INSTINTO E INTELIGÊNCIA
Ao
classificar os seres, segundo o grau de evolução, podemos fazer a seguinte
distinção:
1 - os seres
inanimados, formados somente de matéria, sem vitalidade nem inteligência: são
os corpos brutos;
2 - os seres
animados não-pensantes, formados de matéria e dotados de vitalidade, mas desprovidos
de inteligência;
3 - os seres
animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade, e tendo ainda um
princípio inteligente que os leva a pensar (LE, perg. 71).
INSTINTO: No primeiro caso, os corpos
brutos não possuem nenhuma manifestação de vitalidade ou de inteligência.
Caracterizam-se
pela inércia. No segundo, os seres vivos, embora não considerados seres inteligentes,
já manifestaram um início de inteligência ainda rudimentar, que seria o
instinto. Pode-se afirmar, com efeito, que o instinto é uma inteligência não
racional; é por ele que todos os seres provêm às suas necessidades (LE, perg.
73).
É difícil assinalar
onde acaba um e começa o outro, porque eles frequentemente se confundem; mas
podemos muito bem distinguir os atos que pertencem ao instinto dos que pertencem
à inteligência (LE, perg. 74).
O instinto
compreende um conjunto de atos involuntários e inconscientes. Todo ato maquinal
é instintivo, enquanto inteligência revela-se por atos voluntários, refletidos
e premeditados, segundo as circunstâncias. Já os atos instintivos não são
refletidos nem premeditados. Quando o homem anda, o faz instintivamente sem
refletir nos seus próprios passos, mas desvia ao precisar transpor um obstáculo
quando precisa diminuir ou acelerar seu passo, etc... O impulso involuntário do
movimento é o ato instintivo, enquanto que a direção calculada do movimento vem
a ser o ato inteligente.
O instinto
predomina no ser humano com exclusividade no início de sua vida; é a própria expressão
infantil que faz dar os primeiros passos em direção à sua maturidade. A
tendência é as manifestações instintivas enfraquecerem-se pela predominância da
inteligência, mas ele estará sempre presente. O instinto varia em suas
manifestações segundo as espécies e suas necessidades. Nos seres dotados de
consciência e de percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, o
que quer dizer, à vontade e à liberdade (LE, perg. 75a).
INTELIGÊNCIA: Não se pode tomar a
inteligência como sendo um atributo do princípio vital, pois as plantas vivem e
não pensam, não tendo mais do que vida orgânica (LE, perg. 71).
É assim que
existem seres animados não pensantes, e seres animados pensantes, sendo que esses
últimos possuem de forma manifesta o princípio inteligente que lhes dá a
faculdade de pensar.
A
inteligência é uma faculdade especial, própria de certas classes de seres
orgânicos, aos quais dá, com o pensamento, a vontade de agir, a consciência de
sua existência e de sua individualidade, assim como os meios de estabelecer
relações com o mundo exterior e de prover suas necessidades (LE, perg. 71).
Efetivamente,
somente os Espíritos enquanto individualizações podem ser considerados seres
inteligentes na criação, pois podem conhecer e refletir sobre o mundo exterior
em que vivem, e possuem, sobretudo, consciência de si mesmos, de sua existência
e de sua individualidade. É assim que a Biologia denomina o homem como
"sapiens sapiens", ou seja, o ser que sabe que sabe, que reflexiona a
inteligência sobre si mesma. Com efeito, a consciência lhe confere o atributo
da vontade e da liberdade, o que o difere especificamente dos outros seres
naturais do mesmo gênero.
BIBLIOGRAFIA:
LE - CAP. IV - ÍTEM III - PERG. 71 A 75ª
QUESTIONÁRIO:
B - INSTINTO
E INTELIGÊNCIA
1 - Qual a
classificação dos seres, segundo o seu grau de evolução?
2 - O
instinto é uma inteligência rudimentar? Comente.
3 - Como
definir a inteligência?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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