CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 5 de maio de 2015

7ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

INSTINTO DE CONSERVAÇÃO - MEIOS DE CONSERVAÇÃO - GOZOS DOS BENS TERRENOS - NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO - PRIVAÇÕES VOLUNTÁRIAS – MORTIFICAÇÕES – PROVAS VOLUNTÁRIAS - VERDADEIRO CILÍCIO

INSTINTO DE CONSERVAÇÃO

Dentre as sábias Leis de Deus que regem toda a criação, a LEI DE CONSERVAÇÃO se destaca, pois é ela que impulsiona o homem e os seres no rumo da evolução, do aprimoramento, através do trabalho contínuo.

“Todos os seres vivos possuem o instinto de conservação qualquer que seja o grau de inteligência; em uns é puramente mecânico em outros é racional.” (LE 7o2)

Em tudo o que vive, seja de natureza simples ou complexa, o instinto de conservação é inerente a espécie, pois sem ele pereceriam.

MEIOS DE CONSERVAÇÃO

A necessidade de viver e defender a vida é essencial ao aperfeiçoamento dos seres, para isso, Deus deu meios de o homem prover através do uso dos bens da Natureza (LE 705).

O homem movido pelo instinto de conservação, aliado a inteligência, adquire meios de cultivar a terra, transformar a matéria e até mesmo sofisticá-la, a fim de suprir aquilo que julga ser-lhe necessário (LE 706).

A LEI DE CONSERVAÇÃO não se aplica somente ao homem, senão também a tudo que o cerca. Pais zelosos dizem que devem preservar a natureza para seus filhos e netos. Ora, diante da lei imperiosa da reencarnação quem serão aqueles que virão habitar esta mesma Terra num futuro próximo ou distante? Portanto, é de fundamental importância o despertar de consciência desde a mais tenra idade, fazer dos filhos os multiplicadores do bem em todas as suas manifestações e agentes no bom uso da INTELIGÊNCIA. O homem por possuir livre arbítrio, traz consigo a responsabilidade de seus atos. Muitas vezes não tão satisfatórios perante a natureza.

GOZOS DOS BENS TERRENOS

No mais das vezes, o homem é movido por um desejo insofreável de possuir bens. Observa o que o semelhante tem e deseja para si. A ambição, a inveja, a cupidez, fazem com que seja tentado a possuir de maneira além do que lhe seja necessário.

Deus, dotando o homem com o instinto de conservação, oferece-lhe os bens da Terra para que aprenda a usufruir com equilíbrio. E para que cresça moralmente, faz com que desenvolva o sentido de limites do que lhe possa ser realmente necessário e do que seja supérfluo (LE 712-A).

NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO

Conhecer e discernir o necessário do supérfluo é o resultado da aprendizagem exercida através da vivência.

Quando o homem passa por experiências marcantes como a da miséria; da extrema necessidade; do desgaste da saúde; das limitações físicas que impõem determinada condição para obter meios de garantir sua sobrevivência; quando se vê no limite das forças, essas experiências ficam gravadas na sua memória espiritual.

Será de fato necessário passar por essas experiências para que o homem se condoa da necessidade de seu irmão de caminhada? Que aprenda a dividir com ele, não o que sobra, mas o que tem! Na maioria dos lares o vazio esta presente; caminhos tortuosos levam as pessoas em busca de necessidades que não existem, vacilam diante dos apelos de consumo, da necessidade social de ter sempre mais, e não o de “ser”.

PRIVAÇÕES VOLUNTÁRIAS - MORTIFICAÇÕES

“A lei de conservação obriga-nos a prover as necessidades do corpo? Os Espíritos respondem sim, sem energia e a saúde, o trabalho é impossível.” (LE 718).

O bem estar é um desejo natural, portanto não é proibido. Deus proíbe o abuso por ser contrario a lei de conservação.

A procura do bem estar é valida desde que não seja conquistado em prejuízo de outrem e se não enfraquecer as forças morais e físicas (LE 719).

As privações voluntárias com vistas a uma expiação tem algum mérito aos olhos de Deus?

- Sempre que fizer bem aos outros terá o maior mérito. (LE 720)

As privações meritórias é a privação dos prazeres inúteis, porque liberta o homem da matéria e eleva sua alma.

O meritório é resistir às tentações e aos excessos de coisas que nada tem de proveito.

A vida de mortificações dos ascetas segue apenas aquele que a pratica e por conseguinte o impede de fazer o bem.

Submeter-se a privações no trabalho pelos outros esta é a verdadeira mortificação de acordo com a caridade cristã. (LE 721).

Alimentação animal não é contrária a lei natural, tendo em vista que este tipo de alimentação ainda é necessária a constituição física, pois ao contrário o homem perece.

As mutilações praticadas no corpo do homem ou dos animais, não são agradáveis aos olhos de Deus. Não devemos criar sofrimentos voluntários sem nenhuma utilidade para os outros.

PROVAS VOLUNTÁRIAS - VERDADEIRO CILÍCIO

“O instinto de conservação foi dado a todos os seres contra os perigos e sofrimentos. Fustigai o vosso Espírito e não o vosso corpo, mortificai o vosso orgulho, sufocai o vosso egoísmo que se assemelha a uma serpente a vos devorar o coração e farei mais pelo vosso adiantamento do que por meio dos rigores que não mais pertencem a este século.” (LE 727).

Essa questão nos conduz naturalmente a outra. Desde que Jesus disse: “Bem-aventurados os aflitos”, há mérito em procurar as aflições, agravando as provas por meio de sofrimentos voluntários? A isso responderei muito claramente: Sim, é um grande mérito, quando os sofrimentos e as privações têm por fim o bem do próximo, porque se trata da caridade pelo sacrifício; não, quando eles só têm por fim o bem próprio, porque se trata de egoísmo pelo fanatismo.

Há uma grande distinção a fazer. Quanto a vós, pessoalmente, contentai-vos com as provas que Deus vos manda, não aumenteis a carga já por vezes bem pesada; aceitai-as sem queixas e com fé, eis tudo o que Ele vos pede. Não enfraqueçais o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem propósito, porque tendes necessidades de todas as vossas forças, para cumprir vossa missão de trabalho na Terra.

Torturar voluntariamente, martirizar o vosso corpo, é infligir à lei de Deus, que vos dá os meios de sustentá-lo e de fortalecê-lo. Debilitá-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio. Usai, mas não abuseis: tal é a lei. O abuso das melhores coisas traz as suas punições, pelas consequências inevitáveis. (ESE V item 26).

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos - questões 71 a 87, 702 a 710 e 715 a 727;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. V item 26;

Fonte da imagem: Internet Google.

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