Atividade Missionária De Pedro - 2ª Parte
Os
apóstolos, em suas atividades missionárias, prosseguiam anunciando a Boa Nova.
Agiam não apenas na Casa do Caminho, mas suas ações estendiam-se por toda a
Palestina.
Em certa
feita, Filipe desceu a cidade de Samaria e começou a anunciar Jesus à
população. Então, ocorreu que muitos possessos foram libertados de seu jugo
obsessivo. Foram curados também inúmeros paralíticos, sendo grande a alegria na
cidade.
SIMÃO, O MAGO (At 8:4-25)
“Ora, vivia
há tempo, na cidade, um homem chamado Simão, qual, praticando a magia, excitava
a admiração do povo de Samaria e pretendia ser alguém importante. Todos, do
menor ao maior lhe davam atenção, dizendo: ‘Este homem é Poder de Deus, que se
chama o Grande’”.
Davam-lhe
atenção porque ele, por muito tempo os fascinara com suas artes mágicas.
Quando, porém, acreditaram em Filipe, que lhes anunciara a Boa Nova do Reino de
Deus e do nome de Jesus Cristo, homens e mulheres faziam se batizar.”
(At.8:9-12).
Simão, o
mago, como foi descrito acima, possuía alguns pendores mediúnicos e muitos lhe
davam ouvidos. Entretanto, após a pregação de Filipe, ele se tomou adepto da
nova doutrina.
Os apóstolos
que estavam em Jerusalém souberam que a Samaria acolhera a palavra de Deus e
para lá enviaram Pedro e João que, lá chegando, impunham as mãos nos
recém-convertidos, despertando-lhes a faculdade mediúnica.
Ora, Simão,
que já havia observado os prodígios operados por Filipe, não conhecia esse novo
dom, ficando, por isso, maravilhado e desejoso de possuí-lo. Como ele poderia
fazer para alcançar seu intento?
Simão
afagava a ideia de consultá-los a respeito de seus dons espirituais.
Considerava ele que não poderia haver maior tesouro para triunfar na vida. ..
Certamente, pensava em mercadejar nesse ministério.
Contudo, os
missionários de Jesus ganhavam apenas a Misericórdia de Deus, uma vez que não
seria lícito mercadejar com o que pertence ao Pai.
Provavelmente,
Simão estava convicto de que traziam com eles certos talismãs e se dispunha a
comprá-los por qualquer preço. Não seria crível que eles fizessem semelhantes
obras sem a contribuição de sortilégios - pensava. Mas, o Apóstolo somente
conhecia um “sortilégio” eficiente: o da fé em Deus com o sacrifício de si
mesmo.
Para Simão,
entretanto, a vida tinha suas necessidades urgentes. Era indispensável prever e
amealhar recursos. Ele estava disposto a entregar aos Apóstolos o seu dinheiro
em troca desse dom.
Pedro,
conhecedor do coração humano, contemplou Simão cheio de comiseração por sua
ignorância. Mas precisava adverti-lo com energia, para nos deixar o exemplo de
que a Divindade não se subordina, e nem se deve pagar com o dinheiro da Terra,
as coisas dos Céus.
“Pereça o
teu dinheiro, e tu com ele, porque julgaste poder comprar com dinheiro dom de
Deus! Não terás parte nem herança neste ministério, porque o teu coração não é
reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua maldade e ora ao Senhor;
para que te possa ser perdoado este pensamento do teu coração; pois eu te vejo
na amargura do fel e nos lagos da iniquidade.” (At 8:2-23).
Simão,
inteligente, compreendeu logo o que Pedro dissera, e lhe rogou, como a João,
para que nada lhe acontecesse por aquela sua ousadia, e pediu aos Apóstolos que
intercedessem por ele junto ao Senhor.
PEDRO EM LIDA E JOPE (At 9:32-43)
“Aconteceu
que Pedro, que se deslocava por toda parte, desceu também para junto dos santos
que moravam em Lida. Encontrou ali um homem chamado Enéias, que há oito anos
estava de cama: era paralitico. Pedro então lhe disse: ‘Enéias, Jesus Cristo te
cura! Levanta-te e arruma teu leito’. Ele imediatamente levantou-se”. (At
9:32-34).
“Ora, em
Jope havia uma discípula, chamada Tabita, em grego Dorcas, notável pelas boas
obras e esmolas que fazia. Aconteceu que naqueles dias caiu doente e morreu.
Como Lida está perto de Jope, os discípulos, sabendo que Pedro lá se
encontrava, enviaram-lhe dois homens com esse pedido: ‘Não te demores em vir
ter conosco.’
Pedro
atendeu e veio com eles. Pedro, mandando que todos saíssem, pôs-se de joelhos e
orou. Voltando-se então para o corpo, disse: ‘Tabita, Levanta-te!’ Ela abriu os
olhos e, vendo Pedro, sentou-se. Este, dando-lhe a mão, fê-La erguer-se.” (At
9:36-41).
Verificamos
em “Atos dos Apóstolos”, nos trechos transcritos, esses dois interessantes
casos de cura pelas mãos de Pedro.
Cairbar
Schutel, em sua obra “Vida e Atos dos Apóstolos”, destaca que uma das
principais características dos Apóstolos era a cura dos enfermos. Pedro possuía
esse dom e o exercia com muita frequência.
As curas
espirituais produziam grande contribuição para a conversão dos incrédulos. Não
era só o enfermo curado que se convertia, mas todos os que tinham conhecimento
do caso.
Dotado de
faculdades magnéticas e ainda auxiliado pelos Bons Espíritos, agindo em nome de
Jesus, Pedro fez inúmeras conversões, mais por meio das curas do que pelo uso
da palavra.
A cura é um
fato que toca logo o coração, ou o sentimento dos envolvidos. Enéias e Tabita,
tendo recebido os fluidos vitalizantes de que necessitavam, ergueram-se e
ficaram sãos.
Especialmente
em relação à Tabita, podemos observar que suas boas obras justificavam o
merecimento de receber as benesses dos Espíritos do Senhor.
Esses casos
de “ressurreição” não se deram, como se vê, só no tempo em que Jesus cumpria o
seu messianato, mas também no tempo dos discípulos. Em Tabita, como em outros
casos, não havia o desligamento completo do Espírito do corpo físico.
Pedro não se
contenta em pronunciar lindas palavras aos seus ouvidos, renovando-lhe as
forças gerais: dá-lhe as mãos para que se levante. O ensinamento é dos mais
simbólicos.
Observamos
muitos companheiros a se erguerem para o conhecimento, para a alegria e para a
virtude, banhados pela divina claridade do Mestre e que podem levantar milhares
de criaturas para a Esfera Superior. Para isso, não bastara à predicação pura e
simples. E imprescindível usar nossas próprias mãos na tarefa do Bem.
PEDRO E O CENTURIÃO ROMANO (At 10:1-43)
“Vivia em Cesaréia
um homem chamado Cornélio, centurião da corte itálica. Era piedoso e temente a
Deus, com toda a sua casa; dava muitas esmolas ao povo judeu e orava a Deus
constantemente. Ele viu claramente, em visão, cerca da hora nona do dia, o Anjo
do Senhor entrando em sua casa e chamando-o: ‘Cornélio!’ Fixando os olhos nele
e cheio de temor perguntou-Lhe: ‘Que há, Senhor? ’E o Anjo lhe disse: ‘Tuas
orações e tuas esmolas subiram até a presença de Deus e Ele se lembrou de ti.
Agora, pois, envia alguns homens a Jope e manda chamar Simão, cognominado
Pedro’”. (At 1:1-5).
Por onde
passava, o discípulo de Jesus ia deixando um rastro de luz e esperança. Mais do
que pelas palavras, deixava que as ações falassem por si, assim como o Mestre
havia feito.
O trabalho
prosseguia árduo, mas gratificante. Lentamente, através de muito esforço e
sacrifício, o Evangelho ia sendo levado e atraía cada vez mais adeptos. Pedro
sentia-se feliz. Amava sobremaneira o Mestre e cada vez que pregava ou curava
em nome de Jesus, era como se o visse ao seu lado, sorrindo ternamente,
encorajando-o a prosseguir. Cada desvalido que o procurava era uma nova
oportunidade de estar mais próximo do Mestre.
Eis que,
certo dia, em êxtase, teve uma visão:
“Viu céu
aberto e um objeto que descia semelhante a um grande lençol, baixado a terra
pelas quatro pontas. Dentro havia todos os quadrúpedes e répteis da terra, e
aves do céu. Uma voz lhe falou: ‘Levanta-te, Pedro, imola e come! ’ Pedro,
porém, replicou: De modo nenhum, Senhor, pois jamais comi coisa alguma profana
e impura!’ De novo pela Segunda vez, a voz Lhe falou: ‘Ao que Deus purificou,
não chames tu de profano'. Sucedeu isto por três vezes, e logo o objeto foi
recolhido ao céu.” (At 10:11-16).
Esta visão
preparou-o para o encontro a seguir. Cornélio, homem temente a Deus, já havia
sido inspirado a procurar Pedro. Era necessário que a divulgação do Evangelho
chegasse a outros povos não judeus - “os gentios” - como eram denominados. Era
necessário que as barreiras de etnia fossem suplantadas, ultrapassadas, para
que a Mensagem Divina chegasse a todos os corações. O apóstolo abnegado,
compreendendo a orientação espiritual, profere:
“Dou-me
conta, em verdade, que Deus não faz acepção de pessoas, mas que, em qualquer
nação, quem o teme e pratica a justiça, Lhe é agradável. Tal é a palavra que
ele enviou aos israelitas, dando-lhes a boa nova da paz por Jesus Cristo, que é
o Senhor de todos.” (At 10:34-36).
As barreiras
da intolerância começavam a ser rompidas. O missionário do Cristo prosseguiria
exemplificando a Boa Nova a todos que encontrava.
LIBERTAÇÃO DE PEDRO (At 12:1-19)
“Nessa mesma
ocasião o rei Herodes começou a tomar medidas visando a maltratar alguns
membros da Igreja. Assim, mandou matar à espada Tiago, irmão de João. E, vendo
que isso agrada aos judeus, mandou também prender Pedro. Mas, enquanto Pedro
era mantido na prisão, a Igreja fazia ardentemente oração a Deus, em favor dele”.
(At 12:1-5).
A vida dos
apóstolos foi cheia de sofrimentos de um lado e de triunfos de outro. As
perseguições, as calúnias, as injurias, as prisões cobriam sempre com desdouro
os discípulos de Jesus; mas, por outro lado, os Espíritos operavam, por seu
intermédio, maravilhas que lhes davam alegrias, felicidades íntimas e muita
gratidão a Deus.
Pedro, acompanhado
sempre pelo Plano Espiritual Superior, fazia prodígios, e maravilhas
operavam-se aos olhos de todos. O famoso pescador de Cafarnaum foi, de fato, um
dos grandes irmãos dos infelizes.
Como narrado
acima, Herodes lançou-o na prisão, onde foi guardado por quatro turnos de
quatro soldados, pois tinha a intenção de apresentá-lo ao povo depois da festa
da Páscoa. Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja orava a Deus,
continuamente, por ele.
Na noite
anterior a que Herodes o faria comparecer ante o tribunal, Pedro dormia entre
dois soldados, preso com duas correntes, enquanto guardas vigiavam a porta da
prisão. E eis que apareceu um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a cela. O anjo
tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes
caíram-lhe das mãos. O anjo continuou: “Cinge-te e calça as sandálias!” Pedro
obedeceu, e anjo lhe disse: “Envolve-te no manto e segue-me!” Pedro
acompanhou-o, sem saber se a intervenção do anjo era realidade; pensava que era
uma visão. Depois de passarem pela primeira e pela segundo guarda, chegaram ao
portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram,
caminharam por uma rua, e logo depois o anjo o deixou. Somente, então Pedro
caiu em si e disse:
“Agora sei
realmente que o Senhor enviou seu Anjo, livrando-me das mãos de Herodes e de
toda expectativa do povo judeu.” (At 12:11).
Tendo-se
orientado, foi à casa de Maria, a mãe de João Marcos. Lá estavam muitos
reunidos para orar. Bateu no portão de entrada e uma criada chamada Rosa foi
atender. Ela reconheceu a voz de Pedro, mas tamanha foi a sua alegria que, em
vez de abrir a porta, entrou correndo para contar que Pedro estava ali diante
da porta. “Estás louca!” disseram-lhe. Mas ela insistiu. Disseram então: “Então
é seu anjo”. E Pedro continuava a bater. Finalmente abriram a porta, viram que
era ele e ficaram atônitos. Com a mão, Pedro fez sinal para que ficassem
calados. Contou-lhes como o Senhor o fizera sair da prisão e acrescentou:
“Anunciai isto a Tiago e aos irmãos” e partiu dali para outro lugar.
Ao
amanhecer, houve grande confusão entre os soldados: que fim levou Pedro?
Herodes o mandou procurar, mas não conseguiu localizá-lo.
A
contribuição recebida por Pedro, no cárcere, representa lição para todos nos. Sob
cadeias pesadíssimas, o pescador de Cafarnaum vê se aproximar anjo do Senhor,
que o liberta, atravessa em sua companhia os primeiros perigos da prisão,
caminha ao lado do mensageiro, ao longo da rua; contudo, o emissário afasta-se,
deixando-o, novamente, entregue a própria liberdade, de maneira a não lhe
desvalorizar as iniciativas.
Os auxílios
do invisível são incontestáveis e jamais falham em suas múltiplas expressões,
no momento oportuno; mas é imprescindível não nos viciemos com essa espécie de
cooperação, aprendendo a caminhar sozinhos, usando a independência e a vontade
no que é justo e útil, convictos de que nos encontramos no mundo para aprender,
não nos sendo permitido reclamar dos instrutores a solução de problemas
necessários a nossa condição de alunos, dentro do livre arbítrio que nos é
concedido.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Comente a
importância de Pedro para o Cristianismo nascente.
Bibliografia:
- A Bíblia
de Jerusalém
- Xavier,
Francisco C. /Emmanuel - Pão Nosso.
- Xavier,
Francisco C. /Emmanuel - Fonte Viva.
- Xavier,
Francisco C. /Emmanuel - Caminho, Verdade e Vida.
- Xavier,
Francisco C. /Emmanuel - Paulo e Estevão.
- Franco,
Divaldo Pereira/Amélia Rodrigues - Pelos Caminhos de Jesus.
- Schutel,
Cairbar -Vida e Atos dos Apóstolos
Fonte da imagem:
Internet Google.
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