ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
“Então lhe
trouxeram os escribas e fariseus uma mulher que fora apanhada em adultério, e a
puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em
adultério; e Moisés, na Lei, mandou apedrejar a estas tais. Qual é a vossa
opinião sobre isto: Diziam, pois os judeus, tentando-o, para o poderem acusar.
Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na Terra. E como eles
perseveraram em fazer-lhes perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhes: Aquele
dentre vos que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra. E tornando a
abaixar-se, escrevia na terra. Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um, Sendo
os mais velhos os primeiros. E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio,
em pé. Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te
acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então Jesus lhe
disse: Nem eu tampouco te condenarei; Vai, e não peques mais.” (João, VIII -
3:11)
Estas
palavras de Jesus fazem da indulgência um dever, pois não há quem dela não
necessite para si mesmo.
Ensinam que
não devemos julgar os outros mais severamente do que julgamos a nós mesmos, nem
condenar nos outros aquilo que desculpamos em nós. Antes de reprovar uma falta
de alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.
Desejamos a vitória do bem na Terra, contudo, para tanto se faz necessário
acendemos a luz da indulgência para conquistá-la com segurança. Todos nós,
Espíritos imperfeitos, ainda arraigados à evolução da Terra, reclamamos
concurso e compaixão uns dos outros, mas nem sempre sabemos por nós mesmos,
quando surgimos necessitados de semelhantes recursos. Como ensina-nos Emmanuel,
por intermédio de Francisco Cândido Xavier, em muitas circunstâncias, estamos
cegos da reflexão, surdos do entendimento, paralíticos da sensibilidade e
anestesiados na memória sem perceber.
A censura de
conduta alheia pode ter dois motivos: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa
cujos atos criticamos. Este último motivo jamais tem justificativa, pois
decorre da maledicência e da maldade. O primeiro pode ser louvável, e toma-se
mesmo um dever em certos casos, pois pode dele resultar um bem, e porque sem
ele o mal jamais será reprimido na sociedade. O homem deve ajudar o progresso
do seu semelhante.
Indiscutivelmente,
ninguém constrói nada de bom, sem responsabilidade e disciplina, advertência e
firmeza, mas é preciso considerar que toda boa obra roga auxilio, a fim de
aperfeiçoar-se. É preciso lembrar que o bem exigido pela força da violência
gera inúmeros males em seu redor e desaparece da área luminosa do bem para converter-se
num mal maior.
Jesus não
podia proibir de se reprovar o mal, pois ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o
fez em termos enérgicos. Mas quis dizer que a autoridade da censura esta na
razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. A única autoridade legitima,
aos olhos de Deus, é a que se apoia no bom exemplo. Comecemos, pois, por lavar
a nossa alma dos vícios e paixões que a maculam, para purificar os nossos
corações; depois, então, quando limpos de coração, poderemos censurar as faltas
alheias. Porém, limpos de toda imperfeição, não julgaríamos porque estaríamos
banhados pela luz da indulgência, por meio de um sentimento fraternal, que
todos nós deveríamos ter para com os nossos irmãos. O indulgente não vê os
defeitos alheios, e se os vê, evita comentá-los e divulgá-los. Ele jamais se
preocupa com os maus atos alheios, a menos que seja para prestar um serviço,
porém, ainda assim com o cuidado de atenuar tanto quanto possível. Não faz
observações chocantes, nem traz censura nos lábios, mas sempre conselhos quase
sempre velados. A indulgência acalma, corrige, enquanto o rigor desalenta,
afasta e irrita.
O Evangelho
recomenda-nos severidade para com nós mesmos e indulgência para as fraquezas
alheias, porque essa é também uma forma de praticar a Caridade, que bem poucos
observam. Caridade para com todos, porque o amor resume todos os deveres, e
porque é impossível amar a Deus sem praticar a Caridade, da qual Ele faz uma
lei para todas as criaturas.
Na luz da
indulgência sustentaremos os fortes estimulando-os a perseverança e
fortificaremos os fracos, mostrando-lhes a bondade de Deus, que leva em conta o
menor arrependimento. É necessário compreendermos toda a misericórdia infinita
de nosso Pai, e nunca nos esquecermos: “Perdoai as nossas ofensas, como
perdoamos aos nossos ofensores”. Estas palavras não são admiráveis apenas pela
letra, mas também pela essência que encerram.
Quando
percebemos alguém delirando na ambição desenfreada, usando a indulgência
poderemos renovar-lhe o modo de pensar e agir. Usando a indulgência no dia a
dia poderemos oferecer apoio; mentalizar o melhor para as criaturas que nos
cercam, compreender as necessidades alheias, seguindo assim os exemplos de
Jesus e esforçando-nos para sermos dignos do amor e da misericórdia de Deus.
Quem somos
nós para julgar nossos irmãos, se todos nós somos réus no tribunal de nossas
consciências?
Bibliografia:
KARDEC,
Allan: Evangelho Segundo o Espiritismo: cap. X
XAVIER,
Francisco Cândido (Emmanuel). Livro da Esperança: Item 27
Questões
para reflexão:
1) Faça um
breve relato referente à Dependência Química, sobre a visão Científica.
2) Comente a
Visão Espírita sobre a Dependência Química e suas implicações os usuários.
3) Escreva a
reação de Jesus diante da mulher adúltera.
4) Comente
as palavras de Jesus: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de
pecado”.
Fonte da
imagem: Internet Google.
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