ESPÍRITO E MATÉRIA
Desde a
Antiguidade, quando o homem começou a formar a base de seu conhecimento, uma
das coisas que mais o fascina é saber o princípio das coisas. Assim foi, por
exemplo, com os primeiros filósofos gregos como Tales de Mileto, Heráclito de
Êfeso, Demócrito de Abdera, entre outros. Eles procuravam saber como as coisas eram
formadas e cada um deu a sua explicação, limitada a sua época, ao entendimento
das pessoas e a inexistência de uma ciência organizada.
Os Espíritos
revelaram que ao homem não é dado conhecer todas as coisas aqui na Terra (L.E,
questão 17). Falta-nos desenvolver faculdades que ainda desconhecemos, assim
como a condição moral necessária. Os nossos sentidos, da mesma forma,
permitem-nos apenas o conhecimento do mundo material e da realidade em que nos
encontramos. A nossa inteligência, ainda limitada, só alcança uma ínfima
parcela do conhecimento do Universo. Quando dominarmos o conhecimento por
completo, teremos chegado à perfeição (L.E, questão 898).
Porém, na
medida em que aperfeiçoamo-nos em amor e sabedoria, iremos paulatinamente
conhecendo os mistérios da Natureza. O que o homem não consegue aprender, Deus
permite que lhe seja revelado, para ajudá-lo na marcha do progresso.
A ciência
humana trouxe-nos, a partir das civilizações mesopotâmica, egípcia, hebraica e,
principalmente, grega, o conhecimento do Universo, mesmo que de forma
rudimentar. A partir do século XVII, com o grande desenvolvimento da Ciência,
as leis físicas, ou materiais, foram descobertas graças aos estudos de Newton e
de Lavoisier. Todavia, o Universo não engloba só a matéria, de sorte que o conhecimento
humano necessitava ser ampliado. O Universo até então conhecido era estreito
demais, limitado pelos sentidos humanos e chegando até os instrumentos
científicos podiam alcançar, o que era pouco. Vez por outra, filósofos e homens
de ciência, como Kant, Galileu Galilei e tantos outros, alargavam esses
limites.
Somente na
Segunda metade do século XIX, com o advento do Espiritismo - codificado por
Allan Kardec em seu tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião - o mundo
espiritual abriu-se ao homem, mostrando-lhe um Universo infinito, formado por
dois elementos gerais: a matéria e o espírito. Deus, a Inteligência Suprema e causa
primária de todas as coisas, é o Criador, presidindo a tudo.
A matéria
A matéria já
foi definida pela ciência como aquilo que tem extensão, que pode impressionar
os sentidos e é impenetrável. O homem, no esforço de compreender o que é
visível, palpável e mensurável, sempre tentou classificá-la desde o começo dos
tempos. Por isso, no passado distante, o homem falava de quatro elementos formadores
de todas as coisas: água, fogo, terra e ar; as quatro essências conhecidas na
Antiguidade. Com a estruturação da química orgânica, surge a Tabela periódica,
inicialmente com pouco mais de cinquenta elementos, depois ampliada para
noventa e dois (do hidrogênio ao urânio) e, hoje, contando com mais de cem elementos.
Esses mesmos elementos, que consideramos simples, não são mais que modificações
de uma substância primitiva, o fluido cósmico universal, definido como matéria
elementar primitiva (L.E, questão 27).
A matéria
também existe em estados que desconhecemos, podendo ser tão etérea e sutil que
não produza nenhuma impressão aos nossos sentidos. Das modificações e
transformações do fluido universal, encontramos a variedade inumerável dos
corpos da Natureza. Esse fluido, imponderável e inabordável pelos instrumentos humanos,
é o que podemos chamar de matéria quintessênciada, matéria essa manipulada pelo
mundo espiritual.
Começando
pelo átomo, a matéria encontra-se no Universo em dois estados distintos:
eterização ou imponderabilidade e materialização ou ponderabilidade. No
primeiro temos os fenômenos do mundo invisível, constituindo os fenômenos
espirituais e que são atribuição do Espiritismo. No segundo encontramos os fenômenos
materiais, do mundo visível e que são da alçada da ciência.
“O ponto de
partida do fluido universal é o grau de pureza absoluta, do qual nada pode dar
uma ideia; o ponto oposto é sua transformação em matéria tangível".
Em nosso
mundo físico, a matéria divide-se em orgânica, formando os corpos dos seres
vivos (homens, animais e plantas) e inorgânica, encontrada nos minerais, água,
ar etc.
O Espírito
“Que é
espírito?”, perguntou Kardec aos Espíritos (L.E, questão 23).
A resposta
foi objetiva e precisa: “O princípio inteligente do Universo”. Elemento
espiritual, não se confunde com a matéria, pois que não está sujeito as suas
mesmas vicissitudes, mas tem sim atributos, entre os quais a inteligência, seu
atributo essencial (L.E, questão 24).
“O elemento
espiritual individualizado constitui os seres chamados Espíritos, como o elemento
material individualizado constitui os diferentes corpos da Natureza, orgânicos
e inorgânicos”.
Os
Espíritos, seres inteligentes da Criação tem, portanto, como ponto de partida o
princípio espiritual e são permanentemente regidos pela Lei do progresso.
Partindo da condição de simples e ignorantes, dotados de infinitas
potencialidades, todos os Espíritos estão destinados a perfeição, o que implica
no conhecimento de todas as coisas. A cada uma das encarnações, o que
corresponde à ideia da justiça de Deus, podemos recomeçar sempre e, assim, dar
um passo a mais na senda do progresso, através de nossa consciência, razão,
vontade, inteligência e livre-arbítrio.
FIXAÇÃO DO
APRENDIZADO:
1) O homem
sempre teve explicação para a existência do Universo? Como o Espiritismo
auxiliou em sua compreensão?
2) Quais são
os elementos gerais do Universo? O que é o Fluido Cósmico Universal?
3) Qual o
principal atributo do elemento espiritual?
Fonte da imagem: Internet Google.
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