EVANGELIZAÇÃO DO MÉDIUM
A Moral é o
conjunto de regras que constituem os bons costumes e consubstancia os
princípios salutares de comportamento de que resultam o respeito ao próximo e a
si mesmo. Decorrência natural da evolução estabelece as diretrizes seguras em
que se fundam os alicerces da civilização, produzindo matrizes de caráter que
vitalizam as relações humanas, sem as quais o homem, por mais avançado nos
esquemas técnicos, poucos passos teria conseguido desde os estados primários do
sentimento.
Em Jesus a
Moral assume relevante proposição, que modifica a estrutura do pensamento
humano e social, abrindo o campo a experiências vigorosas, em que medram as
legitimas aspirações humanas, que transitam do poder da forca para a forca do
amor. Jesus se preocupa com a perfeição intima, ética, intransferível, dos homens,
conclamando-os a realizarem, interiormente, o “Reino de Deus”.
Certamente a
moral cristã ainda não alcançou os seus objetivos elevados. A vigência do
postulado Máximo do Cristo, sempre sábio e atual: “Fazer ao próximo o que
desejar que este lhe faca” leva o médium ao encontro da felicidade espiritual.
A virtude,
no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que
constituem o homem de bem.
Ser bom,
caritativo, laborioso, sóbrio, modesto são qualidades do homem virtuoso.
Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as
atenuam. Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que lhe
falta a qualidade principal: a modéstia; e tem o vício que mais se lhe opõe: o
orgulho.
O benfeitor
espiritual é o mensageiro da perfeição e beleza. O homem é o veiculo de sua
presença e intervenção. Todavia, se o homem esta mergulhado no desespero ou no
desalento, na indisciplina ou no abuso, como desempenhar a função de refletor
dos emissários Divinos?
Como
ensina-nos Emmanuel no item 18 do livro Caminho Verdade e Vida, pelo médium F.
C. Xavier, cada homem tem a vida exterior, conhecida e analisada pelos que o
rodeiam, e a vida intima da qual somente ele próprio poderá fornecer o
testemunho. O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou maus e todas
as expressões exteriores guardam ai os seus fundamentos. Em regra geral, todos somos
portadores de graves deficiências intimas, necessitado de retificação. Será
muito fácil ao homem confessar a aceitação de verdades religiosas, operar
adesão verbal a ideologias edificantes. Porém, outra coisa é realizar a obra da
elevação de si mesmo, valendo-se da autodisciplina, da compreensão fraternal e
do Espírito de sacrifício, efetuando-se assim a purificação do sentimento, no
recinto sagrado da consciência, apenas conhecido pelo aprendiz, na soledade
indevassável de seus pensamentos. Isso requer trabalho de duplo ânimo, porque semelhante
renovação jamais se fará tão somente a custa de palavras brilhantes.
Percebemos
desse modo, que a evangelização do médium é o primeiro passo para o
desenvolvimento de suas sagradas tarefas.
Como
cumpri-las, santamente e religiosamente sem render culto ao dever, trabalhar espontaneamente,
não esperar recompensas no mundo? Como exercer a mediunidade sem irritação, desculpando
incessantemente e sem medo dos perseguidores?
Todos são
chamados a cooperar, no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam a
posição de escolhidos para tarefas mais altas.
O Evangelho
é clima de paz em permanente efusão de esperança. O mundo é só oportunidade. O
que não conseguimos hoje, conseguiremos depois. A caminhada na Terra tem como
objetivo a aprendizagem e a renovação. Voltaremos à vida verdadeira concluindo
o nosso curso. Não podemos gastar energias desnecessariamente diante dos
problemas naturais, o que importa é a nossa filiação ao Evangelho lembrando-nos
sempre das palavras de Jesus que se encontram em Mateus, 4-19: “Segui-me e eu
vos farei pescadores de homens.” Sábio é o homem que tem discernimento, fazendo
opções elevadas; trocando o transitório de agora pelo permanente de sempre.
Nos tempos
atuais de renovação social, cabe aos médiuns uma missão especialíssima: são
arvores destinadas a fornecer alimento espiritual aos seus semelhantes. Não
podem representar à figueira que secou e que é o símbolo daqueles que apenas
aparentam propensão ao bem, mas que na realidade nada de bom produzem.
Médiuns
existem em todos os pontos do globo terrestre. Seja na administração ou na
colaboração, na beneficência ou no estudo, na tribuna ou na imprensa, no
consolo ou na cura, no trabalho informativo ou na operação de fenômenos, todos são
convocados a servir com sinceridade e desinteresse, na construção do bem, com
base no burilamento de si próprios. No campo da vida, cada inteligência se
caracteriza pelas atribuições que lhe são próprias. Seja nos recintos da lei,
nos laboratórios da ciência, no tanque de limpeza ou a cabeceira de um doente,
toda pessoa tem o lugar de revelar-se. Com o evangelho como sustentação não podemos
dizer que somos inúteis ou desprezíveis.
Se nos
movimentarmos ao Sol do Evangelho, saberemos identificar o infortúnio, onde
cremos encontrar simplesmente rebeldia e desespero, a ferida da ignorância,
onde supomos existir apenas maldade e crime.
Perceberemos
que o erro de muitos se deve a circunstancia de não haverem colhido as
oportunidades que nos felicitam a existência.
A verdade é
que todos estão interligados, em ministério mediúnico ativo, incessante, graças
aos múltiplos dons de que nos achamos investidos. Assim sendo, meditemos nas
possibilidades mediúnicas de que já estamos exercendo e procuremos elevar-nos pelo
exercício das ações nobilitantes que o roteiro do Evangelho nos indica.
Certamente
que uns estão mais aquinhoados pelas faculdades mediúnicas que lhe São
concedidas para a própria edificação. Se, todavia, não temos ainda os sintomas
mais evidentes da mediunidade, na psicografia, na psicofonia ou na vidência,
com certeza todos nós podemos ser os médiuns do amor e acender a lâmpada do
auxilio fraterno, a fim de que a caridade nos transforme em médiuns da
esperança entre os que aspiram a mundo melhor.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo: Caps. XVII, item 8 cap. XXVI, item 10
XAVIER,
Francisco Cândido (Emmanuel). Livro da Esperança: Itens 56 e 64
XAVIER,
Francisco Cândido (Emmanuel). Palavras de Vida Eterna: Item 41
XAVIER,
Francisco Cândido (Emmanuel). Caminho Verdade e Vida: Itens 20 e 30
XAVIER,
Francisco Cândido (Emmanuel). Emmanuel: item 15
XAVIER,
Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Autores Espirituais Diversos). O Espírito da
Verdade: item 5
FRANCO,
Divaldo P. (Joanna de Angelis). Estudos Espíritas: Item 22
Questões
para reflexão:
1) Descreva
os cuidados que o médium dever ter para melhor exercitar a sua mediunidade.
2) Descreva
as sensações mais comuns ao médium.
3) Comente a
importância da evangelização do médium.
4) Analise o
pensamento de Emmanuel “O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons
ou maus e todas as expressões exteriores guardam em si os seus fundamentos”.
Fonte da
imagem: Internet Google.
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