CAUSAS ANTERIORES DAS AFLIÇÕES:
"E
passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os discípulos lhe perguntaram:
Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? (João, 9:1-2)”.
Deduz-se
pela pergunta dos apóstolos, que eles admitiam existir uma causa anterior para
que aquele homem nascesse cego.
Os sofrimentos
da vida têm sempre uma causa e essa causa pode ter duas origens: umas estão na
vida presente e outras em vidas pregressas.
Face à
Justiça Divina, a tese de que o Espírito somente encarna uma vez enfrenta
dificuldades intransponíveis para explicar anomalias, quais sejam a perda de
entes queridos, a desencarnação precoce de chefes de família, reveses da
fortuna, flagelos naturais, enfermidades incuráveis, doenças de nascença,
idiotia, deformações físicas e outras modalidades de sofrimento inclusive de
ordem moral, frustrando todas as medidas preventivas quer pela prudência, quer
pela precaução.
Não são
poucos os que clamam aos céus ao verem criaturas de má índole prósperas, favorecidas
em todos os sentidos, convivendo lado a lado com os que vivem retamente perante
Deus, açoitadas por dores e padecimentos de todos os matizes. À luz da teoria
da reencarnação, porém, tudo é facilmente explicado; e com lógica, pois que
"a cada um será dado segundo suas obras" (Tiago 2:4-18, 2:24-26;
Pedro, 1-17; Apocalipse 20: 12-13).
Não
existindo efeitos sem causa, e não se encontrando explicações para as aflições
na vida atual, é lógico que se deve remontar às vidas passadas, onde elas
tiveram as suas raízes.
Essa
conclusão está conforme a justiça de Deus. A desencarnação de crianças em tenra
idade muitas vezes após longo sofrimento, suscita questionamentos tais como o
de não ter tido tempo de fazer mal nenhum. Nesse caso, o que teriam feito essas
almas para serem acometidas de tantos males? Embora seja verdade, porém, é
preciso ponderar que se não fizeram o mal, tampouco fizeram o bem; e sabe-se lá
o que fizeram em vidas passadas.
As provas e
expiações são decisivas para a elevação dos Espíritos e além de guardar relação
com suas condutas em vidas passadas, levam-nos a compulsoriamente se
reencontrarem a si próprios. Aos sofrimentos por causas anteriores, juntam-se,
muito frequentemente, os que são consequências das faltas atuais, de modo que
tanto as faltas cometidas em vidas pretéritas, como as que são praticadas na
vida presente, sempre requerem reajustes, pois estão de conformidade com a
sentença evangélica: "Quem com a espada fere, com espada será ferido"(MT,
26:52), equivalente à Lei de Ação e Reação. Assim, o homem que foi perverso e desumano
em vidas passadas, poderá vir a ser tratado com dureza e desumanidade na vida presente;
o que foi avarento e perdulário e que fez mau uso da fortuna, poderá renascer
em condições de sofrer a falta do necessário; se foi um filho rebelde e
ingrato, poderá vir a sofrer idêntico tratamento por parte de seus filhos; se
foi um criminoso obstinado, poderá enfrentar duras consequências na vida
presente.
Assim se
explicam, pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra como
mundo expiatório, as anomalias que apresenta a repartição da felicidade e da
infelicidade entre os bons e os maus neste mundo (ESE, cap. V, ítem 7). Aqui,
deve-se esclarecer que nem sempre o mal é reajustado ou parcialmente resgatado
numa só vida. Algumas vezes o processo de resgate se verifica no decurso de
duas ou mais existências.
A
pluralidade das existências elucida uma questão que tem levantado muitas
indagações: por que uns são felizes e outros infelizes? Neste particular também
é conveniente fazer evidenciar que, os que hoje são infelizes, estão num
processo de reajustamento de faltas passadas, e, muitos daqueles que hoje
desfrutam de felicidade e de prosperidade momentânea, continuarão com suas
dívidas, vindo a pagá-las numa vida subsequente; o importante é conhecer que a justiça
divina nunca falha.
Espíritos
recalcitrantes e rebeldes perdem o direito ao livre-arbítrio de escolherem as tribulações
por que devem passar, porém, os Espíritos que se mostram aptos a caminhar no roteiro
do bem e estando arrependidos das faltas cometidas, podem escolher o gênero de provas
que os levem ao triunfo do resgate bem sucedido.
Seria
ilógico acreditar que todo sofrimento tem por origem uma falta. Em numerosos
casos, trata-se de provas escolhidas pelo Espírito, com o fito de acelerar o
seu ciclo evolutivo e poder atingir mais rapidamente a perfeição. Desta
maneira, chega-se à seguinte assertiva: a expiação serve sempre de prova, mas a
prova nem sempre é expiação.
De qualquer
maneira, tanto a prova como a expiação são fatores que indicam uma
inferioridade relativa, pois o Espírito que tenha atingido a perfeição, jamais
precisa ser provado. Deste modo, deve-se considerar-se que as provas e
expiações sofridas pelos Espíritos são decisivas para a sua elevação e guardam
íntima relação com o que eles fizeram em vidas passadas e o que devem fazer
para melhor se reencontrarem a si próprios.
QUESTIONÁRIO:
C - CAUSAS
ANTERIORES DAS AFLIÇÕES
1 - Qual a
relação que existe entre o perispírito e as causas das nossas aflições?
2 -
"Quem com a espada fere, com a espada será ferido"? Interprete
3 - As
nossas expiações podem ser amenizadas?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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