CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

24a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


PARANORMALIDADE OU MEDIUNIDADE?

“Parapsicologia é o processo cientifico de investigação dos fenômenos inabituais, de ordem psíquica e psicofisiológica, e tem como objeto, os fenômenos psíquicos não habituais, mas apesar disso naturais, comuns a toda espécie humana. Esses fenômenos considerados parapsicológicos são de ordem vital, psíquica e física”. (J.H.Pires)

O Prof. Ernesto Bozzano, em sua obra “Animismo ou Espiritismo?”, publicada em 1944, sustenta a tese, cuja discussão fundamental e de indiscutível importância é a de que “as faculdades supranormais subconscientes não são e não podem ser fruto da evolução biológica da espécie”. Além disso, refuta a hipótese de que estas faculdades se destinem a emergir e fixar-se na espécie, no porvir. (Pag. 16 e 21)

A tese foi apresentada em 1937, a convite do Conselho Diretor do Congresso Espírita Internacional, de Glasgow, que propôs ao nobre pesquisador o tema “Animismo ou Espiritismo? Qual dos dois explica o conjunto dos fatos?”, ao que respondeu logo no prefácio de sua obra: “Nem um nem outro logra, separadamente, explicar o conjunto dos fenômenos supranormais. Ambos são indispensáveis a tal fim e não podem separar-se, pois que são efeitos de uma causa única e esta causa é o Espírito humano que, quando se manifesta, em momentos fugazes, durante a encarnação, determina os fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediunicamente, durante a existência “desencarnada”, determina os fenômenos espiríticos.”

Em suas pesquisas, Ernesto Bozzano observou inúmeros casos ou “episódios de fenômenos anímicos” como “leitura do pensamento”, “telepatia”, “visão de corpos opacos”, “clarividência no presente, no passado e no futuro”, fenomenologia que para o nobre pesquisador foi suficiente para fazê-lo chegar às conclusões a que se propunha: a demonstração de que “o animismo prova o Espiritismo”

Baseado em sua pesquisa psíquica desenvolvida ao longo de quarenta anos, afirma que “as condições requeridas para que as faculdades sensoriais normais cheguem a despontar e evolver são diametral e irredutivelmente contrarias as que se exigem para que as faculdades supranormais subconscientes cheguem a surgir e exteriorizar-se...”

Explica o nobre cientista que a Gênese e a evolução dos órgãos dos sentidos e das faculdades psíquicas normais se executam necessária e exclusivamente no plano da vida de relação, sob a forma de uma reação continua e complexa, contra os estímulos exteriores. O que equivale a dizer que se executa no plano da consciência normal, que é aquele no qual se desenvolve, para o ser vivo, a luta pela vida. E toda a atividade organizadora da evolução biológica se exercita por meio de uma lei que é a da “seleção natural”.

Quanto as faculdades supranormais subconscientes, em vez de se exercitarem no plano da consciência normal, somente surgem sob a condição de que as funções da vida de relação se achem temporariamente abolidas ou apagadas, dependendo do grau, mais ou menos profundo, de inconsciência em que esteja o sensitivo (médium), o grau de maior ou menor perfeição com que elas se exteriorizam.

As faculdades supranormais como patrimônios do Espírito, aguardam para emergir e exercitar-se plenamente, no ambiente espiritual que sucede a vida material.

Mencionando as palavras do Dr. Gustavo Geley, cientista francês, autor da obra “Do Inconsciente ao Consciente”, o ilustre pesquisador demonstra a inconciliabilidade das faculdades supranormais da telepatia, da telestesia, da clarividência no passado, no presente e no futuro, com o desenvolvimento regular e natural da existência terrena.

Os poderes das faculdades supranormais subconscientes se circunscrevem dentro de limites definidos estabelecidos pela “lei de afinidade”, que governa o universo físico e o psíquico, que se expressa sob a “lei de relação psíquica”. Todo semelhante atrai semelhante, esta é a lei de afinidade universal a qual temos que nos harmonizar.

Assim, fazendo-se uma analogia ao mecanismo do rádio que deve ser regulado com o “comprimento de onda” que se pretenda captar, para que as subconsciências humanas recebam e registrem as vibrações psíquicas, necessário estarem reguladas pelo “comprimento de onda” correspondente a “tonalidade vibratória” que diferencia de outra qualquer a pessoa ausente que se procura.

Ernesto Bozzano tece também em seu minucioso trabalho da seguinte questão: se ainda se discute a autenticidade de algumas categorias de fenômenos físicos de mediunismo, já se não discute a existência de faculdades supranormais subconscientes, existência que todos reconhecem, graças, sobretudo, a obra de dois pesquisadores, considerados pelo mestre, geniais: o professor Charles Richet e o Doutor Eugene Osty.

Contudo, conforme ressalta o ilustre pesquisador, as comunicações mediúnicas entre vivos provam a realidade das comunicações mediúnicas com os mortos.

Diz ele: “Não esqueçamos que a denominação de fenômenos mediúnicos propriamente ditos designa um conjunto de manifestações supranormais, de ordem física e psíquica, que se produzem por meio de um sensitivo a quem é dado o nome de médium, por se revelar qual instrumento a serviço de uma vontade que não é a sua. Ora, essa vontade tanto pode ser a de um defunto, como a de um vivo. Quando a de um vivo atua desse modo, a distância, somente o pode fazer em virtude das mesmas faculdades espirituais que um defunto põe em jogo. Segue-se que as duas classes de manifestações resultam de naturezas idênticas, com a diferença, puramente formal, de que, quando elas se dão por obra de um vivo, entram na órbita dos fenômenos anímicos propriamente ditos, e quando se verificam por obra de um defunto, entram na categoria, verdadeira e própria, dos fenômenos espíritas. Evidencia-se, portanto, que as duas classes de manifestações são complementares uma da outra, a tal ponto que o Espiritismo careceria de base, dado não existisse o Animismo”.

Em seu livro “Metapsíquica Humana”, cap. IV assevera que o “Animismo e Espiritismo” representam o duplo aspecto pelo qual se apresenta a mesma fenomenologia, que provém de uma causa única, constituída pelo Espírito humano, na sua dupla fase de existência: a “encarnada” e a “desencarnada”.

Seus estudos lograram ainda demonstrar a preexistência da alma, propondo, portanto, a partir da vasta gama de experiências realizadas, sérias reflexões de ordem moral e filosófica a respeito das comunicações mediúnicas e a origem e o destino do ser. O Espiritismo, como asseverou o nobre Codificador, tem por fim demonstrar e estudar a manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação feliz ou infeliz, seu futuro; em suma o conhecimento do mundo espiritual.

“O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo”.

O Prof. Joseph Banks Rhine, da Duke University, Estados Unidos: O Novo Mundo da Mente apresenta-nos essa área na forma de um mapa bem delineado. Esse mundo, como diz o autor, só é novo para as Ciências. Porque, na realidade, é conhecido do homem há muitos milénios. Talvez desde que o homem existe. (...) Quando, pois, um pretenso parapsicólogo se propõe a “ensinar” que a parapsicologia nega a existência de Espíritos, de comunicações espirituais, de princípios religiosos e filosóficos, como o da reencarnação e da existência de Deus, os seus diplomas e certificados não tem sequer o valor de atestado de informação sobre o assunto.

Alguns parapsicólogos de renome mundial, com base em suas ilações que tiraram de suas investigações, reconheceram a supervivência da mente após a morte física. O Prof. Rhine, em seu livro “O Novo Mundo da Mente”, reconhece que nas experiências realizadas pela sua esposa na Duke University, há casos que sugerem a participação de uma entidade extracorpórea. O conjunto dessas experiências, acabou demonstrando de maneira irrefutável que possuímos a capacidade de percepção extra-sensorial. O homem pode perceber por outra via que não a dos sentidos Físicos. E o mais importante é que pode “adquirir conhecimentos verdadeiros sobre a matéria por vias não materiais.” (José Herculano Pires).

Continua Herculano Pires: “O homem não é apenas uma estrutura mental. É um ser espiritual, um organismo psíquico. A mente é a sua cabine de comando”.

A Parapsicologia e o Espiritismo

As relações entre o Espiritismo e a parapsicologia não são, portanto, amistosas, como pensam geralmente os espíritas e não espíritas. O enclave científico, orgulhoso, retém ciosamente o que conseguiu conquistar do vasto império que o rodeia, e ameaça desmantela-lo por completo, no futuro, se os Espíritos puderem ser eliminados.

Tanto a Parapsicologia, quanto o Espiritismo objetivam exclusivamente a descoberta da verdade sobre a natureza humana.

Diante desse impasse, Kardec afirma que o Espiritismo é uma Ciência que trata do elemento inteligente do Universo, ou seja, uma ciência espiritual. Não se pode confundi-lo com as ciências chamadas positivas, que tratam do elemento material do Universo. Mas é evidente que as duas formas de Ciência devem conjugar-se, para abrangerem todos os aspectos do Universo. (J.H.Pires)

Bibliografia:

KARDE, Allan. Obras Póstumas: Primeira Parte - Causa e natureza da Clarividência Sonambúlica;

BOZZANO, Ernesto. Animismo ou Espiritismo?: caps. I, II e III;

BOZZANO, Ernesto. Metapsíquica Humana: cap. IV;

PIRES, J. Herculano. Parapsicologia Hoje e Amanhã: primeira e segunda parte

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. I, item 5

Fonte da imagem: Internet Google.

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