MÉDIUM, SENSIBILIDADE E COMUNICAÇÃO COM OS
ESPÍRITOS
“Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo
ânimo, purificai os corações.” - Tiago (4:8).
Mediunidade
é a faculdade orgânica de pôr-se em comunicação com Espíritos, desencarnados ou
encarnados, captar-lhes o pensamento, ou sofrer-lhes a influência, ou ainda, a
faculdade específica de servir de medianeiro (instrumento) as comunicações
espíritas.
Médium é a
pessoa que pode servir de intermediária entre os Espíritos e os homens. Todo
aquele que sente num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse
fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem.
Não
constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso, raras são as pessoas
que dela não possuam alguns sintomas. Pode, pois, dizer-se que todos são mais
ou menos médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a
faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes,
de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos
sensitiva. É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da
mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para
os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam variedades, quantas
são as espécies de manifestações.
O desejo
natural de todo aspirante a médium é o de poder contatar os Espíritos que lhe
são caros: familiares, parentes ou amigos, porém, deve-se moderar a sua
impaciência ou ansiedade, porquanto a comunicação com determinado Espírito
apresenta muitas vezes dificuldades que tornam impossível a comunicação ao principiante.
Para que um
Espírito possa comunicar-se, preciso é que haja entre ele e o médium relações fluídicas,
que nem sempre se estabelecem instantaneamente. Só à medida que a faculdade se
desenvolve, é que o médium adquire pouco a pouco a aptidão necessária para pôr-se
em comunicação com o Espírito que se apresente. Antes, pois, de pensar em obter
Comunicações de tal ou tal Espírito, importa que o aspirante leve a efeito o
desenvolvimento de sua faculdade, para o que deve fazer um apelo geral e
dirigir-se principalmente ao seu Espírito protetor.
A
mediunidade é uma faculdade psíquica que se radica no organismo e, por isso, o
seu desenvolvimento independe da moral do médium. É outorgada tanto aos homens
de bem, quanto as pessoas indignas.
Perguntar-se-ia
se não seria mais justo que Deus concedesse a mediunidade tão somente aos
homens de bem, que dela fizessem bom uso. Os Espíritos esclarecem que Deus não
recusa meios de salvação aos culpados.
Se Deus
desse a palavra somente às pessoas que falassem coisas úteis, a maioria seria
muda. Se há pessoas indignas que possuem a atividade mediúnica, é que disso precisam
mais do que as outras, para se melhorarem.
Por isso o
médium deve precaver-se contra a vaidade e o orgulho. Estar sempre vigilante,
não vendo na mediunidade um mérito pessoal, mas uma outorga divina, que implica
numa grande responsabilidade de empregá-la a serviço dos bons Espíritos e dos
encarnados que precisam ser por ela favorecidos. Deve refugiar-se na prece,
pedindo ao Pai Celestial que o livre do assédio das forças do mal e não o deixe
cair em tentação.
Pode surgir
como impositivo provacional que permite mais ampla libertação do próprio
médium, que, em dilatando o exercício da nobilitação a que se dedica, granjeia
consideração e títulos de benemerência que lhe conferem paz. Sem duvida, esse
poderoso instrumento de evolução espiritual, pode converter-se em lamentável
fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se
encontra investido de tal recurso.
Os médiuns
não têm um perfil especifico. Em geral são pessoas mais sensíveis que as
outras, mas isso não é regra. Podem descobrir-se médiuns em qualquer idade. Os
sinais mais comuns dessa condição são:
- Desmaios e
convulsões cuja causa os médicos não conseguem diagnosticar com exames físicos;
- Mudanças
radicais na Voz e na fisionomia, perceptíveis, sobretudo pelas outras pessoas;
- Ter
premonições comprovadas;
- Ter
pensamentos recorrentes;
- Sensações
de formigamento nas mãos, na cabeça e na nuca;
- Ondas
alternadas de frio e calor nas mãos, braços ou no corpo;
- Escrita
automática e compulsiva de textos de conteúdo estranho a experiência do autor;
- Recomenda-se
manter o bom senso e o juízo critico apesar de todas essas experiências.
Não há bom
médium, sem homem bom. Não há manifestação de grandeza do Plano Espiritual, no
mundo, sem grandes almas encamadas na Terra. Em razão disso, diz o Espírito
Emmanuel, no item 36 do livro Roteiro: “Só existe verdadeiro e proveitoso desenvolvimento
mediúnico, se estamos aprendendo a estudar e servir. A bondade e o entendimento
para com todos representam o roteiro único para crescermos em aprimoramento dos
dons psíquicos de que somos portadores, de modo a assimilarmos as correntes
santificantes dos planos superiores, em marcha para a consciência cósmica”.
“No
exercício da mediunidade com Jesus, isto é, na perfeita aplicação dos seus
Valores a benefício da criatura, em nome da Caridade, é que o ser atinge a
plenitude das suas funções e faculdades, convertendo-se em celeiro de bênçãos,
semeador da saúde espiritual e da paz nos diversos terrenos da vida humana, na
Terra.” (Joanna de Angelis Divaldo P. Franco, Livro Estudos Espíritas - item
18).
Como
ilustração de um tema tão complexo como este recomendamos a leitura e reflexão
de “História de Médium”, no livro Novas Mensagens item 3, pelo Espírito de
Humberto de Campos, psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Bibliografia:
KARDEC,Allan.
Livro dos Médiuns: 2ª Parte - Caps. XIV,XV, XVII, XX, XXIV
XAVIER,
Francisco Cândido (Emmanuel). Roteiro: Item 36
XAVIER,
Francisco Cândido (André Luiz). Missionários da Luz: cap. 3
XAVIER,
Francisco Cândido (André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: cap. XVIII
MIRANDA, H.
C. Diversidades de Carismas: Vol. I e II
FRANCO,
Divaldo P. (Joanna de Angelis). Estudos Espíritas: Item 18
Fonte da
imagem: Internet Google.
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