PRECURSORES DA EDUCAÇÃO ESPÍRITA E
EDUCADORES ESPÍRITAS
SÓCRATES (aprox. 469 a.C.- 399 a.C.)
Sócrates foi
nomeado pela Pitonisa do Oráculo de Delfos, o homem mais sábio da Grécia.
Vivendo num
Horizonte Civilizado, no qual o mediunismo oracular apontava a necessidade do
autoconhecimento, Sócrates resolveu questionar essa afirmação e procurou
investigar consultando os homens mais sábios tentando obter o conceito de suas
verdades. Os sofistas procuravam a verdade e percebiam que ela estava na
perfeição das ideias, longe do mundo material e mutante. Sócrates foi além e
percebeu, ao investigar a razão de ser considerado o mais sábio, que os homens
de saber nada sabiam como ele próprio. Voltou-se para o povo e aplicou o mesmo
método, a maiêutica que, através de perguntas, procurava extrair o conceito da
palavra, descobrir a essência: “era uma espécie de parto espiritual”.
Essa busca
pelo saber e pela virtude marcaram profundamente a trajetória de Sócrates. Seu
diálogo com o mundo espiritual, através de frequentes reflexões com seu
“gênio”, hoje entendido como um Espírito familiar e mais evoluído que o orienta
a partir do Horizonte Espiritual, eram constantes, não importando hora e local
para o intercambio mediúnico respeitado por seus alunos.
Assim como o
Mestre Jesus, suas aulas eram ao ar livre, extraindo de seus alunos as verdades
da alma, a individualidade formada em diversas reencarnações. Não tinha salário
e meios físicos para educar, usava o diálogo e nada deixou escrito e foi seu
aluno Platão quem apresentou e desenvolveu suas ideias sobre a imortalidade da
alma, do intercâmbio com os Espíritos, do mundo perfeito das ideias
representado no mito da caverna de Platão, hoje compreendido como a verdadeira
vida, a vida espiritual, resgatada da forma mais clara possível na codificação
da doutrina espírita por Allan Kardec.
A
intervenção de Sócrates na sociedade grega provocou reações. Indignados, seus
opositores encastelados no orgulho ferido da verdade nua e crua de suas
ignorâncias, reveladas pela fina ironia socrática, resolveram processar e
condenar Sócrates a beber o veneno libertador, sim libertador do mundo físico.
E o gênio grego submeteu-se a lei dos homens, sem revolta, consciente que era
imortal, que continuaria vivo.
COMÊNIUS (1592 -1670)
Jan Amos
Comênius (ou Komensky), checo, nasceu na Moravia, região da Europa central pertencente
ao reino da Boêmia. Seus pais eram cristãos e adeptos dos Irmãos Morávios, uma
facção surgida apos a morte de Jan Huss. Órfão aos 12 anos, somente com 16
iniciou seus estudos. Com forte desejo de saber, percebeu a falta de método da
escola, verdadeira câmara de tortura.
Convencido
que a educação era a base da sociedade perfeita, lutou por uma reforma do ensino.
Optou pela carreira eclesiástica, tomando-se o mais eminente representante dos Irmãos
Morávios, chegando ao posto de bispo no final de sua vida. Na faculdade de
teologia encontrou o meio adequado de desenvolver seus estudos sobre educação,
entre os protestantes. Esteve em contato com o pensamento progressista de Bacon
e com ideias pedagógicas de Ratke. Na Moravia dedicou-se ao magistério, empenhou-se
em tomar agradável o ensino, recorreu à pedagogia sensorial, à atividade
constante e ao exercício lúdico. Evitou o autoritarismo e só ensinou o que
tinha efetiva aplicação. Aboliu os castigos corporais, dedicou-se paternalmente
a seus alunos, concluindo que na arte de ensinar nada se consegue se não imitar
a natureza.
Participou
ativamente da vida política, acabou exilando-se durante a guerra dos trinta
anos e no esconderijo produziu vários textos, sendo o mais importante “O
Labirinto do Mundo e o Paraíso do Coração”, um clássico que sugeria a
experiência mística; o encontro com o divino através do recolhimento interior.
Asilou-se na
Polônia. Concluiu sua obra pedagógica “Didática Checa” e o “Guia da Escola
Materna”, valorizando o papel das mães e amas no processo pedagógico. Com
“Porta aberta das Línguas”, em 1631, projetou-se no cenário internacional como
pedagogo. Iniciador da pedagogia moderna, defendeu a educação para todos, homens
e mulheres, pobres e ricos, normais ou deficientes, a aprendizagem global,
partindo do interesse e da observação. Sugeriu que as escolas deveriam ensinar
mais arte. Ensinar tudo com poucas palavras: o aluno não é mero espectador e
sim participante ativo. Publicou suas ideias e praticas pedagógicas na
“Didactica Magna”.
Ciência e religião
uniram-se em Comênius, à “ciência universal”. Editou uma enciclopédia infantil
onde procurava ensinar tudo por meio de gravuras.
No final de
sua vida procurou reformar a humanidade e publicou uma série de documentos para
esse fim, entre eles “Pampaedia”, reservada para a promoção da iluminação
geral, a educação permanente, inclusive na idade adulta. Comênius queria que o
planeta fosse uma grande escola para que as pessoas estudassem da infância até a
morte, a fim de desenvolverem suas potencialidades com vistas à eternidade. Em
1670 adoeceu gravemente e desencarnou em 15 de Novembro. Foi um grande e
inovador educador, CRIADOR DE UMA NOVA DIDÁTICA.
JEAN JACQUES ROUSSEAU (1712 - 1778)
Jean Jacques
Rousseau nasceu em Genebra, na Suíça, em 28 de junho de 1712, filho de Isaac
Rousseau, relojoeiro de profissão. Sua mãe, Suzanne Bernard, filha de um
pastor, faleceu poucos dias depois de seu nascimento. Acredita-se que o
falecimento de sua progenitora em consequência do seu parto tenha marcado
Rousseau desde criança.
Seu pai
sempre dependeu do que ganhava para o sustento de seus 16 filhos. Rousseau não teve
uma educação regular, a não ser por curtos períodos, não tendo frequentado universidade
alguma. Lia para seu pai os livros deixados por sua mãe e pelo seu avô materno,
enquanto ele trabalhava em casa nos misteres de relojoeiro. No ano de 1722 seu
pai é obrigado a deixar Genebra, por um desentendimento com um cidadão de certa
influência, para não ser preso injustamente.
Após o
ocorrido seu tio logo envia Rousseau junto com seu primo, para serem educados
no campo, na residência de um pastor protestante, em Bossey, lugarejo próximo a
Genebra, onde ambos estudaram latim e outras disciplinas. Chegou em Paris no
outono europeu de 1741, valendo-se de cartas de apresentação. Encontra alunos de
música, conseguindo rendimentos para sobreviver. De relacionamentos em
relacionamentos chega a Academia, onde expõe seu sistema de notações musicais,
mas os membros da Academia não aprovam o seu trabalho. Tomou-se amigo de Denis
Diderot, jovem filosofo que exerceria profunda influência sobre Rousseau.
Foi um dos
mais respeitados pensadores europeus no séc. XVIII. Sua obra inspirou reformas
políticas e educacionais. Fez parte do movimento do ILUMINISMO.
Em sua obra
Émile, que é um tratado de educação, ele apresenta o cidadão ideal, os meios de
treinar a criança para o Estado, de acordo com a natureza, inclusive
valorizando o sentido de Deus. Seus pressupostos básicos educacionais eram a
crença na bondade natural do homem e a atribuição a civilização da
responsabilidade pela origem do mal. Ou seja, “A EDUCAÇÃO DO HOMEM COMEÇA NO
SEU NASCIMENTO, ANTES DE FALAR, ANTES DE ESCUTAR ELA JÁ SE INSTRUI”. Por sinal
manifesta na liberdade natural, ou seja, pelo instinto positivo no ser infantil,
que ainda não atualizou sua racionalidade e por essa razão está mais próximo da
origem divina.
Rousseau
trouxe o marco inicial de uma reforma da Educação no Ocidente.
Os objetivos
da educação para Rousseau possuem dois aspectos: o desenvolvimento das
potencialidades naturais da criança e o seu afastamento dos males sociais.
Publicou o livro CONTRATO SOCIAL, um importante trabalho de filosofia política.
Faleceu em Ermenonville, nordeste de Paris-França, em 2 de julho de 1778.
PESTALOZZI (1746 - 1827)
Em 12 de
Janeiro de 1746 nasceu em Zurique Johann Heinrich Pestalozzi. Aos 5 anos morreu
seu pai, passando sua mãe e a governanta da casa a ter um papel fundamental no desenvolvimento
de seus sentimentos amorosos para como próximo.
Na
universidade estudou filosofia e linguística, e politicamente tomou-se membro
da Sociedade Helvética com propostas de reformas sociais. Com profundo
sentimento de amor ao próximo, revelou sua preocupação com os pobres e
oprimidos. Após seu casamento resolveu trabalhar no campo, na fazenda Neuhof,
palco de seus primeiros ensaios na educação transformando a fazenda num
instituto para os pobres, unindo trabalho e educação.
Com a
falência do instituto tomou-se escritor revelando suas preocupações sociais,
criticou a religião formal, afirmando a necessidade de despertar a
religiosidade e o processo de autoconstrução do ser moral, “obra autônoma do
próprio individuo”
Em 1789, as ideias
da Sociedade Helvética transformaram-se na revolução Suíça com apoio da França.
A vitória deixou um rastro de sofrimento, muitas crianças perderam seus pais e
na cidade de Stans, Pestalozzi resolveu ajudar os órfãos da guerra e as
crianças exploradas e maltratadas pelos próprios pais, abdicando dos cargos burocráticos
do grupo vencedor. Criou o Instituto de Stans, assumiu praticamente sozinho a
educação de quase 80 crianças pobres e abandonadas, com doenças e
comportamentos difíceis no contexto social da época.
Tornou-se o
“mestre-escola” e nessa loucura social começa a desenvolver seu método a partir
da prática, da observação. Toma como base a educação moral. “Pestalozzi se
mostra por inteiro, extravasa todos seus sentimentos, começa a dar forma a
todas as suas intuições”.
Em Junho de
1799, o Instituto de Stans foi dissolvido para dar alojamento para as tropas
francesas, contra a vontade de Pestalozzi, confiante na fatalidade da perfeição
presente em cada filho do Deus justo e perfeito. Sua experiência em Stans
reafirmou o conceito de divindade interior que deveria ser despertada pela
educação integral, na atitude materna e cristã para com seus alunos, na percepção
e no exercício moral, e na linguagem e na verbalização dessa moral: o amor
pedagógico, enfatizado através da trilogia, cabeça, mão e coração visando o desenvolvimento
harmônico e integral de todas as potencialidades do ser, “principio do
equilíbrio das potencialidades”.
Esse
equilíbrio somente seria conseguido com o fio condutor do amor, único acesso
possível a divindade interior do ser. Em outras palavras a Educação deve ser
orgânica, intelectual e moral, isto é, educar o coração pelo amor, a cabeça
pela razão e as mãos pela prática do Bem.
“Depende de
uma espécie de clima espiritual positivo, manifestado em forma de benevolência,
entusiasmo e compreensão, que, circundando a criança, faça vir à tona
sentimentos de reciprocidade”
Em 1799
abriu seu instituto de ensino no Castelo de Burgdorf, uma escola e seminário de
professores, fechado em 1804 e reaberto em Yverdon (ou Yverdun). Até 1825 viu
coroar-se de êxito os seus métodos revolucionários.
O regime no
Castelo Yverdon é de internato para crianças suiças e estrangeiras, entre elas
o menino Francês Rivail. Em 1815, com 11 anos, Hippolyte Léon Denizard Rivail,
acompanhado de sua mãe, é internado para formar-se na arte do ensino. Em 1825,
Pestalozzi renuncia ao Instituto e adoece. Morre em 17 de Fevereiro de 1827.
DENIZARD RIVAIL (ALLAN KARDEC) (1804 -
1869)
Hippolyte
Léon Denizard Rivail nasceu em 3 de Outubro de 1804, em Lyon, França. O futuro
codificador do espiritismo (sob pseudônimo de Allan Kardec) a partir dos 11
anos frequentou o famoso Instituto de Educação Pestalozzi em Yverdon (Suiça).
Rivail tinha um alto espírito de observação, cativou a simpatia e admiração do
velho professor e tomou-se seu colaborador.
Com 14 anos
Rivail abriu cursos para ensinar o que aprendia, nos momentos de descanso, desdobrando
a lição de fraternidade, de amor ao próximo, exemplificados por Pestalozzi.
Em Paris,
Rivail criou o primeiro instituto no gênero de Yverdon.
Em 1824
publicou seu primeiro livro, com 19 anos, dedicado ao método de Pestalozzi, e o
ensino da aritmética, obra de cunho pedagógico com recomendações aos educadores
e mães, porque considerou serem elas as primeiras mestras de seus filhos, uma
importante diretriz de Pestalozzi.
Rivail
lecionava e escrevia sobre educação, e com suas obras tomou-se uma figura
popular, querida e elogiada.
Em 1828
publicou o “Plano para a melhoria da educação pública”, em 1831 a “Gramática
Francesa Clássica”, além de colaborações e artigos em jornais e revistas.
Em 1835 seu
“Instituto Técnico” foi encerrado e numa sucessão de acidentes financeiros foi
obrigado a procurar emprego como contabilista, reservando as horas de descanso
na organização de novos trabalhos pedagógicos, traduções e preparação de cursos
além de aulas gratuitas de ciências na própria residência.
Para
facilitar a vida do estudante, inventou habilidoso método para ensinar e
contar, e um quadro mnemônico da historia da França. Produziu diversos livros
com intrínseco valor prático. O conceito do povo francês a seu respeito chegou
ao ponto de considerá-lo mestre da pedagogia moderna. Lecionou química,
matemática, astronomia, física, fisiologia, retórica, anatomia comparada e
francês.
A segunda
fase, marcante na vida de Rivail, iniciou na América, com as irmãs Fox, no
final da metade do século XIX, e logo a Europa começou a assistir o fenômeno
das mesas girantes. Rivail estudava o magnetismo desde 1823 e a principio
reservou o fenômeno aos mistérios dessa força magnética, mas quando percebeu as
mesas respondendo perguntas desconfiou haver aí uma nova lei e iniciou seus
estudos que culminaram na codificação espírita. Adotou o nome de Allan Kardec
para não influenciar sua reputação de educador.
Em “Obras
Póstumas” ao definir as diretrizes do Credo Espírita revelou o valor da
educação diante da questão social. Fiel aos princípios estabelecidos por
Pestalozzi, Kardec observou que o ponto de partida para a solução dos problemas
sociais estava no “melhoramento moral dos indivíduos e das massas”, “aí esta o
principio, a verdadeira chave da felicidade humana”.
Seu amor
incondicional ao próximo estava sintetizado na conclusão “é pela educação, mais
ainda do que pela instrução, que se transformará a humanidade”.
Por sinal, o
Livro dos Espíritos define na pergunta 685-A, a Educação, da seguinte forma: “a
educação consiste na arte de formar caráteres, aquela que cria os hábitos,
porque a educação moral é um conjunto de hábitos adquiridos.”
EURÍPEDES BARSANULFO (1880 - 1918)
Nasceu e
faleceu na cidade mineira de Sacramento. Com inteligência precoce, dedicado ao
estudo e trabalho, formou-se nos colégios mineiros e, embora não tenha cursado universidade,
era autodidata, com aptidões que revelaram um passado espiritual de grande
bagagem cultural e moral aprimorada. O amor ao próximo exemplificou dentro e fora
das salas de aula numa vida verdadeiramente cristã.
Seu ideal,
seu passatempo, sua atividade era ajudar o semelhante, contando também com recursos
mediúnicos de cura, audiência, clarividência, psicografia, curava obsessões doutrinando
Espíritos endurecidos. Ensinou na primeira escola espírita que se tem noticia, fundada
por ele e seu grupo espírita “Esperança e Caridade” em 1907.
No Colégio
Allan Kardec inovou a pedagogia numa época de recursos tão precários; adotou
classes mistas, aboliu os castigos, agregou o teatro, aboliu as notas, deu
aulas de filosofia espírita e historia das religiões. Praticava a caridade
motivando seus alunos a seguir seu exemplo e reproduzindo assim as diretrizes
de Pestalozzi.
Provocava o
debate entre os alunos tornando o ensino estimulante, ativo. Sua moral elevada
permitia, nos momentos de dificuldade, que recebesse a força dos Espíritos da
mais alta hierarquia espiritual, tendo sido relatado seu encontro com o
Espírito de Jesus. Na cura contava com a equipe espiritual do Dr. Bezerra de Menezes.
A cidade de
Sacramento recebia caravanas de necessitados, proliferando hotéis e pensões.
Defendia o espiritismo e tomou-se famosa a polêmica travada em praça pública,
diante de 2000 pessoas, com um padre católico, sendo Eurípedes carregado em triunfo
pelas ruas da cidade. Foi a encarnação do verdadeiro espírita, distribuindo seu
amor incondicional, e desencarnou aos 38 anos, vítima da gripe espanhola e
recebendo da imprensa mineira o titulo de “Apostolo do Triângulo Mineiro”.
ANÁLIA FRANCO (1856 - 1919)
Anália
Emília Franco nasceu no Rio de Janeiro e aos 5 anos foi para São Paulo. Aos 12
já ajudava sua mãe a lecionar. Tornou-se professora de destacou-se na pedagogia
e no carinho pelos alunos. Na cidade de São Paulo fundou um colégio. Em Taubaté,
interior paulista, iniciou no jornalismo escrevendo para dois periódicos.
Em 1901
inaugurou a “Associação Feminina Beneficente e Instrutiva do Estado de São Paulo”,
com as primeiras escolas maternais, destinadas a amparar, instruir e educar
crianças pobres e indigentes da capital paulista, sob sua presidência até 1919,
e tomando-se verdadeiro apostolado. Mesmo sendo espírita, não deu esse caráter
à obra, revelou-se extremamente liberal e tolerante, a fim de erradicar o
analfabetismo, combater a miséria e a ignorância. Assim, reuniu senhoras
inteligentes e de boa vontade para com o próximo.
Afirmava:
“conceber o bem não basta; é preciso fazê-lo frutificar”.
Apos 6 anos
da fundação já mantinha 22 escolas maternais e 2 noturnas, mais 5 maternais no interior,
totalizando 2000 crianças pobres sob seus cuidados. Suas professoras
trabalhavam gratuitamente, e assim mesmo Anália e sua associação foi duramente perseguida
pela igreja católica por ser espírita.
Em 1903
criou a revista da associação, o asilo e creche, cujo exemplo espalhou-se por
varias cidades e estados, a fim de amparar viúvas, mães abandonadas e seus
filhos, órfãos, etc. Implantou oficinas de tipografia, costura, flores
artificiais e de chapéus, além de aulas de música, de escrituração mercantil
etc. Sua revista chamava-se “A Voz Maternal” e chegou a uma tiragem de 6000
exemplares. Publicou para seus alunos o “Manual Educativo”.
Criou um
albergue diurno para os filhos das trabalhadoras, implantou uma biblioteca
escola, e fundou uma escola noturna de alfabetização de adultos.
No bairro da
Mooca comprou uma fazenda e instalou uma Colônia regeneradora “D. Romualdo”
para mulheres arrependidas. As instituições criadas por Anália chegaram ao
numero de 70 até o inicio da primeira guerra mundial, quando lutou intensamente
para a fome não bater nas portas da instituição. Fundou a ronda da caridade
para levantar fundos e usou a banda feminina “Operárias do Bem” mais o grupo
dramático, visitando varias cidades para levantar fundos.
Em 1918
surge à pandemia da “gripe espanhola” e grande mortandade ocorre em São Paulo.
Combateu a gripe com água fluidificada, passes e chás caseiros e todas suas
doentes foram salvas.
O asilo
transformou-se em hospital e com poucos recursos venceu a gripe, mas em Janeiro
desencarna. Sobre sua aparência, vivia muito simples no trajar, afirmando que o
valor da mulher “não se afere pela beleza aparente e atrativos exteriores, mas,
sim, pelos grandes ideais que lhe enchem o cérebro e pelos nobres sentimentos
que lhe impulsionam o coração”. Recebeu o cognome “Anjo da Caridade”.
EDGARD ARMOND (1894 -1982)
Nasceu em
Guaratinguetá, São Paulo, onde iniciou seus estudos.
Em 1914, com
a Primeira Guerra Mundial, iniciou sua carreira militar, cursou a escola de oficiais,
chegando ao comando. Participou dos movimentos militares de 22 e 24 e na revolução
de 30 lecionou no curso de aperfeiçoamento. Um acidente em 1938 marca o inicio do
seu afastamento da vida militar e engajamento no movimento espírita.
Sua atenção
por espiritualismo começou em 1910 quando iniciou seus estudos sobre religiões,
a conversão ao Espiritismo foi efetivada em 1939 ao ser convidado para
colaborar com a Casa dos Espíritas. Nesse ano aconteceu a fusão de várias
entidades do movimento Espírita, entre elas a FEESP e Armond tomou-se o
secretario geral da Casa. O Conselho Deliberativo da FEESP foi criado em 1941,
por indicação de Armond. Seu devotamento a causa Espírita foi louvável e fator
determinante para tomar a FEESP expressiva no movimento.
Em 1944
participou do lançamento do periódico “O Semeador”, publicando 425 artigos de
sua autoria até 1972.
Em 1947
fundou a União Social Espírita (USE), e em 1950 criou as Escolas de Aprendizes
do Evangelho. Com 73 anos, em 1967, solicitou o afastamento definitivo da
FEESP. Prestou incalculáveis serviços a Federação, metódico, enérgico,
trabalhador, inteligente, e alto espírito de liderança, que garantiram a
estabilidade da FEESP e o bom funcionamento de todos os setores. Mesmo afastado
do trabalho diário, continuou colaborando com a FEESP e numa reunião em sua
casa, em 1973, participou da fundação da Aliança Espírita Evangélica.
Em 1980 assessorou
a formação do setor III da Fraternidade dos Discípulos de Jesus.
Os alunos da
FEESP, após aprenderem a base da doutrina Espírita, encontraram nos cursos
fundados por Armond, a possibilidade de aperfeiçoamento moral e meios de atuar
entre os necessitados.
Trabalho e
reforma moral entusiasmaram milhares de pessoas, e Armond também criou a Escola
de Educação Mediúnica, atendendo integralmente as recomendações de Allan Kardec
em “Obras Póstumas”, Segunda parte: Ensino Espírita. Falar do Comandante Edgard
Armond é trazer, da mente, lembranças de um grande homem; o verdadeiro
espírita, homem firme nas suas convicções, achava que a evangelização do aluno
era fundamental, e dependia muito do próprio aluno. Seguia fielmente e com
muita energia os livros básicos da doutrina”. (Depoimento do Médium Martin
Meyado Papaleio, 80 anos, em 2009).
BIBLIOGRAFIA
Na EDUCAÇÃO,
item 24, Jesus e suas Parábolas de Pedro de Camargo (Vinicius)
Incontri,
Dora. “A EDUCAÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO”.
Vinicius,
Pedro de Camargo. “O MESTRE NA EDUCAÇÃO”. Toda a obra
Xavier,
Francisco C. “RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS” pelo Espírito Emmanuel (item Jesus e
atualidade)
Xavier,
Francisco C. “O CONSOLADOR” pelo Espírito Emmanuel (itens: 282, 283, 285 a 289,
302, 306, 314, 316, 317, 342 a 344, 346 a 348, 351, 361)
Pires, José
Herculano “OS FILÓSOFOS”
Kardec,
Allan “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” trad. J. H. Pires
Covello,
Sergio Carlos “Comênius - A Construção da Pedagogia
Incontri,
Dora “Pestalozzi Educação e Ética” Ed.l
Wantuil,
Zeus. “Grandes Espíritas do Brasil”
Kardec,
Allan. “Obras Póstumas” trad. de João Teixeira de Paulo
Novelino,
Corina. “Eurípedes o Homem e a Missão”
Armond,
Ismael “Edgard Armond, meu Pai”
Armond,
Ismael “Edgard Armond: um Trabalhador na Seara Espírita”
Fonte da imagem: Internet Google.
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