O milagre, entendido
como “um ato do poder divino contrário às leis conhecidas da natureza”, implica
na ideia de um fato sobrenatural, maravilhoso, impossível de ser explicado pela
Ciência dos homens.
A ignorância, a
superstição, os dogmas inibem a muitos de se dedicarem ao estudo dos
ensinamentos dos Espíritos, com receio de pecarem, de irem para o inferno ou de
serem envolvidos pelos demônios.
Diga-se, de início,
deixando bem claro, que o Espiritismo não faz milagres, pois muitas pessoas desiludidas
com as crenças dogmáticas, com as Ciências do homem ou com as dificuldades da vida
material, se voltam para o mundo espiritual, buscando através de fenômenos medianímicos,
a salvação ou eliminação de seus problemas econômicos, de saúde, sentimentais,
etc.. E, muitas vezes, deixam-se envolver por charlatões e embusteiros ou se prendem
a um fanatismo exacerbado. O ensinamento do Cristo, todavia, em relação às
curas, é uniforme e se resume nestas afirmações:
a)
a tua fé te curou
b)
vai e não peques mais
Estas afirmações
deixam claro que a imposição de mãos por Jesus, a dos médiuns, ou a intervenção
dos Espíritos são lenitivos oferecidos ao aflito por razões muito diversas,
cabendo a cada um examinar e compreender; segundo o discernimento que alcançou.
Não se deve esperar,
pois, por milagres dos médiuns e do Espiritismo.
O conhecimento da
Doutrina não se dá de um momento para outro, participando de algumas reuniões
ou de algumas palestras, mas através da meditação, da reflexão e da vivência
dos seus ensinamentos no aprendizado espírita-cristão. Somente assim o homem
pode tornar-se médico de si mesmo, produzindo em si a Reforma Intima, buscando
em si o homem novo, através do bom combate. Assim, conhecendo a verdade, ele se
libertará da multidão de suas faltas. No decorrer do estudo, descobre-se:
A - “Que durante sua
encarnação, o Espírito age sobre a matéria por intermédio de seu corpo fluídico
ou Perispírito; o mesmo sucede fora da encarnação. Como Espírito, e na medida
de suas capacidades, ele faz o que fazia como homem; somente, como não tem mais
o seu corpo carnal como instrumento, serve-se, quando tal é necessário, dos
órgãos materiais de um encarnado, que é chamado médium”.
B - “A intervenção de
inteligências ocultas nos fenômenos espíritas não os torna mais miraculosos que
todos os demais fenômenos devidos a agentes invisíveis, pois esses seres ocultos
que povoam os espaços são uma das potências da natureza, potência essa, cuja
ação é incessante sobre o mundo material, como sobre o mundo moral”.
C – “Que o
Espiritismo, esclarecendo-nos acerca desse poder, nos dá a chave de uma
multidão de coisas inexplicadas, e inexplicáveis por quaisquer outros meios, e
que, em tempos recuados, puderam passar por prodígios; de modo semelhante ao
magnetismo, ele revela uma lei, senão desconhecida, pelo menos mal
compreendida; ou, dizendo melhor, conhecem-se os efeitos, pois são produzidos
em todos os tempos, mas não se conhecia a lei; e a ignorância dessa lei é que
engendrou a superstição. Conhecida essa lei, o maravilhoso desaparece, e os fenômenos
voltam à ordem das coisas naturais... Aquele que pretendesse, com o auxílio
dessa Ciência, fazer milagres, ou seria um ignorante do assunto ou um
charlatão”.
D – “Que os Espíritos
agem sobre os fluidos espirituais com o auxílio do pensamento e da vontade.
(Gênese, cap. XIV, item 14) Os pensamentos imprimem a esses fluidos esta ou aquela
direção; eles os aglomeram, os combinam ou os dispersam; formam, com esses materiais,
conjunto que tenham aparência, forma ou cor determinadas; mudam suas propriedades
como o químico altera as propriedades dos gases ou de outros corpos, combinando-os
segundo determinadas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida
espiritual.
E – “Que o Espiritismo
não faz milagres, mas o homem pode fazê-lo em si mesmo, vivenciando o aprendizado
espírita-cristão, não em um dia ou um ano, mas minuto a minuto, durante
séculos, corrigindo tendências, superando as influências da natureza animal e acrisolando
a supremacia do Espírito sobre a matéria. Por isso, a cada um, segundo suas
obras, conforme sua fé, seu discernimento e sua conduta devotada e abnegada à
causa do bem”.
F – “Que existem leis
naturais ou divinas reguladoras da ordem universal, às quais tudo é submetido,
inclusive o Princípio Inteligente; mas a este, enquanto homem, por seu
livre-arbítrio, sob pena de assumir, por sua responsabilidade, a expiação e o
resgate posteriores”.
Foi isto o que disseram
os Espíritos em O Livro dos Espíritos, na questão 123: “A sabedoria de Deus se
encontra na liberdade de escolha que concede a cada um, porque assim cada um
tem o mérito de suas obras”, confirmando Jesus “A cada um segundo suas obras”.
BIBLIOGRAFIA:
Kardec, Allan - O
Evangelho Segundo o Espiritismo
Kardec, Allan - O
Livro dos Espíritos
Kardec, Allan - A
Gênese
QUESTIONÁRIO:
1 - Por que o
Espiritismo não faz milagres?
2 - Deus não faz
milagres. Explique o porquê.
3 - Qual o ensinamento
de Jesus relacionado às curas que aconteciam?
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