CONDIÇÕES E EFICÁCIA DA PRECE
"O que
quer que seja que pedirdes na prece, crede que obtereis, e vos será
concedido" (Marcos, cap. XI, v. 24).
A prece é
uma invocação; é o mais elevado veículo de ligação através do qual o homem coloca-se
em relação mental com a espiritualidade.
É uma
projeção do pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente
fluídica cuja intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto
reside o seu poder e o seu alcance, pois nesta relação fluídica o homem atrai para
si ajuda dos Espíritos Superiores a lhe inspirar bons pensamentos.
CONDIÇÕES DA PRECE: Jesus Cristo fez
entender claramente que, quando alguém ora, não é preciso colocar-se em evidência.
A prece deve ser feita em segredo, no recôndito da consciência e em profunda
meditação. Não é necessário que ela seja proferida repetidamente.
Preces
prolongadas ou repetidas e mesmo proferidas em idioma estranho, tornam-se fastidiosas
e, muitas vezes, delas não participam o pensamento e o coração. Assim, a condição
da prece está no pensamento reto, podendo-se orar em qualquer lugar, a qualquer
hora, a sós ou em conjunto, desde que haja o recolhimento íntimo necessário
para se estabelecer a sintonia harmoniosa no ato sublime de louvar, agradecer e
rogar a Deus o auxílio necessário. Por isto a importância do sentimento
amoroso, humilde, piedoso, livre de qualquer ressentimento ou mágoa, pois só
assim o homem irá absorver a força moral necessária para vencer as dificuldades
com seus próprios méritos.
EFICÁCIA DA PRECE: Existem aqueles que
contestam a eficácia da prece, alegando que pelo fato de Deus conhecer as
necessidades humanas, torna-se dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo
regido por leis sábias e eternas, as súplicas jamais poderão alterar os desígnios
do Criador. No entanto, o ensinamento de Jesus vem esclarecer que a justiça
divina não é inflexível ao ponto de não atender os que lhe fazem súplicas.
Ocorre que existem determinadas leis naturais e imutáveis que não se alteram
segundo os caprichos de cada um.
Porém, isso
não deve levar à crença de que tudo esteja submetido à fatalidade. O homem desfruta
do livre-arbítrio para compor a trajetória de sua encarnação, pois Deus não lhe
concedeu a inteligência e o entendimento para que não os utilizasse.
Existem
acontecimentos na vida atual aos quais o homem não pode furtar-se; são consequências
de falhas e deslizes cometidos em vidas passadas que necessitam de reajustes; é
a aplicação da Lei de Causa e Efeito e isto explica porque alguns alegam que pedem
benefícios a Deus, mas que nunca são concedidos, o que parece, a princípio,
contrariar o ensinamento de Jesus: "Aquilo que pedirdes pela prece vos
será dado" (Marcos, cap. XI, v. 24). Muitas coisas que na vida presente
parecem úteis e essenciais para a felicidade do homem, poderão ser-lhe
prejudiciais e esta é a razão por que elas não lhe são concedidas.
Contudo, o
egoísmo e o imediatismo não permitem que ele perceba com exatidão a eficácia da
prece. Porém, seus efeitos ocorrem segundo os desígnios divinos, a curto prazo
na medida em que consola, alivia os sofrimentos, reanima e encoraja; a médio e longo
prazo porque pelo pensamento edificante dá-se a aproximação das forças do bem a
restaurar as energias de quem ora.
Àquele que
pede, Deus está sempre pronto a conceder-lhe a coragem, a paciência, a resignação
para enfrentar as dificuldades e os dissabores inerentes à natureza humana, com
ideias que lhes são sugeridas pelos Espíritos benfeitores, deixando-lhe,
contudo o mérito da ação, e isto porque não se deve ficar ocioso à espera de um
milagre, pois a Providência Divina sempre ampara os que se ajudam a si mesmos:
"Ajuda-te e o céu te ajudará" (ESE, cap. XXVII, item 7).
Jesus
ensinou que um fariseu e um publicano foram ao templo para orar. O primeiro era
tido como um homem virtuoso, respeitável sob todos os aspectos, embora
ocultasse costumes dissolutos. O segundo era considerado homem corrupto e
eivado de maus pendores. O fariseu, tomado de orgulho e olhando para o Alto,
orava: "Ó Deus, graças te dou, porque não sou igual aos demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros; nem como este publicano. Jejuo duas vezes na
semana e dou o dizimo de tudo o que possuo" (Lucas, cap. XVIII, v. 9 a
14).
O publicano
por sua vez, sem ousar levantar os olhos, assim orava: "Ó Deus, tem
misericórdia de mim, que sou pecador!" Afirmou então o Mestre que este
último saiu do Templo justificado, porque Deus ouviu a sua prece, ao contrário
do fariseu, pois "quem se humilha será exaltado e quem se exalta será
humilhado" (Lucas, cap. XVIII, v. 9 a 14).
Assim,
deve-se notar o fato de o publicano ter pronunciado reduzido número de palavras
e, no entanto, sua prece foi acolhida, porque nela havia humildade e devotamento,
ao contrário do fariseu, cujo coração estava repleto de maldade, de egoísmo e
de orgulho. Portanto, a eficácia da prece está na dependência da renovação
íntima do homem, em que deve prevalecer a linguagem do amor, do perdão e da
humildade para que ele possa assim, de coração liberto de sentimentos
negativos, agradecer a Deus a dádiva da vida.
BIBLIOGRAFIA:
ESE - Cap. XVII - itens 1 a 8.
QUESTIONÁRIO:
C -
CONDIÇÕES E EFICÁCIA DA PRECE
1 - O que é
a prece?
2 - Quais as
condições da prece eficaz?
3 - O que
nos ensina a passagem evangélica do fariseu e do publicano, em relação à prece?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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