CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

24ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Missão Do Espiritismo

Ao longo da História, como sabemos, muitos foram os servidores de Jesus que reencarnaram na Terra, para trazer, pelo exemplo, um apelo às consciências adormecidas.

Entre os diversos momentos especialmente marcantes para a Humanidade, destaca-se o século XIX, que chegou derramando claridades na face do mundo.

CONTEXTO HISTÓRICO

A Europa, em especial, podemos recordar, que pelos vários séculos da Idade Media ficou envolta em um “véu” sombrio - a chamada Época das Trevas - acolhia, neste novo período, uma verdadeira caravana de Espíritos mais evoluídos.

Assim, em todos os departamentos da atividade humana, notáveis conquistas foram assinaladas nos campos: político, cultural, filosófico, religioso, científico...

Era a época do Positivismo, e a razão ressurgia vigorosa!

O CODIFICADOR

Um dos mais lúcidos discípulos de Jesus havia reencarnado. Allan Kardec, na sua missão de esclarecimento, fazia-se acompanhar de muitos colaboradores, cuja ação renovadora seria sentida sobre a Terra.

A missão de Kardec era árdua, pois cabia a ele reorganizar o edifício desmoronado da crença e da fé, reconduzindo a civilização a revivência do Cristianismo.

O CONSOLADOR PROMETIDO

A dádiva do intercâmbio entre o mundo visível e invisível derramaria consolações e esclarecimentos.

Havia, pois, chegado o tempo do advento do Consolador Prometido por Jesus no Sermão do Cenáculo:

“Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que vos disse”. (Jo 14:26).

“Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos guiará na verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras. Ele me glorificará porque receberá do que é meu e vos anunciará”. (Jo 16:12-14).

Das palavras de Jesus, depreende-se que muitos dos seus ensinamentos seriam esquecidos; muito do que ele havia ensinado de forma velada seria esclarecido pelo Espírito da verdade, para nos conduzir a verdade plena.

Depreende-se, também, que o conhecimento da verdade traria consolação, possibilitaria a libertação de todas as falsas concepções e crenças, e dos falsos valores.

A Terceira Revelação

Relembremos:

- a 1ª revelação veio por intermédio de Moises, é o Decálogo que está no velho Testamento;

- a 2ª revelação foi trazida por Jesus, e a encontramos nos Evangelhos do Novo Testamento, e,

- a 3ª revelação é a Doutrina dos Espíritos.

A revelação, podemos destacar, é o sustentáculo das estruturas cristãs mais diversas. Assinala Kardec, em A Gênese, capitulo I, item 10, que: “O caráter essencial da revelação divina é o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros ou sujeita a mudança não pode emanar de Deus”.

A 3ª revelação provém dos Espíritos Superiores e foi transmitida por intermédio da mediunidade. Afirma Kardec, em “A Gênese”, capítulo I, item 13:

“Em suma, o que caracteriza a revelação espírita é que a fonte dela é divina, a iniciativa pertence aos Espíritos, e a elaboração é a ação do trabalho do homem.”

A Invasão Organizada

Anteriormente, verificamos como a mensagem de Jesus foi paulatinamente esquecida e como se erigiram dogmas a partir de falsas interpretações de Suas palavras. A restauração da verdade viria por intermédio dos Espíritos Superiores.

Em relação à revelação espírita, é bem apropriado o termo empregado pelo escritor Conan Doyle: “Invasão Organizada”. Eis que, com efeito, por todo o mundo, num período bem definido no tempo, houve uma verdadeira invasão orquestrada pela Espiritualidade Superior, e, pelos “quatro cantos do mundo”, incontáveis eram as aparições, os fenômenos, as comunicações...

Notava-se, ainda, como sempre alerta Kardec, um caráter de universalidade dos ensinamentos, o que comprovava, inapelavelmente, a Ação Providencial.

Nada exprime melhor essa “invasão organizada”, e também os desígnios de Jesus em relação à chegada do Consolador ao mundo, do que a mensagem assinada pelo Espírito de verdade colocada no prefácio de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:

“Os Espíritos do Senhor que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que se movimenta, ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a face da Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos”.

“Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissolver as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”.

“As grandes vozes do céu ressoam com o toque da trombeta, e os coros dos anjos se reúnem. Homens, nós vos convidamos ao divino concerto: que vossas mãos tomem a lira, que vossas vozes se unam, e, num hino sagrado, se estendam e vibrem, de um extremo do Universo ao outro”.

“Homens, irmãos amados, estamos junto de vós. Amai-vos também uns aos outros, e dizei, do fundo de vosso coração, fazendo a vontade do Pai que está no Céu: ‘Senhor! Senhor! e podereis entrar no Reino dos Céus”.

A MISSÃO DO ESPIRITISMO

Com a chegada do Espiritismo, as grandes verdades reluzem cristalinas: a imortalidade da alma, a comunicação entre o mundo visível e invisível, e a pluralidade das existências.

Sem renascer múltiplas vezes como se pode progredir; desenvolver as potencialidades do Espírito, depurar-se a alma? Desta realidade compreendemos a justiça das aflições, a desigualdade de condições morais e intelectuais das criaturas, a progressão dos Espíritos que, criados simples e ignorantes, estão destinados à perfeição relativa.

Mas, desde o momento em que Jesus determinou que os Espíritos se fizessem ouvir na Terra, instruindo os homens de forma ampla e generalizada, a luz do Alto tem jorrado abundantemente para dissipar as sombras do mundo.

Quantos seres que colaboraram com Jesus na disseminação da Boa Nova, que foram curados por ele, que tiveram a felicidade de ouvir as suas palavras de luz, que deram suas vidas por amor a ele, prosseguem empenhados na restauração do Cristianismo! Quantos orientaram Kardec e deixaram suas lúcidas considerações gravadas nas obras da codificação!

Assim, coube ao Espiritismo, retomar a realidade espiritual que fora declamada e demonstrada por Jesus, o conceito de que o Homem é Espírito pré-existente, sobrevivente, imortal, perfectível, responsável por sua própria evolução.

Coube a Doutrina Espírita desconstituir mitos, derrubar dogmas, desvendar o que era obscuro pelo véu da letra e convidar o Homem a reconhecer a grandeza de Deus através do Evangelho de Jesus.

O objetivo fundamental era, e continua sendo, o de restaurar o Cristianismo em sua pureza, para promover a transformação moral do Homem, convidando-os a compreender que o Amor é mais alta expressão da adoração a Deus.

Coube ao Espiritismo esclarecer o significado das lições de Jesus, destacar os ensinos morais e convidar os Homens a construção do Reino de Deus: “O reino de Deus está em vós”, asseverou o Mestre.

O tempo de sua realização depende dos esforços que fizermos, do aproveitamento das oportunidades que Deus concede-nos, das batalhas travadas no interior de nossos corações para efetuarmos a necessária renovação interior, pelo desabrochar do Amor em nós.

Assevera Kardec em “A Gênese”, cap. 1, item 62:

“Tais são, em resumo, os resultados da nova revelação; ela veio preencher o vazio cavado pela incredulidade, levantar as coragens abatidas pela dúvida ou pela perspectiva do nada, e dar a todas as coisas sua razão de ser. Contudo, os frutos que o homem deve disso retirar não são somente para a vida futura; ele os desfrutará na Terra pela transformação que essas novas crenças necessariamente devem operar sobre seu caráter seus gostos, suas tendências e, por consequência, sobre os hábitos e as relações sociais. Pondo fim ao reino do egoísmo, do orgulho e da incredulidade, elas preparam o do bem, que é o reino de Deus anunciado pelo Cristo”.

MISSÃO DOS ESPÍRITAS

E qual o papel que cabe aos espíritas?

Para refletirmos sobre esta questão, inserimos nestas considerações finais, o prefácio de Emmanuel na obra “Ave Cristo”, psicografada por Francisco C. Xavier, de vez que tal como outrora, os cristãos são chamados a ser a luz do mundo, instrumentos de paz e amor entre os Homens.

“Hoje, como outrora, na organização social em decadência, Jesus avança no mundo, restaurando a esperança e a fraternidade, para que o santuário do amor seja reconstituído em seus legítimos fundamentos”.

“Por mais se desenfreie a tormenta, Cristo pacifica”.

“Por mais negreje a sombra, Cristo ilumina”.

“Por mais se desmande a força, Cristo reina”.

“... O Espiritismo, que atualmente revive o apostolado redentor do Evangelho, em suas tarefas de reconstrução, clama por almas valorosas no sacrifício de si mesmas para estender-se, vitorioso”.

“... O Excelso Benfeitor acima de tudo, espera de nossa vida o coração, o caráter; a conduta, a atitude, o exemplo e o serviço pessoal incessante, únicos recursos com que poderemos garantir a eficiência de nossa cooperação, em companhia D’ele, na edificação do reino de Deus”.

E em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no cap. XX, item 4, “Missão dos Espíritas”, encontramos:

“Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo, vós sóis os eleitos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas futilidades, a sua propagação. Ide e pregai. Os Espíritos elevados estão convosco”.

“... É necessário regar com o vosso suor o terreno em que deveis semeai; porque ele não frutificará, não produzirá, senão sob os esforços incessantes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!”

“... Marcha, pois, para a frente, grandiosa falange da fé! e os pesados batalhões dos incrédulos se desvanecerão diante de ti, como as névoas da manhã aos primeiros raios do sol”.

“... Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que vos concedeu”.

Sim. É chegada a hora! Em plena Seara Espírita, busquemos a nossa emancipação espiritual, cuidando de nossa renovação mental, que implica renovação no plano das crenças, dos sentimentos, valores, pensamentos e atitudes...

O convite é único e precioso!

Nós, espíritas, lembremos: Quanto ensinamento, quanto amparo do Plano Superior temos recebido!

Arregacemos as mangas! Partamos para o “Bom Combate”! Que nossos atos sejam todos baseados nos ensinamentos inesquecíveis de Jesus, o Mestre Maior.

Tenhamos por lema a prática constante da caridade. Sejamos compassivos, fraternos, solidários, e, especialmente, servidores incansáveis do Cristo.

Sim. Ingressemos para a gloriosa “Fraternidade dos Discípulos de Jesus”!

QUESTÃO REFLEXIVA:

Estamos dispostos aos “esforços incessantes da enxada e da charrua evangélicas” e assumir a missão dos espíritas, integrando a legião dos incontáveis trabalhadores de Jesus?

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Xavier, Francisco C./ Emmanuel - Paulo e Estevão.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel - Ave Cristo.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel - A Caminho da Luz.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel - Emmanuel
- Cechinato, Luiz - Os 20 Séculos de Caminhada da Igreja.


Fonte da imagem: Internet Google.

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