MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS
Manifestações Inteligentes - Manifestações
Físicas
Manifestações inteligentes:
Quando
revelam um pensamento. Toda a manifestação que comporte um sentido, não fora
senão um simples movimento ou ruído que acuse certa liberdade de ação, responde
a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente.
Ocorre em todos os graus. (R.E. de 1858 - Teorias das Manifestações Físicas).
Manifestações físicas:
São aquelas
que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como os ruídos, o movimento e o
deslocamento de objetos, Essas manifestações não comportam, muito frequentemente,
nenhum sentido direto; elas não têm por objetivo senão chamar a nossa atenção
sobre alguma coisa, e nos convencer da presença de uma força superior a do
homem. Umas são espontâneas, independentes da vontade humana, e outras podem
ser provocadas. (R.E. de 1858 - Diferentes Naturezas de Comunicações)
Manifestações físicas provocadas:
O conhecido
fato das chamadas “mesas girantes”, pertence a este tipo de manifestação. Esse
efeito se produz em qualquer outro objeto, mas sendo a mesa o mais empregado, o
nome de mesas girantes prevaleceu na designação desta espécie de fenômenos,
sendo o ponto de partida da Doutrina Espírita.
Para a
produção do fenômeno é necessário a participação de um ou mais médiuns, não
importando o sexo, o tipo de vestimenta, se estão com as mãos unidas ou não
(acreditava-se na ação de uma espécie de corrente elétrica, mas que a experiência
mostrou a sua inutilidade). É realmente necessário o recolhimento dos participantes,
o silêncio absoluto e, sobretudo a perseverança, quando a manifestação demora.
O tempo de espera depende da capacidade mediúnica dos participantes.
Temos assim
a seguinte questão: a que atribuir esse efeito? Pensou se inicialmente numa
possível ação de uma Corrente elétrica ou magnética ou pela de um fluído
qualquer. Esta solução teria prevalecido se outros fatos não viessem demonstrar
a sua insuficiência. Esses novos fatos consistem na prova de inteligência dada aos
fenômenos, e, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, tornou-se
evidente que mesmo admitindo-se a ação da eletricidade ou de qualquer outro
Fluido, havia a presença de outra causa.
O primeiro
efeito inteligente que se observou foi precisamente a desobediência às ordens
dadas. Sem mudar de lugar, a mesa se erguia sobre os pés que lhes eram
indicados. Depois ao abaixar-se, dava um determinado numero de pancadas para responder a uma pergunta. De outras vezes
sem o contato de ninguém a mesa passeava sozinha pelo aposento, avançando para
a direita ou à esquerda, para frente ou para trás e executando diversos
movimentos que os assistentes ordenavam.
Por meio de
pancadas obtinham-se efeitos ainda mais inteligentes, como a imitação do rufar
dos tambores, do ruído de uma serra, das batidas de um martelo, do ritmo de
diversas musicas etc. Observou-se que se havia uma inteligência oculta, ela
podia responder as perguntas, sim ou não segundo o numero de pancadas convencionado,
poderia ainda estabelecer-se um numero de pancadas correspondentes às letras do
alfabeto, para formação de palavras e frases. Repetido esses fenômenos por
milhares de pessoas em vários países, esses fatos não podiam deixar dúvidas
sobre a natureza inteligente das manifestações.
Desse meio
surgiram outros, e assim se chegou ao de comunicações escritas, que foram
obtidas inicialmente por meio de uma pequena e leve mesa a que se adaptava um
lápis, colocando-a sobre uma folha de papel, sendo substituídas por cestinhas,
caixas de papelão, e por fim de simples pranchetas. Descobriu-se mais tarde que
esses apetrechos poderiam ser dispensados, visto que a própria mão do médium,
impulsionada de maneira involuntária, escrevia sob a influência do Espírito,
sem o concurso da vontade ou do pensamento dele.
Vimos assim
que a sucessão dos fatos levaram a constatação da interferência, nesses
fenômenos, de inteligências ocultas, ou seja, dos Espíritos.
Como pode o
Espírito mover um corpo solido? O esclarecimento vem por intermédio do Espírito
São Luis, em “O Livro dos Médiuns”, Cap.IV item 74: “O Espírito pode mover um
corpo sólido, combinando uma por ação do fluido universal com o fluido que se
desprende do médium apropriado a esses efeitos”.
Quando uma
mesa se move, sem a intervenção de alguém, é porque o Espírito evocado tirou do
fluido universal o que anima essa mesa de uma vida artificial. Assim preparada,
o Espírito a atrai e a movimenta, sob a influência do seu próprio fluido,
emitido por sua vontade. Quando a massa que deseja mover é muito pesada para
ele, pede a ajuda de outros Espíritos da sua mesma condição. Por sua natureza
etérea, o Espírito não pode agir sobre a matéria grosseira sem intermediário,
ou seja, sem o liame que o liga a matéria. “Esse liame que chamais perispírito,
oferece a chave de todos os fenômenos espíritas materiais”. São os Espíritos
com maior densidade do perispírito que provocam esses fenômenos, pois os Espíritos
Superiores dispõem de um perispírito mais sutil e, quando necessitam provocar
esses fenômenos se utilizam daqueles que tem essa condição, assim como os
encarnados utilizam-se de carregadores para executar determinadas tarefas.
Qual a
necessidade do médium? É necessária a união do fluido animalizado do médium e
do fluido universal para dar vida ao objeto desejado, mas não se deve esquecer
que essa vida é apenas momentânea, extinguindo-se com a mesma ação, e muitas
vezes que a ação termine, quando a quantidade de fluido já não é mais
suficiente para animar tal objeto.
O Espírito
não poderia agir sozinho? O Espírito necessita do fluido animal do médium, e,
pode agir a revelia do médium subtraindo-lhe o fluido necessário, agindo como a
tirar de uma fonte o fluido animal que necessita.
O Espírito
pode ainda, para produzir o fenômeno, retirar o fluido animalizado de uma
pessoa distante. É necessário que Espírito queira, que tenha um objetivo, um
motivo para fazê-lo. É necessário que encontre ainda precisamente no lugar que
pretende agir uma pessoa apta a ajudá-lo, mesmo que apareça inesperadamente.
Mas apesar das circunstancias favoráveis, ele poderia ser impedido por uma
vontade superior que não lhe permitisse agir como quer. Pode também só lhe ser
permitido agir dentro de certos limites, nos casos em que essas manifestações
sejam consideradas úteis, seja para servirem como meio de convicção ou de
experiência para a pessoa que as suporta.
Manifestações físicas espontâneas:
Assim como o
Espírito envolvia a mesa dando-lhe uma vida artificial, pode também envolver
objetos que fará uso segundo seu objetivo e sua vontade (não havendo assim a
evocação). Temos como exemplo o caso do Espírito perturbado - o trapeiro da Rua
dos Noyers. Quando foi o Espírito evocado para os devidos esclarecimentos,
disse que foi uma criada que serviu de instrumento, e, que apenas procurava se
divertir atirando pedras. Relata que os objetos que atirava encontrava no pátio
e nos jardins vizinhos, envolvia-os no fluido da médium juntamente com o seu e
os atirava. Esclarece ainda que não criava os objetos, embora até pudesse
fazê-lo, o que seria muito mais difícil, mas diz ele: “em último caso a gente
mistura matérias e faz qualquer coisa”. (Revista Espírita 1858)
De todas as
manifestações espíritas, as mais simples e frequentes são os ruídos e as
pancadas. Antes de analisarmos essa manifestação é necessário que tenhamos a
certeza de que não operam causas naturais para sua produção tais como vento que
assobia ou sacode um objeto, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e
até mesmo brincadeiras de mau gosto. Os ruídos espirituais têm características
inconfundíveis com intensidade e timbre muito variados. São facilmente
reconhecíveis e não pode ser confundidos com os estalidos da madeira, o crepitar
do fogo ou o tique e taque de um relógio. São golpes secos, às vezes surdos, fracos
e leves. O meio mais eficaz de constatar é submetê-los a nossa vontade. Se eles
se fizerem ouvir do lado que indicarmos, se responderem ao nosso pensamento
dando o numero que pedimos, aumentando ou diminuindo sua intensidade, não
podemos negar a presença de uma causa inteligente. Mas a falta de resposta nem
sempre prova o contrario.
Importante
ressaltar que o medo frequentemente exagerou estes fatos dando uma conotação supersticiosa
e até mesmo ridícula sugerindo contos de fantasmas e casas assombradas. Mas o
meio mais seguro de prevenir os inconvenientes é dar a conhecer a verdade. As
coisas mais simples tomam-se assustadoras quando ignoramos as causas. Havendo
familiaridade com os Espíritos, e os que recebem suas comunicações, não mais acreditando
que se trata de demônios, o medo desaparecerá. Diz-nos o Livro dos Médiuns, no
Cap. V item 82, que essas manifestações espontâneas podem ocorrer entre pessoas
que nunca ouviram falar a respeito, e ocorrem quando elas menos podiam esperar.
Esse fato é importante, pois não são pessoas portadoras de uma imaginação
superexcitada pelas ideias espíritas, excluindo assim as suspeitas de
conivência.
Essas
manifestações ocorrem muitas vezes por Espíritos que querem apenas se divertir,
são Espíritos antes levianos do que maus. Riem dos sustos que pregam e do
trabalho que dão para descobrir a causado tumulto.
Muitas vezes
apegam-se a uma pessoa e se divertem a incomodá-la por toda a parte, outras se
apegam a um lugar por simples capricho, outras vezes querem chamar a atenção
para estabelecer uma comunicação transmitindo um aviso útil ou mesmo um pedido.
Pode ainda acontecer ser um caso de vingança.
Entre as
diferentes manifestações, uma das mais interessantes, é a do toque espontâneo
de instrumento de música. Os pianos e os acordeons parecem ser para esse
efeito, os instrumentos prediletos.
Para
entender esse fenômeno busquemos compreender que do mesmo modo que vemos um
corpo se nos apresentar solido, liquido ou gasoso, segundo seu grau de
condensação, de igual modo a matéria etérea do perispírito pode se apresentar
no estado sólido, vaporoso visível ou vaporoso invisível. Pode ocorrer nessa
matéria etérea, tal modificação, que o Espírito pode fazê-la sofrer uma espécie
de condensação (que não é exatamente o termo, mas o que mais se aproxima dele)
que a torna perceptível aos olhos do corpo. A condensação pode chegar ao ponto
de produzir a resistência e tangibilidade. A movimentarem os instrumentos, mãos
podem ser visualizadas e até tocadas. Essa formação não é senão temporária ou
acidental, por isso num dado momento pode nos escapar como uma sombra. Essa mão
pode nos cravar as unhas na carne, nos beliscar, nos arrancar o que esta em
nossos dedos, agarrar e transportar um objeto como nós mesmos o faríamos, pode
dar golpes, erguer e virar uma mesa, agitar uma campainha, puxar cortinas, até
mesmo dar uma bofetada. Perguntar-se-á, sem dúvida, como essa mão pode ter a
mesma força no estado vaporoso invisível quanto no estado tangível. E por que
não? Vemos o ar que tomba edifícios, o gás que lança um projétil, a
eletricidade que transmite sinais, o fluido do ímã que ergue as massas. Por que
a matéria etérea do perispírito seria menos possante?
Argumenta
Kardec na R.E. Maio 1858, teoria das manifestações físicas que é “uma nova
ordem de ideias, uma luz inteiramente nova”.
O fenômeno
de transporte: A palavra aporte também serve para designar esse tipo de
fenômeno. A tradição espírita incorporou o termo francês “apport” à língua
portuguesa, como aconteceu no inglês, para designar também essa forma especial
de transporte de objetos a recintos fechados. Este fenômeno só difere dos que tratamos
acima pela intenção benévola do Espírito que o produz, pela natureza dos
objetos quase sempre graciosos e pela maneira suave e quase sempre delicada
porque são transportados. Consiste no transporte espontâneo de objetos que não
existem no lugar da reunião. Trata-se geralmente de flores, algumas vezes de frutos,
de confeitos, de joias etc. Alerta Kardec que esse fenômeno é dos que mais se
prestam a imitação, e, portanto é necessário estar prevenido contra o embuste.
Esclarece-nos
Erasto, no L.M, Cap. V item “O fenômeno de transporte” que: esse fenômeno exige
sempre maior concentração, e ao mesmo tempo maior difusão de certos fluidos que
só podem ser obtidos com médiuns muito bem dotados. Assim como nas
manifestações físicas o Espírito combina seu próprio fluido com o fluido
animalizado do médium, e é nessa mistura que oculta e transporta o objeto.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. Livro dos Médiuns: cap. IV
e V
KARDEC, Allan. Revista
Espírita: maio e junho de 1858 (Teoria das Manifestações Físicas); agosto 1858
(O caso de Noyers)
Fonte da
imagem: Internet Google.
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