ou impõe rituais, utilizando formas. Usa do respeito e do efeito moral.

Sua formação doutrinária é de extrema importância. Seu conhecimento doutrinário é fator importante como base de sustentação.

Deve estudar constantemente, manter-se sempre harmonizado, cultivando através da reforma íntima a autoridade moral, a fé e o amor.

Ele deve estar convicto de que a doutrina espírita dispõe de todos os informes de que necessita para o desenvolvimento de um bom trabalho.

O doutrinador precisa ter humildade e paciência para ouvir o comunicante e esclarecer com amor e respeito.

Ele deve confiar e trabalhar sempre sintonizado junto aos Benfeitores Espirituais. Não deve trabalhar mediunizado e sim com amor fraterno, pois só assim conseguira tocar o íntimo do Espírito comunicante.

A doutrinação, não é um amontoado de palavras difíceis ou decoradas e não existe fórmula. A doutrinação é simples, amorosa, compreensiva e benevolente.

O doutrinador deve “ser atencioso, sereno e compreensivo no trato com os enfermos encarnados e desencarnados, aliando humildade e energia, tanto quanto respeito e disciplina na consecução das próprias tarefas. Somente a forja do bom exemplo plasma a autoridade moral.” - André Luiz (Conduta Espírita)

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Caminho, Verdade e Vida: Cap.143

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz: Cap. 17 e 18

ARMOND, Edgard. Mediunidade: Cap. 28 e 29

MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as Sombras: Cap. 2 - Os Médiuns - O Doutrinador

BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: 1° Coríntios - Cap. 12: 14

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Conduta Espírita dos Dirigentes de Reuniões Doutrinárias - Cap.3

XAVIER, Francisco Candido - Espírito ANDRE LUIZ - Expansão - Decálogo para Doutrinação, Cap. 45 e 53

PIRES, José Herculano. Obsessão: Cap. O Passe - A Doutrinação

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. 6 (Irmão Raul Silva)

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Doutrinações – item 145

Apostila: Preparação De Médiuns e Doutrinadores para tarefas Especializadas - DEPASSE – FEESP

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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

19a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


NÃO CENSURES

Jesus disse ... “Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire a primeira pedra”.

Quando vós lançais a crítica, que conclusões se devem tirar de vossas palavras? É que vós, que censurais, não teríeis feito o que reprovas e que, portanto, valeis mais que o culpado.

Quando então julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes do que fazem vossos irmãos?

Quando abrireis os olhos somente para vós mesmos?

Jesus nos ensina a ser indulgente com os erros alheios, não falar sobre eles nem divulga-los, a não ser com o propósito de auxiliar, amparar, reerguer, acalmar e encorajar a pessoa a prosseguir no bem, fortalecendo-a em suas qualidades e potencialidades, a recomeçar sua jornada de evolução.

Quando olharmos uma pessoa em erro, devemos compreender toda a misericórdia infinita de Nosso Pai e não nos esquecer de dizer em pensamento, mas principalmente em ações “Pai perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos aqueles que nos tem ofendido”.

O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, ambas consistem em ver apenas superficialmente os defeitos dos outros e ressaltando neles o que há de bom. Ainda que o coração humano seja um abismo de corrupção, sempre existe, em algumas de suas regiões mais ocultas, o gérmen de bons sentimentos, centelha viva da essência espiritual.

A crítica negativa é característica de pessoas que não realizam nada de importante, não enfrentam desafios, nem se arriscam a mudanças. Ficam apenas observando o que as pessoas dizem, fazem e pensam, para depois, comentar de forma improdutiva.

Os verdadeiros realizadores deste mundo, não tem tempo para censuras e condenações, pois estão sempre ocupados, na concretização de suas tarefas no bem comum. Ajudam os fracos e inexperientes, ensinando os que ainda não descobriram seus talentos, em vez de maldizê-los.

O Mestre nos desperta para uma Reflexão quando diz “Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, veras bem, para tirar o argueiro que está no olho do teu irmão”. (E.S.E.- cap. X)

Jesus nos mostra com essa frase que temos uma grande facilidade de perceber os conflitos e dificuldades nos outros, mas infelizmente ainda não conseguimos ver os conflitos e dificuldades existentes em nossa alma. Sendo assim, deixamos de nos transformar e desenvolver qualidades necessárias para nossa evolução.

Na perg. 903 do Livro dos Espíritos - Kardec pergunta: Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos alheios? “Incorrerá em grande culpa, se o fizer para criticar e divulgar, porque será faltar com a caridade.”

“... Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão dizer o mesmo. Tratai, pois, de possuir qualidades opostas aos defeitos que criticais no vosso semelhante. Se lhe censurais o ser avaro, sede generosos, se o ser orgulhoso, sede humildes e modestos, se o ser áspero, sede bondosos, se o proceder com pequenez, sede grande em todas as vossas ações.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Cap. IX, Perg. 473 a 48o e 9o3

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. X

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Rumo Certo: Lição 49

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terça-feira, 17 de setembro de 2019

19a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


FASCINAÇÃO, SUBJUGAÇÃO E POSSESSÃO

Fascinação: é uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium, que paralisa, de algum modo sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não acredita ser enganado: o Espírito tem a arte de lhe inspirar uma confiança cega que o impede de ver a fraude e de compreender o absurdo do que escreve.

A fascinação tem consequências muito mais sérias, o Espirito expõe o médium em situações ridículas, comprometedoras e mesmo perigosas.

A diferença entre a obsessão simples e a fascinação está em que, na primeira, o Espírito que atormenta a pessoa é apenas um inoportuno por sua insistência o qual, o atormentado deseja sinceramente se livrar. Na segunda, para chegar a tais fins é preciso um Espírito hábil, astuto e profundamente hipócrita, pois não pode enganar e se fazer aceitar senão com a ajuda da máscara, com que se cobre e da falsa aparência da virtude, palavras de caridade são para ele credenciais.

Subjugação: é uma atormentação que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir fora da sua normalidade. Está sob um verdadeiro jugo.

A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar decisões muitas vezes absurdas e comprometedoras e por uma ilusão acredita serem sensatas. No segundo caso, o Espírito age sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários, levando-os por vezes, a praticar atos ridículos.

Como acontece:

O Espírito que subjuga penetra o perispírito da pessoa sobre a qual quer agir. O perispírito do obsedado recebe como que um envoltório, o corpo fluídico do Espírito estranho e, por esse meio, é atingido em todo seu ser; o corpo material experimenta a pressão sobre ele exercida de maneira indireta.

Possessão: Na Gênese - cap. XIV itens 45 à 49 - Kardec admite o termo possessão e o utiliza como forma de ação de um Espírito sobre o encarnado, distinguindo-a da subjugação. Fala que na obsessão, o Espírito atua exteriormente por meio de seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, este último se encontra então enlaçado como numa teia e constrangido a agir contra sua vontade. Já na possessão, em lugar de agir exteriormente, o Espírito livre se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado, faz domicilio em seu corpo, sem que todavia este o deixe definitivamente, o que só ocorre com a morte.

A possessão é sempre temporária e intermitente, pois um Espirito desencarnado, não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, dado que a união molecular do perispírito e do corpo não pode operar-se senão no momento da concepção. (Gênese cap. XIV item 47).

Kardec mostra a diferença entre obsessão e possessão: “O Espirito em possessão momentânea do corpo, dele se serve como o faria com o seu próprio, fala por sua boca, enxerga pelos seus olhos, age com seus braços, como o teria feito se fosse vivo. É o Espírito que fala, que se agita e se o conhecemos quando vivo, reconheceríamos sua linguagem, sua voz, seus gestos e até a expressão de sua fisionomia” (Gênese - Cap. XIV item 47).

Em síntese, pode-se dizer que: na obsessão o Espírito atua exteriormente por meio de seu perispírito, e na possessão faz domicilio no corpo do encarnado, que cede seu corpo voluntariamente, ou involuntariamente, quando o possessor é um Espírito mau, ao qual o possesso não tem força moral para resistir. Tanto na obsessão como na possessão, dizem os Espíritos, essa dominação não se efetua jamais, sem a participação daquele que sofre, seja por fraqueza, seja pelo seu desejo.

Tem-se tomado frequentemente por possessos os epilépticos ou os loucos, que tem mais necessidade de médico do que de exorcismo. Segundo Kardec a palavra possesso, deve ser entendida como sendo a dependência absoluta, em que a alma pode se encontrar em relação a Espíritos imperfeitos, exercendo sobre ela o seu domínio.

André Luiz em “Missionários da Luz” ~ Cap. XVII, relata um caso de possessão, dizendo que a obsediada estava “cercada de entidades agressivas, seu corpo tomara-se como que a habitação do perseguidor mais cruel. Ele ocupava lhe o organismo, desde o crânio até os pés, impondo-lhe tremendas reações em todos os centros de energia celular. Fios tenuíssimos, mas vigorosos, uniam ambos, e ao passo que o obsessor nos apresentava um quadro psicológico de satânica lucidez, a desventurada mulher mostrava aos colaboradores encarnados a imagem oposta, revelando angustia e inconsciência”. Deixa registrado que o tratamento deve ser sempre na base do amor e do esclarecimento.

No capítulo IX de “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz, nos mostra um outro caso de possessão num doente de epilepsia, decorrente de dividas do passado, em que mais uma vez esclarece a importância do amor no tratamento, informando que a cura depende do entendimento de cada um.

André Luiz em “Libertação” - Cap. I - afirma “Estejamos convencidos de que se o diamante é lapidado pelo diamante, o mau só pode ser corrigido pelo mau. Funciona a Justiça, através da injustiça aparente, até que o amor nasça e redima os que se condenaram a longas e dolorosas sentenças diante da Boa Lei.

André Luiz no “Libertação” - Cap. II diz “Qualidades morais e virtudes excelsas não são meras fórmulas verbalistas. São forças vivas. Sem a posse delas, é impraticável a ascensão espiritual.”

Continua “A nossa mente, em qualquer parte, na Crosta ou aqui onde nos achamos, é um centro psíquico de atração e repulsão. Sem nosso esforço pessoal no bem, a obra regenerativa será adiada indefinidamente, compreendendo-se por precioso e indispensável nosso concurso fraterno para que nossos irmãos se convertam aos Desígnios Divinos. O mal é o desperdício do tempo ou o emprego da energia em sentido contrário aos propósitos do Senhor”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª Parte - Cap. XXIII

KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XIV

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Cap. IX, Perg. 473 a 480

KARDEC, Allan. Obras Póstumas: Cap. Manifestações dos Espíritos

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. XXIII

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz: Cap. XVIII

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Libertação: Cap. I e II

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: - Cap. XI, XIII, XIX e XXXV

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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

18a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


AMAI OS INIMIGOS

Se o amor ao próximo é o princípio da caridade, amai aos inimigos é a sua aplicação máxima, pois esta virtude é uma das maiores vitórias alcançadas sobre o egoísmo e o orgulho.

Amar aos inimigos, não é ter para com eles uma afeição forçada, que não é natural, é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança, é não fazer nada que possa prejudica-los em palavras ou atos, não fazer obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem e não o mal. É alegrar-se em lugar de se aborrecer com o bem que os atinge.

Para aquele que cré, e especialmente o espírita, a maneira de ver é diferente, pois dirige o seu olhar para o passado e o futuro, entre os quais, percebe que a vida presente é apenas um momento, que as maldades das quais é vítima, fazem parte das provas que deve sofrer. Quando o Senhor nos aconselha amar os inimigos, não exigiu aplausos ao que rouba ou destrói, nem mandou multiplicarmos as asas da perversidade ou da má fé. O Mestre, acima de tudo, preocupou-se em preservar-nos contra o veneno do ódio, evitando-nos a queda em disputas inferiores, inúteis ou desastrosas. Esse conhecimento nos dá condições de entender que, “Deus não age por capricho e tudo no Universo está regido por leis em que se revelam a sua sabedoria e sua bondade”. (L.E. questão 1003)

Precisamos ter coragem para perdoar o mal que nos fizeram e por isso precisamos trabalhar em nós a transformação do nosso mundo interior, soltar o passado (recordações negativas e sofridas) e deixar o futuro acontecer. O futuro é uma semente de possibilidades, o passado ficou para trás. O presente nada mais é do que um deslocamento em direção ao futuro, tudo depende de nossa forma de desejar o melhor e trabalhar por isso, através dos pensamentos e das ações.

O pensamento maldoso carrega em si mesmo uma corrente fluídica que causa má influência. O pensamento benevolente nos envolve com uma agradável impressão; daí a diferença de sensações que experimentamos aos nos aproximarmos de um amigo ou de um inimigo.

Podemos ter inimigos entre os encarnados e os desencarnados. Por isso Jesus nos ensinou “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e vos caluniam, a fim de que sejais filhos de vosso Pai que está nos céus, que faz erguer o sol sobre os bons e os maus e faz chover sobre os justos e os injustos.” (MT. 5:43 a 45)

Jesus nosso Mestre teve vários desafetos, quando do desempenho do seu sublime Messiado: os Escribas, os Fariseus, os Saduceus e os Sacerdotes do Templo, todos se mancomunaram contra Ele, fazendo com que fosse crucificado. O mestre, no entanto, jamais os considerou como inimigos, tanto que na cruz suplicou ao Pai Celestial, que os perdoassem, porque eles não sabiam o que estavam fazendo. (Lc 23:34)

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. XII

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Perg. 1003

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Pão Nosso: Cap. 137

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Caminho, Verdade e Vida: Cap. 143


BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Evangelho de Mateus 5 :43-45

BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Evangelho de Lucas 23:34

Questões para reflexão:

1) Explique os fatores relevantes no processo da obsessão.

2) De acordo com o LM n° 238, descreva o que acontece na obsessão simples.

3) Analise a recomendação de Jesus. “Amai os inimigos”.

4) Relacione alguns aspectos do nosso pensamento que podem interferir como meio de atração ou afastamento dos bons ou maus Espíritos.

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terça-feira, 10 de setembro de 2019

18a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


OBSESSÃO - OBSESSÃO SIMPLES

A obsessão é um dos maiores entraves da mediunidade, é também um dos mais frequentes. A obsessão é um obstáculo incontestável a pureza e a veracidade das comunicações.

A obsessão é sempre um processo bilateral, é preciso ter uma mente que emite outro que recebe, ou seja, existem dois fatores muito importantes, a afinidade e a sintonia, conforme esclarece André Luiz em Mecanismos da Mediunidade. O pensamento e o sentimento são formas de energia eletromagnética. Na mente humana, essas duas forças estão atuando tanto em nível consciente quanto inconsciente, sendo a intenção o gatilho que aciona a transmissão dessas energias, para o alvo que se deseja. Assim uma ideia emitida por uma entidade obsessiva, termina por fixar-se na mente de outra entidade, encarnada ou desencarnada, se houver afinidade (de pensamento ou sentimentos) entre elas. Estabelece então um “circuito mental” entre as duas mentes.

Afinidade significa identidade de características. Assim também, um pensamento (e sentimento, como o ódio, por exemplo) emitido por uma entidade, apenas conseguirá reproduzir-se em outra mente, que lhe tenha afinidade, isto é, que tenha em seu conteúdo, pensamentos e sentimentos de mesma característica. Havendo afinidade irá estabelecer o circuito mental e as mentes ficarão se alimentando reciprocamente dessa ideia, em identidade de sintonia.

Kardec em o livro dos Médiuns diz: “todos somos médiuns”, pois estamos sempre em contato mental e, portanto mediúnico com outras mentes. Se temos bons pensamentos e sentimentos, temos condições de ser inspirados pelos Espíritos Superiores, que nos orientam e nos ajudam. Se estamos retidos em pensamentos e sentimentos negativos, abrimos brecha para a ação de Espíritos perversos, vingativos etc. prontos para explorar o ponto fraco da vítima, oferecendo oportunidade para a instalação do processo obsessivo.

Pela lei de afinidade, os Espíritos maus, apegam-se àqueles a quem tem acesso, por uma atração perispiritual, muito forte e, quando chegam a dominar, impõem suas ideias, gostos e preferências. Pode-se afirmar que a obsessão é uma questão de atitudes mutuamente assumidas, pela similitude de pensamentos, crenças, pelos sentimentos, pelas emoções e pelas diferentes tendências para reagir.

A obsessão se apresenta em diferentes graus de intensidade:

Na obsessão simples o obsediado tem consciência da interferência de um Espírito adverso ou enganador, e este, por sua vez, não se disfarça, não esconde suas intenções e desejos.

A obsessão consiste na tenacidade de um Espírito, para impor sua vontade, da qual “não consegue desembaraçar-se a pessoa sobre quem ele atua.” Na obsessão simples, o obsediado nem percebe a influência, porque se compraz no pensamento do outro.

A obsessão lavra os maiores desastres espirituais no meio das pessoas sensíveis, que registram com mais clareza, a atuação dos Espíritos, sobretudo, as pessoas comprometidas com um passado faltoso. Somente com o tratamento espiritual adequado é possível conseguir apaziguar antigas rixas, antigos desafetos e desentendimentos. Por isso só o amor (vivido) e o esclarecimento da Doutrina Espírita, se tomam o antidoto mais poderoso para a cura definitiva.

Para isso os médiuns precisam estar sempre vigilantes, atentos, ao bem que fizerem, imunizar-se contra o orgulho e vaidade, policiar a língua contra a maledicência, desvincular dos maus pensamentos, direcionar a vontade na conquista da vivencia do amor e da paz íntima.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª parte - Cap. XXIII

KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XIX, itens 45 a 48

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Pergs. 473 a 480

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. 23

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz: Cap. 18

PERALVA, Martins - Estudando a Mediunidade: Cap. XI, XIII, XIX, XXXV

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Cap. XXIV

PIRES, José Herculano. O Espírito e o Tempo: IV parte - Cap. l

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Libertação: Cap. IX

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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

17a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


PERDÃO

Jesus nos ensinou: “Bem-aventurados os que são misericordiosos porque eles próprios alcançarão misericórdia”. Nesse sentido a misericórdia é o complemento da doçura, porque aquele que não é misericordioso não será também dócil, nem pacifico.

A misericórdia consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor revelam uma alma sem elevação e sem grandeza, (vivendo um grande sofrimento por isso). O esquecimento do mal próprio da alma mais preparada, com conhecimentos, que está acima do mal, que lhe quiseram fazer.

Jesus recomendou a pratica do perdão constante, como forma de exercitar a caridade, e a tolerância com o próximo, que deveis “perdoar não sete vezes, mas sim setenta vezes sete”.

Na prece tão simples, tão resumida e tão elevada no seu alcance, o Pai Nosso, que Jesus ensinou a seus discípulos. “Tu perdoarás, mas sem limites. Perdoarás ainda que a ofensa te seja feita muitas vezes. Ensinarás aos teus irmãos o esquecimento de si mesmos, que os torna invulneráveis a agressões, aos maus procedimentos e as injúrias. Serás doce e humilde de coração, nunca medindo tua mansidão e brandura.

Farás, enfim, o que desejas que o Pai Celestial faça por ti. Não tem Ele te perdoado sempre? Acaso conta as inúmeras vezes em que Seu perdão vem apagar as tuas faltas? Essa é a resposta que o Mestre Jesus dá a Pedro, quando indaga sobre o número de vezes que deveria perdoar. (Mt. 18 :22).

Sabemos que o ato de perdoar requer amadurecimento e crescimento espiritual e por consequência, certo grau de evolução. Na questão 661 do livro dos Espíritos; Kardec pergunta: É valido orar a Deus para perdoar nossas faltas?

Deus sabe discernir o bem e o mal. A prece não oculta as faltas. Aquele que pede a Deus o perdão de suas faltas não o obtém, senão mudando de conduta. As boas ações são as melhores preces, porque os atos valem mais que as palavras.

Quando erramos, é necessário primeiramente admitir nossas fraquezas e em seguida pedir aos outros que mostrem nossas falhas. E a medida que perdoamos nossos erros e faltas, começamos também a perdoar as faltas e erros dos outros.

Precisamos compreender o outro, avaliando e analisando, o que ele pensava e como se sentia na hora do erro, assim mais facilmente aprenderemos a perdoar.

Se Deus nos ama e nos aceita da forma que somos hoje, por que haveríamos de tomar uma atitude contraria a Sabedoria Divina?

O exercício do perdão nos leva a uma virtude relevante, no que tange ao aprimoramento das qualidades morais e espirituais do homem.

Praticando o perdão, o homem ocasiona um efeito de ordem moral e ou ordem material. A morte do corpo físico não livra o Espírito da ação dos adversários. É certo que os Espíritos que alimentam sentimentos de vingança, perseguem sempre, mesmo estando na vida espiritual, aqueles que consideram seus inimigos. Por isso observam-se na terra, quadros terríveis de obsessões, pois esses Espíritos, esperam, pacientemente, que o Espírito a quem querem mal, esteja encarnado (num novo corpo físico), para mais facilmente o atormentarem, atingindo-os nos seus interesses ou nas suas mais íntimas afeições.

Perdoar nos livra do cultivo de uma fixação neurótica em situações ocorridas no passado, que nos impede o crescimento no presente.

Abandonar as mágoas do passado significa curar as dores do presente e ao mesmo tempo fortalecer nossos projetos de uma vida futura mais feliz.

Precisamos perceber as nossas limitações para compreender as dos outros. Admitir que todos estamos sujeitos ao erro e entender que, em se tratando do amor, todos somos ainda aprendizes.

Por isso devemos ser flexíveis e abrir mão da ilusão de possuir toda a verdade.

Amar a Deus, amar ao próximo, como a nós mesmos. Essa é a mais pura essência dos ensinamentos de Jesus.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. X - itens 2 a 8

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos - perg. 661

BILBIA SAGRADA. Novo Testamento: Evangelho de Mateus - 18:22

Questões Para Reflexões:

1) Faça um breve relato sobre o meio mais eficaz de combater a obsessão e como é possível evitá-la.

2) Com base no ensinamento de Kardec que afirma não haver nem uma palavra para expulsar os Espíritos obsessores, descreva os meios mais eficazes para afasta-los de suas presas.

3) Analise a eficácia do perdão para aqueles que se consideram ofendidos.

4) Face aos ensinamentos de Jesus sobre o perdão, comente os motivos que impedem o ofendido desculpar os seus desafetos.

Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

17a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


OBSESSÃO - CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATÊ-LAS

André Luiz em “Libertação” - Cap. I diz: “mentes cristalizadas na rebeldia, tentam solapar, em vão a Sabedoria Eterna, criando quistos de vida inferior, na organização terrestre, entrincheiradas nas paixões escuras, que lhes vergastam, as consciências. Conhecem inumeráveis recursos de perturbar e ferir, obscurecer e aniquilar.

Escravizam o serviço benéfico da reencarnação em grandes setores expiatórios e dispõem de agentes da discórdia contra todas as manifestações dos sublimes propósitos que o Senhor nos traçou as ações.

Os motivos, as causas da obsessão variam, segundo o caráter do Espírito (LM - cap. XXIII)

 Vingança contra desafetos do passado;

 Desejo de fazer os outros sofrerem, quase sempre por ignorância, inveja, ciúme, covardia, etc..;

 Desejo de impor suas ideias para dominar, desunir, destruir e causar danos;

 Divertimento com a impaciência da vítima, porquanto ao se zangar faz precisamente o que o obsessor quer;

 Apego a pessoas por ligações afetivas do passado.

O meio mais eficaz de combater a obsessão, é através do autoconhecimento “Conhece-te a ti mesmo”. Sócrates.

O autoconhecimento é a capacidade inata, que nos permite perceber, de forma gradual, tudo que necessitamos transformar; nos dá a habilidade de saber como e onde agem nossos pontos frágeis, ao mesmo tempo nos dá a consciência sobre nossos potenciais adormecidos, para que possamos vir a ser o que somos em essência.

Fazendo essa transformação pelo autoconhecimento, se quebra o elo que une vítima e o obsessor, formado pela lei de afinidade, quando aprendemos a nos conhecer, reconhecemos as nossas tendências positivas e negativas e nos sentimos mais verdadeiros conosco mesmo e começamos por mudar nossos comportamentos, nossos sentimentos, nossas palavras e nossas atitudes conosco e com o próximo, sendo assim desenvolvemos algumas habilidades que são: a humildade, a tolerância, a paciência, o arrependimento, o amor, por nos reconhecermos aprendizes do bem e cheios de oportunidades para sermos felizes, se semearmos o bem e trabalharmos na renovação moral, ética e social da comunidade que habitamos. Sendo assim nos ligando ao bem, os obsessores, ou seja, cobradores (do mal que fizemos ou proporcionamos a alguém), não se vê mais com condições de nos destruir, pois não encontrarão chances e nem pontos vulneráveis, pois, estaremos em constante ligação com espíritos trabalhadores do bem, em serviços ao Mestre Jesus.

André Luiz no cap. II do “Libertação”, assevera: Nossa mente é uma entidade colocada entre forças inferiores e superiores, com objetivos de aperfeiçoamento. Nosso organismo perispiritual, fruto sublime da evolução, quanto ocorre ao corpo físico na esfera da Crosta, pode ser comparado aos polos de um aparelho magneto elétrico. O Espírito sofre a influenciação inferior, através das regiões em que se situam o sexo e o estômago, e recebe os estímulos superiores, ainda mesmo procedentes de almas não sublimadas, através do coração e do cérebro. Quando a criatura busca manejar a própria vontade, escolhe a companhia que prefere e lança-se ao caminho que deseja. Dirija um homem a sua vontade para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, porque a sugestão mental determina a sintonia e receptividade da região orgânica, formando no corpo a enfermidade idealizada. Temos que levar em conta, as provas necessárias, nos casos em que determinada personalidade renasce, atendendo a impositivos das lições expiatórias, mas, mesmo ai, o problema de ligação mental é infinitamente importante, pois o doente que se compraz na aceitação e no elogio da própria decadência, acaba na posição de incubador de bactérias e sintomas mórbidos, enquanto que o Espírito em reajustamento, quando reage, valoroso, contra o mal, ainda que benéfico e merecido, encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente da vida vitoriosa.

Além da auto transformação, que levara o médium ao controle de sua mente e suas ações, existe a necessidade de auxiliar o Espírito obsessor, dentro de um trabalho especifico que é o atendimento espiritual de desobsessão, que levará o Espírito obsessor ao esclarecimento dos princípios doutrinários, para que gradativamente se consciente das suas atitudes e se desligue do passado, buscando novos caminhos em rumo a sua própria felicidade.

Kardec pesquisou sobre a obsessão e concluiu que podemos reconhecê-la pelas seguintes características:

1) Persistência de um Espírito em se comunicar, pela escrita, audição, tiptologia, etc...;

2) Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas;

3) Crença na inefabilidade e na identidade absoluta dos Espíritos;

4) Disposição para afastar-se das pessoas que podem esclarecê-lo;

5) Intolerância para as críticas feitas às comunicações que recebe;

6) Necessidade constante e inoportuna de escrever;

7) Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar contra sua vontade;

8) Ruídos e desordens constantes ao redor do médium, dos quais é ele a causa de tudo, ou o objeto.

De modo geral, todos os homens estão sujeitos à obsessão, mas os médiuns certamente, mais que os outros, enlaçados em tremendas provas, devem aprender, sem desanimar, e servir ao bem, sem esmorecer.

Kardec (LM - cap. XXIII item 251) diz “não há nenhum processo material, nenhuma fórmula, sobretudo nenhuma palavra sacramental, com o poder de expulsar os Espíritos obsessores. O que falta em geral ao obsediado é força fluídica suficiente. Nesse caso a ação magnética de um bom magnetizador pode dar-lhe uma ajuda eficiente”.

Antes pois, de pretender domar um Espírito mau, que se cuide o homem de domar a si mesmo, e isto ele consegue através da boa vontade, secundada pela prece, pela vigilância: Ajuda-te a ti mesmo, e o Céu te ajudara” - E.S.E. - cap. XXV

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª parte - Cap. XXIII

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Pergs. 459 a 48o

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Estude e Viva: - Lição 35

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz Cap. XVIII

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. IX

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Libertação: Cap. I e II

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. XXV

KARDEC, Allan. Obras Póstumas: Manifestações dos Espíritos - § 7 item 58

Fonte da imagem: Internet Google.