MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
Pilatos,
tornando a entrar, pois, no palácio, e tendo feito vir Jesus, lhe perguntou:
Sois o rei dos Judeus? Jesus lhe respondeu: “Meu reino não é deste mundo"
(João, cap. XVIII, v. 33 a 37).
Jesus, nesta
passagem evangélica, sabia que os homens ainda não estavam adequadamente preparados
para entender e aceitar os valores espirituais. Sua afirmação, embora já deixe apenas
entrever aspectos da realidade espiritual, foi por Ele ainda demonstrada no
decorrer de sua missão, como sendo a finalidade superior para a qual deverá
voltar-se a Humanidade, tornando-se então, objeto das principais preocupações
do homem na Terra. (ESE, cap. II, item 2).
Deste modo,
todos os ensinamentos deixados no Seu Evangelho se reportam a esta finalidade de
caráter transcendental: levar o homem à conscientização de que seu verdadeiro
destino está na vida futura; para tal conquista, torna-se necessário um novo
objetivo: a aquisição de valores morais, mais amplos que os acanhados
horizontes da vida puramente material.
Neste
ensinamento está evidenciada a importância da descoberta de novos valores e de
uma nova conduta de vida, além de revelar a transitoriedade das honras e
grandezas materiais que o homem busca com tanta avidez. Foi esta a razão que
levou a Jesus replicar a Pilatos "O meu reino não é deste mundo".
Realmente, não poderia haver qualquer similitude entre o seu reino, onde impera
o amor, a fraternidade e a mansuetude e os demais reinos materiais, onde prevalecem
o orgulho, a intolerância, o egoísmo e a incompreensão.
Este ensino
de Jesus sobre o seu reino, à luz da Doutrina Espírita, dilata a visão do
homem, que não mais se prende ao pequeno mundo que habita, mas distancia seu
olhar na imensidão do infinito. Sua concepção materialista de vida se
transforma, em função dessa nova perspectiva, deixando em segundo plano os
valores materiais que tão fortemente afetam a vida do ser humano.
Tendo os
fariseus perguntado a Jesus quando viria o Reino de Deus? Ele respondeu:
"O Reino de Deus não vem visivelmente, nem dirão: Ei-lo aqui, ou Ei-lo
acolá! Porque o Reino de Deus está no meio de vós" (Lucas, cap. 17:20).
Significativa
esta passagem evangélica que vem esclarecer à humanidade que o reino de Deus não
está em lugar circunscrito, com demonstrações de poder ou força, nem aparecerá
nesta ou naquela nação, porque está impresso no íntimo de cada criatura. A
conscientização desta assertiva de Jesus irá aflorar a partir do amadurecimento
espiritual de cada um.
O
Espiritismo confere ao homem a certeza de que o reino de Jesus se expressa não
pelo poder material, mas pela superioridade moral conquistada através de um
processo contínuo de aperfeiçoamento e vigilância constantes: a reforma íntima,
que não significa necessariamente a renúncia de tudo aquilo que o homem
conquistou na vida terrena, mas o enriquecimento espiritual dessa conquista. É
o prelúdio de um novo estágio evolutivo. Assim, o ensinamento maior que Jesus
trouxe ao homem nesta resposta a Pilatos, é a certeza de que, de acordo com a
sua conduta voltada para o bem, terá acesso ao reino de paz e amor por Ele
anunciado.
QUESTIONÁRIO:
C - MEU
REINO NÃO É DESTE MUNDO
1 - O que significa
a réplica de Jesus a Pilatos: "Meu reino não é deste mundo"?
2 - "O
reino de Deus está entre vós." Discorra sobre o sentido desta afirmação.
3 - Qual a
relação do texto acima com a reforma íntima?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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