PROIBIÇÃO DE EVOCAR MORTOS
O
“Deuteronômio”, o último livro do Pentateuco, em seu capítulo 18, versículos 9
a 14, proíbe a evocação dos “mortos”; entretanto, trata-se de um tema arcaico e
um atentado a solidariedade existente entre os mundos dos encarnados e
desencarnados.
É evidente
que os abusos reinantes, naquela época, levaram Moisés a proibir a invocação
dos chamados mortos, ato que se tomou a tônica empregada por todos quantos
combatem o Espiritismo.
O grande
legislador dos hebreus, no entanto, estabeleceu essa lei apenas para evitar
aquilo que o Espiritismo recomenda, incessantemente, aos seus seguidores: que
evitem a invocação de Espíritos para fins menos elevados, consultando-os sobre
assuntos terra-a-terra, ou obtendo deles informações que se revestem de um caráter
mais humano do que espiritual, que nada edificam.
Deve-se
esclarecer que Moisés combatia as invocações, quando elas não tinham um
objetivo sério; entretanto, quando ele conhecia a idoneidade dos médiuns que
eram canais dos Espíritos, em vez de condenar o ato, ele ratificava.
O livro
“Números”, quarto livro do Pentateuco, tem a seguinte narrativa (cap. ll:26 a
29):
Certa vez,
um moço veio denunciar a Moisés que dois homens, Eldad e Medad - estavam
recebendo comunicação de Espíritos. Imediatamente, Josué, filho de Nun,
ministro de Moisés, o qual ali estava, adiantou-se e disse: - Senhor meu,
Moisés, proíbe-lhe. O Libertador dos Judeus, no entanto, retrucou-lhe: - Tens
tu ciúmes por mim? Oxalá que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor
lhe desse o seu Espírito! (“Profeta” era o nome que davam aos médiuns)
Essa atitude
de Moisés deixou bem claro que a sua proibição não atingia os médiuns sérios,
compenetrados de seus deveres, mas apenas os medianeiros que não se preocupam
com a verdade, e, por isso, se tornam porta-vozes de Espíritos enganadores ou inescrupulosos.
O próprio
Moisés, no Tabernáculo comunicava-se reiteradamente com Espíritos. Todas as
vezes que confabulava com Jeová, que aparentemente julgava ser o próprio Deus
entrava em contato com o Plano Espiritual. Deus não se comunica diretamente com
os homens, e Jeová era, simplesmente, uma deidade tribal dos antigos judeus.
As páginas
do Velho e do Novo Testamento estão repletas de demonstrações as mais
inequívocas desse intercâmbio.
O rei Saul,
de Israel procurou a Pitonisa (médium) de Endor, a fim de receber orientação do
Espírito esclarecido de Samuel (1º Samuel 28: 1-20. Na Bíblia católica é 1°
Reis 28: 1-20.)
Jesus
Cristo, acompanhado pelos Apóstolos Pedro, Tiago e João, subiu ao Monte Tabor e
ali confabulou com os Espíritos de Moisés e Elias (Mt 17:1-8; Mc 9:2-8; Lc
9:28-36).
Paulo de
Tarso recebeu, em seu quarto, a visita de um Espírito que lhe fez caloroso
apelo no sentido de dirigir-se para a Macedônia, a fim de esclarecer o seu povo
sobre a Boa Nova (Atos 16:9-10).
O Centurião
Cornélio, na cidade de Cesaréia, foi visitado por um Espírito e instado a
convidar o Apóstolo Pedro, que estava na cidade de Jope, para ir instruí-lo
sobre os ensinamentos de Jesus (Atos 10: 3,8).
Ananias foi
visitado por um Espírito de grande elevação, que o induziu a procurar o
recém-converso Saulo de Tarso, para orientá-lo sobre tudo o que Jesus Cristo
havia ensinado (Atos 9:10,12).
Simeão
recebeu a promessa de um Espírito, de que não desencarnaria sem antes
presenciar o advento do tão esperado Messias (Lc 2:25-27).
Maria de
Nazaré e Isabel foram instruídas por Espíritos de ordem elevada, no tocante ao
nascimento de Jesus Cristo e de João Batista. Zacarias, esposo de Isabel,
também recebeu informação idêntica.
No dia de
Pentecostes, todos os Apóstolos foram bafejados por Espíritos, ocorrendo a
maior sessão coletiva de desenvolvimento de médiuns, na história religiosa do
mundo (Atos 2: 1,11).
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. XXVII Itens 18 A 21
BÍBLIA
SAGRADA. Antigo Testamento: Deuteronômio, Cap. 18:9 a 14.
BÍBLIA
SAGRADA. Antigo Testamento: Números, Cap. 11:26 a 29.
BÍBLIA
SAGRADA. Antigo Testamento: 1° Samuel 28:1-20 - Na Bíblia Católica é 1ºReis
28:1-20
BÍBLIA
SAGRADA. Novo Testamento: Mt 17: 1-8; Mc 9:2-8; LC 9:28-36
BÍBLIA
SAGRADA. Novo Testamento: Atos 16:9-10; 10:3,8; 9:10,12; e 2:1,11
BÍBLIA
SAGRADA. Novo Testamento: Lucas 2:25-27
Questões
para reflexão:
1) Explique
o motivo pelo qual a Doutrina Espírita não entra em contradição à proibição de
evocar os mortos imposta por Moisés aos hebreus.
2) Relacione
as condições que podem ser inconvenientes para evocar os mortos segundo Kardec.
3) Relembre
e analise sucintamente o que ocorreu com o rei Saul (consulta a médium de
Endor)
4) Comente o
que ocorreu com Ananias
Fonte da imagem: Internet Google.
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