Depois de séculos de
obscurantismo religioso e do dogmatismo imposto, consciências amadurecidas
começam a despertar em busca de solução para os seus problemas transcendentes.
Nos dias de hoje, vê-se um surto desenfreado de seitas e doutrinas que procuram
atender aos Espíritos inquietos, sedentos de novas luzes.
Há um inegável
interesse pelo fenômeno, como resposta a velhas questões filosóficas, sem
qualquer consequência de ordem moral.
Nesse diapasão, vê-se
um crescimento do espiritualismo no mundo, redescobrindo velhas práticas, com
roupagem moderna. Presas ao imediatismo da vida material, as criaturas especulam
em todos os campos possíveis, no encalço de fórmulas mágicas ou de revelações fantásticas
que lhes atendam os anseios da curiosidade vã.
Quando se trata do
comportamento humano e das suas consequências morais, o homem ainda se reserva
o direito de não esmiuçá-lo, conservando-se como era (e como pretende continuar
sendo), protegido pelos mecanismos de defesa da sua personalidade.
A nova ordem de coisas
custa a penetrar nos corações mais endurecidos.
O Espiritismo, porém,
como o Consolador Prometido pelo Cristo, surge no horizonte humano como um
oásis em meio ao universo da desinformação e da desesperança, oferecendo ao homem
o conhecimento da verdade que liberta e eleva o Espírito.
Enquanto muitos ainda
permanecem presos aos modismos, buscando soluções imediatistas para problemas
enraizados na personalidade desde longa data, e aderindo a práticas místicas do
passado, com roupagem moderna, “o Espiritismo, nos tempos modernos, é, sem
dúvida, a revivescência do Cristianismo em seus fundamentos mais simples”, como
enfatiza Emmanuel.
Mostrando ao homem que
ele é o interexistente, isto é, aquele que vive entre os dois mundos, oferece-lhe
novas oportunidades de realização, por alterar-lhe o panorama das cogitações mentais.
A sobrevivência além
da morte já não encerra a criatura nos círculos intransponíveis do céu, inferno
e purgatório. A pluralidade dos mundos habitados, da mesma forma, não prende o
Espírito nas teias incompreensíveis da mesquinha problemática planetária.
O Diálogo entre vivos
e mortos alarga o universo do conhecimento e preserva os laços afetivos bem
formados. Os sofrimentos não são senão nódulos temporários na cadeia da
evolução, dissolvidos pelo trabalho digno e pelo conhecimento de si mesmo, que
levam o indivíduo a harmonizar-se definitivamente com os imperativos da lei
divina. O princípio da reencarnação passa a ser entendido como a chave que abre
as portas da existência a todos quantos desejem ardentemente atingir a
perfeição a que todos estamos destinados pela Justiça e o Amor Divinos.
Hoje, encontramos na
literatura espírita toda sorte de recursos para a renovação necessária, a começar
pelas obras da Codificação. No Evangelho, o roteiro para a solidificação do comportamento
fraterno cristão. Em O Livro dos Espíritos, os princípios filosóficos para a fortificação
do pensamento bem formado. Em O Livro dos Médiuns, a prática mediúnica à luz da
fenomenologia perispíritica.
Além disso, a obra de
Francisco Cândido Xavier, com mais de 400 títulos, surge com um indispensável
complemento para o conhecimento do Espírito imortal, mormente com as mensagens
dos Espíritos André Luiz e Emmanuel. Da pena mediúnica ainda, cumpre ressaltar a
obra de Divaldo Pereira Franco, composta de muitos títulos e ditada por Joanna
de Angelis, Bezerra de Menezes, Victor Hugo e muitos outros Espíritos.
Não bastasse todo esse
manancial de bênçãos, há ainda o trabalho dos clássicos como Léon Denis,
Gabriel Delanne, Camille Flammarion e Ernesto Bozzano, entre os mais notáveis.
Autores contemporâneos
devem ser lembrados também: Hernani Guimarães Andrade, Jorge Andréa, Hermínio
C. Miranda, Richard Simonetti, Paulo Alves Godoy, José Herculano Pires, Manoel
Pelicas São Marcos e outros.
Nos dias atuais, vê-se
ainda o surgimento de novas práticas que se colocam dentro do vasto círculo da
fenomenologia do espírito, entre as quais destacamos a TRVP (Terapia Regressiva
a Vidas Passadas) e a TCI (Transcomunicação Instrumental), que auxiliam na
elucidação de algumas questões da competência da Doutrina Consoladora.
Todavia “urge o
estabelecimento de recursos para a ordenação justa das manifestações que dizem
respeito à nova ordem de princípios que se instalam vitoriosos na mente de cada
um”, adverte Emmanuel.
Hoje, sente-se a
necessidade da unificação do Espiritismo, em torno do ideal do ensino espírita,
do aprendizado da Doutrina, principalmente no que diz respeito ao Evangelho de Jesus,
com a prática da caridade e do amor ao semelhante. Congressos mundiais ou internacionais
vêm sendo organizados com essa finalidade, no Brasil e na Europa.
É um fato histórico,
de grande significado.
Se o Espiritismo
começou com a curiosidade (causada pela estranheza dos fenômenos) e passou para
a fase do raciocínio e da filosofia, é chegado o terceiro momento: da aplicação
e das consequências. Já superamos a etapa da fé cega e chegamos ao porto seguro
da fé raciocinada, sob as claridades inegáveis de um novo tempo.
Não basta conhecer o
Evangelho; é preciso praticá-lo.
Não é suficiente ter
os exemplos de Jesus na memória; é imprescindível inscrevê-los no coração e
segui-Lo, além dos limites do tempo...
BIBLIOGRAFIA:
Kardec, Allan - O
Evangelho Segundo o Espiritismo
Xavier, F. C. -
Roteiro
QUESTIONÁRIO:
1 - Qual a missão do
Espiritismo?
2 - Qual a importância
da literatura espírita?
3 - Na sua opinião,
como está o Espiritismo na atualidade?
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