INSTINTO DE CONSERVAÇÃO - MEIOS DE
CONSERVAÇÃO - GOZOS DOS BENS TERRENOS - NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO - PRIVAÇÕES
VOLUNTÁRIAS – MORTIFICAÇÕES – PROVAS VOLUNTÁRIAS - VERDADEIRO CILÍCIO
INSTINTO DE CONSERVAÇÃO
Dentre as
sábias Leis de Deus que regem toda a criação, a LEI DE CONSERVAÇÃO se destaca,
pois é ela que impulsiona o homem e os seres no rumo da evolução, do
aprimoramento, através do trabalho contínuo.
“Todos os
seres vivos possuem o instinto de conservação qualquer que seja o grau de
inteligência; em uns é puramente mecânico em outros é racional.” (LE 7o2)
Em tudo o
que vive, seja de natureza simples ou complexa, o instinto de conservação é
inerente a espécie, pois sem ele pereceriam.
MEIOS DE CONSERVAÇÃO
A
necessidade de viver e defender a vida é essencial ao aperfeiçoamento dos
seres, para isso, Deus deu meios de o homem prover através do uso dos bens da
Natureza (LE 705).
O homem
movido pelo instinto de conservação, aliado a inteligência, adquire meios de
cultivar a terra, transformar a matéria e até mesmo sofisticá-la, a fim de
suprir aquilo que julga ser-lhe necessário (LE 706).
A LEI DE
CONSERVAÇÃO não se aplica somente ao homem, senão também a tudo que o cerca.
Pais zelosos dizem que devem preservar a natureza para seus filhos e netos.
Ora, diante da lei imperiosa da reencarnação quem serão aqueles que virão
habitar esta mesma Terra num futuro próximo ou distante? Portanto, é de fundamental
importância o despertar de consciência desde a mais tenra idade, fazer dos
filhos os multiplicadores do bem em todas as suas manifestações e agentes no
bom uso da INTELIGÊNCIA. O homem por possuir livre arbítrio, traz consigo a
responsabilidade de seus atos. Muitas vezes não tão satisfatórios perante a natureza.
GOZOS DOS BENS TERRENOS
No mais das
vezes, o homem é movido por um desejo insofreável de possuir bens. Observa o
que o semelhante tem e deseja para si. A ambição, a inveja, a cupidez, fazem
com que seja tentado a possuir de maneira além do que lhe seja necessário.
Deus,
dotando o homem com o instinto de conservação, oferece-lhe os bens da Terra
para que aprenda a usufruir com equilíbrio. E para que cresça moralmente, faz
com que desenvolva o sentido de limites do que lhe possa ser realmente
necessário e do que seja supérfluo (LE 712-A).
NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO
Conhecer e
discernir o necessário do supérfluo é o resultado da aprendizagem exercida
através da vivência.
Quando o
homem passa por experiências marcantes como a da miséria; da extrema
necessidade; do desgaste da saúde; das limitações físicas que impõem
determinada condição para obter meios de garantir sua sobrevivência; quando se
vê no limite das forças, essas experiências ficam gravadas na sua memória
espiritual.
Será de fato
necessário passar por essas experiências para que o homem se condoa da
necessidade de seu irmão de caminhada? Que aprenda a dividir com ele, não o que
sobra, mas o que tem! Na maioria dos lares o vazio esta presente; caminhos
tortuosos levam as pessoas em busca de necessidades que não existem, vacilam
diante dos apelos de consumo, da necessidade social de ter sempre mais, e não o
de “ser”.
PRIVAÇÕES VOLUNTÁRIAS - MORTIFICAÇÕES
“A lei de
conservação obriga-nos a prover as necessidades do corpo? Os Espíritos
respondem sim, sem energia e a saúde, o trabalho é impossível.” (LE 718).
O bem estar
é um desejo natural, portanto não é proibido. Deus proíbe o abuso por ser
contrario a lei de conservação.
A procura do
bem estar é valida desde que não seja conquistado em prejuízo de outrem e se
não enfraquecer as forças morais e físicas (LE 719).
As privações
voluntárias com vistas a uma expiação tem algum mérito aos olhos de Deus?
- Sempre que
fizer bem aos outros terá o maior mérito. (LE 720)
As privações
meritórias é a privação dos prazeres inúteis, porque liberta o homem da matéria
e eleva sua alma.
O meritório
é resistir às tentações e aos excessos de coisas que nada tem de proveito.
A vida de
mortificações dos ascetas segue apenas aquele que a pratica e por conseguinte o
impede de fazer o bem.
Submeter-se
a privações no trabalho pelos outros esta é a verdadeira mortificação de acordo
com a caridade cristã. (LE 721).
Alimentação
animal não é contrária a lei natural, tendo em vista que este tipo de
alimentação ainda é necessária a constituição física, pois ao contrário o homem
perece.
As
mutilações praticadas no corpo do homem ou dos animais, não são agradáveis aos
olhos de Deus. Não devemos criar sofrimentos voluntários sem nenhuma utilidade
para os outros.
PROVAS VOLUNTÁRIAS - VERDADEIRO CILÍCIO
“O instinto
de conservação foi dado a todos os seres contra os perigos e sofrimentos.
Fustigai o vosso Espírito e não o vosso corpo, mortificai o vosso orgulho, sufocai
o vosso egoísmo que se assemelha a uma serpente a vos devorar o coração e farei
mais pelo vosso adiantamento do que por meio dos rigores que não mais pertencem
a este século.” (LE 727).
Essa questão
nos conduz naturalmente a outra. Desde que Jesus disse: “Bem-aventurados os
aflitos”, há mérito em procurar as aflições, agravando as provas por meio de
sofrimentos voluntários? A isso responderei muito claramente: Sim, é um grande
mérito, quando os sofrimentos e as privações têm por fim o bem do próximo, porque
se trata da caridade pelo sacrifício; não, quando eles só têm por fim o bem
próprio, porque se trata de egoísmo pelo fanatismo.
Há uma
grande distinção a fazer. Quanto a vós, pessoalmente, contentai-vos com as
provas que Deus vos manda, não aumenteis a carga já por vezes bem pesada;
aceitai-as sem queixas e com fé, eis tudo o que Ele vos pede. Não enfraqueçais
o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem propósito, porque tendes necessidades
de todas as vossas forças, para cumprir vossa missão de trabalho na Terra.
Torturar
voluntariamente, martirizar o vosso corpo, é infligir à lei de Deus, que vos dá
os meios de sustentá-lo e de fortalecê-lo. Debilitá-lo sem necessidade é um
verdadeiro suicídio. Usai, mas não abuseis: tal é a lei. O abuso das melhores
coisas traz as suas punições, pelas consequências inevitáveis. (ESE V item 26).
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC,
Allan - O Livro dos Espíritos - questões 71 a 87, 702 a 710 e 715 a 727;
KARDEC,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. V item 26;
Fonte da imagem: Internet Google.
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