CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

23a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


A PIEDADE

“A piedade é a virtude que mais nos aproxima dos anjos. É a irmã da caridade que vos conduz para Deus”, nas sábias palavras do Espirito de Michel. (ESE, cap. XIII, item 17)

Piedade é aquele sentimento íntimo, profundo, que faz uma pessoa solidarizar-se com a dor do semelhante, restituindo-lhe a confiança, a esperança e a resignação.

Surgindo ao lado da desgraça, a piedade transmite uma penetrante suavidade, que encanta a alma: quando profundamente sentida, é amor; o amor é devotamento; e devotamento é o esquecimento que o homem sente de si mesmo para solidarizar-se com a dor do semelhante e esse devotamento, essa abnegação pelos infelizes é a virtude por excelência, aquela que Jesus praticou em toda a vida, ensinando-a com toda a sublimidade.

O progresso do Espírito passa pela constatação e pela erradicação do orgulho e do egoísmo, dispondo a alma à humildade, à beneficência e ao amor ao próximo. É a piedade o sentimento mais apropriado para colocar o Espírito nessas condições, comovendo-lhe as fibras mais intimas, diante do sofrimento dos seus irmãos, levando-o a estender-lhes a mão caridosa e arrancando-lhes lágrimas de simpatia.

E se o aperfeiçoamento, a purificação do Espírito implica na vivência de todos os problemas que lhe dizem respeito e no armazenamento de todo os conhecimentos possíveis, não se deve jamais sufocar este sentimento sublime, essa emoção celeste, que faz o Espírito experienciar, no corpo e na alma, o sofrimento por que ele precisaria passar, para elevar-se.

A alma experimenta uma angústia ao contato da desgraça alheia, sentindo um estremecimento natural e profundo, que faz vibrar todo o seu ser, afetando-a profundamente. Mas há aí uma grande compensação, posto que os benefícios não tardam para o Espírito piedoso que consegue devolver a coragem e a esperança a um irmão infeliz, que se comove ao aperto da mão amiga. Seu olhar umedecido de emoção e de reconhecimento, volta-se com doçura, para o benfeitor, antes de elevar-se ao céu, em agradecimento pelo envio do consolador, do amparo tão desejado. “Mas é grande ganho a piedade com contentamento” (Paulo, 1ª Epístola a Timóteo, cap. 6:6).

Por isso, o homem deve afastar de si a indiferença, a insensibilidade, assim como a compaixão aparente, o fingimento, a antipatia gratuita, a piedade mentirosa, repleta de ilusões e exigências, pois na realidade aí temos os sentimentos de orgulho e de egoísmo, nossos defeitos morais mais difíceis de erradicar, antepondo-lhes a simpatia espontânea e desinteressada. Ensina Cairbar Schutel que “a piedade é a simpatia espontânea e desinteressada, que se antepõe a antipatia gratuita ou desrespeitosa”, que “só a piedade consoladora traz alegria ao Espírito, criando elevação e valor”.

A piedade sincera jamais expressa covardia a destruir o Bem, nem ridículo a excitar o riso alheio, porque é força de renovadas almas e luz interior.

Emmanuel escreve: “Fala-se muito em piedade na Terra; todavia quando assinalamos referências a semelhantes virtudes, dificilmente discernimos entre compaixão e humilhação.

Ajudo, mas este homem é um viciado.

Atenderei, entretanto esta mulher é ignorante e má.

Penalizo-me; contudo este irmão é ingrato e cruel”.

Complementa Emmanuel que, de maneira geral, “só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas”, deitando mel e veneno, socorrendo e espancando, ao mesmo tempo. Mas, “a verdadeira piedade, no entanto é filha legitima do AMOR. Não perde tempo na identificação do mal”.

E, além do mais, devemos considerar a PIEDADE sempre como um instrumento ativo, ou seja ela nos induz a pratica do socorro material ou espiritual, junto daqueles que os despertaram para este sentimento divino, sem o que ela é infrutífera, nos ensina Emmanuel na Lição 96 - Espírito da Verdade.

O dia em que o homem praticar a piedade pura e verdadeira ensinada por Jesus, reinará na face da Terra a concórdia, a paz e o amor.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. XIII- item 17

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). O Espírito da Verdade: Lição 96

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Pão Nosso: Lição 107

Questões para reflexão:

1) Explique a interferência do Plano Espiritual no processo de cura.

2) Comente o pensamento de José Herculano Pires sobre a participação da Medicina Espírita nos tratamentos das doenças dos homens.

3) Explique o sentimento de piedade e o porquê do Espírito necessitar da erradicação do orgulho e do egoísmo.

4) Analise a expressão de Emmanuel: “só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas”.

Fonte da imagem: Internet Google.

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