O CÉU E O INFERNO
O Céu e o
Inferno publicado em 1865 é o quarto livro da Codificação Espírita e tem como
subtítulo a frase a Justiça Divina Segundo o Espiritismo, o que resume o
objetivo da obra: explicar a Justiça de Deus à luz da doutrina Espírita.
Segundo análise de José Herculano Pires, Allan Kardec apresenta a verdadeira
face do desejado Céu, do temido Inferno como também do chamado Purgatório. Põe
fim as penas eternas demonstrando que tudo no Universo evolui.
A obra está
estrutura em duas partes em um total de 19 capítulos.
Em sua
primeira parte, O Céu e o Inferno nos apresenta, entre outros assuntos como o
homem encara o futuro e o nada; explica que o homem instintivamente sempre teve
a convicção do futuro; as causas da preocupação com a morte e como não temê-la.
Fala-nos
sobre a visão do céu e do inferno nas várias doutrinas, e como podemos
interpretar o purgatório acabando com a ideia de que são regiões delimitadas no
Universo.
“Há portanto
o mundo corpóreo constituído pelos Espíritos encarnados e o mundo espiritual
constituído dos Espíritos desencarnados. O mundo espiritual estende-se por toda
a parte, ao redor de nós e através do espaço. Nenhum limite podemos assinalar
para ele.” (Cap. III, item 5)
Allan Kardec
mostra-nos a impossibilidade material das penas eternas: se a alma progride, a
eternidade das penas é inadmissível e tal crença não tem razão de ser, pois já
passou o seu tempo.
Racional sim
é a classificação espírita das penas futuras. Quanto aos sofrimentos que podem
nos esperar além-túmulo, Kardec resume-os em três princípios, no Código Penal
da Vida Futura: “1º O sofrimento é inerente a imperfeição; 2º Toda imperfeição,
e toda falta que dela decorre, trazem o seu próprio castigo nas suas
consequências naturais e inevitáveis; 3º Todo homem podendo corrigir as suas
imperfeições pela sua própria vontade, pode poupar-se os males que delas
decorrem e assegurar a sua felicidade futura.” (Cap. VII, item 33).
Com a obra,
entendemos que os anjos não são seres puramente espirituais, privilegiados, mas
“são, pois, as almas dos homens que atingiram o grau de perfeição acessível à
criatura e gozam da felicidade prometida”. (Cap. VIII, item 13)
Da mesma
forma, os chamados demônios são desmistificados, pois nada mais são que
Espíritos ainda devotados ao mal. “Existem Espíritos em todos os graus de
adiantamento moral e intelectual. Nas camadas inferiores há os que são ainda
profundamente inclinados ao mal e nele se comprazem”. (Cap. IX, item 20)
Na segunda
parte do livro temos oito capítulos.
O primeiro
descreve em detalhes como se dá a transição, após a morte do corpo físico.
“Muitas pessoas não temem propriamente a morte, o que temem é o momento da
transição. Sofremos ou não ao fazer essa passagem?”. “A extinção da vida
orgânica produz a separação da alma e do corpo pelo rompimento da ligação
fluídica, mas essa separação nunca se verifica de maneira brusca”.
Os sete capítulos
restantes são compostos por 66 comunicações mediúnicas, depoimentos de
Espíritos nas diferentes fases evolutivas na vida espiritual, sejam eles
felizes, medianos ou infelizes, mostrando-nos a diversidade de situações de
acordo com o bem ou o mal praticado durante a encarnação.
Com a
publicação de O Céu e o Inferno, Kardec deu um golpe fatal nas superstições, ao
apresentar a realidade da continuidade da vida após a morte, de forma racional,
embasado em pesquisas rigorosas e realizadas segundo a metodologia da ciência
moderna.
E Kardec
explica porque o Espiritismo traz importante esclarecimento a respeito da vida
futura: “O Espiritismo não tem a pretensão de ser o único a assegurar a
salvação da alma. Mas a facilita, pelos conhecimentos que proporciona, pelos
sentimentos que inspira e pelas disposições que dá ao espírito, fazendo-o
compreender a necessidade de melhorar-se”.
FIXAÇÃO DO
APRENDIZADO:
1) Qual o
principal objetivo da obra O Céu e o Inferno?
2) Como a
obra está estruturada?
3) Como devemos
nos preparar para a morte e para a vida espiritual?
BIBLIOGRAFIA
- Kardec,
Allan - O Céu e o Inferno
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - 9.ed. - FEESP
Fonte da imagem: Internet Google.
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