PERISPÍRITO, PROPRIEDADES E MEDIUNIDADE
O perispírito como princípio das
manifestações
- O homem é
constituído por Espírito ou alma, perispírito e corpo físico.
- O Espírito
é o ser inteligente e sensível, o perispírito o intermediário entre o Espírito
e o corpo físico.
Perispírito
(do grego peri, em torno, e do latim spiritus, alma, espírito) é o envoltório
fluídico e perene do Espírito, que possibilita sua interação com os meios espiritual
e físico. Seus elementos constituintes provêm dos fluidos do meio onde o
Espírito se encontra; fluidos esses que o formam e o alimentam, do mesmo modo que
o ar forma e alimenta o corpo material do ser humano. O perispírito é mais ou
menos etéreo, conforme os mundos e purificação do Espírito. É Parte integrante
desse, como o corpo é Parte integrante do homem. É o órgão de transmissão de
todas as sensações.
Praticamente
todas as civilizações humanas do passado falaram no perispírito. Os egípcios
conheciam-no como o “kha”. Na Índia, fala-se em “Língua-Sharira”, enquanto que
no esoterismo judeu é o “Nephesh”.
Paracelso o
chamou de “corpo astral” ou “Evestrum” e Paulo de Tarso o denominou como “Corpo
Espiritual” ou “Corpo Incorruptível”.
Kardec nos
ensina que o perispírito, por meio de sua expansão do meio, une-se ao ser
humano desde o momento da fecundação do óvulo pelo espermatozoide, unindo-se
molécula a molécula. Essa união permanece por toda a vida física do indivíduo e
só por ocasião da morte do corpo físico é que ocorre a desunião do perispírito,
quando ele retoma ao mundo espiritual, que é seu local de origem.
Propriedades e qualidades
Plasticidade,
densidade, ponderabilidade, luminosidade, penetrabilidade, visibilidade,
tangibilidade, sensibilidade global, sensibilidade magnética, expansibilidade,
bicorporeidade, unicidade, perenidade, capacidade refletora, odor, temperatura,
mutabilidade.
Plasticidade - O perispírito sendo o
espelho da alma e etérea extensão da mente, molda-se de acordo com seu comando
plasticizante, pois é formado tanto por fluídos eterizados como por fluídos
materiais. Tem um extremo poder plástico, adaptando-se as ordens mentais da
alma. Assume as formas que o Espírito desejar.
Densidade - O perispírito não deixando
de ser matéria, ainda que quintessenciada, apresenta em si uma densidade que se
relaciona com o grau de evolução da alma.
Ponderabilidade - Sob os aspectos
físicos, a matéria sutil ou o corpo espiritual em si não apresentaria um peso possível
de ser detectado por meio de qualquer instrumentação até agora conhecida. Na
união espiritual, cada organização perispirítica tem seu peso específico, que
varia de acordo com sua densidade, pelo estado de moralidade do Espírito.
Luminosidade - Também desponta como
característica particular de cada Espírito e seus condicionamentos morais
evolutivos. A intensidade da luz esta na razão da pureza do Espírito.
Penetrabilidade - A natureza etérea do
perispírito permite ao Espírito, caso apresente as necessárias condições
mentais, atravessar qualquer barreira física, pois matéria alguma lhe opõe
obstáculo. E ele atravessa todos, assim como a luz atravessa os corpos
transparentes.
Visibilidade - Aos olhos físicos o
perispírito é totalmente invisível, todavia não o é para os Espíritos. No caso dos
menos evoluídos, esses só percebem os seus pares, captando-lhes o aspecto
geral.
Tangibilidade - Sendo o perispírito
também matéria, poderá como devido apoio ectoplásmico, tomar-se materialmente
tangível, no todo ou em parte.
Sensibilidade Global - A sensibilidade
do perispírito é global. Tendo a capacidade de penetrar o meio externo, isso
pode acontecer em qualquer ponto do organismo.
Sensibilidade Magnética - O perispírito
é particularmente sensível a ação magnética, pois sustenta uma estrutura
semimaterial.
Expansibilidade - O perispírito pode,
conforme suas condições, expandir-se, aumentando, inclusive, o campo de
percepção sensorial.
Bicorporeidade - Este termo, criado por
Kardec, é um dos fenômenos de desdobramento, embora seja uma forma mais
adiantada da expansibilidade. Define-se como notável faculdade do perispírito,
que possibilita, em condições especiais, o seu desdobramento, dando a impressão
de “fazer-se em dois”, no mesmo lugar ou em lugares diferentes.
Unicidade - A estrutura perispirítica,
como reflexo da alma, é única.
Perenidade - O perispírito é perene,
está ligado à alma e como esta, não pode ser destruído. Porém, possui
característica de mutabilidade.
Capacidade Refletora - O corpo
espiritual, extensão da alma que é, reflete continua e instantaneamente os estados
mentais.
Odor - O perispírito possui odores
particulares que são perceptíveis por Espíritos, mas não devemos nos confundir
com as manipulações ectoplásmaticas (odores criados por Espíritos).
Temperatura - Durante certas atividades
mediúnicas, alguns médiuns registram, por exemplo, uma espécie de gélido
torpor, com a aproximação de determinadas categorias de Espíritos ou, ao
contrário, uma cálida sensação de bem-estar, quando da aproximação de um
Espírito Superior.
Mutabilidade - A
mutabilidade do perispírito ocorre constantemente: quando reencarna, quando
decai, quando se eleva, quando muda para outra "morada da casa do
Pai"... Por exemplo, o espírito progride, sua densidade e peso diminuem,
sua luminosidade aumenta, marcas perispirituais que trazia de experiências
infelizes somem, etc..
Mediunidade
“O
desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos
expansível do perispírito do médium e da sua maior ou menor assimilação pelo
perispírito dos Espíritos”. (Obras Póstumas Manifestações dos Espíritos).
O
perispírito é o princípio de todas as manifestações. O seu conhecimento foi a
chave da explicação de uma imensidade de fenômenos.
Para que aconteça
o fenômeno mediúnico, é preciso que o perispírito se expanda e se exteriorize
para além do corpo físico.
Kardec
ressaltou a importância do perispírito para o estudo, a analise, e tratamento
de vários fenômenos da alma, englobando a vista dupla, visão a distancia,
sonambulismo natural e artificial, catalepsia, letargia, presciência,
pressentimentos, transfigurações, transmissão de pensamento, etc. (A Gênese,
capítulo I, item 40).
O ato
mediúnico é o momento em que o Espírito aproxima-se do médium e o envolve nas
suas Vibrações espirituais. Essas vibrações irradiam-se do seu corpo espiritual
atingindo o corpo espiritual do médium. A esse toque vibratório, semelhante ao
de um brando choque elétrico, reage o perispírito do médium. Realiza-se a fusão
fluídica. Ali estão fundidos e distintos. O que se da não é uma incorporação,
mas uma interpenetração psíquica, como a da luz atravessando uma vidraça. (José
Herculano Pires - “Mediunidade”)
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. Obras Póstumas: Capitulo Manifestações dos Espíritos
KARDEC,
Allan. Livro dos Médiuns primeira Parte capitulo I, segunda Parte capitulo IV,
VI
KARDEC,
Allan. A Gênese: Capitulo I, item 40
PIRES, J.
Herculano. Mediunidade: Capitulo V
Fonte da
imagem: Internet Google.
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