CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 19 de maio de 2015

9ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

LEI DE SOCIEDADE

NECESSIDADE DA VIDA SOCIAL - VIDA DE ISOLAMENTO – VOTO DE SILÊNCIO – LAÇOS DE FAMÍLIA - PARENTESCO E FILIAÇÃO - SEMELHANÇAS FÍSICAS E MORAIS

Necessidade da vida Social

Aristóteles, filósofo grego, há milênios já apregoava que “O homem é um animal social”. O homem foi feito para viver em sociedade, por isso, Deus lhe deu a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida social. (LE 766)

O isolamento absoluto é contrario a lei natural. O homem procura a vida em sociedade por instinto, pois dentro do principio de conservação da espécie há necessidade de suprir a alimentação, o abrigo, defesa da família, portanto, a sociabilidade é instintiva obedecendo ao progresso da Humanidade.

Neste convívio social há o desenvolvimento e burilamento de nossas faculdades intelectuais e morais, bem como, a permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, levando a regras de procedimento ditadas pela justiça e pela moral, abstendo-se de tudo que possa destruir.

Vida De Isolamento - Voto De Silêncio

O estado de uma pessoa que se abstêm; se priva ou se recusa a falar define-se como vida de isolamento - voto de silêncio.

A vida solitária por opção revela sempre uma fuga inconcebível, porque indica infração as leis divinas do trabalho e do amor.

O isolamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve existir nos corações humanos. Não sendo o homem dotado, inicialmente, de autossuficiência, condição conseguida pelo trabalho e progresso, ele é dependente do seu semelhante.

Os cultores da vida reclusa se estiolam pela improdutividade, pela estagnação quanto as aquisições dos tesouros da sabedoria e da experiência. Segundo os ensinamentos espíritas, isto revela egoísmo e só merece reprovação.

A reclusão absoluta para fugir ao contato do mundo simboliza duplo egoísmo, pois se isolar a pretexto de não fazer o mal, simboliza a perda da oportunidade de fazer o bem.

A fuga do mundo para se devotar ao alivio dos sofredores, eleva o homem, quando este se rebaixa, trazendo um duplo mérito, pois se colocam acima dos prazeres materiais, fazendo o bem em cumprimento da lei do trabalho.

Buscar no retiro a tranquilidade para realizar outros trabalhos, não é o retiro absoluto do egoísta, pois buscam se isolar para recarregar as energias para trabalhar por esta sociedade.

Deus condena o abuso e não o uso das faculdades, portanto o silêncio não é útil para a concentração – espírito toma-se mais livre - entra- se em comunicação com a vida espiritual.

O homem, inquestionavelmente, é um ser gregário, organizado pela emoção para a vida em sociedade. O seu insulamento, a pretexto de sentir a Deus, constitui uma violência a Lei Natural, caracterizando-se por uma fuga injustificável as responsabilidades do dia-a-dia.

Graças à dinâmica da atualidade, diminuem as antigas incursões ao isolamento, seja nas regiões desérticas para onde o homem fugia a buscar meditação, seja no silêncio das clausuras e monastérios onde pensava poder perder-se em contemplação.

O Cristianismo possui o extraordinário objetivo de criar uma sociedade equilibrada, na qual todos os seus membros sejam solidários entre si.

As relações sociais possibilitam ao homem a oportunidade de fazer o bem e cumprir a Lei de Progresso.

Laços de Família

Augusto Comte nasceu na França em 1798, sec. XVIII. Considerava a família como célula básica da sociedade. Em todo o processo de evolução da humanidade, como dito anteriormente percebe-se a veracidade desta sabia observação do filósofo francês. É na família que inicia-se o desenvolvimento dos sensos morais e os laços de amor que devem ser fortalecidos entre os homens, propiciando-lhes o progresso moral.

É necessário que se entenda que o homem (ser racional) tem a diferença dos animais (seres irracionais) exatamente pela necessidade da vida moral. Enquanto que o animal tem por principio o instinto de conservação, protegendo sua cria até sua independência para cumprir seu papel na natureza; o homem deve manter o vinculo familiar por toda a encarnação, tendo assim a oportunidade de reajustar-se com seus semelhantes por débitos passados ou auxiliar-se mutuamente promovendo a renovação moral de sua individualidade.

O relaxamento dos laços familiares é uma exaltação ao egoísmo, ou seja, a perda de oportunidades em uma existência.

Parentesco e Filiação

Os pais geram a vida corporal aos seus filhos, dando-lhes a oportunidade da reencarnação, tendo em vista que a alma é indivisível e criada por Deus. Contudo, a convivência em família deve-se a ligações pré-existentes entre aqueles Espíritos por necessidade de auxilio, aprendizado ou reparação.

O Espiritismo, através da reencarnação, exclui a ideia de castas e raças, que são muitas vezes exaltadas pelo homem, por sua vaidade e orgulho, tendo em vista que muitos podem reencarnar em condição adversa da anterior, ou seja, um homem pode pertencer a uma família abastada em uma encarnação e na outra poderá vir em uma família destituída de posses, ou vice-versa, dependendo de sua necessidade de evolução e aprendizado moral.

Semelhanças Físicas e Morais

As semelhanças morais que em algumas famílias são percebidas, dão-se pela afinidade de inclinações.

Os pais exercem influência moral, através da educação aos filhos e isto é uma tarefa assumida, sendo que a irresponsabilidade na sua execução gera compromissos futuros. Espíritos menos virtuosos podem pedir pais com boas qualidades para que possam ser direcionados a um caminho melhor, bem como, as vezes os pais necessitam conviver com Espíritos desta natureza para seu aprendizado.

Um povo ou uma nação é composto por famílias que são reunidas por Espíritos simpáticos. A similitude de inclinações boas ou más irá determinar o caráter daquela sociedade. O caráter moral da existência anterior pode ser conservado pelo Espírito, contudo, se houve melhoria, ele se modifica. Às vezes demora em reconhecê-las dependendo de sua condição socioeconômica reencarnante, que pode ser diferente da encarnação anterior.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 2°, cap. IV, questão 2o5; Livro 3º, cap. VII, questões 766 a 775 e 877;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. IV, itens 18 a 2o; ap. XIV itens 8 e; 9;
Bibliografia Complementar:
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e viva - n° 9;
CALLIGARIS, Rodolfo - Leis Morais;
PIRES, José Herculano - O Homem no Mundo - Heloisa Pires;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier- Pensamento e vida - item 18;
EMMANUEL, O Espírito da verdade - Diversos Espíritos - item 27;


Fonte da imagem: Internet Google.

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