DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Visão
Científica
O conceito
de dependência química ainda é muito discutido no meio científico. Várias
teorias estão sendo estudadas e testadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
acrescentou grande colaboração ao assunto, ao catalogar a síndrome da
dependência de substâncias psicoativas (as drogas atuando no cérebro afetando a
atividade mental) como uma doença. Neurologicamente, está ligado a alterações
na estrutura e funções cerebrais, o que caracteriza uma doença cerebral, com
implicações psicológicas, sociais e espirituais. Esta colocação elimina os
conceitos leigos que catalogavam o dependente químico como um viciado, fraco,
sem caráter, etc.
Hoje, para a
Medicina, o dependente químico deve ser tratado como um doente como qualquer
Outro. O dependente químico vivera bem se não ingerir drogas. Estas atuam sobre
o sistema nervoso central, estimulando o consumo repetitivo da substância, o
que gera a dependência, que poderá ser física e/ou psicológica.
A OMS
considera ainda, que o abuso de drogas não pode ser definido apenas em função
da quantidade e frequência de uso. Uma pessoa somente será considerada
dependente se o seu padrão de uso resultar em pelo menos três dos seguintes
sintomas ou sinais, ao longo dos últimos doze meses: forte desejo ou compulsão
de consumir drogas; dificuldades em controlar o uso, seja em termos de inicio,
término ou nível de consumo; uso de substancias psicoativas para atenuar
sintomas de abstinência, com plena consciência dessa prática; estado
fisiológico de abstinência; evidência de tolerância, quando individuo necessita
de doses maiores de substancia para alcançar os efeitos obtidos anteriormente
com doses menores; estreitamento do repertório pessoal de consumo, passa a
consumir drogas em ambientes inadequados, a qualquer hora ,sem nenhum motivo
especial.
As drogas
também são catalogadas como lícitas ou legalizadas, os medicamentos alopatas e
homeopáticos, o álcool, o tabaco e a cafeína, que são as drogas mais consumidas
e de uso praticamente universal e as ilícitas ou ilegais, cuja produção e
comércio são proibidos como a maconha, cocaína, crack, LSD, heroína, êxtase,
etc.
Elas formam
basicamente três grupos:
Depressoras Estimulantes Perturbadoras
Álcool Anfetaminas LSD
Calmantes Extasy Maconha / Haxixe
Barbitúricos Cocaína Ayahuasca
Inalantes Crack/ Merla Cogumelo
Solventes Cafeína Lírio
Ópio -
Morfina Tabaco
Ópio –
Codeína
Depressoras
da Atividade Cerebral: diminuem a atividade mental, a atenção, a concentração e
a capacidade intelectual. O usuário fica “desligado”, “devagar”,
desinteressado, podendo entrar em depressão.
Estimulantes
da Atividade Cerebral: aceleram a atividade mental, afetando o cérebro. O
usuário fica “ligado”, “elétrico”, sem sono.
Perturbadoras
da Atividade Cerebral: provocam distúrbios no funcionamento do cérebro, este
trabalha de forma desordenada. O usuário fica com a mente perturbada.
Muitas
pesquisas tem demonstrado que algumas pessoas nascem com o organismo
predisposto (predisposição mórbida) a criar dependência quando ingerem determinadas
substâncias psicoativas.
Aproximadamente
10 em cada 100 pessoas nascem com essa predisposição, mas só desenvolverão a
doença ao entrarem em contato com a substância, ou seja, ao ingerirem álcool,
cocaína, anfetaminas, etc.
Dependência
Química é, portanto, a predisposição mórbida a desenvolver dependência a
substâncias químicas alteradoras do estado de humor.
A Sociedade
Americana da Medicina de Adição (ASAM) define dependência química à:
- Doença
Crônica: exige tratamento pelo resto da vida (como a Diabetes), ao contrário da
doença aguda, que surge e desaparece após tratamento adequado, por exemplo, a
gripe. Por isso, é também considerada, até o momento, como doença incurável,
porém tratável.
- Doença
Primária: é a “doença base“, que aparece em primeiro lugar, desencadeando
doenças secundárias (hepatite, cirrose, problemas circulatórios, etc.).
- Doença
Progressiva: quando não tratada, evolui em fases pré-estabelecidas com piora de
todos os aspectos da vida. O dependente inicia o uso do químico de maneira
moderada e vai aumentando o consumo gradativamente.
- Doença
Fatal: leva a morte ou loucura se não tratada. O dependente deve ser incluído
em programas de tratamentos que abordemos aspectos biopsicossociais e
espirituais.
A
Dependência Química é uma doença grave, com consequências alarmantes.
Caracteriza-se por uma continua ou periódica perda do controle, pela obsessão
ou uso de substâncias psicoativas e distorções na maneira de pensar e de agir.
Estatísticas
da OMS e da Abead (Associação Brasileira de Estudo sobre Álcool e Drogas)
apontam cerca de 64%, em media, dos homicídios, 35% a 64% de acidentes de
transito com vitimas e 80% da pessoas que praticam tentativa de suicídio.
Compromete a saúde física (síndrome da abstinência, doenças hepáticas,
gastrite, anemia, distúrbios neurológicos); psicológica (danos na percepção,
mudança de humor e de comportamento); relacionamento interpessoal (problemas
conjugais e violência, enfraquecimento das relações sociais); desempenho
ocupacional (problemas escolares ou profissionais) e problemas legais,
financeiros e/ou espirituais (deturpação de Valores éticos e morais).
Os recursos
para detê-la são as ações chamadas de prevenção primaria, para evitar o
surgimento de novos casos, através das intervenções educativas (psicopedagógicos)
precoces, massificadas e incessantes, na família, na escola, na comunidade,
etc. As ações de prevenção secundária (tratamento dos casos já existentes) e de
prevenção terciária (reintegração social).
A família e
muitas outras pessoas que convivem com o dependente químico (amigos, vizinhos,
colegas de trabalho) na tentativa de o ajudarem, se envolvem emocionalmente na
situação, em função da ligação afetiva e desenvolvem os mesmos comportamentos
irracionais dos dependentes químicos. Desenvolvem uma doença emocional chamada
co-dependência: dependência emocional ao comportamento do dependente químico, vivendo
em função do mesmo. Perdem o controle de sua própria vida, apresentam grandes
dificuldades em lidar com as próprias emoções, desenvolvendo atitudes
impensadas. Sentimentos como raiva, perda, culpa e medo e atitudes como fuga,
controle, ameaças, criticas, agressões e negação, refletem a desestruturação emocional
do co-dependente.
Tratamento:
O 1° passo
para a recuperação é o afastamento total do uso da droga. O importante não é a
diminuição da quantidade ou frequência, mas a abstinência total.
O dependente
não pode jamais voltar a fazer uso da droga, pois logo à dependência se
reinstala, por tratar-se de uma doença crônica, incurável até o momento.
Não há caso
de dependentes que, tendo parado de usar a droga possa fazê-lo de novo - ainda
que por simples e ocasional recreação sem voltar à dependência. Parar
temporariamente e voltar ao uso significa recaída, isto é, retomar ao ponto de
partida.
Há várias
opções de tratamento, tanto para o dependente como para o familiar, a nível
ambulatorial ou hospitalar: médico, psicológico, grupos de autoajuda (como
“Alcoólicos Anônimos” e “Narcóticos Anônimos” e para a família “Al-Anon” e “Nar-Anon”),
Comunidades Terapêuticas, etc. Não existe uma forma de tratamento que seja
universalmente a melhor. Um mesmo individuo pode tentar diferentes caminhos até
encontrar o mais eficaz para si. A Federação Espírita do Estado de São Paulo
(FEESP) oferece assistência espiritual especializada para a dependência
química, com assistência distinta para usuários de drogas ilícitas (P3AT) e
drogas licitas: álcool (P3A) e tabagismo (P3T).
Visão Espírita
A Doutrina
Espírita pode colaborar muito para a recuperação do dependente químico,
mostrando-lhe novas perspectivas de vida.
A causa da
pré-disposição física, detectada pela Ciência, é de origem espiritual, pois
através do uso abusivo de drogas em vidas passadas, plasma-se no corpo físico,
através do perispírito, a predisposição orgânica como forma de resgate e auto
superação.
O
Espiritismo representa poderoso estimulo na luta para vencer a dependência
química, pois ensina de onde viemos, porque nos encontramos na Terra, porque só
iremos e para onde vamos após a morte do corpo, gerando reflexões sobre as
causas e consequências do uso de drogas na vida presente, na vida espiritual e
nas futuras reencarnações.
As consequências
espirituais da dependência química são diversas:
Deturpação
dos valores ético morais: com a progressividade da doença, o dependente químico
utilizará de qualquer estratégia para conseguir mais droga, deixando de lado
seus Valores, os padrões éticos e tudo mais que tenha aprendido de bom na vida:
pode enganar, manipular, roubar, se prostituir e até matar. A obsessão pela
droga é tão intensa que no momento da compulsão, o dependente não consegue
respeitar sequer os laços familiares, podendo apresentar as atitudes descritas
acima inclusive com seus familiares. Obviamente, estas atitudes vão sintonizar
o dependente com Espíritos também desequilibrados e infelizes.
A ação das
drogas no perispírito: Segundo a Ciência, a droga, ao penetrar no organismo
físico do usuário, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema
respiratório, o cérebro e as células, principalmente as neuronais.
No livro
“Missionários da Luz”, o Espírito André Luiz relata que: “O corpo
perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, esta fortemente radicado
no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual”. Em
“Evolução em dois Mundos”, o mesmo autor espiritual relata que os neurônios
guardam relação intima com o perispírito.
Desta forma,
a ação das drogas no sangue e nos neurônios, também vai comprometer as regiões correspondentes
no perispírito, gerando lesões e deformações no corpo espiritual, podendo até
bloquear as energias emanadas do perispírito ao corpo Físico via centros de
força, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria
saúde do seu corpo perispiritual.
O corpo
material é um bem facultado para a evolução do homem na Terra. O uso de drogas
pode danificá-lo de maneira irreversível, comprometendo também o perispírito.
Em uma próxima encarnação, essa desarmonia condicionará o normal
desenvolvimento do novo corpo material. Exemplo: tabagistas que reencarnam com problemas
pulmonares.
O fumo não
só introduz impurezas no perispírito, que são visíveis aos médiuns videntes, à
semelhança de manchas, formadas de pigmentos escuros, envolvendo os órgãos mais
atingidos, como os pulmões, mas também amortece as vibrações mais delicadas,
bloqueando-as, tornando o homem até certo ponto insensível aos envolvimentos
espirituais de entidades amigas e protetoras. As substâncias tóxicas do cigarro
ficam impregnadas ao organismo espiritual causando de pequenas a grandes
lesões. As drogas em geral, causam nos seres encarnados, um entorpecimento dos
sentidos, deslocando o perispírito, para um ponto de desequilíbrio com o corpo
material.
Vampirismo:
Esclarece
André Luiz em “Missionários da Luz”: “Paralelamente aos micróbios alojados no
corpo físico há bacilos de natureza psíquica, quais larvas, portadoras de
vigoroso magnetismo animal. Essas larvas constituem alimento habitual dos
espíritos desencarnados e fixados nas sensações animalizadas.” O Espírito de um
usuário de drogas que desencarne sem ter se libertado da dependência, na
espiritualidade continuará sentindo o desejo e a necessidade de consumir a
droga. Desta forma, vai se aproximar de dependentes químicos encarnados e vampirizar
ou sugar os vapores sutis das drogas. Estes vapores, ao se volatilizarem são facilmente
detectados e sugados pelos Espíritos ainda presos as sensações dos químicos.
Obsessão:
Os Espíritos
dependentes químicos que desencarnam sem tratamento, mantém no perispírito
integralmente as mesmas sensações experimentadas na jornada terrena. Para
garantir que possam continuar sorvendo os vapores que as drogas exalam,
influenciam os encarnados a manterem a ingestão dos químicos, por intermédio
dos processos de obsessão. Como Espírito precisara vincular-se à mente de um
dependente para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga e incentivar o
encarnado a consumir mais e mais, o que demonstra que o dependente encarnado
sustenta a sua compulsão e a de muitos desencarnados! André Luiz, em “Sexo e
Destino”, capítulo 6°, ilustra muito bem como os Espíritos conseguem levar um
individuo a ingerir químico e, ao mesmo tempo, usufruir de suas emanações.
Estabelecem uma sintonia que gera uma sobrecarga mental no encarnado que afeta
as funções cerebrais, gerando queda no rendimento físico, intelectual e emocional
do usuário. Este absorve as impregnações fluídicas maléficas daqueles, deixando
o usuário, enfermiço, triste, irritadiço, infeliz, submetido à vontade dos
obsessores.
O Médium e a Dependência Química:
“A primeira
condição para ser passista é trabalhar em sua própria depuração moral, a fim de
não comprometer os fluidos salutares que está encarregado de transmitir. O
fluido humano está sempre mais ou menos impregnado de impurezas físicas e
morais do encarnado. Os fluidos dos bons Espíritos é necessariamente mais puros
e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas, que acarretam uma cura mais
pronta, mas, passando através do encarnado pode alterar-se. Todo passista, tem
a necessidade de trabalhar para seu melhoramento moral” (Allan Kardec - Revista
Espírita, Setembro, 1865).
O médium
deve estar gozando de boa saúde física e mental para doar suas energias ao
assistido. O passe magnético, por exemplo, é uma transfusão de energia
magnética, algo semelhante à transfusão de sangue.
Não é
preciso uma condição especial para doar sangue, apenas que o doador seja
saudável, da mesma forma que o médium.
Como o
passista doa de si uma Parte dos fluidos que vão fortalecer o lado material e
espiritual do necessitado, esses fluidos precisam estar limpos de vibrações
deletérias. O uso de produtos químicos, como por exemplo, o fumo ou do álcool
gastam muita energia vital, deixando o médium deficiente de energia, além de
contaminar a pureza dos Fluidos que é portador, dificultando o trabalho dos
Espíritos, que acabam por não obter a devida qualidade nos trabalhos. Como a
intenção é ajudar, ele deve oferecer o melhor de si ao assistido.
Se o médium
é dependente de qualquer químico, deve buscar tratamento material e espiritual
para recuperar-se antes de iniciar suas tarefas mediúnicas.
Caso o
médium seja usuário ocasional destas substancias, sem dependência, também deve
conscientizar-se de que são produtos alteradores de seu humor e que podem vir a
prejudicá-lo muito mais do que imagina.
Gradativamente,
deve eliminar o consumo destas substancias desde que é ciente de que causam
dependência física e psíquica e que também as suas emanações sustentam a
dependência de Espíritos menos esclarecidos.
Todo aquele
que vai adentrar no trabalho mediúnico na Seara de Jesus deve realizar a
renovação interior da maneira mais ampla possível. Caso ainda seja portador de
alguma dependência química, precisa buscar ajuda para recuperar-se, a fim de
doar ao assistido fluidos de melhor qualidade. À medida que o médium avança na compreensão
da importância do trabalho mediúnico, percebe que o seu bem-estar físico e
espiritual não mais representa beneficio apenas para si próprio, mas também
para todos que vai assistir em sua tarefa.
Relembrando
o Apostolo Paulo de Tarso: “Tudo me é licito, mas nem tudo me convém!”
Bibliografia:
Centro
Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas - Universidade Federal de
São Paulo - Depto. de Psicobiologia
BURNS, John
E. O Caminho dos Doze Passos.
MILAN, James R.; KETMAN, Katerine. Alcoolismo
Mitos e Realidade
KRUPNICK,
L.. Do Desespero à Decisão
MURAD, José
Elias. Maconha A Toxidade Silenciosa
MURAD, José
Elias. Reflexões Sobre Tabaco e Tabagismo
LEITE,
Marcos da Costa; ANDRADE, Arthur Guerra de. Cocaína e Crack
MIRANDA,
Clara F.; MIRANDA, Marcio L.. Construindo a Relação de Ajuda
BEATTIE,
Melody. Co-Dependência Nunca Mais
MINIRTH,
Robert Hemfelt, F.; MEIER, Paul. O Amor é Uma Escolha
TIBA, Içami.
Anjos Caídos: como prevenir e eliminar as drogas na vida do adolescente
DRUMMOND,
Marina C. Caetano; DRUMMOND FILHO, Helio Caetano. Drogas, a busca de respostas
GIKOVATE, de
Flavio. Drogas Opção de Perdedor
Revista
Reformador - Março – 1998
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Sexo e Destino
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz
XAVIER,
Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. (Espírito André Luiz). Evolução em dois
Mundos
PIRES, José
Herculano. Diálogo dos Vivos
TEIXEIRA, J.
Raul. Desafios da Educação
MIRANDA,
Manoel P. Nas Fronteiras da Loucura
FERREIRA,
Dr. Inácio. Psiquiatria em Face da Reencarnação
Fonte da
imagem: Internet Google.
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