LEI DE ADORAÇÃO
FINALIDADE DA ADORAÇÃO - ADORAÇÃO EXTERIOR -
VIDA CONTEMPLATIVA – POLITEÍSMO – SACRIFÍCIOS
FINALIDADE DA ADORAÇÃO
Adorar é
gostar muito, extremamente. Essa expressão é empregada para definir o culto a
divindade. Adorar a Deus é buscar a comunhão com Ele.
O ato de
adoração está contido na lei natural que rege a vida no universo e impulsiona o
processo evolutivo das criaturas, independente do grau de Cultura, pois em
todas as épocas, todos os povos praticaram, a seu modo, atos de adoração a um
Ente Supremo, o que demonstra ser a ideia de Deus inata e universal.
Com efeito,
jamais houve quem não reconhecesse intimamente sua fraqueza, e a consequente
necessidade de recorrer a alguém, todo poderoso, buscando Lhe o arrimo, o
conforto e a proteção, nos transes mais difíceis desta tão atribulada
existência terrena.
ADORAÇÃO EXTERIOR
Desde os
primórdios vemos alguns núcleos religiosos utilizando a idolatria como tradição
fundamental para manter viva a chama da fé.
Esse hábito
vinculou-se tão profundamente ao espírito popular que, mesmo o Espiritismo
trazendo o conhecimento da fé raciocinada, às vezes encontramos quem substitua
ídolos inertes por companheiros de carne e osso.
A Adoração
não precisa de manifestações exteriores, pois o que importa é a sinceridade de
sentimentos e sua intenção. No entanto, existem aqueles que têm necessidade de
imagens, roupas especiais, ritos e gestos para concretizar a adoração.
Tempos houve
em que cada família, cada tribo, cada cidade e cada raça tinham os seus deuses
particulares, em cujo louvor o fogo divino ardia constantemente nos altares dos
templos que lhes eram dedicados.
Em sua imensa
ignorância, os homens sempre imaginaram que, tal qual os chefes tribais ou os
reis e imperadores que os dominavam aqui na Terra, também os deuses fossem
sensíveis as manifestações do culto exterior.
O monoteísmo
depois de muito tempo impôs se ao politeísmo, e seria de crer-se que, com esse
progresso, compreendendo que o Deus adorado por todas as religiões é um só, os
homens passassem, pelo menos, a respeitar-se mutuamente, mas, não foi, porém, o
que sucedeu. Os próprios cristãos, séculos pós séculos, contrastando com os
ensinos de Jesus, empolgados pelo fanatismo, não hesitaram em trucidar milhares
de irmãos que cultuavam Deus de forma diferente.
É necessário
compreendermos a impropriedade da adoração exterior de qualquer natureza,
fugindo, entretanto da violência, no culto do respeito diante das convicções
alheias, de modo a servirmos na libertação mental dos outros pelo bom exemplo.
O tempo e a
energia desperdiçados, outrora, a frente de ídolos mortos, devem ser aplicados
na edificação do bem desinteressado, de maneira a substancializarmos o ideal
religioso, no progresso e na educação, antegozando as realidades da vida
Gloriosa.
VIDA CONTEMPLATIVA
A vida
contemplativa é inoperante e, portanto sem mérito perante Deus.
Muitas vezes
tal opção significa fuga ante as situações sociais, tais como desilusão,
fanatismo, fraquezas, dificuldades.
A renúncia
ao convívio social, familiar ou a união afetiva só tem mérito se for para
servir ao próximo, pois é na convivência diária com seu semelhante, no difícil
exercício do amor e do perdão, que se evolui e se expressa a verdadeira
adoração a Deus.
Jesus, nosso
modelo a ser seguido, orava, porém, muito trabalhou para o reerguimento dos
necessitados do corpo e da alma. A fé sem obras é morta.
Para fazer o
bem, é sempre necessário a ação da vontade, mas para não fazer o mal bastam
frequentemente a inércia e a negligência (ESE cap.XV item 10).
A Doutrina
Espírita é objetiva: sempre que o “móvel” da atitude for o egoísmo, nada terá
valor.
POLITEÍSMO
O politeísmo
foi uma das crenças mais antigas espalhadas pelo mundo, em razão do atraso
moral e intelectual da humanidade (era atribuído nome de Deus a tudo o que não
se podia explicar como sol, chuva, raios, agricultura, etc.)
A palavra
Deus tinha entre os antigos uma acepção muito extensa; não era como em nossos
dias uma designação do Senhor da Natureza, mas uma qualificação genérica de
todos os seres não pertencentes às condições humanas.
A concepção
de um Deus único não poderia existir no homem senão como resultado da aquisição
gradual de conhecimento. Porém, em todos os tempos houve homens esclarecidos,
que compreenderam a existência de um Deus único.
O
Cristianismo, vindo aclarar o mundo com a sua luz divina, fez com que a
adoração voltasse para Aquele a que realmente pertence.
SACRIFÍCIOS
Estudando a
história das religiões, verifica-se que o oferecimento de sacrifícios a
Divindade remonta a um passado que perde-se na noite das idades.
As
oferendas, que a principio eram de frutos da terra, passaram a constituir-se de
animais e mais tarde em sacrifícios humanos.
Devido seu
atraso moral, não conseguiam conceber a Divindade com os atributos da
perfeição, acreditando que o holocausto era mais valioso quanto mais importante
fosse a vitima (Ver III Livro de Reis, cap. 19 v.22 a 40) (Genesis cap. 22
imolação suspensa de Isaac).
O que nos
importa é saber que se naquele tempo os povos eram dominados por instintos
animais e por isso geralmente cruéis; ele foi desenvolvendo seu senso moral e
modificando a maneira de ver esses sacrifícios.
Deus jamais
exigiu sacrifícios. Ele não pode ser honrado com a destruição inútil de sua
própria criação (LE 669b), nem mesmo aceitar as macerações e as penitências que
certos religiosos impõem a si mesmos.
Usando a
razão e o bom senso, concluímos que para agradar a Deus melhor seria
transformar a homenagem em ajuda aos necessitados, em consolo para os que
sofrem, ou ainda em prece proferida com sinceridade e humildade.
O único
sacrifício abençoado por Deus é aquele que se faz por amor e em beneficio do
próximo, pois Deus abençoa sempre os que praticam o bem (LE 673).
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC,
Allan - O Livro dos Espíritos, Introdução - “O Problema Religioso”. Livro 2°,
Cap. IX, questão 537; Livro 3°, cap. II, - questões 647 a 673;
KARDEC, Allan - A Gênese - cap. I,
itens 7 a 9; cap. II, itens 5, 7, 17 a 19, 22; C311 XII, itens 43, cap. XIII,
item 18;
KARDEC,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. I, itens 1 a 5 e 9; cap. X,
item 7; cap. XV, itens 3, 6; 10 e 13; cap. XIX, itens 11 e 12; cap. XXIII,
itens 9 a 14;
KARDEC,
Allan - O Que é Espiritismo - cap. I; cap. II; questões 161 e 162;
Fonte da
imagem: Internet Google.
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