Missão Do Espiritismo
Ao longo da
História, como sabemos, muitos foram os servidores de Jesus que reencarnaram na
Terra, para trazer, pelo exemplo, um apelo às consciências adormecidas.
Entre os
diversos momentos especialmente marcantes para a Humanidade, destaca-se o
século XIX, que chegou derramando claridades na face do mundo.
CONTEXTO
HISTÓRICO
A Europa, em
especial, podemos recordar, que pelos vários séculos da Idade Media ficou envolta
em um “véu” sombrio - a chamada Época das Trevas - acolhia, neste novo período,
uma verdadeira caravana de Espíritos mais evoluídos.
Assim, em
todos os departamentos da atividade humana, notáveis conquistas foram
assinaladas nos campos: político, cultural, filosófico, religioso,
científico...
Era a época
do Positivismo, e a razão ressurgia vigorosa!
O CODIFICADOR
Um dos mais
lúcidos discípulos de Jesus havia reencarnado. Allan Kardec, na sua missão de
esclarecimento, fazia-se acompanhar de muitos colaboradores, cuja ação
renovadora seria sentida sobre a Terra.
A missão de
Kardec era árdua, pois cabia a ele reorganizar o edifício desmoronado da crença
e da fé, reconduzindo a civilização a revivência do Cristianismo.
O CONSOLADOR PROMETIDO
A dádiva do
intercâmbio entre o mundo visível e invisível derramaria consolações e
esclarecimentos.
Havia, pois,
chegado o tempo do advento do Consolador Prometido por Jesus no Sermão do
Cenáculo:
“Mas o
Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e
vos recordará tudo o que vos disse”. (Jo 14:26).
“Tenho ainda
muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da
Verdade, ele vos guiará na verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá
tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras. Ele me glorificará
porque receberá do que é meu e vos anunciará”. (Jo 16:12-14).
Das palavras
de Jesus, depreende-se que muitos dos seus ensinamentos seriam esquecidos;
muito do que ele havia ensinado de forma velada seria esclarecido pelo Espírito
da verdade, para nos conduzir a verdade plena.
Depreende-se,
também, que o conhecimento da verdade traria consolação, possibilitaria a
libertação de todas as falsas concepções e crenças, e dos falsos valores.
A Terceira Revelação
Relembremos:
- a 1ª
revelação veio por intermédio de Moises, é o Decálogo que está no velho
Testamento;
- a 2ª
revelação foi trazida por Jesus, e a encontramos nos Evangelhos do Novo
Testamento, e,
- a 3ª
revelação é a Doutrina dos Espíritos.
A revelação,
podemos destacar, é o sustentáculo das estruturas cristãs mais diversas.
Assinala Kardec, em A Gênese, capitulo I, item 10, que: “O caráter essencial da
revelação divina é o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros ou sujeita
a mudança não pode emanar de Deus”.
A 3ª
revelação provém dos Espíritos Superiores e foi transmitida por intermédio da
mediunidade. Afirma Kardec, em “A Gênese”, capítulo I, item 13:
“Em suma, o
que caracteriza a revelação espírita é que a fonte dela é divina, a iniciativa
pertence aos Espíritos, e a elaboração é a ação do trabalho do homem.”
A Invasão Organizada
Anteriormente,
verificamos como a mensagem de Jesus foi paulatinamente esquecida e como se
erigiram dogmas a partir de falsas interpretações de Suas palavras. A
restauração da verdade viria por intermédio dos Espíritos Superiores.
Em relação à
revelação espírita, é bem apropriado o termo empregado pelo escritor Conan
Doyle: “Invasão Organizada”. Eis que, com efeito, por todo o mundo, num período
bem definido no tempo, houve uma verdadeira invasão orquestrada pela
Espiritualidade Superior, e, pelos “quatro cantos do mundo”, incontáveis eram
as aparições, os fenômenos, as comunicações...
Notava-se,
ainda, como sempre alerta Kardec, um caráter de universalidade dos
ensinamentos, o que comprovava, inapelavelmente, a Ação Providencial.
Nada exprime
melhor essa “invasão organizada”, e também os desígnios de Jesus em relação à
chegada do Consolador ao mundo, do que a mensagem assinada pelo Espírito de
verdade colocada no prefácio de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:
“Os
Espíritos do Senhor que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que
se movimenta, ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a face da
Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar o caminho e abrir os olhos
aos cegos”.
“Eu vos
digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser
restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissolver as trevas, confundir
os orgulhosos e glorificar os justos”.
“As grandes
vozes do céu ressoam com o toque da trombeta, e os coros dos anjos se reúnem.
Homens, nós vos convidamos ao divino concerto: que vossas mãos tomem a lira,
que vossas vozes se unam, e, num hino sagrado, se estendam e vibrem, de um
extremo do Universo ao outro”.
“Homens,
irmãos amados, estamos junto de vós. Amai-vos também uns aos outros, e dizei,
do fundo de vosso coração, fazendo a vontade do Pai que está no Céu: ‘Senhor!
Senhor! e podereis entrar no Reino dos Céus”.
A MISSÃO DO ESPIRITISMO
Com a
chegada do Espiritismo, as grandes verdades reluzem cristalinas: a imortalidade
da alma, a comunicação entre o mundo visível e invisível, e a pluralidade das
existências.
Sem renascer
múltiplas vezes como se pode progredir; desenvolver as potencialidades do
Espírito, depurar-se a alma? Desta realidade compreendemos a justiça das
aflições, a desigualdade de condições morais e intelectuais das criaturas, a
progressão dos Espíritos que, criados simples e ignorantes, estão destinados à
perfeição relativa.
Mas, desde o
momento em que Jesus determinou que os Espíritos se fizessem ouvir na Terra,
instruindo os homens de forma ampla e generalizada, a luz do Alto tem jorrado
abundantemente para dissipar as sombras do mundo.
Quantos
seres que colaboraram com Jesus na disseminação da Boa Nova, que foram curados
por ele, que tiveram a felicidade de ouvir as suas palavras de luz, que deram
suas vidas por amor a ele, prosseguem empenhados na restauração do
Cristianismo! Quantos orientaram Kardec e deixaram suas lúcidas considerações
gravadas nas obras da codificação!
Assim, coube
ao Espiritismo, retomar a realidade espiritual que fora declamada e demonstrada
por Jesus, o conceito de que o Homem é Espírito pré-existente, sobrevivente,
imortal, perfectível, responsável por sua própria evolução.
Coube a
Doutrina Espírita desconstituir mitos, derrubar dogmas, desvendar o que era
obscuro pelo véu da letra e convidar o Homem a reconhecer a grandeza de Deus
através do Evangelho de Jesus.
O objetivo
fundamental era, e continua sendo, o de restaurar o Cristianismo em sua pureza,
para promover a transformação moral do Homem, convidando-os a compreender que o
Amor é mais alta expressão da adoração a Deus.
Coube ao
Espiritismo esclarecer o significado das lições de Jesus, destacar os ensinos
morais e convidar os Homens a construção do Reino de Deus: “O reino de Deus
está em vós”, asseverou o Mestre.
O tempo de
sua realização depende dos esforços que fizermos, do aproveitamento das
oportunidades que Deus concede-nos, das batalhas travadas no interior de nossos
corações para efetuarmos a necessária renovação interior, pelo desabrochar do
Amor em nós.
Assevera
Kardec em “A Gênese”, cap. 1, item 62:
“Tais são,
em resumo, os resultados da nova revelação; ela veio preencher o vazio cavado
pela incredulidade, levantar as coragens abatidas pela dúvida ou pela
perspectiva do nada, e dar a todas as coisas sua razão de ser. Contudo, os frutos
que o homem deve disso retirar não são somente para a vida futura; ele os
desfrutará na Terra pela transformação que essas novas crenças necessariamente
devem operar sobre seu caráter seus gostos, suas tendências e, por
consequência, sobre os hábitos e as relações sociais. Pondo fim ao reino do
egoísmo, do orgulho e da incredulidade, elas preparam o do bem, que é o reino
de Deus anunciado pelo Cristo”.
MISSÃO DOS ESPÍRITAS
E qual o
papel que cabe aos espíritas?
Para
refletirmos sobre esta questão, inserimos nestas considerações finais, o
prefácio de Emmanuel na obra “Ave Cristo”, psicografada por Francisco C.
Xavier, de vez que tal como outrora, os cristãos são chamados a ser a luz do
mundo, instrumentos de paz e amor entre os Homens.
“Hoje, como
outrora, na organização social em decadência, Jesus avança no mundo,
restaurando a esperança e a fraternidade, para que o santuário do amor seja
reconstituído em seus legítimos fundamentos”.
“Por mais se
desenfreie a tormenta, Cristo pacifica”.
“Por mais negreje
a sombra, Cristo ilumina”.
“Por mais se
desmande a força, Cristo reina”.
“... O
Espiritismo, que atualmente revive o apostolado redentor do Evangelho, em suas
tarefas de reconstrução, clama por almas valorosas no sacrifício de si mesmas
para estender-se, vitorioso”.
“... O
Excelso Benfeitor acima de tudo, espera de nossa vida o coração, o caráter; a
conduta, a atitude, o exemplo e o serviço pessoal incessante, únicos recursos
com que poderemos garantir a eficiência de nossa cooperação, em companhia D’ele,
na edificação do reino de Deus”.
E em “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”, no cap. XX, item 4, “Missão dos Espíritas”,
encontramos:
“Ó
verdadeiros adeptos do Espiritismo, vós sóis os eleitos de Deus! Ide e pregai a
palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar os vossos hábitos, os
vossos trabalhos, as vossas futilidades, a sua propagação. Ide e pregai. Os
Espíritos elevados estão convosco”.
“... É
necessário regar com o vosso suor o terreno em que deveis semeai; porque ele
não frutificará, não produzirá, senão sob os esforços incessantes da enxada e
da charrua evangélicas. Ide e pregai!”
“... Marcha,
pois, para a frente, grandiosa falange da fé! e os pesados batalhões dos
incrédulos se desvanecerão diante de ti, como as névoas da manhã aos primeiros
raios do sol”.
“... Ide e
agradecei a Deus a gloriosa tarefa que vos concedeu”.
Sim. É
chegada a hora! Em plena Seara Espírita, busquemos a nossa emancipação
espiritual, cuidando de nossa renovação mental, que implica renovação no plano
das crenças, dos sentimentos, valores, pensamentos e atitudes...
O convite é
único e precioso!
Nós,
espíritas, lembremos: Quanto ensinamento, quanto amparo do Plano Superior temos
recebido!
Arregacemos
as mangas! Partamos para o “Bom Combate”! Que nossos atos sejam todos baseados
nos ensinamentos inesquecíveis de Jesus, o Mestre Maior.
Tenhamos por
lema a prática constante da caridade. Sejamos compassivos, fraternos,
solidários, e, especialmente, servidores incansáveis do Cristo.
Sim.
Ingressemos para a gloriosa “Fraternidade dos Discípulos de Jesus”!
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Estamos
dispostos aos “esforços incessantes da enxada e da charrua evangélicas” e
assumir a missão dos espíritas, integrando a legião dos incontáveis
trabalhadores de Jesus?
Bibliografia
- A Bíblia
de Jerusalém.
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec,
Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Xavier,
Francisco C./ Emmanuel - Paulo e Estevão.
- Xavier,
Francisco C./Emmanuel - Ave Cristo.
- Xavier,
Francisco C./Emmanuel - A Caminho da Luz.
- Xavier,
Francisco C./Emmanuel - Emmanuel
- Cechinato,
Luiz - Os 20 Séculos de Caminhada da Igreja.
Fonte da
imagem: Internet Google.
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