VISÃO GERAL DO LIVRO DOS ESPÍRITOS
Trata a
conclusão de O Livro dos Espíritos, muito e enfaticamente, dos adversários do
Espiritismo, iniciando como apelo e a súplica a todos que se puderem considerar
“adversários de boa fé”: que se deem ao trabalho de estudar o que criticam
mesmo porque em boa lógica, a crítica somente comporta algum valor, quando quem
a expõe conhece o assunto.
Se o
Espiritismo devesse crédito ao cérebro humano, como obra desse, talvez fosse
menos combatido e merecido as honras do exame daqueles que pretendem opinar-lhe
respeito, por parte dos que o criticam.
Muitos dos
adversários do Espiritismo são exatamente os materialistas, já que é gritante o
antagonismo entre ambos: Espiritismo e Materialismo. Os materialistas sequer
aceitam assim ser chamados visto que apontados pelas próprias consciências
demonstram-se fracos, ao que largam mão então da ciência, da razão e, até mesmo
da Religião.
Almejam o
maravilhoso e o sobrenatural que não aceitam como no que diz respeito aos
milagres e as comunicações com o “além”; esquecendo-se que todos os autores
sagrados comprovam esses fatos. Vê-se daí que a rejeição ao maravilhoso como
são os milagres ao sobrenatural como exemplificam tais comunicações, estão
esses adversários a rejeitar as próprias bases da Religião.
O
Espiritismo prova esses fenômenos que são em verdade naturais aos nossos olhos.
Sobrenaturais são os fenômenos científicos que em outras épocas pareciam
maravilhosos.
Os fenômenos
espíritas são consequências das leis gerais que revelam-nos as forças ainda
incompreendidas por agora, mas que estão no prelo da observação.
“Se a vossa
ciência, que nos ensinou tantas coisas, não vos revelou que o domínio da
natureza é infinito; sois apenas meio sábios” (LE Conclusão, item II). A
incredulidade provoca o relaxamento dos laços familiares e a maioria das
desordens que minam a sociedade. O Espiritismo reaviva a fé no futuro por crer
na imortalidade do Espírito, fazendo suportar com resignação as vicissitudes da
vida; assim consola e descortina o futuro.
Podem os
críticos fazer a apologia da fraternidade e do progresso, mas a primeira supõe
o desinteresse e a própria abnegação que não condiz com o orgulho que barra
essa fraternidade. O Progresso deve advir da lei de justiça, amor e caridade,
da qual advêm todas as demais a que esta condicionada à felicidade humana. Em
sendo essa lei melhor compreendida e praticada, os povos melhoram sua condição
como esta para ocorrer neste terceiro milênio.
A sociedade
vai se destituindo de velhos preconceitos e faz o progresso ter por objetivo a
busca e aumento da felicidade.
Na verdade,
os que combatem o Espiritismo estão a proclamar a sua força, porque possui
fundamento lógico.
Com ele a
Humanidade entra na fase do progresso moral. As ideias espíritas se propagam
com rapidez e satisfazem os que nelas se aprofundam.
O
desenvolvimento dessas ideias apresenta três períodos diferentes:
1) Da curiosidade:
provocada pelos fenômenos - já passou
2) Do
raciocínio e da Filosofias - já começou. A filosofia explica pelo raciocínio o
que interessa ao homem no mais alto grau, quanto ao seu futuro (a calma, a
segurança e a confiança que livra o tormento da incerteza) deixando a matéria
em segundo plano.
3) Da
aplicação e das consequências: seguirá naturalmente, pois o progresso esta
ligado a compreensão da sua essência. Ai está à causa da propagação da Doutrina
Espírita.
O
Espiritismo é forte porque se apoia nas próprias bases da Religião (Deus, alma,
penas e recompensas).
A forca do
Espiritismo não decorre das manifestações, mas da filosofia, no apelo que faz a
razão e ao bom senso.
Os preceitos
espíritas são contemporâneos à criação humana e encontra-se em todas as
religiões, mais ainda no catolicismo, onde se encontram os princípios das
manifestações relações com Espíritos, anjos guardiões, reencarnação, dupla
vista, visões, aparições tangíveis, etc. A moderna ciência espírita cancela a
superstição e a ignorância, deixando somente o que é real.
As ideias
espíritas surgem concomitantemente com os abusos nascidos do orgulho e do
egoísmo e só terá por adversários os interessados na manutenção desse mal.
Essas ideias já tem tornado os homens melhores, menos ávidos dos interesses
materiais e mais resignados ante os decretos de Deus.
O
Espiritismo se apresenta sob três aspectos:
1)
Manifestações
2)
Princípios da Filosofia e Moral
3) Aplicação
deste princípios
Quantos aos
Adeptos:
1) Os que creem
nas manifestações e se limitam a constatá-las, com se fosse uma ciência de
experimentação.
2) Os que
compreendem as suas consequências morais.
3) Os que
praticam ou se esforçam por praticar essa moral.
Quando aos
adversários:
1) Os que
negam a tudo e nada admitem fora do testemunho dos sentidos: estes não querem
se aprofundar por medo de terem de convir que não tem razão, são os incrédulos
de posição fixada. São orgulhosos e presunçosos.
2) Os que
mesmo sabendo o que devem pensar, combatem as ideias espíritas por interesse
pessoais, ou seja, acreditam que o Espiritismo existe, mas temem suas consequências
para consigo mesmo e o atacam como um inimigo. São dotados da ambição.
3) Os que
encontram na moral espírita uma censura demasiado severa para os seus atos ou
tendências, não o rejeitando nem o aprovando, mas fechando os olhos. São
egoístas.
Entre os que
compreendem o Espiritismo filosófico, enxergando além de fenômenos curiosos ha
três efeitos:
1)
Desenvolvimento do sentimento religioso até indiferentes as coisas espirituais
(aceitação da morte inevitável como algo antes feliz do que terrível, ciente do
que sobrevém ao depois).
2)
Resignação em face das vicissitudes da vida (o homem não se perturba diante das
tribulações, tem coragem na aflições, moderação nos desejos, afastamento do
pensamento suicida, etc.).
3) Desperta
a indulgência para os defeitos alheios, porém o mais potente dos sinais do
progresso é a abnegação de si mesmo (no que concerne ao dinheiro a ao supérfluo
cujo desprendimento é muito difícil ainda).
O
Espiritismo não encera moral diversa da de Jesus e por consequência Ele também
assim não o fazia com a contida na Lei de Deus revelado a Moises. Não se pode
negar a utilidade da moral espírita denominada caridade universal.
Os Espíritos
veem somente confirmá-la e mostrar sua utilidade prática, tomando inteligíveis
a patentes as verdades que haviam sido ensinadas de forma alegórica, “portanto
não se deve usar do mesmo raciocínio do califa Omar sobre a Biblioteca de
Alexandria” (LE, item da Conclusão).
O
Espiritismo matando o materialismo através dos fatos, comprovadas as
comunicações com o “além”, fazendo compreender a vida futura iniciando os
homens nos princípios das penas e dos gozos que os esperam Segundo seus
méritos, faz a humanidade se curvar diante da evidência e mostra os inevitáveis
efeitos do mal e, por conseguinte, a necessidade do bem.
Os Espíritos
ensinam a não nos inquietarmos com os adversários, as divergências de opiniões,
os contraditórios, pois que já fez unidade (unanimidade) sobre a maioria das
questões.
Devemos
saber distinguir os Espíritos pela linguagem, pelo conjunto do que dizem, pelo
encadeamento lógico das ideias e, se nada denunciar ignorância, orgulho ou
malevolência, este poderá revelar sua superioridade.
Assim
estamos aprendendo a distinguir o erro da verdade e nos adiantar pela
experiência. As dissidências são mais de forma que o definido.
Assim, o
alvo final: fazer o bem, pouco importando a rota desde que conduza ao alvo,
razão e moderação, triunfam sobre a inveja e o ciúme dos que são contraditórios
as ideias citadas.
Sob que
influência espiritual estão então as diversas seitas que se repartem o mundo?
Diz Santos
Agostinho que basta verificar suas obras e seus princípios, pois os bons Espíritos
não instigam o mal, não aconselham a violência, não excitam o ódio, a sede de
riquezas e poder e muito menos dos bens terrenos.
Somente os
bons para com todos são preferidos de Jesus por seguirem a rota indicada para
levar ao Pai.
Não devemos
nos inquietar com a oposição, pois tudo o que fazem contra, se tornará
favorável e os maiores adversários servirão a causa sem o querer, pois contra a
vontade de Deus, a má vontade dos homens não pode prevalecer.
COM JESUS E POR JESUS
Na
introdução de “O Livro dos Espíritos”, recolhemos de Allan Kardec esta
afirmação expressiva: “As comunicações entre o mundo espiritual e o mundo
corpóreo estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural,
tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas
as épocas. Hoje se generalizaram e tomaram patentes a todos”.
No item VIII
das páginas de conclusão do mesmo livro, o Codificador assevera com segurança: “Jesus
veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por que, tendo-o enviado
para fazer lembrar sua lei que estava esquecida, não havia Deus de enviar hoje
os Espíritos, a fim de a lembrarem novamente aos homens, e com maior precisão,
quando eles a olvidam para tudo sacrificar ao orgulho e a cobiça?”
E sabemos
que, de permeio, o grande livro que lançou os fundamentos do Espiritismo trata,
dentre valiosos assuntos, das leis de adoração, trabalho, sociedade, progresso,
igualdade, liberdade, justiça, amor, caridade e perfeição moral, bem como das
esperanças e das consolações.
Reportamo-nos
a tais referências para recordar que o fenômeno espírita sempre esteve presente
no mundo, em todos os lances evolutivos da Humanidade, e que Allan Kardec,
desde o inicio do ministério a que se consagrou, imprimiu a sua obra o carisma
religioso de que não podia ela ausentar-se, tendo até acentuado que o
Espiritismo é forte porque assenta sobre os fundamentos mesmos da Religião:
Deus, a alma, as penas e as recompensas futuras.
Aceitamos,
perfeitamente, as bases cientificas e filosóficas em que repousa a Doutrina
Espírita, as quais nos ensejam adquirir a “fé raciocinada capaz de encarar a
razão face a face”, contudo, sobre semelhantes alicerces, vemo-la, ainda e
sempre, em sua condição de Cristianismo restaurado, aperfeiçoando almas e renovando
a vida na Terra, para a vitória do Infinito Bem, sob a égide do Cristo, nosso
Divino Mestre e Senhor.
O apostolo
da Codificação não desconhecia o elevado mandato relativamente aos princípios
que compilava, e, por isso mesmo, desde á primeira hora, preocupou-se com os
impositivos morais de que a Nova Revelação se reveste, tendo salientado que as consequências
do Espiritismo se resumem em melhorar o homem e, por conseguinte, tomá-lo menos
infeliz, pela prática da mais pura moral evangélica.
Sabemos que
a retorta não sublima o caráter e que a discussão filosófica nada tem que ver
com caridade e justiça. Com todo o nosso respeito, pois, pela filosofia que
indaga e pela ciência que esclarece, reconheceremos sempre no Espiritismo o
Evangelho do Senhor, redivivo e atuante, para instalar com Jesus a Religião
Cósmica do Amor Universal e da Divina Sabedoria sobre a Terra.
Espíritos
desencarnados aos milhões e em todos os graus de inteligência enxameiam o
mundo, requisitando, tanto quanto os encarnados, o concurso da educação.
Por isso,
não podemos acompanhar os que fazem de nossa Redentora Doutrina mera tribuna
discutidora ou simples caçada a demonstrações de sobrevivência, apenas para a
realização de torneios literários ou para longos cavacos de gabinete e anedotas
de salão, sem qualquer consequência espiritual para o caminho que lhes é próprio.
Estudemos,
assim, as lições do Divino Mestre e aprendamo-las na prática de cada dia.
A morte a
todos nos reunira para a compreensão da verdadeira vida... E, sabendo que a
justiça definir-nos-á segundo as nossas obras, abracemos a codificação
kardequiana, prosseguindo para a frente, com Jesus e por Jesus.
BIBLIOGRAFIA:
Kardec,
Allan, “O Livro dos Espíritos”, Conclusão
Emmanuel
(Espírito) “Fonte Viva”, Introdução, pelo Médium Francisco Cândido Xavier
Fonte da imagem: internet Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário