BEM SOFRER E MAL SOFRER
“Quando o
Cristo disse ‘Bem-aventurados os aflitos, porque deles é o Reino dos Céus’, não
se referia aos sofredores em geral, porque todos os que estão neste mundo
sofrem, quer estejam num trono ou na miséria extrema, mas, ah! poucos sofrem
bem, poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzir ao
Reino de Deus. O desânimo é uma falta; Deus vos nega consolações, se não
tiverdes coragem. A prece é um sustentáculo da alma, mas não é suficiente por
si só; é necessário que se apoie numa fé ardente e na bondade de Deus. Tendes
ouvido frequentemente que Ele não põe um fardo pesado em ombros frágeis. O
fardo é proporcional as forças, como a recompensa será proporcional a
resignação e a coragem. A recompensa será tanto mais esplendente, quanto mais
penosa tiver sido a aflição. Mas essa recompensa deve ser merecida, e é por
isso que a vida está cheia de tribulações.
O militar
que não é enviado à frente de batalha não fica satisfeito porque o repouso no
acampamento não lhe proporciona nenhuma promoção. Sede como o militar e não
aspireis a um repouso que enfraqueceria o vosso corpo e entorpeceria a vossa
alma. Ficai satisfeitos quando Deus vos envia a luta. Essa luta não é o fogo
das batalhas, mas as amarguras da vida, onde muitas vezes necessitamos de mais
coragem que num combate sangrento, pois aquele que enfrenta firmemente o
inimigo poderá cair sob o impacto de um sofrimento moral. O homem não recebe
nenhuma recompensa por essa espécie de coragem, mas Deus lhe reserva os seus
louros e um lugar glorioso. Quando vos atingir um motivo de dor ou de
contrariedade, tratai de elevar-vos acima das circunstâncias. E quando
chegardes a dominar os impulsos da impaciência, da cólera ou do desespero,
dizei, com justa satisfação: ‘Eu fui o mais forte!’”
“‘Bem-aventurados
os aflitos’, pode, portanto, ser assim traduzido: Bem-aventurados os que tem a
oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a sua perseverança e a sua
submissão à vontade de Deus, porque eles terão centuplicadas as alegrias que
lhes faltam na Terra, e após o trabalho virá o repouso”. (E.S.E. Cap. V - Item
18).
A mensagem
do Espírito Lacordaire, acima reproduzida, traz à tona o problema do
sofrimento, que vemos atingir praticamente a todos, das mais variadas formas. A
maioria dos seres humanos ainda não é capaz de enfrentar a dor com resignação.
Antes, o que se vê é o inconformismo, a queixa, o abatimento sem limites.
É necessário
habituar-se a oração, como um canal de comunicação direta com Deus. Mas, também
é indispensável uma fé ardente no Criador, pois, sem ela, a prece não virá do
coração.
E preciso
entender que, muitas vezes, o mal, a dor, o sofrimento, são os remédios de que
necessitamos para a cura dos nossos males, cuja origem encontra-se na alma.
Todavia, não devemos provocar a dor, para não sofrer-lhe as consequências, nem
ter motivos para queixas, pois esse é um ato de insubmissão as leis Divinas.
FIXAÇÃO DO
APRENDIZADO:
1) Todo
aquele que sofre é “bem-aventurado’?
2) Por que
não devemos temer os embates da vida?
3) Como a
prece pode nos auxiliar no momento de aflições?
BIBLIOGRAFIA
- Kardec,
Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
Fonte da imagem: Internet Google.
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