PENAS E GOZOS TERRENOS
FELICIDADE E
INFELICIDADE RELATIVAS – DECEPÇÕES, INGRATIDÃO E QUEBRA DE AFEIÇÕES - UNIÕES
ANTIPÁTICAS - PREOCUPAÇÃO COM A MORTE - DESGOSTO PELA VIDA E SUICÍDIO
1. FELICIDADE E INFELICIDADE RELATIVAS
“O homem
pode gozar na Terra uma felicidade completa”? Não, pois a vida foi lhe dada
como prova ou expiação, mas dele depende abrandar os seus males e ser tão feliz
quanto pode ser na Terra” (LE. 920)
Na maioria
das vezes o homem é o artífice da sua própria infelicidade. Se praticasse a lei
de Deus, livrar-se-ia de muitos males e gozaria da felicidade tão grande quanto
o comporta a sua existência num plano grosseiro.
O homem
ciente do seu destino futuro vê, na existência corpórea, apenas uma rápida
passagem; ele consola-se facilmente depois de alguns aborrecimentos
passageiros.
Recebemos,
nesta vida, os efeitos das infrações que cometemos às leis da existência
corpórea, pelos próprios males decorrentes dessas inflações e pelos nossos
próprios excessos. Se remontarmos, pouco a pouco, a origem do que chamamos
infelicidade terrena, veremos esta como consequência de um primeiro desvio do
caminho certo. Em virtude desse desvio inicial, entramos num mau caminho e, de consequência
em consequência, caímos no infortúnio.
A felicidade
terrena é relativa à posição de cada pessoa. Entretanto, podemos dizer que há
uma medida comum de felicidade para todos os homens, expressa da seguinte
forma: para a vida material, é a posse do necessário; para a Vida moral, a
consciência pura e a fé no futuro.
Todavia, a
medida do necessário e do supérfluo varia segundo as pessoas. Há algumas que
têm muito e acham que não têm aquilo de que necessitam, enquanto outras se
contentam com o pouco. “O homem criterioso, a fim de ser feliz, olha sempre
para baixo e não para cima, a não ser para elevar sua alma ao infinito.”
Os males que
dependem da maneira de agir, e que ferem o homem mais justo, devem ser
encarados com resignação e sem queixas para se poder progredir. Este homem tira
sempre uma consolação da sua própria consciência, que lhe da a esperança de um
futuro melhor.
Aos olhos de
quem apenas vê o presente, certas pessoas parecem favorecidas pela fortuna sem
o merecer.
Porém, a
fortuna é uma prova, geralmente mais perigosa do que a miséria.
De
ordinário, os males da vida terrena estão relacionados diretamente com as
necessidades artificiais que criamos. Aquele que soubesse restringir os seus
desejos, e olhasse sem inveja os que estivessem acima dele, livrar-se-ia de
muitos desenganos nesta vida. O mais rico seria o que menos necessidades
tivesse.
Deus permite
que o mau prospere algumas vezes, mas a sua felicidade não é de causar inveja
porque a pagará com lagrimas amargas. “Quando um Justo é infeliz, isso
representa uma prova que lhe será levada em conta, se a suportar com coragem.”
O homem só é
verdadeiramente infeliz “quando sofre da falta do necessário à vida e à saúde
do corpo. Todavia, pode acontecer que essa privação seja de sua culpa. Então,
só tem que se queixar de si mesmo. Se for ocasionada por outrem, a
responsabilidade recairá sobre aquele que lhe houver dado causa”.
Muitos dos
males originam-se de não seguirmos a vocação que determina as nossas aptidões
naturais. “Muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza, desviam os
seus filhos da senda que a natureza lhes traçou, comprometendo-lhes a
felicidade. Por efeito desse desvio, responderão por eles.”
“Em
afastarem-se os homens da sua esfera intelectual reside indubitavelmente uma
das mais frequentes causas de decepção. A inaptidão para a carreira abraçada
constitui fonte inesgotável de reveses. Depois, o amor-próprio, sobrevindo a
tudo isso, impede que o que fracassou recorra a uma profissão mais humilde...
Se uma educação moral o houvesse colocado acima dos tolos preconceitos do
orgulho, jamais se teria deixado apanhar desprevenido.”
Há pessoas
em cujo derredor reina a fartura e, apesar disso, encontram-se baldos de todos
os recursos e tem diante de si apenas a perspectiva da morte. Todavia, ninguém
deve reter a ideia de se deixar matar de fome.
Achariam
“sempre meio de se alimentar, se o orgulho não se colocasse entre a necessidade
e o trabalho. Não há ofício desprezível; o seu estado não é o que desonra o
homem”.
“Com uma
organização social criteriosa e previdente ao homem, só por culpa sua pode
faltar o necessário”.
Porém, as
suas próprias faltas são frequentemente resultado do meio em que se acha
colocado. Quando praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça
e na solidariedade e ele próprio também será melhor.
Na
sociedade, geralmente, as classes sofredoras são mais numerosas que as chamadas
felizes. Mas, na verdade, nenhuma é perfeitamente feliz, pois, muitas vezes, há
ocultas pungentes aflições. As classes a que chamamos “sofredoras são mais
numerosas por ser a Terra lugar de expiação. Quando houver transformação em
morada do bem e de espíritos bons, o homem deixara de ser infeliz ai e ela será
para ele o paraíso terrestre”.
Diz-se que
no mundo, muito amiúde, a influência dos maus sobrepõe-se à dos bons, por
fraqueza destes. “Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos.
Quando estes o quiserem, preponderarão.”
Algumas
vezes os sofrimentos materiais independem da vontade do homem, que quase é o
próprio causador deles. Porém, mais do que estes, os sofrimentos morais são
gerados pelo orgulho ferido, pela ambição frustrada, pela ansiedade da avareza,
pela inveja, pelo ciúme e todas as paixões que são torturas da alma.
“De
ordinário, o homem só é infeliz pela importância que liga as coisas deste
mundo... Se se colocar fora do círculo acanhado da vida material, se elevar os
seus pensamentos para o infinito, que é seu destino, mesquinho e pueril lhe
parecerão as vicissitudes da humanidade, como o são as tristezas da criança que
se aflige pela perda de um brinquedo que resumia a sua felicidade suprema.”
“Como
civilizado, o homem raciocina sobre a sua infelicidade e a analisa. Por isso é
que esta o fere. Mas, também, é-lhe facultado raciocinar sobre os meios de
obter consolação e de os analisar. Essa consolação, ele a encontra no
sentimento cristão, que lhe dá a esperança de melhor futuro - o espiritismo
dá-lhe a certeza desse futuro.”
2. DECEPÇÕES, INGRATIDÃO E QUEBRA DE
AFEIÇÕES
“Para o
homem de coração, as decepções oriundas da ingratidão e da fragilidade dos
laços da amizade são também uma fonte de amargura.” Porém, devemos lastimar os
ingratos e os infiéis; serão muito mais infelizes. A ingratidão é filha do
egoísmo e o egoísta topará com corações insensíveis, como o seu próprio o foi.
O bem deve
ser praticado sem exigências; a ingratidão é uma prova à nossa perseverança no
exercício do bem.
Os ingratos
serão punidos na proporção exata do seu egoísmo. Por isso, o homem não deve
endurecer o seu coração e tomar-se insensível ao topar com a ingratidão. Ao
contrário, deve sentir-se feliz pelo bem que faz.
Às vezes, a
ingratidão lhe fere o coração, porém, não deve preferir a felicidade do egoísta
e tomar-se indiferente pela ingratidão que recebe: “saiba, pois, que os amigos
ingratos não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito deles. Assim
sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais tarde achará outros que saberão
compreendê-los melhor.” Os ingratos merecem ser lastimados, pois bem triste se
lhes apresentara o reverso da medalha.
“A natureza
deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe
é concedido na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe
ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos espíritos
perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta.”
3. UNIÕES ANTIPÁTICAS
Como podemos
observar acima, os espíritos simpáticos buscam-se reciprocamente e procuram
unir-se. Todavia, é muito frequente que entre os encarnados na Terra, a afeição
exista só de um lado e o mais sincero amor se veja colhido com indiferença e
até com repulsão. E, além disso, encontramos situações em que a mais viva afeição
de dois seres se transforma em antipatia e mesmo em ódio.
Estas
ocorrências, sob o ponto de vista da lei moral, constituem uma punição
passageira. Além disso, “quantos não são os que acreditam amar perdidamente
porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com a pessoa
amada, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material”.
“Não basta
uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas
qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim que
em muitas uniões que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas;
acabam, os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se
conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e temo amor, porque assente
na estima! Cumpre não esquecer de que é o espírito quem ama e não o corpo, de
sorte que, dissipada a ilusão material, o espírito vê a realidade.”
Há duas
espécies de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo, com frequência,
tomar-se uma pela outra.
Quando pura
e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que
muitas vezes os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde
que a ilusão se desfaça.
A falta de
simpatia entre seres destinados a viver juntos constitui igualmente fonte de
amargos dissabores que envenenam toda a existência. Todavia, essa é uma das
infelicidades de que os seres humanos, na maioria das vezes, são a causa
principal. Primeiramente pelo erro das leis. Deus não constrange ninguém a
permanecer junto dos que o desagradam. “Depois, nessas uniões, ordinariamente
buscais a satisfação do orgulho e da ambição, mais do que a ventura de uma
afeição mútua. Sofreis então as consequências dos vossos prejuízos.”
Nesse caso
há quase sempre uma vítima inocente, o que lhe constitui uma dura expiação.
“Mas, a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os que a tiverem
causado. Se a luz da verdade já lhe houver penetrado a alma, em sua fé no
futuro haurirá consolação. Todavia, a medida que os preconceitos se enfraquecerem,
as causas dessas desgraças íntimas também desaparecerão.”
4. PREOCUPAÇÃO COM A MORTE
“Para muitas
pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade.” Porém, falta-lhes
fundamento para semelhante temor. Isto provém da infância, quando procuram
persuadi-lo “de que há inferno e um paraíso e que mais certo é irem para o
inferno, visto que também lhes disseram que o que está na natureza constitui pecado
mortal para a alma! Sucede então que, tornadas adultas, essas pessoas, se algum
juízo tem, não podem admitir tal coisa e se fazem materialistas. São assim
levadas a crer que, além da vida presente, nada mais há.”
Quem tem fé
tem a certeza do futuro. Quem tem esperança conta com uma vida melhor. Quem tem
caridade sabe que não tem de temer o mundo para onde vai.
“O homem
carnal, mais preso a vida corpórea do que a vida espiritual tem na Terra, penas
e gozos materiais. A sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas
vicissitudes da vida, conserva-se numa ansiedade e uma tortura aparentemente
perpétuas. A morte o assusta porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar
no mundo todas as suas afeições e esperanças.”
“O homem
moral, que se colocou acima das necessidades fictícias criadas pelas paixões,
já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação
dos seus desejos dá-lhe ao espírito, calma e serenidade. Ditoso pelo bem que
faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma,
sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.”
5. DESGOSTO PELA VIDA, SUICÍDIO
O desgosto
da vida que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos nasce da
ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.
“Para aquele
que usa de suas faculdades, com fim útil e de acordo com as suas aptidões
naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele
lhe suporta as vicissitudes com tanta mais paciência e resignação, quanto obra
com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”
O homem não
tem o direito de dispor da sua vida; “só a Deus assiste esse direito. O
suicídio voluntário é uma transgressão desta lei.”
Nem sempre o
suicídio é voluntário. “O louco que se mata não sabe o que faz.”
O suicídio que
decorre do desgosto da vida é uma insensatez. O trabalho torna a existência
menos pesada.
Há os que se
suicidam para fugirem as misérias e as decepções deste mundo. São “pobres
espíritos que não tem a coragem de suportar as misérias da existência! Deus
ajuda os que sofrem e não os que carecem de energia e coragem. As tribulações
da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar,
porque serão recompensados! Ai, porém, daqueles que esperam a salvação do que,
na sua impiedade, chamam acaso ou fortuna! O acaso ou a fortuna, para me servir
da linguagem deles, podem, com efeito, favorecê-los por um momento, mas para
lhes fazer sentir mais tarde cruelmente a vacuidade dessas palavras.”
Os que hajam
conduzido o infeliz do desesperado até ao suicídio sofrerão as consequências de
tal proceder. “Ai deles! Responderão por um assassínio.”
Pode ser
considerado suicida aquele que, a braços com a maior penúria, se deixa morrer
de fome. Mas, os que lhe foram causa ou que teriam podido impedi-lo, são mais
culpados do que ele a quem a indulgencia espera.
Todavia, não
penseis que seja isto em absoluto, se lhe faltaram à firmeza e perseverança e
se não usou de toda a sua inteligência para sair do atoleiro. Ai dele,
sobretudo se o seu desespero nasce do orgulho. Há pessoas que preferem morrer
de fome a sacrificar o que clamam a sua posição social e se envergonhariam de
dever a existência ao trabalho das suas mãos. “Haverá mil vezes mais grandeza e
dignidade em lutar contra a adversidade, em afrontar a crítica de um mundo
fútil e egoísta que só tem boa vontade para com aqueles a quem nada falta.”
“É tão
reprovável como o que tem por causa o desespero o suicídio daquele que procura
escapar a vergonha de uma ação má.” Isto porque o suicídio não apaga a falta.
Ao contrário, em vez de uma, haverá duas. Quando se teve a coragem de praticar
o mal, é preciso ter-se a de lhe sofrer as consequências. “Deus, que julga,
pode conforme a causa, abrandar os rigores da sua justiça.”
Outra
loucura é o caso daquele que se mata, na esperança de chegar mais depressa a
uma vida melhor, pois, assim agindo, “retarda a sua entrada num mundo melhor e
terá que pedir para voltar, para concluir a vida a que pôs termo sob o influxo
de uma ideia falsa. Uma falta, seja qual for, jamais abre a alguém o santuário
dos eleitos.”
O sacrifício
da vida, quando aquele que o faz visa salvar a de outrem, ou ser útil aos seus
semelhantes; constitui uma atitude sublime, “conforme a intenção, e, em tal
caso, o sacrifício da vida não constitui suicídio. Mas Deus opõe-se a todo o
sacrifício inútil e não o pode ver de bom grado se tem o orgulho a manchá-lo.
Só o desinteresse torna meritório o sacrifício e, não raro, quem o faz guarda
oculto um pensamento que lhe diminui o valor aos olhos de Deus.”
O homem que
perece vitima de paixões que ele sabia lhe haviam de apressar o fim, porém a
que já não podia resistir, por havê-las o hábito mudado em verdadeiras
necessidades físicas, comete um suicídio moral. Nesse caso é duplamente
culpado. Há nele falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de
Deus.
“É sempre
culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe atribuiu a existência.” É
erro, portanto, alguém que vê diante de si um fim inevitável e horrível, querer
abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos e apressar voluntariamente a
sua morte. E quem poderá estar certo de que, mau grado as aparências, esse termo
tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no ultimo momento?
Mesmo no
caso em que a morte é inevitável e em que a vida só é encurtada alguns
instantes, “é sempre uma falta de resignação e de submissão a vontade do
criador.” A consequência de tal ato será “uma expiação proporcional, como
sempre, a gravidade da falta, de acordo com as circunstancias.”
Aqueles que
não podem conformar-se com a perda de pessoas que lhes eram caras e se matam na
esperança de juntar-se a elas, muito diverso do que esperam é o resultado que
colhem. “Em vez de se reunirem ao que era objeto da sua afeição, dele se
afastam por longo tempo, pois não é possível que Deus recompense um ato de covardia
e o insulto que lhe fazem com o duvidarem de sua previdência”.
Sofrerão,
com isso, aflições maiores do que as que pensavam abreviar e não terão a
satisfação que esperavam.
Com relação
ao estado do espírito, as consequências do suicídio são muito diversas. “Não há
penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o
produziram. Há, porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar: é o
desapontamento. Mas a sorte não é a mesma para todos; depende das
circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência
que será pior do que aquela cujo curso interromperam.”
“A
observação, realmente, mostra que os efeitos do suicídio não são idênticos.
Alguns há, porém, comuns a todos os casos de morte violenta e que são a consequência
brusca da vida. Há primeiro, a persistência mais prolongada e tenaz do laço que
une o espírito ao corpo, por estar quase sempre este laço na plenitude da sua forca
no momento em que é partido, ao passo que, no caso de morte natural, ele se
enfraquece gradualmente e muitas vezes se desfaz antes que a vida se haja
extinguido completamente. As consequências deste estado de coisas são o
prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se a ilusão em que, durante
mais ou menos tempo, o espírito se conserva de que ainda pertence ao número dos
vivos.”
“A afinidade
que permanece entre o espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie
de repercussão do estado do corpo no espírito, que, assim, a seu mau grado,
sente os efeitos da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de
angustias e de horror, estado esse que também pode durar pelo tempo que devia
durar a vida que sofre interrupção. Não é geral esse efeito; mas, em caso
algum, o suicida fica isento das consequências da sua falta de coragem e, cedo
ou tarde, expia, de um modo ou de outro, a culpa em que incorreu.”
“A religião,
a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da
natureza. Ao espiritismo estava reservado demonstrar, pelos exemplos dos que
sucumbiam, que o suicídio não e uma falta, somente por constituir infração a
uma lei moral, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica,
antes o contrário é o que se dá.”
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC,
Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 4°, cap. I, questões 920 a 957;
KARDEC,
Allan - O Livro dos Médiuns - questão 289;
KARDEC,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. IV item 19, Cap. V, itens 4,
6, 21 g, 23; cap. VI, item 2; cap. XIII, item 19; cap. XIV, item 9, Introdução,
item 4;
KARDEC,
Allan - O Céu e o Inferno – 1ª Parte, cap. II, nº 1 a 10; Cap. III, nº 15, 2ª
Parte, cap. V.
KARDEC,
Allan - A Gênese - cap. I, nº 42;
KARDEC,
Allan - Obras Póstumas;
KARDEC,
Allan - O Que é Espiritismo - cap. I;
Revista Espírita,
de novembro de 1858; de dezembro de 1858; de março de 1860; de dezembro de
1860; de fevereiro de 1861; de março de 1861 ; de fevereiro de 1865; de março
de 1865;
Bibliografia
Complementar:
EMMANUEL,
Francisco Cândido Xavier - Pensamento e Vida - item 15;
O Espírito
da Verdade - Diversos Espíritos - item 19;
Fonte da imagem: Internet Google.
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