MÉDIUNS ESPECIAIS E SUAS APTIDÕES
QUADRO SINÓTICO DOS TIPOS DE MEDIUNIDADE
Os médiuns,
como intermediários, entre as esferas espiritual e física, evidentemente, transmitem
uma mensagem, e, para que estas mensagens se reflitam em boas comunicações,
três condições devem ser observadas, disse Kardec:
a) A
qualidade do médium: sua natureza, evangelização, conhecimento, estudo da
Doutrina, conscientização de que é um instrumento, aplicação do seu trabalho
para o Bem, etc..
b) A
qualidade do Espírito que transmite a mensagem: seriedade da mensagem,
conhecimento ou ignorância, bondade ou interesse. “A natureza das comunicações está
sempre relacionada com a natureza do Espírito e traz o cunho da sua elevação,
ou da sua inferioridade, do seu saber, ou mesmo da sua ignorância.” (LM - cap.
XVI, item 185)
c) A
intenção e sentimento, o pensamento íntimo: mais ou menos louváveis de quem
interroga o Espírito, quando for o caso. Diz se que todos os homens são médiuns,
dada a condição de associação das correntes mentais, mas em alguns, ela se
apresenta de forma mais evidente que em outros e manifesta-se de múltiplas maneiras.
A mediunidade no dizer, apresenta uma variedade infinita de matizes.
Perguntou-se
a Emmanuel, em O Consolador, questão 386: “Qual a mediunidade mais preciosa
para o bom serviço da Doutrina? “Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa
ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é
necessária; observando-se, contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões
mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho
e boa vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas. Não
existe mediunidade mais preciosa uma que a outra”.
Na questão
388, perguntou-se: “Nos trabalhos mediúnicos temos de considerar, igualmente,
os imperativos da especialização?” Num trecho de sua resposta disse: “A
especialização na tarefa mediúnica é mais do que necessária, e somente de sua
compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de divulgação da verdade a
realizar”.
No capítulo
XVI do Livro dos Médiuns, Kardec apresenta um quadro sinótico dos principais
gêneros de mediunidade, as diferentes variedades mediúnicas, pelas semelhanças
de causas e efeitos, embora afirme que não se trata de uma classificação
absoluta. E, salienta que esta classificação foi trazida pela Espiritualidade Maior.
Dividiram
então os Espíritos, os médiuns em duas grandes categorias (LM - Cap. XVI item
187):
a) Médiuns
de efeitos físicos: os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou
manifestações ostensivas.
b) Médiuns
de efeitos intelectuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir
comunicações inteligentes.
MÉDIUNS DE
EFEITOS FÍSICOS - (LM Cap. XVI, item 189)
1)
Tiptólogos; ruídos, pancadas, etc.
2) Motores:
movimento de corpos inertes
3) Translações
e suspensões levitação: suspensão de corpos, transportes, deslocamentos de
objetos
4) Efeitos
musicais: execução de música, sem contato com o aparelho ou instrumento musical
5) Aparições:
materializações visíveis e tangíveis
6) Noturnos:
só obtém certos efeitos físicos na obscuridade
7)
Pneumatógrafos: escrita direta
8)
Excitadores: são os que mediunizam, magneticamente, outros médiuns, para os
levar ao desenvolvimento.
MÉDIUNS DE
EFEITOS INTELECTUAIS - (LM, Cap. XVI, item 19o)
1) Audientes:
os que ouvem os Espíritos
2) Falantes:
os que falam sob influência dos Espíritos. O nome mais utilizado hoje é Psicofonia
3) Videntes:
são os que veem os Espíritos em estado de vigília
4)
Inspirados: recebem os pensamentos sugeridos pelos Espíritos, na maioria das
vezes, sem o saberem
5)
Pressentimento: têm uma vaga intuição de ocorrências vulgares do futuro
6)
Proféticos: recebem revelações de ocorrências futuras, de interesse geral, com
fins instrutivos
7)
Sonâmbulos: os que, em transe sonambúlico, são assistidos por Espíritos
8) Extáticos:
recebem revelações dos Espíritos, em estado de êxtase
9) Pintores
ou desenhistas: os que pintam ou desenham. Hoje, denomina-se, mais
frequentemente, de Psicopictoriografia, Psico-pictografia, ou Pintura Mediúnica
10) Musicais:
executam, compõem ou escrevem músicas, sob a influência dos Espíritos
11)
Psicógrafos: escrevem sob a influência dos Espíritos
VARIEDADES
DE MÉDIUNS ESCREVENTES ou PSICÓGRAFOS:
a) Segundo o
modo de execução (LM, Cap. XVI, item 191):
1) Mecânicos
inconscientes: recebem impulso involuntário na mão
2)
Semi-mecânicos: recebem impulso involuntário na mão, mas tem, instantaneamente,
ou seja ao mesmo tempo, consciência das palavras que estão escrevendo.
3)
Intuitivos: registram o pensamento que lhes é sugerido, mas escrevem por
vontade própria
4)
Polígrafos: mudam de caligrafia
5)
Poliglotas: falam e escrevem em línguas que não conhecem
6) Iletrados:
são os analfabetos, que escrevem sob influência dos Espíritos
b) Segundo o
desenvolvimento da faculdade (LM, Cap XVI, item 192):
1) Novatos
não-desenvolvidos: não têm experiência necessária
2)
Improdutivos: recebem sinais sem importância; limitados
3) Formados:
são os desenvolvidos, que transmitem comunicações com facilidade e presteza
4) Lacônicos:
comunicações breves
5)
Explícitos: comunicações amplas e extensas, como um escritor consumado
6)
Experimentados: têm facilidade para escrever; são experientes
7) Flexíveis:
prestam-se aos diversos gêneros de comunicações, inclusive com diferentes Espíritos.
8)
Exclusivos: manifestações de um único Espírito
9) Evocações:
são os que, tendo condições intelectuais mais amplas (nem sempre da encarnação
atual), se prestam a intermediar as comunicações dos Espíritos evocados
10) Ditados
espontâneos: recebem comunicações espontâneas de Espíritos não chamados
c) Segundo o
gênero e a parcialidade das comunicações (LM, Cap. XVI, item 193):
1)
Versificadores: comunicações em versos
2) Poéticos:
comunicações poéticas, ternas, sentimentais
3) Positivos:
comunicações com nitidez e precisão
4)
Literários: estilo correto, elegante, eloquente
5)
Incorretos: imprecisos na linguagem, por falta de cultura
6)
Historiadores: dissertações históricas
7)
Científicos: explanação científica, sábia
8)
Medicinais: recebem prescrições médicas; são os receitistas
9) Religiosos:
comunicações de caráter religioso
10) Filósofos
ou Moralistas: questões morais e filosóficas
11) Triviais
e obscenos: comunicações fúteis, sem proveitos, imorais
d) Segundo
as qualidades físicas do médium (LM, Cap. XVI, item 194):
1) Calmos:
escrevem lentamente sem agitação
2) Velozes:
escrevem com rapidez inabitual
3)
Convulsivos: permanecem em estado de superexcitação quase febril, e, às vezes,
dependem da natureza do Espírito
e) Segundo
as qualidades morais do médium (LM , Cap. XVI, item 195):
1) Obsedados:
Com ligações inoportunas e mistificadoras
2)
Fascinados: Os enganados pelos Espíritos mistificadores
3)
Subjugados: Dominados moralmente por Espíritos maus
4) Levianos:
Não levam a sério suas faculdades
5)
Indiferentes: Não tiram proveito das instruções recebidas
6)
Presunçosos: Têm a pretensão de estar em relação somente com Espíritos
Superiores
7)
Orgulhosos: Os que se envaidecem com as comunicações recebidas
8)
Suscetíveis: Ofendem-se com as críticas e gostam de ser bajulados
9)
Mercenários: Exploram as suas faculdades
10)
Ambiciosos: Sem vender suas faculdades, esperam delas tirar proveito
11) Má fé:
Simulam faculdades que não possuem, para parecerem mais importantes
12) Egoístas:
Guardam para si mesmos as comunicações recebidas
13)
Invejosos: Os que se mostram despeitados com o maior apreço dispensado a outros
médiuns
14) Sérios:
Utilizam suas faculdades para o Bem e com finalidade útil
15) Modestos:
Não se atribuem nenhum mérito nas comunicações recebidas e não se julgam livres
de mistificações
16)
Devotados Abnegados: sacrificam-se para o Bem
17) Seguros:
Têm facilidade para recepção, merecem maior confiança dos Espíritos. São fluentes,
desembaraçados e dignos.
Além destas
classificações, podem-se anotar outras comuns a todos os gêneros de
mediunidade:
1) Médiuns
Sensitivos: São pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma
sensação geral ou local, vaga ou material, segundo Kardec (LM, Cap. XVI, item
188)
2) Médiuns
Naturais ou Inconsciente: Produzem fenômenos espontaneamente, sem querer, e, na
maioria das vezes, à sua revelia.
3) Médiuns
Facultativos ou Voluntários: São os que têm o poder de provocar os fenômenos
por um ato da própria vontade.
Disse o
Espírito Sócrates no Capítulo XVI, item 197, do Livro dos Médiuns, que “este
quadro é de grande importância, não só para os médiuns sinceros que procuram de
boa-fé, ao lê-lo, preservar-se dos escolhos a que estão expostos, mas também
para todos os que se servem dos médiuns, pois lhes darão a medida do que podem racionalmente
esperar e as consequências de suas escolhas, dentro da mediunidade”.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Livro dos Médiuns: Cap. XVI
Fonte da imagem: Internet Google.
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