FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS
“Quando
voltou para onde estava o povo, chegou-se a ele um homem que, ajoelhando-se a
seus pés, disse-lhe: Senhor tem piedade de meu filho, que é lunático e sofre cruelmente;
muitas vezes cai, ora no fogo, ora na água.
Já o
apresentei aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar Jesus respondeu: Ó
geração incrédula e perversa, até quando estarei entre vós? Até quando vos
sofrerei? Trazei-me aqui o menino. E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu
do menino que ficou no mesmo instante curado. Então os discípulos vieram ter com
Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós expulsar esse
demônio? Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé; pois, em verdade vos
digo que, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis aquela
montanha: Passa daqui para ali, e ela passaria; nada vos seria impossível. Não
se expulsam os demônios desta espécie senão por meio da prece e do jejum”.
(Mateus, 17:14-21)
Com pequenas
variantes, essa passagem também é narrada por outros dois evangelistas: Marcos,
no capítulo 9, versículos 14 a 28, e Lucas, no capitulo 9, versículos 37 a 42.
Da narrativa de Marcos consta o diálogo entre Jesus e o pai do menino: “Há
quanto tempo isso lhe sucede? O pai respondeu: desde a infância; e o Espírito o
tem muitas vezes lançado (ora a água, ora ao fogo) para fazê-lo perecer. Se
puderdes alguma coisa, tem piedade de nós e socorre-nos. Jesus lhe disse: Se
puderes crer tudo é possível àquele que crê. Logo o pai do menino exclamou,
banhado de lágrimas: ‘Senhor eu creio, ajuda a minha pouca fé”.
Muitas
vezes, podemos encontrar nos Evangelhos referências claras e precisas de Jesus
ao poder da fé, sendo comum depararmos com expressões semelhantes a essa: “A
tua fé te curou”.
Parece-nos
que o Mestre ensina, dessa maneira, lições que deveriam ficar gravadas na
memória de todos os que presenciavam os fatos, além de séria advertência aos
seus futuros seguidores. Recordemos ainda que Jesus afirmou aos apóstolos:
“Quem crer em mim, fará o que eu faço e ainda fará mais” (João, 14:12). Da
mesma forma, guardemos a observação feita por Jesus aos 70 discípulos que,
regressando de uma missão, diziam: “Senhor; até os demônios se nos submetiam em
teu nome”; recomendou-lhe então o Mestre que “não se regozijassem por lhes
estarem os Espíritos submetidos, mas antes por estarem os seus nomes escritos
nos céus.” (Lucas, 10:20).
De tudo se
depreende o amoroso cuidado do Mestre para com os seus seguidores, alertando-os
sempre contra as tentações do orgulho, para que não se envaidecessem diante dos
resultados obtidos no desempenho de suas missões, na cura e alivio dos
sofrimentos.
Invariavelmente,
todas as vezes que realizava as curas, Jesus salientava a fé e a confiança
daquele que recebia o benefício e, a respeito das poucas curas levadas a efeito
em sua terra, onde “apenas curou alguns poucos doentes”, Jesus admirou-se da
incredulidade deles. (Marcos, 6:5-6)
Assim, para
ser obtida a cura, torna-se evidente a necessidade da colaboração do doente, o
seu desejo sincero de ser curado, conjugado com a fé, confiança e vontade
potente de quem vai operar em nome do Senhor, tudo isso aliado ainda à
possibilidade da lei de ação e reação. Todas as doenças podem ser aliviadas,
mas nem todas podem ser curadas.
A confiança
nas próprias forças nos torna capazes de executarmos grandes coisas, mesmo
materiais, que não obteríamos se não confiássemos em nós mesmos. As montanhas a
serem removidas pela fé referidas no Evangelho devem ser, antes de mais nada,
as montanhas de nossas imperfeições e inferioridade, constituídas de má
vontade, resistência, preconceitos, interesses materiais, egoísmo, fanatismo,
paixões orgulhosas, etc.
A fé sincera
e verdadeira é sempre calma, paciente e humilde. Deve ser cultivada pela
moralização de nossos costumes, pela pureza de pensamentos, palavras e atos;
pela crescente confiança na ilimitada bondade Divina, para desenvolver dentro
de nós a força magnética que nos possibilitará agir sobre o fluido universal. A
fé que, usada convenientemente pela nossa vontade, é capaz de operar prodígios
sempre que for utilizada em benefício do nosso próximo.
Jesus disse
aos discípulos que aquele Espírito obsessor só seria afastado através da oração
e do jejum. Devemos entender, então, que somente através de uma fé fervorosa,
traduzida em sentida prece, poderemos afastá-lo; e isso desde que estejamos em
jejum, isto é, em condições morais satisfatórias de abstinência de pensamentos culposos,
de sobriedade na satisfação de nossas necessidades e austeridade no proceder.
Nas palavras
repassadas de sentimento daquele pai, que banhado em lagrimas, diz: “Eu creio,
Senhor; ajuda a minha pouca fé”, podemos sentir a expressão de simplicidade e
de humildade, pois certo do poder de Jesus para lhe atender a suplica, não se
sentia ele próprio bastante forte na sua fé para merecer tal graça.
FIXAÇÃO DO
APRENDIZADO:
1) Qual o
poder da fé?
2) Qual o
sentido da palavra “montanha” no ensinamento de Jesus?
3) Como desenvolvermos
a verdadeira fé?
BIBLIOGRAFIA
- Kardec,
Allan - A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- XAVIER,
F.C. Ação e Reação. 14.ed., Brasília: FEB. 1991, Cap. 19
Fonte da imagem: Internet Google.
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