O LIVRO DOS MÉDIUNS
Segundo
livro da codificação, O Livro dos Médiuns foi publicado em 15 de janeiro de
1861. Substitui o livro Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas
que Allan Kardec lançou em 1858, como auxílio aos médiuns e doutrinadores, mas
que tinha apenas 11 capítulos. Numa abordagem mais ampla da condução da mediunidade,
Kardec explica o porquê da substituição por O Livro dos Médiuns: “Preferimos
substituir por esta, em que reunimos todos os dados que uma longa experiência e
de um estudo consciencioso. Esperamos que ela contribua para mostrar o caráter
sério do Espiritismo, que é sua a essência, e para afastar a ideia de
frivolidade e divertimento."
Composto por
4 capítulos em sua 1ª Parte e 32 na 2ª Parte, incluindo um capítulo sobre o
Vocabulário Espírita, o L.M. baseia-se na 2ª parte de O Livro dos Espíritos.
Seu objetivo, Segundo Kardec é “indicar os meios de desenvolvimento da
mediunidade em quem a possui, segundo as possibilidades de cada um, e sobretudo
orientar o seu emprego de maneira proveitosa.”
Se o L.E.
constitui a parte filosófica da doutrina dos Espíritos, O Livro dos Médiuns é a
sua parte prática ou experimental. Esclarece sobre a teoria dos gêneros de manifestações
espirituais, os meios de comunicação com os Espíritos, além das dificuldades e
tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
Apesar de
aclarar o caminho de todos aqueles que querem realmente instruir-se pelo bom
exercício da mediunidade e de como constituir uma reunião séria, o próprio
Kardec alerta que na obra não se encontra uma fórmula universal e infalível da
formação dos médiuns.
Kardec nos
apresenta uma série de gêneros de manifestações e de mediunidades, porém, o bom
proveito que se pode tirar da comunicação com os Espíritos sempre dependera de
como a conduzirmos.
Divididas em
duas categorias, as manifestações espíritas podem ser de efeitos físicos e de
efeitos intelectuais.
Na parte dos
efeitos físicos, Kardec explica, entre outros, o fenômeno das mesas girantes e
os locais assombrados, acabando com as velhas concepções de magia e de fatos
sobrenaturais, que nada tem a ver com a realidade.
Quanto ao
desenvolvimento da mediunidade, que nada mais é do que educá-la para um bom
aproveitamento, Kardec alerta sobre a influência do meio, da moral do médium e
do papel que esse exerce sobre as comunicações. Sobre isso, os Espíritos Erasto
e Timóteo dizem: “gostamos de achar médiuns bem adestrados, bem aparelhados,
munidos de materiais prontos a serem utilizados, numa palavra: bons
instrumentos”. (L.M, questão 225)
Por ser uma
faculdade orgânica, os Espíritos esclarecem que a mediunidade independe da
moral (L.M, questão 226) e, por isso mesmo, há a necessidade de se passar pelo
crivo da razão, como sempre fez Kardec, todas as comunicações espirituais que
recebemos. “O que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale
rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria
falsa.”, alerta-nos Erasto, na questão 230.
Kardec
ocupou-se ainda de esclarecer sobre como organizar reuniões e sociedades
espíritas sérias, finalidade maior quando objetivamos manter contato com
Espíritos superiores e que possam nos instruir realmente.
Assim,
Kardec lista algumas condições básicas para uma boa reunião, dentre elas: “Pela
comunhão de ideias e pensamentos, benevolência recíproca entre todos os
membros, renúncia de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã.” (Questão
341)
Constituído
de ensinamentos práticos, o LIVRO DOS MÉDIUNS é o verdadeiro roteiro para a
formação de Espíritas, na verdadeira acepção do termo. Kardec alerta que,
quando agimos visando apenas o interesse pessoal, fomentando o embate de ideias
e de opiniões, criamos um ambiente propicio a manifestação de Espíritos
grosseiros e perturbadores. Contra esse panorama, Kardec sentencia: “os membros
de uma sociedade, que agissem da maneira como vimos de esboçar não seriam
verdadeiros espíritas, pois que caridade e a tolerância são o dever primário
que a Doutrina impõe a seus adeptos; os que procedem assim são espíritas mais
de nome do que de fato.” (Questão 335).
Como disse
Santo Agostinho: “Não basta crer, é preciso, sobretudo dar exemplos de bondade,
de tolerância e de desinteresse, sem o que estéril será a vossa fé”.
FIXAÇÃO DO
APRENDIZADO:
1) Por que O
Livro dos Médiuns constitui a parte experimental do Espiritismo?
2) Do que
depende uma boa comunicação com os Espíritos?
3) Como
devemos conduzir uma reunião espírita séria?
BIBLIOGRAFIA
- Kardec,
Allan - O Livro dos Médiuns - Ed. FEESP
Fonte da imagem: Internet Google.
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