RECONCILIAR-SE COM SEUS ADVERSÁRIOS
Em verdade
vos digo que não sairás de lá, enquanto não pagares o último ceitil (ceitil:
moeda portuguesa antiga de ínfimo valor) (Mt, 5:25-26).
Vários são
os motivos para ter indulgência com os inimigos.
Primeiramente,
porque o perdão tem o efeito moral de libertar os seres que permanecem por
vezes longo tempo imantados um ao outro pelo sentimento de ódio e vingança.
Perdoar consiste em fazer uma concessão, por amor, o que demonstra a verdadeira
grandeza de alma, um verdadeiro gesto de caridade moral.
Em seguida,
aqueles aos quais se fez algum mal neste mundo podem, segundo sua condição, experimentar
dois tipos de sentimentos: se são bons, perdoam; se são maus, podem conservar os
ressentimentos e, por vezes perseguir até numa outra existência.
Os Espíritos
bons, quando na espiritualidade, compreendem o quanto as dissensões são
desnecessárias e os motivos que conservam uma espécie de animosidade, até que
se purifiquem (LE, perg. 293).
A morte,
como se sabe, não nos livra dos nossos inimigos. Os Espíritos vingativos
perseguem com seu ódio, além da sepultura, aqueles que ainda são objeto de seu
rancor. O Espírito mau espera a quem quer mal que esteja encerrado em seu
corpo, e assim menos livre, para mais facilmente o atormentar (ESE, cap. X,
ítem 6). O algoz pode atingi-lo nos seus interesses mais recônditos, assim como
nas suas mais caras afeições. Nisto consiste a causa da maioria dos casos de
obsessão. Daí a necessidade de, com vistas à tranquilidade futura, reparar o mais
cedo possível os males que se tenha praticado em relação ao próximo.
Além disso,
só se pode apaziguar esses Espíritos vingativos com o bem, jamais com o mal.
Nossos
sentimentos atuam sobre os outros segundo uma lei física: a da assimilação e
repulsão dos fluidos. Assim sendo, os bons sentimentos quebram toda eventual
expressão vibratória entre os seres imantados pelo ódio, envolvendo a ambos em
eflúvios de harmonia. Além disso, o bom procedimento não dá, pelo menos, nenhum
pretexto a represálias, e com ele se pode fazer de um inimigo um amigo antes da
morte. Com o mau procedimento ele se irrita e é então que serve de instrumento
à justiça de Deus, para punir aquele que não perdoou (ESE, cap. XII, ítem 5).
Quando Jesus
recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com nosso adversário, não
quer apenas evitar as discórdias na vida presente, mas também evitar que elas
se perpetuem nas existências futuras. Não sairás de lá, disse ele, enquanto não
pagares o último ceitil, ou seja, até que a justiça divina esteja completamente
satisfeita (ESE, cap. X, ítem 6).
QUESTIONÁRIO:
C -
RECONCILIAR-SE COM SEUS ADVERSÁRIOS
1 - Quais
são os motivos para se ter indulgência com os inimigos?
2 - Como se
pode apaziguar os Espíritos vingativos?
3 - Qual a
causa da maioria dos casos de obsessão?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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