Próximo de partir para
a Espiritualidade, Jesus promete aos seus discípulos que lhes enviará um outro
Consolador, o Espírito da Verdade, o Parácleto, que haveria de ensinar todas as
coisas e lembrar o que ele dissera (Jô, 14:15-17 e 26; 16:7-14). No tempo
determinado, o Espiritismo veio cumprir aquela promessa do Divino Mestre,
revelando ao homem as leis que regem os fenômenos, antes tidos como sobrenaturais
ou milagrosos.
O Espiritismo, ou o
Consolador Prometido, surge no horizonte terrestre, em meados do séc. XIX, como
a Terceira Revelação. No século XIII ª C., Moisés trouxe para a Humanidade a Primeira
Revelação, materializando a ideia do Deus Único (já ensinada por Abrão, o
grande patriarca hebreu, cerca de 600 anos antes). Moisés promulgou a lei do
Monte Sinai, lançando os fundamentos da verdadeira fé, como grande médium que
era. Como homem, foi o legislador eficiente, que organizou a sociedade da época,
procurando livrá-la dos erros do politeísmo.
Após Moisés, veio o
Cristo, encarnando a Segunda Revelação, e acrescentou à essência dos ensinamentos
mosaicos a ideia da vida futura, estranha ao contexto do Pentateuco, bem como as
penas e recompensas que esperam o homem depois da morte. Jesus faz encarar a divindade
de um ponto de vista totalmente novo: “não é mais o Deus que quer ser temido,
mas o Deus que quer ser amado”. (A Gênese, Cap. I, item 23) Jesus, então,
resume o Decálogo num mandamento maior – o amor a Deus, acima de todas as
coisas – e num menor, semelhante àquele – o amor ao próximo – e estabelece
assim as bases da Religião Cósmica (Universal).
A Doutrina dos
Espíritos, como Terceira Revelação, é o Cristianismo Redivivo. A revelação espírita
possui um duplo caráter, visto que participa, ao mesmo tempo, da revelação
divina e da revelação científica, as duas vias que levam o homem ao verdadeiro
conhecimento. Nas palavras de Kardec, “o que caracteriza a revelação espírita é
que sua origem é divina, que a iniciativa pertence aos Espíritos e que sua
elaboração é o resultado do trabalho do homem”.
O Espiritismo, então,
parte das próprias palavras de Cristo (da mesma forma que este muitas vezes
remeteu seus discípulos às palavras de Moisés), sendo uma consequência direta
de sua doutrina.
À ideia vaga da vida
futura, acrescenta a revelação da existência do mundo invisível que nos cerca e
povoa o espaço. Define os laços que unem o espírito ao corpo.
Fundamenta-se no
princípio da reencarnação. E estabelece as consequências morais da conduta
humana frente às leis divinas.
O Espiritismo, assim,
como uma doutrina de conhecimento, chega no momento em que a Humanidade está
melhor preparada e a Ciência encontra-se organizada e pronta para dar sustentação
ao fenômeno espírita, que, sem ela, ficaria sem apoio e exame. Se tivesse
surgido antes das descobertas científicas dos séculos XVII e XVIII, a ação da
Espiritualidade fatalmente estaria condenada ao fracasso.
A Doutrina Consoladora
mostra ao homem que a causa dos seus sofrimentos, muitas vezes, está em
existências anteriores; que a Terra, no seu atual estágio, é um mundo de
expiação e provas; que Deus, soberanamente justo e bom, a ninguém castiga, de
sorte que as aflições vividas pela criatura humana conduzem à cura dos seus
males, assegurando-lhe a felicidade nas existências futuras.
O Espiritismo, por
isso, no seu tríplice aspecto (de Ciência, Filosofia e Religião), responde aos mais
diversos questionamentos humanos, fazendo o homem compreender de onde vem, para
onde vai e o que está fazendo na Terra; enfim, desvela lhe sua natureza, sua
origem e sua destinação, preparando-o para viver melhor suas próximas
encarnações.
Finalmente, revela o
conceito mais avançado de Deus: Inteligência Suprema e causa primária de todas
as coisas. Esclarece que não podemos conhecer a natureza íntima do Criador, mas
aponta alguns de seus atributos, que nos mostram sua justiça e sua bondade, presentes
em toda a Criação.
BIBLIOGRAFIA:
Kardec, Allan - A
Gênese.
QUESTIONÁRIO:
1 - Sinteticamente,
quais são as três grandes revelações?
2 - Por que o Espiritismo
é o Consolador Prometido?
3 - O que caracteriza
a revelação espírita?
Nenhum comentário:
Postar um comentário