LEMBRANÇA DA EXISTÊNCIA CORPÓREA
VIDA
ESPÍRITA
As condições
dos Espíritos e as maneiras como veem as coisas variam sensivelmente, tudo guardando
relação com os graus de elevação que tenham atingido, tanto no sentido moral como
no intelectual. Os Espíritos de ordem elevada só por um tempo relativamente
curto se aproximam do plano material. Tudo aquilo que observam, inclusive as
coisas às quais os homens dão tamanha importância, é mesquinho aos seus olhos,
face às grandezas do infinito.
Desta forma,
eles não sentem qualquer atrativo para com as coisas da matéria, a não ser em casos
que tenham por objetivo ajudar o progresso da humanidade.
Os Espíritos
de elevação mediana são os que mais frequentemente vêm ao plano material; porém,
consideram as coisas de um ponto de vista diferente do que quando encarnados,
uma vez que veem por um ângulo de maior elevação.
Os Espíritos
vulgares são os que mais se comprazem com as coisas triviais do mundo material e
constituem o aglomerado de Espíritos que formam a população invisível do
planeta, uma vez que conservam os mesmos gostos e tendências que tinham quando
no corpo carnal. Eles também tomam parte nas atividades mais comuns, inclusive
nos divertimentos e nas práticas que fazem a alegria dos homens. Dentre estes
se contam os que se comprazem com as paixões, vícios e más tendências humanas,
embora entre eles também estejam muitos Espíritos de maior seriedade, cujo
objetivo é se instruírem e se aperfeiçoarem, procurando dar um passo maior na
senda do progresso.
Os Espíritos
lembram-se das existências vividas no mundo corpóreo, e muitas vezes ao fazerem
a avaliação dos erros cometidos, lamentam-se amargamente dos deslizes, assim como
o homem que, atingindo a idade da razão, ri das suas loucuras da juventude, ou
das puerilidades da sua infância (LE, perg. 304).
A lembrança
da existência corporal apresenta-se ao Espírito desencarnado de forma
paulatina, assim como se fosse uma imagem que emerge gradualmente de uma névoa,
à medida que nela fixa sua atenção.
Não se
importa em relembrar detalhes e circunstâncias de menor importância.
A lembrança
das vidas pregressas surge dependendo de ser ela útil ou não ao seu esclarecimento
e à sua libertação, ou seja: ocorre na razão da influência que tenha sobre o estado
presente. A vida passada surge no âmago do Espírito desencarnado como consequência
de um esforço de imaginação, ou como um quadro que indelevelmente se apresenta
à vista. Os atos que mais interessa lembrar permanecem mais vivos em sua tela mental,
o que não ocorre com acontecimentos irrisórios que permanecem vagos e
esquecidos.
A
despreocupação das coisas materiais está na razão direta da elevação espiritual
do desencarnado. Por essa razão é muito frequente, ao interrogar-se um Espírito
desencarnado, observar-se nele uma certa dificuldade de lembrar-se de nomes e
de outros fatores menos relevantes; recorda-se com mais facilidade, isto sim,
dos fatos que contribuíram para a sua evolução.
Todo o seu
passado se desenrola diante dele, como as etapas de um caminho que o viajante percorreu.
Mas, como já dissemos, ele não se lembra, de maneira absoluta, de todos os
atos, recordando-os apenas na razão da influência que tenham sobre o seu estado
presente.
Quanto às
primeiras existências, as que se podem considerar como a infância do Espírito,
perdem-se no vazio e desaparecem na noite do esquecimento (LE, perg. 308).
O Espírito
considera o corpo que deixou no plano material como uma veste imprópria que o embaraçava
em suas manifestações. O que agora mais o sensibiliza é a lembrança que dele tenham
aqueles que ficaram no mundo físico, enquanto que as questões materiais que lhe
tenham pertencido pouco apreço merecem. Lembra-se dos sofrimentos que
experimentara na vida corporal e isto o faz compreender a felicidade de que
pode desfrutar quando alcançar mundos mais elevados.
Aquele que
tenha início a um trabalho sem conseguir terminá-lo, trata de influenciar
outros Espíritos encarnados a que o finalizem. Se tinha, quando encarnado, o
objetivo de propiciar um bem-estar à humanidade, ele continua a ser animado do
mesmo propósito, procurando um continuador que possa dar prosseguimento a esse
algo que tenha iniciado.
As ideias
dos Espíritos muito se modificam na vida espiritual; sofrem modificações muito grandes,
à medida que o Espírito se desmaterializa. Ele pode, às vezes, permanecer muito
tempo com as mesmas ideais, mas pouco a pouco a influência da matéria diminui e
ele vê as coisas mais claramente. É então que procura os meios de se melhorar.
(LE, perg. 318).
QUESTIONÁRIO:
A -
LEMBRANÇA DA EXISTÊNCIA CORPÓREA
1 - Qual a
relação dos Espíritos das várias hierarquias, com relação ao mundo material?
2 - Os
Espíritos lembram-se das existências vividas no mundo material?
3 - Qual o
comportamento do Espírito que vê interrompida sua tarefa quando encarnado?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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