Aparições de Jesus Após a Morte
AS
APARIÇÕES A LUZ DO ESPIRITISMO
Na
antiguidade, muitos fenômenos - que hoje são plenamente explicados pela
Doutrina Espírita - eram considerados maravilhosos, sobrenaturais.
Acreditava-se que Deus, por Sua Vontade, estaria revogando, alterando Suas
Leis.
O
Espiritismo vem, verdadeiramente, trazer luz a uma serie de fenômenos,
arrancando-os do domínio do maravilhoso e do sobrenatural, demonstrando que
eles são regidos por leis que podem ser constatadas pela observação metódica e
científica.
As
aparições, em especial, são não há duvida, uma das que mais causam impressão
aos indivíduos. Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, 2ª parte, cap. VI, item 1,
inicia afirmando: “De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes
são sem duvida aquelas pelas quais os Espíritos podem se tornar visíveis.”
A chave para
a compreensão desse fenômeno foi à constatação da existência do corpo
semimaterial o perispírito. No item 15 do mesmo capitulo acima citado, expõe
Kardec: “O perispírito, por sua própria natureza, é invisível no estado normal.
Isso é comum a uma infinidade de fluidos que sabemos existirem e que jamais
vimos. Mas ele pode também, à semelhança de certos fluidos, passar por
modificações que tornem visível, seja por uma espécie de condensação ou por uma
mudança em suas disposições moleculares, e é então que nos aparece de maneira
vaporosa. A condensação pode chegar ao ponto de dar ao perispírito as propriedades
de um corpo sólido e tangível, mas que pode instantaneamente voltar ao seu
estado etéreo e invisível. (É necessário não tomar ao pé da letra a palavra
condensação, pois só a empregamos por falta de outra e como simples recurso de
comparação)”.
Como podemos
ver por essa clara elucidação, nada há de inverossímil em muitas das aparições
que são narradas em todos os tempos, pois se tem aqui uma explicação
absolutamente esclarecedora.
As aparições
de Jesus, lembra o codificador em “A Gênese”, no cap. XV item 61, que: “são
relatadas por todos os evangelistas com detalhes circunstanciados que não
permitem duvidar da realidade do fato.”
Ainda
poderíamos perguntar:
Se Jesus já
havia deixado todo seu ensinamento moral aos Homens, por que, então, houve sua
aparição?
Vejamos o
item 1, subitem 5a, de “O Livro dos Médiuns”:
P. Qual o
objetivo dos Espíritos que aparecem com boa intenção?
R. Consolar
os que lamentam a sua partida; provar-lhes que continuam a existir e estão
perto deles; dar conselhos e, algumas vezes, pedir assistência para si mesmos.
Nesta
resposta dos Espíritos, encontramos uma perfeita síntese da finalidade maior
das aparições.
Jesus, com
exceção da ultima parte: “pedir assistência”, eis que era ele que sempre
assistia, em relação aos demais pontos: “consolar”, “provar que continuava a
existir” e “dar conselhos”, atuou plenamente nesse sentido, como veremos
adiante.
APARIÇÃO A MARIA MADALENA
“Maria
estava junto ao sepulcro, de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para
interior do sepulcro e viu dois anjos, vestidos de branco, sentados no lugar
onde corpo de Jesus fora colocado, um na cabeceira e Outro aos pés.
Disseram-lhe então: ‘Mulher por que choras?’ Ela lhes diz: ‘Porque levaram meu
Senhor e não sei onde puseram!’ Dizendo isso, voltou-se e viu Jesus de pé. Mas
não sabia que era Jesus. Jesus lhe diz: ‘Mulher por que choras? A quem
procuras?’ Pensando ser jardineiro, ela lhe diz: ‘Senhor se foste tu que
levaste, dize-me onde puseste e eu irei buscar!’ Diz-lhe Jesus: ‘Maria!’
Voltando-se, ela diz em hebraico: ‘Rabbuni!’, que quer dizer ‘Mestre ’. Jesus
Lhe diz: ‘Não me toques, pois ainda não subi ao Pai. Vai, porém, aos meus
irmãos, e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai; a meu Deus e vosso Deus.’
Maria Madalena foi anunciar aos discípulos.' ‘Vi o Senhor’, e as coisas que ele
lhe disse.” (Jo 2:11-18).
Jesus tinha
que trilhar o caminho dos mártires, assim estava escrito nas antigas profecias;
a Lei tinha que ser cumprida.
Aos seus
discípulos, disse o Mestre, expressamente, que retomaria no terceiro dia, como
previram os profetas.
Mas a
natureza humana, muitas vezes, deixa-se abater com facilidade. Pelas narrativas
evangélicas, vemos nos discípulos todo um pesar, uma tristeza sem fim, uma
lamentação inconsolável.
Na obra “Há
Flores no Caminho”, psicografado por Divaldo Franco, Amélia Rodrigues, na
mensagem nº 24, “Amanhecer da Ressurreição”, descreve: “As sombras que
mantinham os discípulos em amargura, defluíam do remorso, da mágoa, da dor ante
espetáculo inesperado, que culminara na tragédia do Gólgota. Vencidos aqueles
momentos rudes, atordoantes, insinuaram-se-lhes e neles se agasalharam as
angustias e os arrependimentos... Subitamente perceberam imensa, a falta
impreenchível que Mestre lhes deixara nos sentimentos.”
O Mestre
havia partido. Parece que eles haviam esquecido suas palavras, quando afirmou
que voltaria.
Maria
Madalena, aquela que, dentre os discípulos de Jesus, é um dos maiores exemplos
de renovação, de mudança de valores, havia acolhido integralmente a mensagem de
Jesus.
Naquela
manhã pesarosa, Maria Madalena estava como os demais, sentindo a dor
inconsolável da partida do Mestre, seria a primeira a vê-lo ressurgir.
Há
verdadeira beleza na narrativa de seu reencontro com o Mestre, quando ele lhe
diz: “Mulher, por que choras?”, e ela, em seu lamento, responde: “Porque
levaram meu Senhor...”; e na felicidade indizível ao reconhecê-lo e exclamar
“Rabbuni!” (conforme nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém “Rabbuni” é um
tratamento mais solene do que Rabi).
Na obra
“Maria, Mãe de Jesus”, encontramos estas palavras: “... Maria julgou a
princípio que via o jardineiro. Antes da certeza, a perquirição da mente
precedendo a consolidação da fé. Embriagada de júbilo, a convertida de Magdala
transmite a boa nova aos discípulos confundidos. Os olhos sombrios de quase
todos se enchem de novo brilho”.
APARIÇÃO AOS DISCÍPULOS
“A tarde
desse mesmo dia, primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam
os discípulos, por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes
disse: ‘A paz esteja convosco!’ Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e lado.
Os discípulos, então, ficaram cheios de alegria por verem o Senhor: Ele lhes
disse de novo: À paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, também eu vos
envio.’ (...)
Um dos Doze,
Tomé, chamado Dídimo, não estava com eles, quando veio Jesus. Os outros
discípulos, então, lhe disseram: ‘Vimos o Senhor!’ Mas ele lhes disse: ‘Se eu
não ver em suas mãos lugar dos cravos e se não puser meu dedo no lugar dos
cravos e minha mão no seu lado, não crerei’. Oito dias depois, achavam-se os
discípulos, de novo, dentro de casa, e Tomé com eles. Jesus veio, estando a
portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco!’ Disse
depois a Tomé: ‘Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no
meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!’ Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu Senhor e meu
Deus!’ Jesus lhe disse: ‘Porque viste, creste. Felizes os que não viram e
creram’! ”(Jo 2: 19-29).
Confusos,
atordoados, os discípulos encontravam-se refugiados. A multidão que pedira a
morte de Jesus estava descontrolada, a cidade estava alvoroçada, tensa. Os
discípulos temiam por sua vida.
Qual não foi
a alegria que eles sentiram ao verem Jesus novamente entre eles, naquele
momento tão difícil para todos?
Com certeza,
ficaram exultantes, sentiram-se esperançosos, confortados na presença do
Mestre. Ao vê-lo, reacende neles a crença na imortalidade da alma: A morte não
existe. Jesus estava vivo!
Nesse dia
glorioso, eles reencontraram o Mestre. Tomé, no entanto, que não estava
presente, não acreditou quando lhe disseram. Somente quando Jesus apareceu
novamente foi que ele acreditou. Por isso Mestre lhe disse: “Porque viste,
creste. Felizes os que não viram e creram!”
Uma das
limitações humanas que mais dificulta progresso espiritual é a incredulidade, a
falta de fé. Falta de fé em si mesmo, falta de fé em Jesus, falta de fé em
Deus. Quando, ao contrário, o Homem tem fé, traz uma convicção íntima que lhe
confere certeza na imortalidade do Espírito e na vida futura.
APARIÇÃO A MARGEM DO LAGO DE TIBERÍADES
“Depois
disso, Jesus manifestou-se novamente aos discípulos, as margens do mar de
Tiberíades. Manifestou-se assim: Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado
Dídimo, Natanael que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e dois
outros de seus discípulos. Simão Pedro lhes disse: ‘Vou pescar’. Eles lhe
disseram: ‘Vamos nós também contigo’. Saíram e subiram ao barco e, naquela
noite, nada apanharam. Já amanhecera. Jesus estava de pé, na praia, mas os
discípulos não sabiam que era Jesus. Então Jesus lhes disse: ‘Jovens, acaso
tendes algum peixe?’ Responderam-lhe. 'Não! ’Disse-lhes.‘ lançai a rede a
direita do barco e achareis.’ Largaram, então, e já não tinham força para
puxá-la, por causa da quantidade de peixes. Aquele discípulo que Jesus amava
disse então a Pedro: ‘É o Senhor!’ Simão Pedro, ouvindo dizer ‘É o Senhor! ’,
vestiu a roupa – porque estava nu - e atirou-se ao mar Os outros discípulos,
que não estavam longe da terra, mas cerca de duzentos côvados, vieram com
barco, arrastando a rede com os peixes.” (Jo 21:1-8).
Além da
aparição descrita nesta outra passagem, Jesus apareceria outras vezes aos seus
discípulos. O Mestre queria, definitivamente, confirmar suas palavras,
confirmar que o Espírito sobrevive à matéria.
Especialmente
aos seus discípulos mais próximos, Jesus precisava infundir-lhes convicção
plena, para que se fortalecessem na fé, e desenvolvessem a coragem necessária
para enfrentar a grande missão que os aguardava. Quando chegasse o momento,
deveriam seguir e fazer a divulgação da Doutrina redentora do Cristo.
Em suas jornadas,
a defesa da Doutrina Crista os conduziria a valorosos testemunhos de renuncia,
abnegação e humildade.
De fato, os
discípulos, cada um deles, trilhou o caminho dos mártires.
Hoje,
contemplando sobre esses inesquecíveis exemplos, podemos deixar-nos levar pela
inspiração de também seguir o exemplo dos abnegados discípulos do Mestre e nos
tomarmos humildes servidores de sua seara.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Comente:
“Felizes os que não viram e creram!”
Bibliografia
- A Bíblia
de Jerusalém;
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP;
- Kardec,
Allan - Livro dos Médiuns - Ed. FEESP;
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP;
- Franco,
Divaldo/Amélia Rodrigues - Dias Venturosos;
- Carneiro,
Edison/ Francisco C. Xavier/Yvonne A. Pereira - Maria, Mãe de Jesus.
Fonte da
imagem: Internet Google.