BEM E MAL SOFRER
“Bem
aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5:4)
DEFINIÇÕES
Bem –
definição: tudo que leva ao aperfeiçoamento espiritual do ser humano; aquilo
cuja posse e fruição (física e espiritual) julga a coletividade ser conveniente
à manutenção e/ou ao progresso do homem.
Mal –
definição: contrariamente à virtude, à moral, ao dever; ao que preceitua a
ética; o que prejudica o dever; o que concorre para o dano ou a ruína de alguém
ou de algo; o que é nocivo, desastroso para a felicidade ou o bem-estar físico
ou moral; infelicidade; (Dicionário Eletrônico Houaiss)
Podemos
defini-los da seguinte maneira:
Bem:
- O bem se
constitui na correta aplicação das Leis Divinas ou Naturais.
- Em nosso
planeta é a aplicação da lei de amor ao próximo, decorrente do amor a Deus
sobre todas as coisas.
- A sua
existência é concreta, verdadeira, pois as leis de Deus conduzem a sua
aplicação e a torna materializada no dia a dia das criaturas humanas.
Mal:
- É o
“vazio”, o “buraco” causado no bem todas às vezes que não são cumpridas as
“leis naturais”.
- O mal é
toda ação onde o amor não esteja presente, ou seja, aparece em cada desrespeito
que praticamos aos nossos semelhantes e à natureza.
- É uma ação
destruidora, que incorrerá num sofrimento futuro.
ORIGEM DO BEM E DO MAL
1. – “Sendo
Deus o princípio de todas as coisas e sendo todo sabedoria, todo bondade, todo
justiça, tudo o que dele procede há de participar dos seus atributos, porquanto
o que é infinitamente sábio, justo e bom nada pode produzir que seja
ininteligente, mau e injusto. O mal que observamos não pode ter nele a sua
origem” (A Gênese – Allan Kardec, Cap. III, item 1), portanto, é criação do
homem.
2. – “Pode-se
dizer-se que o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor.
Assim como o frio não é um fluido especial, também o mal não é atributo
distinto; um é o negativo do outro. Onde não existe o bem, forçosamente existe
o mal. Não praticar o mal, já é um princípio do bem. Deus somente quer o bem;
só do homem procede o mal. Se na criação houvesse um ser preposto ao mal,
ninguém o poderia evitar; mas tendo o homem a causa do mal em SI MESMO, tendo
simultaneamente o livre-arbítrio e por guia as leis divinas, evitá-lo-á sempre
que o queira”. (A Gênese, Allan Kardec, cap. III, item 8)
No Evangelho
Segundo o Espiritismo, cap. V, item 18. Bem e Mal Sofrer, os Espíritos nos
lembram as palavras do Cristo: ”Bem aventurados os aflitos, que deles é o reino
dos céus”. Diante disso, podemos tecer o seguinte comentário: Jesus Cristo não
se referia apenas àqueles que sofrem em geral, pois as mais de seis bilhões e quinhentos
milhões de pessoas que se encontram neste planeta e sofrem, independentemente
de sua cor, posição, social, poder, religião; mas apenas aos que “sofrem bem”.
O sofrimento, seja físico ou moral, gera reflexão e o que determina se bem
sofremos é como reagimos.
Temos
dificuldades em compreender os sublimes mecanismos reajustadores do sofrimento
porque somos, por natureza, demasiadamente afeitos ao prazer e arredios à dor.
A dor que
nos atinge, para que sejamos considerados bem aventurados, deve ser suportada
com paciência, resignação, sem reclamações ou blasfêmias. Poucos compreendem
que somente as provas bem suportadas podem conduzir ao reino de Deus. O
desencorajamento é uma falta. Não podemos ser consolados porque nos falta
coragem para enfrentar esses momentos, sejam eles longos ou breves. Na Lei de
Deus nada está errado, Ele não coloca fardos pesados em ombros fracos; o fardo
é sempre proporcional as forças.
Assim também
a recompensa será proporcional como a enfrentamos. É preciso merecer essa
recompensa; por isso, a vida está repleta de dores e aflições.
“... Cada um
deve destruir em si toda a causa do mal, arrancar do coração todo sentimento
impuro e toda tendência viciosa. Para o homem vale mais ter cortada uma das
mãos, antes de servir essa mão de instrumento para uma ação má; ficar privado
da vista, antes que lhe servirem os olhos para conceber maus pensamentos.” (O Evangelho
Segundo o Espiritismo, cap. VIII item 17)
Existem
pessoas que sentem o sofrimento de maneira mais intensa que as outras, porque
lhes faltam paciência, resignação e fé, e principalmente por não terem
conhecimento ou não aceitarem que somos imortais como Espíritos e que a
passagem na Terra é apenas temporária.
Em nossa
passagem, como Espíritos imortais, muitas vezes rápida pela escola da vida
terrena, habitando em um novo corpo físico, devemos lutar com todas as nossas
energias para vencer as nossas deficiências e atenuar o sofrimento decorrente
do mau uso de nosso livre arbítrio: (cada um responde proporcionalmente pelos
seus erros).
“Não te
deixes vender pelo mal, mas vence o mal com o bem” (Paulo - Romanos, 12:21)
Ternos que
ter a certeza de que todas as dores que nos atingem hoje, se não forem provas
pedidas, são erros de um passado, mas que um dia cessarão, e de que o nosso
futuro depende do que estamos plantando hoje. (O plantio é opcional, mas a
colheita é obrigatória). Joana de Angelis, através de Divaldo nos fala que
“devemos afastar a nuvem cinzenta do pessimismo e da queixa, enquanto a dor se
demora conosco, concedendo ao sol da esperança a oportunidade de fulgir ante os
nossos olhos acostumados as sombras das recriminações. Quando nos entregamos ao
desânimo e o espalhamos, conspiramos contra a ordem natural, o equilíbrio e o
progresso da vida. É pernicioso mal sofrer; malbaratando a oportunidade de
aproveitar bem a lição do sofrimento”.
Nos fala
ainda: Mas se tuas legitimas aflições forem muito grandes e esmagadoras, evoca
Jesus, que quando na via dolorosa, esmagado sob a cruz e, no entanto
aconselhando e advertindo as «mulheres piedosas de Jerusalém», ou cravejado,
logo depois, no madeiro de infâmia, convocando dois estranhos e desafortunados
salteadores, neles semeando as esperanças do Reino de Deus, instantes antes do
«momento extremo», e refaze as tuas forças reconsidera a situação, recompõe os
«joelhos desconjuntados» e avança, confiante, cantando a certeza de que, apôs a
partida libertadora, uma madrugada sublime te alcançará, fazendo-te ditoso por
fim, vitorioso com o bem”. (Lampadário Espírita, Joana de Angelis, pelo médium
Divaldo Pereira Franco)
Só seremos
plenamente felizes, alcançando assim o Reino de Deus, quando conseguimos
eliminar dos nossos corações toda a maldade.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. V itens 18 e 19
Fonte da imagem: Internet Google.
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