ESPIRITISMO E SEXUALIDADE
O Espírito é
criado simples e ignorante para evoluir através do próprio esforço e precisa
renascer para aprimorar-se e despertar para as emoções superiores, buscando a liberação
de suas tendências mais nobres. Assim modifica gradativamente a cultura e as
civilizações, num processo ainda penoso que se prolonga através dos milênios e
que culmina na conquista do amor em sua plenitude.
E para que
sintamos esse amor pleno, primeiro temos que saber exercer bem a nossa
sexualidade, o que tem sido, para muitos, verdadeiro entrave ao progresso
espiritual. Para uma melhor compreensão do assunto, faz-se necessária a
conceituação dos termos amor, sexo e sexualidade. O amor é o ponto de partida
de todas as aspirações humanas e seu ponto alto é o amor que Jesus ofereceu a
humanidade; o sexo, não sendo patrimônio da humanidade é benção Divina
decorrente do instinto sexual como força poderosa na busca dos valores íntimos
e que, muitas vezes, é erroneamente confundido com amor; a sexualidade é
definida pelas preferências e predisposições ou experiências sexuais de um ser,
que definem sua identidade e que determinam cada período de encarnação.
Em algumas
partes do mundo, a sexualidade ainda é considerada uma ameaça aos valores
morais e religiosos.
Quando
vivenciada de maneira exacerbada, aproxima mais intensamente o homem de sua
natureza animal, por ele valorizar mais as sensações do que o afeto verdadeiro.
Em O Livro
dos Espíritos, questão n° 100, que trata sobre a escala espírita, observa-se
que a terceira ordem, ou dos Espíritos imperfeitos, é caracterizada pela
natureza corrompida do ser; na segunda ordem ou dos Espíritos bons, há a
predominância da natureza espiritual sobre a material; e na primeira ordem, a
dos Espíritos puros, podemos dizer que o ser não busca mais a satisfação de
seus instintos sexuais, nem a banalização da necessidade fisiológica, mas sim a
exteriorização de sentimentos elevados e que o conduzem a felicidade.
O sexo, na
Criação Divina, é força atrativa e criadora, presente em todo o Universo e,
como tal, encontra-se em todos os estágios de evolução dos seres - é muito mais
que sensação, é energia que deve ser direcionada para o bem.
O Espírito
André Luiz nos diz: “o sexo reside na mente, a expressar-se no corpo
espiritual, e consequentemente, no corpo físico, por santuário criativo de
nosso amor perante a vida e, em razão disso, ninguém escarnecerá dele,
desarmonizando lhe as forças sem escarnecer e desarmonizar a si mesmo.”
Com isso
compreendemos que, enquanto não aprendermos a cultivar valores, emoções e
sentimentos elevados, acarretaremos desvios em nosso psiquismo, o que se
traduz, muitas vezes, em desequilíbrios geradores de muito sofrimento.
Geralmente,
a sociedade denomina o que é “normal” e “anormal”, e o ser é classificado
segundo a sua orientação sexual: heterossexual ou homossexual. A primeira
palavra, vem do vocábulo grego heteros, que significa “diferente” e refere-se à
atração sexual entre indivíduos de sexos opostos; a segunda, do termo grego
homos, = mesmo e sexus = sexo, e define-se por atração física, emocional e
estética entre seres do mesmo sexo.
No século
XIX, a homossexualidade foi definida como desvio sexual, tomando-se assim,
dentro da sexologia, uma forma degenerada de relacionamento. Em meados do
século XX a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua
lista de doenças mentais do Código Internacional de Doenças (CID). O fato
indica-nos que, ao longo da história, a sexualidade humana foi classificada
segundo os padrões culturais e sociais de cada época, em períodos que
intercalam a liberalidade ao recato e privações sexuais.
O Espírito
constrói sua identidade sexual de acordo com suas tendências e vivências, já o
sexo biológico é escolhido segundo sua necessidade de evolução. Na questão n°
202 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta aos Espíritos: “Quando
somos Espíritos, preferimos encarnar num corpo de homem ou de mulher?” E a
resposta é bem direta: “Isso pouco importa ao Espírito; depende das provas que
ele tiver de sofrer”.
O
Espiritismo derruba a antiga ideia de que os instintos e sensações do físico é
que geram o uso abusivo do sexo, quando esclarece que pertencem ao Espírito
imortal os vícios e tendências difíceis de vencer. “Há tendências viciosas que
são evidentemente inerentes ao Espírito, pois que se ligam mais ao moral do que
ao físico” (O Céu e o Inferno, Parte I, Cap. VII, A carne é fraca). Ou seja, o
Espírito é que é fraco e não é a carne, ou corpo físico, a responsável pelo mau
uso do sexo. “O Espírito é assim o artífice do seu próprio corpo que ele
modela, apropriando-o as suas necessidades e a manifestação das suas
tendências”.
A questão do
sexo deve ser trabalhada pelos pais na educação de seus filhos, formando
indivíduos responsáveis, responsabilidade essa que lhes evitará muitos
dissabores futuros, principalmente na adolescência, evitando uma gravidez
precoce.
Como diz-nos
o Espírito Emmanuel: “Sexo é espírito e vida, a serviço da felicidade e da
harmonia do Universo.
Conseguintemente,
reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse."
E
complementa o Espírito Joanna de Angelis: “O amor se expressa como sentimento
que se expande, irradiando harmonia e paz, terminando por gerar plenitude e
renovação íntima. Igualmente se manifesta através das necessidades de
intercambio afetivo, no qual os indivíduos se completam, permutando hormônios
que relaxam o corpo e dinamizam as fontes de inspiração da alma, impulsionando-a
para o progresso”.
FIXAÇÃO DO
APRENDIZADO:
l) O que é o
sexo para o Espírito?
2) Por que a
escolha do sexo biológico é importante para as provas que o Espírito deve
passar?
3) Como
devemos exercer nossa sexualidade? Como a energia criadora do sexo auxilia em
nossa evolução?
Fonte da imagem: Internet Google.
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