CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

19ª AULA PARTE B CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

SEDE PERFEITOS

“Tendes ouvido o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos de vosso Pai que está nos céus; que faz nascer o sol sobre os bons e maus, e vir chuva sobre os justos e os injustos. Porque se só amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem o mesmo os publicanos? Se somente saudardes os vossos irmãos, que é o que com isto fazeis mais do que os outros? Não fazem o mesmo os gentios? Sede, pois, perfeitos, como é perfeito vosso Pai Celestial”. (Mateus, 5:43-48).

Passagem semelhante é narrada pelo evangelista Lucas (6:27-28 e 32-36), aparecendo o último versículo assim: “Sede, pois, misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso”.

Jesus disse: “Não vim destruir a lei, mas sim cumpri-la” (Mateus, 5:17).

Como já vimos anteriormente, o Mestre referia-se à lei divina e não à lei humana, que mandava amar ao próximo e odiar aos inimigos. Entretanto, não nos enganemos com o sentido que devemos dar às palavras de Jesus, quando nos manda amar nossos inimigos, pois com isso não quis, por certo, dizer que devemos amar o inimigo com o enternecimento e carinho, a ternura e confiança que dedicamos a um irmão ou a um amigo. Não poderemos ter para com quem nos persegue as mesmas expansões de amizade ou arroubos de simpatia, que manifestamos por aqueles com os quais estamos em comunhão de pensamento e em sintonia.
Amar os inimigos, então, é não lhes ter ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; é perdoar-lhe o mal que nos fazem, sem obstar à reconciliação; é desejar-lhes o bem e não o mal; alegrarmo-nos com a sua felicidade, estendendo-lhes a mão caridosa em caso de necessidade, abstendo-nos, por palavras e atos, de tudo quanto possa prejudicá-los; é, enfim, pagar sempre o mal com o bem, sem ideia de humilhá-los, e quem isso fizer, estará, sem dúvida, amando aos seus inimigos.

Deus é a perfeição infinita em todas as coisas e daí não devemos tomar ao pé da letra a máxima: “Sede perfeitos”, pois isso suporia a possibilidade de alcançarmos a perfeição absoluta, tornando a criatura igual ao Criador, o que é inadmissível.

Assim, Jesus apresentava aos homens um modelo, o mais perfeito, para que se esforçassem por imitá-lo, a fim de alcançarem a perfeição relativa de que são capazes. O grau de perfeição que podemos atingir está na razão da extensão do amor ao próximo, que podemos realizar, dilatando até o amor aos inimigos.

Moisés teve de ensinar a seus tutelados a amarem pelo menos de sua grei ou família. Jesus, porém, dilata o ensinamento, fazendo-nos compreender que todos os homens são irmãos, filhos de um único Pai, seja qual for a raça a que pertençam, até mesmo o nosso próprio inimigo.

Desde que começamos a esclarecer as nossas mentes e vamos libertando nossas consciências dos preconceitos e cristalizações, procurando lutar, para vencermos as nossas inferioridades, compreendemos a dificuldade imensa que encontramos, para atravessarmos a muralha de nossas imperfeições e escalarmos a montanha de nossos vícios e defeitos.

A grande esperança e nosso maior estímulo residem, então, na lei da reencarnação, que nos concede sempre renovadas oportunidades para alcançarmos, pela evolução, a perfeição relativa que nos compete. É pela reencarnação que os Espíritos que se odeiam têm oportunidade de se reconciliar, através dos laços consanguíneos, lutando e sofrendo juntos para se entenderem, vencerem a aversões recíprocas e, finalmente, se amarem!

Em Lucas, 6:40: “O discípulo não está acima do seu mestre; mas todo o discípulo será perfeito, se for como seu mestre”. Palavras de estímulo estas, pronunciadas por Jesus, modelo de perfeição, que nos diz poderem os discípulos igualar-se ao Mestre. Nossa compreensão nos diz, porém, que, somente percorrendo toda a estrada que nos foi aberta pelo modelo e guia, poderemos realizar esse magnífico objetivo e, isso, através das existências sucessivas na carne, dada a nossa ainda endividada posição atual.

Poderemos acelerar a nossa marcha e ganhar terreno no extenso caminho a percorrer, em busca de nosso aperfeiçoamento, se desde já nos compenetrarmos do nosso papel e da necessidade urgente de vivê-lo intensamente, buscando fazê-lo através de nosso sentimento de caridade e do amor ao próximo, fazendo o bem pelo bem, sem esperar recompensa, pagando o mal com o bem, defendendo o fraco contra o forte e sacrificando sempre nossos interesses em face da justiça; sendo indulgentes para com as fraquezas alheias e severos para com as próprias, não nos comprazendo em evidenciar os defeitos dos outros, mas estudando nossas próprias imperfeições e trabalhando, incansavelmente, para as combater e vencer.

O Espiritismo bem compreendido, mas, sobretudo, bem sentido e vivido, acelera a evolução e conduz, inevitavelmente, o seu adepto à perfeição, porquanto o progresso moral e espiritual é a característica do verdadeiro espírita, ou verdadeiro cristão.

O verdadeiro e sincero espírita tem o coração enternecido e a fé a toda prova, podendo ser reconhecido por sua transformação moral e pelo esforço que faz para dominar as más inclinações.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo

QUESTIONÁRIO:

1 - O que significa para o Espírito "ser perfeito"?

2 - O que significa "amar os inimigos"?

3 - Na sua opinião, como devemos proceder para que sejamos cada vez melhores, rumando à perfeição?

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